segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Lixívia 12

Tabela Anti-Lixívia
Benfica ........ 29 (-2) = 31
Corruptos... 32 (+3) = 29
Sporting ..... 30 (+8) = 22

Às vezes os tiros saem mesmo pela culatra!!! Ainda há pouco tempo o Pintinho desabafou em público, ameaçando terminar com as carreiras de Rui Costa e do seu irmão Paulo Costa no 'mundo' da arbitragem... não sei qual foi a intenção (se de facto o desabafo foi premeditado!!!), mas em vez de 'condicionar' o árbitro no activo, acabou mesmo por fazer de um dos mais incompetentes árbitros do Tugão: competente!!! Quando ouvi o tal desabafo, pensei imediatamente na enorme 'ingratidão' que a família Costa deve ter sentido, depois de tantos anos ao 'serviço' da causa Corrupta, mas pelos vistos a 'fina ironia' desta vez até teve uma consequência positiva!!!

O 'caso' da jornada, é o tal suposto penalty na Vila das Aves... que daria a vitória aos Corruptos, nos descontos, caso fosse concretizado.
Ironicamente, nesse mesmo dia, em Madrid houve um lance praticamente igual no Real Madrid - Málaga, que também não deu em penalty... e pelos comentários ninguém ficou escandalizado!!!
Mais 'grave' que a decisão do árbitro e do VAR, foi a reacção dos avençados espalhados pelos 'mérdia', usando expressões completamente absurdas, como 'se isto não é penalty, nada será penalty'!!! (n'A Bola, um tal Casanova!!!) A unanimidade como todos 'acham' que foi penalty é um absurdo, que só é explicado, pelo facto da maior parte desta gente estar comprometida com o anti-Benfiquismo primário!!!
Vamos ao lance: a repetição aproximada é clara, o jogador do Aves chuta a bola, e não toca no joelho do Danilo. Exactamente aquilo que 'todos' escreveram ou defenderam: que tinha havido um contacto no joelho do jogador Corrupto! A existir contacto é de raspão na zona do 'gémeo' do Danilo, mas as imagens não são concludentes... Mas mesmo havendo contacto, isso não quer dizer que houve falta, explico: a linha que separa uma 'rasteira' (neste caso seria falta do Danilo), de uma pontapé sofrido (neste caso seria penalty) é muito ténue!
Como é visível o jogador do Aves, quis somente aliviar a bola, nem sequer percebe que o adversário está por perto... O 'erro' que ele comete, foi puxar a perna 'atrás', o que deu tempo ao Danilo para se colocar na trajectória da perna... O Danilo não faz nenhum gesto que demonstre que queria 'jogar' a bola...
A diferença por exemplo do lance com o Ricardo Horta e o Alan Ruiz no último Sporting - Braga, é que desta vez o Avense chutou mesmo a bola... e a queda do adversário é totalmente teatralizada... já que o contacto, a existir é mínimo.
Bem o árbitro ao não marcar nada, pois para ser penalty, tem que se um lance claro... E bem o VAR, a não alterar uma decisão, que na TV não é totalmente esclarecedora...
No resto do jogo, os 'erros' aconteceram no critério disciplinar com vários cartões perdoados aos Corruptos (Ricardo Pereira por exemplo...). Na expulsão do Corona, o 2.º Amarelo, podia ter sido um Vermelho directo...

Em Paços, mais uma decisão de milímetros a 'sair' a favor dos Lagartos!!!
Aceito, em jogo 'corrido' que no 1.º golo do Sporting, se possa considerar que o Bas Dost está em linha com a 'bola', mas no VAR (mesmo sem as linhas virtuais) é visível que existe um 'adiantado' por milímetros... ou centímetros! Se fosse ao contrário, teríamos comunicados em fim...!!!

Na Luz, a primeira surpresa, foi a nomeação do Godinho, que já tinha estado no último jogo da Luz com o Feirense!!!
Aparentemente é 'proibido' nomear para os jogos do Benfica, os tais 8 árbitros dos e-mails (o e-mail onde o Guerra discutia a estratégia que deveria usar nos debates da CMTV e que foi 'transformado' num 'polvo'!!!!). O Conselho de Arbitragem ao deixar-se 'condicionar' desta maneira, está a dar um enorme tiro nos pés... Mas este é daqueles tiros nos pés que eu até gosto!!! Porque se um desses tais árbitros voltar a apitar o Benfica, vão fazer tudo para provar o seu não-Benfiquismo!!!
Inacreditável como não mostrou um cartão ao Arnold, na agressão ao Krovi... e até podia ter sido um Vermelho logo aos 3 minutos! Pontapeou o Krovi, sem qualquer intenção de jogar a bola!!!
Logo a seguir, penalty sobre o Luisão... Não foi uma jogada típica de agarrões mútuos numa bola parada, o defesa do Setúbal 'dá uma gravata' ao Luisão puxando o pescoço...
Depois 'errou' no 1.ª cartão ao Nuno Pinto: não fez falta sobre o Salvio... Mas como já tinha pelo menos 3 cartões aos Setubalenses, o Nuno Pinto 'levou' pelos outros!!! Agora fiquei com dúvidas se o cartão foi pela falta, ou se foi pelos protestos... No 2.ª Amarelo, foi estúpido!!! Mas acabou por se fazer justiça, já que o Nuno Pinto o ano passado no Setúbal-Benfica devia ter sido expulso pelo menos 3 vezes... e acabou por terminar o jogo!
No 2.º tempo, continuou a perdoar alguns cartões aos visitantes, mas o grande erro, foi o fora-de-jogo assinalado ao Pizzi... Inacreditável como se marca um fora-de-jogo, onde o avançado está mais de 2 metros em jogo (o mesmo fiscal, que na 1.ª parte, acertou ao não marcar um fora-de-jogo por centímetros, no ataque do Setúbal!!!), mas ainda pior esteve o Godinho que em vez de permitir a jogada ir até ao 'fim' apitou (quando o Zivkovic tocou na bola) impedindo assim o recurso ao VAR!!! Absurdo...


Anexos:
Benfica
1.ª-Braga(c), V(3-1), Xistra (Verissímo), Prejudicados, (4-1), Sem influência no resultado
2.ª-Chaves(f), V(0-1), Sousa (Tiago Martins), Prejudicados, (0-3), Sem influência no resultado
3.ª-Belenenses(c), V(5-0), Rui Costa (Vasco Santos), Beneficiados, Sem influência no resultado
4.ª-Rio Ave(f), E(1-1), Hugo Miguel (Veríssimo), Prejudicados, Impossível contabilizar
5.ª-Portimonense(c), V(2-1), Gonçalo Martins (Veríssimo), Prejudicados, (4-0), Sem influência no resultado
6.ª-Boavista(f), D(2-1), Soares Dias (Esteves), Beneficiados, Prejudicados, Impossível contabilizar
7.ª-Paços de Ferreira(c), V(2-0), Xistra (Hugo Miguel), Nada a assinalar
8.ª-Marítimo(f), E(1-1), Sousa (Godinho), Prejudicados, (1-2), (-2 pontos)
9.ª-Aves(f), V(1-3), Almeida (Vítor Ferreira), Beneficiados, Prejudicados, Sem influência no resultado
10.ª-Feirense(c), V(1-0), Godinho (Xistra), Prejudicados, (2-0), Sem influência no resultado
11.ª-Guimarães(f), V(1-3), Soares Dias (Malheiro), Prejudicados, (1-4), Sem influência no resultado
12.ª-Setúbal(c), V(6-0), Godinho (Pinheiro), Prejudicados, Beneficiados, (8-0), Sem influência no resultado

Sporting
1.ª-Aves(f), V(0-2), Tiago Martins (Pinheiro), Nada a assinalar
2.ª-Setúbal(c), V(1-0), Paixão (Hugo Miguel), Beneficiados, (0-0), (+2 pontos)
3.ª-Guimarães(f), V(0-5), Hugo Miguel (Sousa), Nada a assinalar
4.ª-Estoril(c), V(2-1), Godinho (Tiago Martins), Beneficiados, Impossível contabilizar
5.ª-Feirense(f), V(2-3), Soares Dias (Tiago Martins), Nada a assinalar
6.ª-Tondela(c), V(2-0), Manuel Oliveira (Tiago Martins), Nada a assinalar
7.ª-Moreirense(f), E(1-1), Godinho (Pinheiro), Beneficiados, (2-0), (+1 ponto)
8.ª-Corruptos(c), E(0-0), Xistra (Hugo Miguel), Nada a assinalar
9.ª-Chaves(c), V(5-1), Rui Costa (Esteves), Beneficiados, Prejudicados (5-2), Sem influência no resultado
10.ª-Rio Ave(f), V(0-1), Sousa (Capela), Beneficiados, (0-0), (+2 pontos)
11.ª-Braga(c), E(2-2), Xistra (Rui Costa), Beneficiados, (1-4), (+1 ponto)
12.ª-Paços de Ferreira(f), V(1-2), Tiago Martins (Xistra), Beneficiados, (1-1), (+2 pontos)

Corruptos
1.ª-Estoril(c), V(4-0), Hugo Miguel (Luís Ferreira), Nada a assinalar
2.ª-Tondela(f), V(0-1), Veríssimo (Malheiro), Beneficiados, Impossível contabilizar
3.ª-Moreirense(c), V(3-0), Manuel Oliveira (Tiago Martins), Prejudicados, Beneficiados, Sem influência no resultado
4.ª-Braga(f), V(0-1), Xistra (Esteves), Beneficiados, Impossível contabilizar
5.ª-Chaves(c), V(3-0), Rui Oliveira (Hugo Miguel), Nada a assinalar
6.ª-Rio Ave(f), V(1-2), Sousa (Godinho), Nada a assinalar
7.ª-Portimonense(c), V(5-2), Luís Ferreira (Sousa), Nada a assinalar
8.ª-Sporting(f), E(0-0), Xistra (Hugo Miguel), Nada a assinalar
9.ª-Paços de Ferreira(c), V(6-1), Manuel Oliveira (Veríssimo), Beneficiados, (5-1), Sem influencia no resultado
10.ª-Boavista(f), V(0-3), Hugo Miguel (Tiago Martins), Nada a assinalar
11.ª-Belenenses(c), V(2-0), Veríssimo (Luís Ferreira), Beneficiados, (0-2), (+3 pontos)
12.ª-Aves(f), E(1-1), Rui Costa (Esteves), Nada a assinalar

Jornadas anteriores:
Épocas anteriores:
2016-2017
2015-2016

Sexta-feira joga-se o clássico do 4x3x3

"Seria fantástico se os pirómanos do costume metessem uma semana de baixa e evitassem poluir o ambiente em torno do clássico...

Entramos na semana do clássico do Dragão com os três primeiros da tabela classificativa da Liga separados por apenas três pontos, o que faz com que a emoção aumente exponencialmente. Além de FC Porto e Benfica, que vão defrontar-se directamente, há que contar com o Sporting, também na corrida pelo título, a quem o resultado do embate entre dragões e águias não será indiferente.
Nos jogos disputados no último fim de semana viu-se um FC Porto com menor fulgor, enredado em dúvidas e a assinar a prestação menos bem conseguida da época; um Sporting a caminho de uma muito interessante estabilidade orgânica e com o reforço do magnífico Bryan Ruiz, que será ainda, por certo, muito útil a Jorge Jesus; e um Benfica que começou pro ganhar o jogo em dois lances de bola parada e viu as facilidades aumentarem muito quando o V. Setúbal ficou reduzido a dez elementos. Daí em diante, uma exibição moralizadora para a turma de Rui Vitória em vésperas de Dragão.
É evidente que o que espera os encarnados perto das margens do Douro não é comparável com as dificuldades que lhe chegaram do Sado. A equipa de Sérgio Conceição é sabedora do que representa este clássico e a única dúvida para os observadores externos coloca-se ao nível do desenho táctico: o FC Porto vai apostar num 4x4x2 mais ousado, ou adoptará um 4x3x3 que robusteça mais o meio-campo, quiça com Marega do lado direito?
Quanto ao Benfica, Rui Vitória não deixará de apostar na mesma equipa que iniciou a partida com os sadinos. Inclusivamente, ao lançar Bruno Varela para o jogo de ontem, deu sinais claros de que pensa utilizá-lo no Dragão onde, há um ano, pelo V. Setúbal, foi muito feliz. Assim, se não cair nenhum santo do altar, Conceição e Vitória vão jogar na próxima sexta-feira, dia da Restauração, o clássico do 4x3x3.
Falta apenas fazer votos de que, ao longo da semana, os pirómanos do costume se calem e deixem o palco aos artistas. O que tem acontecido no futebol português, a este nível, tem sido de tal forma reles e soez que não ficaria mal um pingo de decência, de urbanidade e, se não for pedir demasiado, de desportivismo. Adoro futebol, fiz a minha vida toda no futebol, mas acompanho Arrigo Sacchi: «O futebol é a coisa mais importante das coisas menos importantes».

Ás
Yannick Noah
Foi liderada pelo mítico Noah (perdeu a final do Open do Estoril em 1983 para Matts Willander) que a selecção francesa de ténis voltou a conquistar, dezasseis anos depois, a Taça Davis. As vitórias de Tsonga e Poille, nos singulares e da dupla Gasquet/Herbert, nos pares, fizeram com que a saladeira mais famosa ficasse em Lille.

Ás
Bryan Ruiz
O regresso do virtuoso internacional da Costa Rica aos relvados portugueses é uma boa notícia não só para o Sporting mas também para todos os que gostam de ver a bola tratada com carinho e saber. Um acordo recentemente assinado entre a FIFA e a FIFpro vai impedir que situações de ostracismo possam suceder.

Ás
Jonas
O avançado brasileiro integra, desde ontem, o clube de 17 futebolistas que marcaram 100 ou mais golos com a camisola do Benfica. Trata-se de um momento importante para um jogador que na presente edição da Liga em 11 jogos seguidos a marcar, um registo raro e notável. Em boa hora, para o Benfica, que o Valência o dispensou.

Onde se percebe Mo Salah através de Arrigo Sacchi
«As minhas sinceras condolências ao povo egípcio e às famílias dos mártires da mesquita El Arish»
Mohamed Salah, jogador do Liverpool
Arrigo Sacchi, autor do melhor AC Milan de sempre, disse um dia que o futebol era a coisa mais importante das coisas menos importantes. No sábado passado o egípcio Mo Salah, do Liverpool, marcou ao Chelsea e não celebrou, veio a saber-se, depois, que a omissão foi em memória das 305 vítimas de um ataque terrorista do Daesh no Sinai. Nada como não perder a perspectiva...

Peça de Museu
A lenda de Cristiano Ronaldo em Madrid ganhou um novo elemento com a inauguração de um busto, da autoria do escultor Navarro Arteaga, no museu do Real Madrid, o terceiro mais procurado da capital espanhola, atrás do Prado e do Thyssen, com um milhão de visitantes anuais, que permitem uma renda de 16 milhões de euros. Para os amantes do clássico, este novo busto funciona como um bálsamo para os sentidos, ao contrário da obra exposta no Aeroporto Cristiano Ronaldo, na Madeira, que mais parece saída de uma qualquer aventura da Marvel.

Râguebi francês de olhos em bico
Depois de uma longa série de maus resultados, o râguebi francês teve, no último sábado, em Nanterre, a cereja no topo do bolo, em forma de um empate (lisonjeiro), com o Japão. Uma grande Liga, o Top 14, que não ajuda a selecção, à imagem do que tem acontecido, no futebol, com a Premier League e os Três Leões..."

José Manuel Delgado, in A Bola

Melhor exibição da época

"Jogo foi de sentido único. Pizzi e Krovinovic jogaram e fizeram jogar o Benfica com mestria.

Primeiros minutos
1. A velocidade na circulação da bola e a pressão constante e bem alta do Benfica foi determinante para chegar cedo ao golo, embora de bola parada, que assume cada vez mais importância no futebol, algo que se repetiria de seguida pelo segundo golo, apontado por Jonas. O Vitória de Setúbal, mesmo entrando no jogo a perder, tentava ter bola desde a primeira fase, com uma saída personalizada e com critério, uma vez que a pressão do Benfica era sempre alta, o que poderia levar a equipa a jogar um futebol directo. Mas nunca abdicou da sua identidade mesmo que por vezes corresse sérios riscos no seu jogo.

Exibição sadina
2. O V. Setúbal trouxe à Luz uma lição bem estudada, com futebol positivo e apoiado, mas era em ataques rápidos que criava perigo à baliza defendida por Bruno Varela, que regressou quase dois meses depois para o Campeonato. Primeiro avisou por Bonilla, depois por Gonçalo Paciência, que apareceu na cara do guardião benfiquista. Era uma arma apontada à baliza das águias, que têm sentido muitas dificuldades em controlar a profundidade defensiva ao longo desta época. Na segunda parte o V. Setúbal sentiu muitas dificuldades em ter bola fruto da inferioridade numérica e da melhor exibição da época da equipa do Benfica.

Momentos
3. O Benfica não podia ter melhores momentos do jogo para chegar aos golos, se é que eles existem, uma vez que são sempre positivos. Mas marcar cedo trouxe confiança ao seu jogo, afastando as más exibições de um passado recente. O segundo golo do intervalo trouxe bons momentos de futebol para o Benfica, com mais triangulações e com bons momentos individuais. A expulsão de Nuno Pinto acabaria por sentenciar o jogo.

Segunda parte
4. Foi uma segunda parte de sentido único uma vez que com mais um jogador o Benfica soube gerir o jogo a seu bel-prazer. Sempre que acelerava a bola os benfiquistas criavam perigo, prevendo-se uma goleada que seguramente não estaria nos planos de turma sadina. O Vitória apareceu na segunda parte com duas linhas de quatro homens, com Gonçalo Paciência sozinho na frente, mas foi abrindo espaços nos corredores laterais onde o Benfica aparecia sempre em superioridade numérica, muito devido ao facto de os seus laterais estarem sempre muito projectados. Uma palavra final para o internacional português Pizzi e para Krovinovic: jogaram e fizeram jogar o Benfica com grande mestria."

Ricardo Chéu, in A Bola

“Tenho, digamos, uma fascinação pela arte de defender, mais do que por fazer o golo, que é o que toda a garotada quer fazer”

"- Há 14 anos, quando chegou ao Benfica, o clube jogava em casa emprestada e não ganhava um título há anos. Daqui para cá, um estádio novo, um centro de estágio e 20 títulos. Há um a.L (antes de Luisão) e um d.L (depois de Luisão) no Benfica?
- É, era tudo diferente. Eu vinha do Cruzeiro que tinha uma estrutura exemplar no Brasil e quando cheguei aqui assustei-me um pouco! Mas depois, em conversa, o presidente falou-me daquilo que era a ideia, onde queria que o Benfica chegasse e pediu-me para manter a tranquilidade e para trabalhar, porque as coisas estavam a mudar. E, logo no ano que cheguei conseguimos conquistar a Taça de Portugal, que foi importante, contra um FC Porto que tinha sido campeão da Champions. Aí retomámos a confiança e no ano seguinte ganhámos o título.

- Luís Filipe Vieira disse em tempos o Luisão era “o único sobrevivente do caos do Benfica”.
- É, é [risos]. Eu fico feliz depois de todos estes anos anos estar a ouvir isso. Mostra que apostei na pessoa certa, que confiei nas palavras de uma pessoa de uma índole ímpar e que apostou no meu futuro nessa época e hoje eu vejo que tudo valeu a pena.

- O início não foi fácil e chegou-se mesmo a falar de um regresso ao Brasil. O que foi mais complicado na adaptação?
- Eu saí do Brasil já internacional brasileiro, com um título de campeão pelo Cruzeiro e com títulos na selecção. A ideia era chegar cá com a confiança toda e afirmar-me. Mas infelizmente eu era muito novo, cheguei sozinho e as lesões que eu tive também atrapalharam. Muitas vezes eu estava a recuperar e o [Jose Antonio] Camacho dizia que eu tinha de voltar, nem que fosse um pouquinho antes porque ele queria contar comigo dentro de campo, mesmo com limitações. E isso não chega até ao torcedor, não é? Os adeptos e a imprensa cobravam de uma maneira… mas eu não estava a 100%. Isso colocou-me para baixo, porque havia muita gente a duvidar daquilo que eu podia render. Passou pela minha cabeça voltar, mas dentro do Benfica também temos o psicólogo e vamos conversando com uma pessoa ou outra. Mostraram-me que era aqui que eu tinha de vencer. Então mudei de ideias e comecei a trabalhar mais ainda. E tudo mudou.

- Começa a ser mais normal, mas antes não era muito comum ver um atleta admitir sem problemas que o apoio psicológico é importante.
- Foi importante sim. Foi um papo até informal: eu estava a sair do estádio e foi a caminho do carro. Mas com uma pequena conversa o psicólogo conseguiu mudar a minha maneira de pensar, aquela tristeza e a falta de confiança que eu tinha.

- E pode-se saber o que é que o psicólogo lhe disse na altura?
- Não, não, porque é uma coisa que fica ali entre nós. No futuro quem sabe, talvez escreva um livro e conte. Para o pessoal comprar, não é [risos]? Luisão é capitão do Benfica, onde está há 15 anos 
- O seu pai também foi futebolista. Pensava nele nessa altura mais complicada?
- Sim. O meu pai foi jogador, chegou até, como nós dizemos no Brasil, à Intermediária, que é a 2.ª divisão. Jogou na minha cidade, Amparo e tinha passado pelo Ponte Preta nas categorias de base. Foi o meu primeiro incentivador, o meu primeiro treinador. Lembro-me vagamente, tinha eu 5 anos, dele começar a dar treinos numa escolinha de futebol e no primeiro dia era só eu e ele! Não apareceu ninguém e o meu pai conta-me que eu lhe disse “vamos embora” e eu meu pai respondeu “não, vamos treinar”. Pegou numa bolinha de borracha e ele tocava para mim, eu para ele. Depois vieram mais jogadores. Até na questão de posicionamento: eu jogava de - como se diz aqui - trinco, que lá no Brasil é o volante, e quando comecei a crescer e o meu pai disse-me “acho melhor você jogar de central, que vai ter um futuro melhor”. Isso tudo eu devo ao meu pai. Desde o começo que lá em casa já tinha cobrança, tinha as coordenadas do que precisava para ser jogador. Ao longo de toda a minha carreira tentei fazer com que o meu pai sentisse orgulho de mim e ainda hoje trabalho para que ele venha aqui a Lisboa e oiça elogios.

- Normalmente, um jogador com mais de 1,90m ou é central ou é ponta de lança. Desde sempre foi jogador de tendência defensiva?
- Sempre fui defensivo. Eu tenho, digamos, uma fascinação pela arte de defender, mais do que propriamente por fazer o golo, que é o que toda a garotada quer fazer. Até hoje eu fico muito feliz com um bom posicionamento de uma defesa, por um corte sem encostar num adversário… para mim isso é fascinante.

- E o seu pai foi decisivo.
- É, ele teve a inteligência de perceber que eu ali no meio não estava a acompanhar o ritmo. E ainda por cima eu tinha bronquite quando era criança. Graças a Deus que a bronquite passou e que baixei uma etapa no campo!

- Ao Expresso, o Rúben Amorim disse que o Luisão era um dos jogadores mais inteligentes com quem tinha jogado, exactamente porque, não sendo um jogador rápido, ganha no posicionamento.
- Vindo do Rúben fico feliz, porque era um jogador que cumpria bem a sua tarefa dentro de campo. E isso é sinal de que ele era muito inteligente também. A questão de ser rápido ou não… o rápido está na maneira de você pensar e de reagir. Quem é rápido? É aquele que já está bem posicionado ou aquele que está mal posicionado e que depois tem que fazer um sprint de não sei quantos metros para recuperar uma jogada? Na minha opinião, é aquele que tacticamente está bem posicionado. E isso é o que eu procurei fazer ao longo da minha carreira: procurei entender o futebol de uma maneira mais táctica, para que o meu rendimento crescesse.

- Com tantos fundamentos defensivos, já é o Luisão que treina a defesa do Benfica?
- Dou o meu pequeno contributo [risos]! Temos jogadores muito inteligentes no plantel em termos defensivos e aquilo que eu aprendi tento passar para os outros.

- E que treinadores foram mais importantes nessa aprendizagem?
- Costumo destacar o Quique [Flores], que quando chegou trouxe algumas ideias mais evoluídas para o posicionamento da defesa. E depois o treinador com quem estive mais tempo, o Jorge Jesus, que foi o treinador que chegou no momento certo para a minha carreira, para crescer como jogador. E isso eu não escondo de ninguém, porque foi um treinador que me ajudou muito nessa questão do posicionamento, aprendi muito com ele. Naquela altura nós jogávamos até de uma forma até arriscada, em que você tem de ser muito inteligente para conseguir acompanhar. Jorge Jesus foi treinador de Luisão no Benfica entre 2009/10 e 2014/15.
- Rui Vitória trouxe alguma coisa de novo nesse aspecto?
- Trouxe muita coisa nova e por isso é que temos ganho títulos. Trabalhamos muito no dia a dia a visão do Rui. Ele sabe gerir bem o dia a dia.

- Essa é a grande qualidade de Rui Vitória?
- Entre muitas. Hoje em dia toda a gente estuda a táctica, o jogo em si, mas também temos de entender que passamos muitos dias juntos e por isso é preciso ser um bom gestor.

- E o Luisão, vê-se como treinador um dia?
- A nossa vida no futebol é tão dinâmica, a cobrança e o desgaste são tão grandes que nem dá tempo para programar e pensar naquilo que eu quero fazer. Não parei ainda, não dá tempo!

- O Luisão está com 36 anos, continua a ser titular, num ritmo intenso. Que cuidados tem agora com o físico que se calhar não tinha aos 25?
- Eu devo agradecer porque tenho 36 anos e, salvo erro, sou o jogador mais utilizado da época no Benfica. O torcedor muitas vezes olha só para os 90 minutos, para o produto final. Mas nós jogadores, para a carreira ser longa, temos todo um trabalho que passa por chegar às 7h30 ao clube, de fazer prevenção, treinar, fazer uma boa recuperação, ir para casa, descansar, ter uma boa alimentação. Para um jogador manter um alto nível durante muitos anos é importante tudo o que está para lá dos 90 minutos. Nos 90 minutos é onde a gente desfruta, fora disso é onde a gente realmente trabalha. Há um ou dos anos tive uma conversa com a minha esposa em que definimos isso: para eu estar sempre num bom nível, ia haver dias em que não podíamos jantar ou almoçar porque eu tinha de ter uma alimentação e uma recuperação melhores.

- Às vezes não tem daqueles acessos de raiva do género “eu sei que tenho de me cuidar, mas apetecia-me mesmo era comer um hambúrguer”?
- Tenho, tenho [risos]! Mas tenho que deixar para as férias. O jogador é um ser humano também, gosta das coisas que toda a gente gosta. Tem é de escolher o momento certo para desfrutar.

- Fez parte de muitas duplas de centrais nestes 14 anos de Benfica. Com que jogador se entendeu melhor?
- Todos os jogadores com quem fiz dupla são de nível mundial. Mas a posição de central depende muito da cumplicidade e se tiver se escolher um é o Garay. A certa altura entendiamo-nos só pela maneira de olhar.
- Neste momento joga ao lado de um jovem. Qual é o potencial do Ruben Dias?
- Acho que o Ruben reflecte muito bem aquilo que é a formação do Benfica, que passa por colocar jogadores com grande maturidade no plantel principal. Hoje em dia, um jogador que vem da formação já tem um perfil de liderança, de qualidade e de conhecimento o clube, a tão falada mística. 

- E nestes 14 anos qual foi o jogador que mais o impressionou?
- O Saviola. Não é à toa que ele jogou no Real e no Barça. É um jogador que estava sempre livre na hora de receber a bola, um pouco como o Jonas hoje. Para nós defesas é muito difícil marcar um jogador assim inteligente.

- Sendo o Luisão o jogador com mais anos de Benfica no plantel, há algum ritual ou praxe para receber os novos jogadores?
- Cada um tem que falar depois do jantar e cantar. Mas a parte de cantar estamos a tentar cortar porque cantam todos muito mal! Isto fora as brincadeiras que fazemos no dia a dia para enturmar. Porque o ambiente no balneário tem de ser descontraído, de amizade.

- Casos como os dos e-mail ou os bate-bocas entre os presidentes dos três grandes, esse tipo de episódios afectam um jogador?
- Nós ficamos a saber desses episódios pelo que sai nos jornais. Quando entramos no centro de estágio o nosso foco é só o futebol, mas Portugal é um país pequeno e se vais na rua ouves comentários. Eu procuro não dar muita atenção, no casos dos e-mails por exemplo: eu confio muito no nosso presidente assim que não valorizo muito.

- Como capitão tem tentado serenar a equipa face a esse tipo de episódios?
- O nosso ambiente é muito tranquilo e por isso não tenho de fazer isso. Se fosse um ambiente conturbado teria que fazer essa função, mas de facto não posso dizer que o estou a fazer porque aqui dentro o foco é muito grande. Luisão tem 36 anos e, quando acabar a carreira, vai continuar a viver em Portugal.
- E o vídeoárbitro, como é que em campo um jogador gere aquela incerteza?
- Tivemos a primeira experiência na final da Taça de Portugal e na altura tivemos aqui no Benfica uma conversa, em que nos explicaram como funcionava a tecnologia. Mas dentro de campo o foco continua a ser só o futebol porque o campeonato português tem árbitros muito inteligentes. Agora têm mais este auxílio, mas é uma novidade para eles e.acho que temos de ter um pouquinho de paciência porque estamos ainda em testes, é o primeiro ano.

- Concorda que estas tecnologias cheguem ao futebol?
- Estamos em 2017, não tem como não concordar com as tecnologias que chegam. Senão vamos ficar para trás.

- Há alguma coisa que tenha deixado de fazer por causa do futebol e que vai querer fazer quando deixar os relvados?
- Ah, muitas coisas! E eu pego mesmo na questão da família. Há muitas coisas que eu quero fazer com as minhas filhas que agora não faço: acompanhar o crescimento, curtir o fim de semana com elas, por exemplo. Acho que são esses momentos mais puros. E estar com o meu pai e a minha mãe, porque já vivo longe deles há muitos anos. Talvez agora em Janeiro eles venham morar para Portugal. Para desfrutarem, agora que já estão na idade disso.

- Vai ficar cá a morar depois de acabar a carreira?
- Sim, isso já está definido. Porque há uma ligação muito grande com Portugal, que me acolheu muito bem, e com o Benfica. Então tenho que ficar próximo. As minhas filhas adoram estar cá, a nossa família está muito bem cá. Na rua recebemos um carinho muito grande e de todos, de benfiquistas, de não benfiquistas.

- A ideia é ficar ligado ao Benfica?
- Ainda não sei, mas um adepto a mais o Benfica vai ganhar, de certeza!

- E depois de 14 anos cá, o sotaque não lhe foge já para o português de Portugal?
- O meu é difícil! Nem sei porquê, não apanhei o sotaque. Mas as minhas filhas sim, o sotaque é português. Há palavras que até tenho de lhes perguntar o que significa. E elas também, nós dizemos algo em português do Brasil e elas muitas vezes perguntam o que quer dizer."

Pizzi apareceu e as águias voaram alto

"O ressurgimento do Pizzi da época passada foi determinante para a goleada?
Absolutamente. É cada vez mais evidente que a qualidade das prestações do criativo mexe com o desempenho colectivo. Quando Pizzi joga e faz jogar, todo o futebol do Benfica se transfigura, para melhor. Pelo contrário, quando não consegue assumir a batuta... a formação de Rui Vitória fica muito debilitada. Ontem, Pizzi regressou às exibições de ‘encher o olho’ e a equipa fez o mesmo.

Até quando Jonas vai continuar a marcar em jogos consecutivos da Liga?
Ninguém sabe! O que todos já viram é que o brasileiro parece cada vez mais confiante. Não é fácil marcar em dez partidas consecutivas – do campeonato, de outra prova ou entre as várias competições –, nem revelar esta frescura, apesar da sequência de jogos e da idade. Certo é que enquanto Jonas facturar... o Benfica vai sonhar.

Bruno Varela recuperou o estatuto de titular?
Só Rui Vitória poderá responder de forma conclusiva. Há uns dias parecia que Svilar era dono e senhor da baliza encarnada e que Varela estava destinado a tentar a sorte noutras paragens. Agora, a questão não é tão linear.

Vitória acertou em dar minutos a Cervi e Zivkovic?
Sem dúvida. O argentino tem estado bem nos últimos jogos e já ‘reclamara’ mais utilização. Quanto ao jovem sérvio, a surpresa foi a forma como deixou de ser opção de um momento para o outro."

O problema dos árbitros será eterno

"O amuo anunciado mas jamais seguido por actos dos senhores árbitros era só o que faltava na balbúrdia em que tombou o futebol português, perante a passividade de Federação, Liga e Governo, que não sabem o que fazer por um simples motivo: podem fazer pouca coisa.
Os próprios clubes grandes, para os quais a luta é de milhões – e quase de vida ou morte para aqueles que alimentam –, há muito largaram a velha estratégia da influência na comunicação social e partiram para outro terreno. Dantes, com algum esforço e enfrentando resistências, distorcia-se o sentido do escrito, alegavam-se ofensas, fingiam-se ressentimentos e ameaçavam-se os jornais com boicotes no acesso às notícias, aos treinos e aos jogadores, na tentativa de controlar a opinião publicada. Sem excessivos motivos para me armar em vítima – só aceitei o que entendi ser bom para os leitores, nunca tive donos e sem donos morrerei – sei o que estou a dizer. E não era assim o futebol, era assim a vida.
Acontece que a vida mudou. A multiplicação de painéis de comentadores televisivos não só deu uma oportunidade de glória a alguns cartilheiros e furiosos dramáticos, como levou as suas opiniões a atingirem – e tantas vezes a agredirem – o adepto comum, antes tão descansado a ver os golos da jornada e a discutir, em cafés e tabernas, se foi ou não foi penálti.
E ao mesmo tempo que a televisão tomava conta do futebol em tudo o que pudesse ter interesse para o telespectador, desenvolvia-se na internet e pairava nas redes sociais um fantasma sem nome e sem rosto, que de aparições pueris e até divertidas se transformou no monstro caceteiro que hoje conhecemos. E o que era, primeiro, território de iluminados na velha imprensa e, depois, de gente bem falante no pequeno ecrã, passou a ser palmilhado por milhões de opinantes anónimos, dispostos a fazer-se ler e ouvir ainda que para isso se torne necessário utilizar pósverdades, impropérios, calúnias e ameaças – e quanto mais selvagens melhor.
Ora, é esta horda de destrambelhados, que nunca parará de se infiltrar nas conversas e nos "posts" dos adeptos civilizados nas comunidades virtuais – tal como os desordeiros jamais deixarão de ter acesso aos estádios –, que incomoda e continuará a incomodar os árbitros. Pelo que a estes restam duas soluções: seguirem em frente e ignorarem os insultos ou dedicarem-se à pesca. Se pensam existir no futebol, no País ou no Mundo, força que consiga travar os abusos de liberdade de expressão na internet, como nas bancadas ou nas ruas, estão enganados.
Enquanto houver futebol, com VAR ou sem VAR, os árbitros continuarão a errar, involuntariamente a esmagadora maioria, e a ser criticados, condicionados e ameaçados. Sempre assim foi e será, e nem devem estranhar porque – e repito-me a citar José Maria Pedroto – se foram para árbitros é porque não batem bem da cabeça."

As obrigações de Rui Vitória

"A Rui Vitória cabe-lhe agora o compromisso e a obrigação de converter o mal em bem. A sua actual disposição – "há um caminho para a frente e vamos à procura de ganhar as competições internas" – não é mais do que um grito de esperança para uma equipa que, por agora, se encontra afectada. O que é preocupante é que o Benfica não deixa perceber por onde é que poderá reerguer-se para serenar o descontentamento que se torna cada vez menos suportável. Nem o colectivo, nem as individualidades, nem os jovens e nem os veteranos, ninguém tem estado, de facto, à altura das suas responsabilidades.
Rui Vitória sabe que as exibições do Benfica estão a provocar muito ruído, sabe que o Benfica tem jogado pouco, o que é de todo aflitivo, e sabe ainda que se torna indispensável uma pronta aceleração psicológica, ainda para mais num grupo de jogadores que estão cada vez mais com a cabeça à roda. Depois, fica a impressão de que Rui Vitória não está assim tão seguro de que vencerá esta depressão, mas também sabe, como todos bem sabemos, que a sua equipa é inferior à da última época.
É em cima deste carrossel que anda a alta velocidade, para cima e para baixo, sempre à roda, que Rui Vitória procura o difícil equilíbrio, que Rui Vitória procura dar um murro na mesa, que Rui Vitória procura um golpe de magia, numa semana em que a visita ao Estádio Dragão pode mudar tudo ou tudo agravar e sem mais reacção possível. Um perigo de tempestade ao qual Luís Filipe Vieira não pode ficar indiferente, como é compreensível."

Benfas, polvos e leões

"Isto só lá vai quando tornarmos a gostar de ver jogar bem e com muitos golos

Aprendi a gostar de futebol quando a televisão nasceu. Era um acontecimento, na minha vila, a emissão de jogos importantes. E se o meu avô António fez de mim sportinguista, também me ensinou que no desporto não há inimigos. Só adversários.
Onde só uma coisa é importante: ver jogar bem e com muitos golos. Essa lição acompanhou-me durante 50 anos. Emocionei-me com golos do Eusébio (de quem me haveria de tornar amigo), com a fome de baliza de Yazalde, com a maestria de Madjer.
Embora sportinguista, dei por mim muitas vezes rendido às superiores exibições do Benfica ou do FC Porto. Chorei em 1966 quando não chegámos à final do Mundial. Vibrei como um puto quando conseguimos ser campeões europeus.
Tenho respeito reverencial pelos talentos de Ronaldo e de Messi. E não esqueço as espectaculares defesas de Damas e de Yashin. Nem a capacidade de transformar o futebol em arte do Brasil de Pelé, Rivelino, Tostão e Jairzinho.
Ver jogar bem e com muitos golos, o verdadeiro sal do futebol. As vedetas estão em campo e, citando um antigo presidente do Benfica, Fernando Martins, para dar o litro.
Não percebo como foi possível expropriar esse espectáculo aos relvados, transformando-se num espectáculo tenebroso, com maus actores, que vivem e se alimentam das grandes vedetas, verdadeiros rufias, sem escrúpulos, sem um pingo de moral, que fez de um jogo magnífico uma verdadeira guerra de bandos de malfeitores, decadentes, sujos, profissionais abjectos da porcaria mais nojenta.
E-mails, suspeitas forçadas, mentiras organizadas, deixaram o jogo ao Deus dará, para nos darem espectáculos de mediocridade que envergonham qualquer ser humano com um pingo de decência. 
Chegámos a este ponto rasca e ordinário. Tenho para mim que isto só lá vai quando tornarmos a gostar de ver jogar bem e com muitos golos.
Os novos bárbaros não têm assento em torno de um jogo tão magnífico."

Futebol, arbitragem e repetentes de ditadura

"1. Futebol e Arbitragem, que tempos estes!
O futebol atravessa um momento conturbado onde, de forma galopante, o crescimento do factor negócio atinge dimensões poderosas que pulverizam tudo o que não for lucro.
Os protagonistas, os guardadores do talento (aqueles que dentro das quatro linhas inventam e criam a magia do jogo) são desvalorizados por um futebol não jogado mas falado, com “obscenidades” tácticas e linguísticas, dos novos “artistas” e novas “equipas” que não conseguindo dominar a bola rematam palavras e frases enviusadas, de sentido único porque incapazes de alternativa à trivela. 
Fazedores de opinião, pois os golos carecem de outra sabedoria, procuram impor novilíngua para se tentarem afirmar como casta pseudo infalível.
Os desaparecidos “Donos da Bola” regressaram para integrar equipa reforçada, com novos investidores: os Donos de Tudo.
Excluídos, procuram, como vírus acordado depois de hibernação prolongada, uma aparição surpreendente e, quem sabe, dominadora.
Para isso, usam a habitual estratégia dos que preferem não pensar: destruir tudo para edificar de novo de maneira mais favorável.
Presidentes de clubes, treinadores e jogadores, porque actuam em equipa, são adversários mais complexos.
Árbitros porque mais isolados, surgem como universo mais apetecível para alastrar estratégia conveniente.
O caos que favorece todo o tipo de alienação é a primeira fase a instalar.
É imprescindível salvaguardar a dificuldade do trabalho dos árbitros, bem como reconhecer o desempenho de funções complicadas, em condições sempre adversas. O árbitro é o elemento do jogo de futebol que mais tempo dedica à sua formação e ainda o que faz uma análise criteriosa das suas prestações com a colaboração de especialistas.
Quem conhece as exigências que se colocam ao juiz de um jogo de futebol, pode identificar uma ou outra falha (como a todos os elementos de um jogo), mas não deve sistematicamente, de ânimo leve, reforçar teorias da conspiração… se as houver, há mecanismos e instituições para as erradicar.
Sem árbitros não há jogos.
Eles organizam a espontânea instabilidade que a bola cria, numa partida imprevisível, com sentido e com critérios. São imprescindíveis.
Lamento que, nas primeiras fases do percurso de um árbitro, sejam tantas as dificuldades, tantas as carências que acabem por ditar o seu afastamento… há, inclusivamente, diversos riscos de segurança.
Contrariando vozes de colunistas afamados, conheci muitos jovens que confessavam gostar de ser árbitros, alguns com muito talento, mas fruto das realidades e da ancestral falta de apoio, abandonaram onde poderiam ter atingido níveis de excelência.
Tal e qual como nos jovens jogadores, quando o “scouting” se reporta a um universo reduzido, as probabilidades de detectar talento é muito mais reduzida.
Talvez resida aí um primeiro e importante problema por resolver.
Como em qualquer pirâmide que se quer estável, a arbitragem precisa de se afirmar à sociedade com uma imagem de serena competência, de inquestionável dignidade.
Sem claques ou grupos de adeptos não organizados, têm de ser reconhecidos por todos como imprescindíveis e de confiança.
O erro é uma inevitabilidade da humanidade mas é também pela aprendizagem que o erro permite o reforço das competências e limita as margens de falhar.
As instituições que os representam não podem revelar incapacidades, egocentrismos, precipitações, parcialidades, estranhas cumplicidades ou afirmações disformes. É necessário valorizar uma imagem que se deve destacar pela razão e pela competência.
Antes de falar, pensar o que dizer e o que poderá causar à arbitragem.
Aí se colocam as eleições/escolhas dos seus representantes de classe.
Comportamento adequado, sem “aproximações ou desvios” a clubes ou correntes de opiniões, imparcialidade, reflexão séria e ponderada, antes de anúncios precipitados que se revelam, posteriormente, desastres comunicacionais. Os árbitros nunca podem estar contra ninguém.
Têm o direito e o dever de pedir, nas devidas instâncias, eventuais responsabilidades a quem os caluniar ou pressionar indevidamente.
Processos claros, transparentes, sem ocultações mas antes com divulgação imediata de problemas surgidos (até a nível de tecnologias) é uma forma de se destacarem na paisagem pela sensatez, pelo rigor e nunca como “falsas virgens ofendidas” ou corporativismos caducos, completamente fora de prazo.
Sem dependências, com liberdade, os árbitros devem ser um dos vértices da estruturação do futebol que podemos ter, contribuindo para o elevar, incluindo internacionalmente… Mas também podem causar o inverso.
Identificar pequenos problemas, como por exemplo: penalizar com cartão jogador que sai para ser substituído com calma exagerada quando se pode contabilizar o tempo e acrescentar ao tempo de compensação – ou até substituições sem paragem do jogo –, castigar de igual forma quem tira a camisola para festejar um golo e quem tem entrada muito dura… são apenas algumas situações muito simples (apresentadas publicamente por amigos meus e que deveriam seguir para a International Football Association Board - IFAB).
Prever e prevenir são capacidades que se exigem que os árbitros dominem com mestria.
Portugal, com mudanças sucessivas, possui alguns excelentes árbitros, possui jovens jogadores e muitos treinadores talentosos, mas faltam condições para estabilizarmos nos mais elevados patamares internacionais (a Selecção Nacional é um bom exemplo a ser seguido noutros domínios):
- Competência para organizar e gerir eficientemente as estruturas do nosso futebol, de forma sistemática, adequada, mobilizadora e inclusiva, em permanentes diálogos para intervenções consensuais e globais… Pensar futebol, sempre.
Em Inglaterra, criou-se recentemente uma comissão com 3 elementos (ex-árbitro, ex-jogador, ex-treinador) para observarem vídeos dos jogos, onde se identifica quem simulou faltas para que na jornada seguinte esse jogador seja penalizado e impedido de jogar próximo desafio. Este é um bom exemplo porquanto procura interferir em aspectos essenciais da verdade do jogo e já com resultados efectivos.
Em relação ao VAR e à sua aplicação nos 7 países (outros se seguirão) que o adoptaram teria sido preferível definir critérios muito mais precisos, mais tempo de experiência, colocar somente ex-árbitros como VAR após formação mais alargada, uniformizar condições técnicas para todos os jogos e só depois de testar devidamente se poderia generalizar ou abandonar.
Destaque-se que o Presidente da UEFA, recentemente, voltou a manifestar a sua oposição à utilização neste Mundial da Rússia que se avizinha, caso a IFAB decida favoravelmente a presença do VAR.
O sistema nasceu imperfeito e mesmo com vantagens significativas, continua a revelar defeitos inadmissíveis por falhas de intervenção humana: a maioria de resultados acertados nunca pode justificar erros, mesmo que em menor número…

2. Sementes de ditadura.
Ao analisar as funções e dificuldades dos árbitros fomos surpreendidos por uma notícia impensável: os árbitros ameaçaram parar se não houver silêncio nas críticas que lhes fazem.
Perplexos, julgávamos ter acordado noutro tempo longínquo, de ditadura feroz, persecutória e com lápis azul.
Por momentos, ficamos atónitos, reflectindo com incredulidade sobre que acabáramos de ler.
A memória viajou para épocas já resolvidas mas também para páginas do livro 1984, de George Orwell, bem como para outras paragens, de graves controvérsias, como Coreia do Norte…
Como afirmou Rob Riemem (O Eterno Retorno do Fascismo) há elementos visíveis de tentativas de regresso a passado trágico que sinceramente, só pensávamos como discussão académica… Afinal é preocupante.
Segundo notícias de jornais, houve uma reunião na APAF, com a presença do Presidente do Conselho de Arbitragem da FPF e com diversos árbitros.
Foi divulgado, como ameaça (?) que se num prazo de 20 dias surgirem críticas, insinuações “sobre a honorabilidade” dos árbitros, será aplicado um boicote aos jogos da Liga.
Lemos, relemos e ficamos espantados!
Por momentos, pensamos ser uma provocação jornalística, uma abusiva interpretação dos factos para chamar a atenção de qualquer campanha publicitária, ou ainda uma ironia com base no modelo de Kim Jong-Un.
Essa comunicação foi mais longe e procurou categorizar o universo de presumíveis autores não permitidos, bem como impor abstenções de linguagem constantes de uma lista/index de interdição vocabular… ignorância de quem desconheceu ou desvalorizou os efeitos perversos da censura, da ditadura e das torturas.
Lamentável presunção, santa ignorância.
Sem dúvida que as pessoas devem, dentro do possível, tentar manter o controlo verbal, evitar o insulto soez, mesmo sendo o futebol um espaço mítico de emoção… Contudo, as paixões são sempre outra dimensão.
A reacção momentânea e virulenta, não sendo agradável, surge como espontânea em função do futebol ser também um altifalante simbólico da sociedade, logo um espaço de libertação total, ocasional, esporádica.
Desagradável para os visados mas sempre com possibilidade de recurso para as devidas instâncias quando sintam a honorabilidade ferida, como direito de todos os cidadãos.
Assim se funciona em democracia e em legalidade.
Criar espaços fora da “legitimidade social”, têm sido vontades de “pequenos ditadores”, ingénuos e impreparados, que se presumem como grupo “especial”.
A eventual criação de gabinete jurídico, tipo Big Brother, para analisar todas as declarações públicas que entendam penalizar as imagens dos árbitros, para responsabilizar “civil e criminalmente” quem colocar em causa o bom nome do agente da arbitragem traz à memória, a todos os cidadãos com certa idade, os dramáticos tribunais especiais…
E se começassem por instaurar regras e códigos de conduta com rigor e se penalizassem e investigassem quem desprestigia a classe dos árbitros, os dirigentes que tomam atitudes dúbias, os que se deixam envolver em práticas consideradas pouco recomendáveis (a acreditar nas notícias publicadas)?
Ou seja, e se o rigor começasse por dentro e com transparência não seria a melhor forma de acabar com insultos generalizados?
Não seria mais benéfico divulgar exemplos positivos?
Aos intervenientes no universo da arbitragem exige-se também capacidade para saber manter equidistâncias, liberdade e independência.
Uma arbitragem personalizada, assente na responsabilidade, na competência, no rigor, é imprescindível ao futebol ajudando-o a manter-se livre de influências de qualquer tutela abusiva… mas sempre integrando o universo da FPF/Liga e nunca como órgão à margem.
Os representantes da classe se imparciais, tranquilos, falando com serenidade e com a clareza de quem sabe o que diz, sem se deixarem envolver em afinidades ou eventuais ofertas, serão muito importantes para garantir um bom serviço ao futebol, que precisa de independência, de quem o pense no caminho do rigor, da verdade, mesmo sabendo que, como humanos, surgirão sempre falhas naturais, em todos os agentes desportivos, do jogador ao treinador, do dirigente ao árbitro…
Tenho vários amigos árbitros com os quais gosto de aprender, aos quais reconheço muita competência, trabalho exaustivo e dedicação.
Por esses e pelos muitos que não conheço e que se dedicam diariamente com total entrega, lamento que possamos ficar fora do quadro de árbitros do próximo mundial na Rússia… Alguém não terá feito seu trabalho devidamente!
Uma arbitragem sem donos nem “amigos da onça”, com dimensão humana, técnica e cultural para compreender a envolvência do jogo, com juízes bem preparados para gerir uma manifestação tão intensa como um jogo, fazem falta e são muito necessários.
Mas também se torna imprescindível uma imagem de seriedade, de uma vida sem “elevadores” (daqueles de que Goethe pode servir como analogia com o seu Fausto) pois será um passo decisivo para um futebol renovado, original e fantástico.
Recorda-se que tudo ganhou maior foco após a publicação de artigo sobre o “clima de ódio” que, inclusivamente, levou o Presidente da FPF à Assembleia da República.
Lamenta-se que em vez de terem surgido planos e indicações pragmáticas para melhoramento urgente, a situação se agrave diariamente, mesmo com competições paradas!
Pensar antes de agir é uma estratégia que pode ser muito útil para todos e que evita desperdícios desmoralizantes.
Que dirão os políticos, permanentemente visados (em muitos casos, infelizmente com razão), quando publicações e reportagens televisivas os ridicularizam, com base nas suas contradições, afirmações, desmentidos e imparáveis suspeições?
Imaginemos que também começam a criar códigos de silêncio e boicotes?
Deixem as “orquestras” funcionar, ajudem-nas a manter maestros e músicos competentes e criem condições para novas inspirações.
Grave, muito grave, foram as tragédias dos incêndios assassinos e as inúmeras impunidades que se vão diluindo sem que façamos boicotes importantes…
Finalmente, e sempre limitada por constantes pormenores técnicos, seria útil uma atenta vigilância e ação sobre tantos sinais exteriores de riqueza, sempre por investigar…
Como dizia o meu saudoso pai: Tenham vergonha na cara!"


PS: Eu acrescentaria: para um defensor do Pintinho e do seu 'regime', um negacionista (ou desvalorizador... vai dar ao mesmo) do Apito Dourado, consócio do Insolvente, é preciso mesmo não ter vergonha na cara para escrever um artigo deste tipo, nesta altura...

Cadomblé do Vata

"1. Já tinha saudades de ver um jogo sem ser acometido por arritmias cardíacas... como sei que isto não acontece muita vez, preferi que o meu coração não se desabituasse ao sofrimento e por isso, vi a 2.ª parte agarrado a duas tostas de presunto com queijo flamengo, regadas a molho de cervejeira.
2. O lampionissimo Diogo de Marrazes dizia-me ontem "epah, já escrevias qualquer coisa sobre os cantos do Pizzi"... como respeito muito as sugestões dos meus leitores, cá vai: o canto do Pizzi, é uma assistência para o golo 100 do Jonas".
3. Simão, Di Maria, Gaitan, Guedes, Krovinovic... se o Eusébio já foi o maior da História com o número 10 nas costas, imaginem se tem vestido a camisola 20 do Glorioso.
4. Desde que me conheço, que a família Águas é a minha preferida no futebol, mas começo a nutrir sentimentos altamente carinhosos pelos filhos do Sr. e da Sra.Figueiredo... nos últimos 4 jogos contra os manos Cristiano e Tobias, o SLB facturou a módica quantia de 16 golos.
5. Jonas está perto de bater o recorde de jornadas consecutivas a marcar e já soma 101 golos pelo Glorioso em apenas 3 épocas e um terço... se tem chegado 2 ou 3 anos mais cedo, éramos bem capazes de ter que arranjar espaço ao lado da estátua do Rei, para lá enfiarmos um bloco de bronze com as feições do Pistolas."

Então, o que andaram a fazer Luka Modric (sim), Pizzane e aquele instrutor de crossfit irritante? (...)

"Bruno Varela
Não tem o instinto matador de Svilar, mas cumpriu rigorosamente no capítulo de não sofrer golos. Já perto do final, a realização d BTV filmou o miúdo no banco de suplentes, visivelmente desapontado com a aparente estabilidade emocional exibida pelo seu colega.

André Almeida
Nunca pensei vir a dizer isto, mas às tantas mudei de canal para espreitar o Valência-Barcelona e não tive saudades do Nélson Semedo. Culpa do Gonçalo Guedes, é certo, mas também de André Almeida, autor de uma excelente exibição com direito a triangulações inteligentes, um golo de raça, várias tentativas de marcar, e algumas acções defensivas bem conseguidas. Resta-lhe continuar a trabalhar durante a semana para ser opção do mister e assim fazer o mesmo ao Brahimi.

Luisão
Que dia! Que noite! Acordámos com a melhor entrevista de um benfiquista nos últimos tempos, em exclusivo para o Expresso. Poucas horas depois, vimos o mesmo protagonista inaugurar o marcador na Luz. Qualquer um de nós no seu lugar teria picado o ponto e seguido metaforicamente para casa, mas não o capitão. O recital de posicionamento que Luisão deu esta noite mais não é do que a sua ideia de diversão. Há quem goste de marcar golos, explica ele, e há quem goste de os evitar. E depois há Luisão, que de vez em quando nos recorda ser capaz de fazer as duas coisas. Enorme.

Jardel
Uma assistência para golo e um regresso sereno à simplicidade de processos que nos tem dado vários títulos e momentos de alívio nos últimos anos. Se continuar assim não precisa de voltar a partir a cabeça para nos provar o quanto isto é importante para si.

Grimaldo
Uma finta sua aos 46’ terá deslocado a anca ao adversário. Tivemos apenas uma hora porque Rui Vitória quis poupá-lo para o jogo da próxima sexta no Dragão, mas foi uma hora rasgadinha. O futebol de Grimaldo é determinante porque exige aos colegas que se mexam, que façam mais e melhor, que abram alas para ele e para outros. Grimaldo é como um instrutor de crossfit irritante - ou seja, todos - só que mais baixinho e franzino.

Fejsa
Aliou o poderio físico à incapacidade de complicar. Quando assim é, Ljubomir Fejsa torna-se uma autêntica parede. Só lhe falta uma intervenção do Vhils para valorizar ainda mais. Luka Modric O que é que foi? Sim, leram bem. Se os portistas podem ver um penalty indiscutível naquele lance do Danilo, eu também posso ver o que bem entender. Olhem que no caso do Krovinovic estamos muito mais próximos da verdade.

Pizzi
Voltou a abrir o livro, o que é muito diferente de voltar a abrir um livro. Tratando-se de Zinedine Pizzane, todos preferimos o futebol à literacia. Nada como um Vitória em inferioridade numérica para animar as hostes, mas a verdade é que Pizzi voltou a encontrar espaço, inspiração, talvez até vontade, em zonas do terreno onde ultimamente tem procurado essencialmente não tropeçar em si mesmo. Aqueles movimentos de ruptura em combinação com colegas no último terço vão deixar o Danilo à beira de um ataque de nervos.

Cervi
Ainda o jogo não terminara e já o Grimaldo fora vendido. É fácil perceber porquê. Por um lado, porque devemos dinheiro a alguém. Devemos sempre dinheiro a alguém. Não interessa quem. Por outro, o miúdo Cervi costuma apresentar uma disciplina tática acima da média. Talvez seja de insistir nisto, a não ser que o Douglas regresse à titularidade e André Almeida passe para a esquerda. Nunca subestimem Rui Vitória.

Salvio
Finalizou tranquilamente um dos melhores movimentos colectivos da época. Continua a dar aos adeptos que o odeiam amplas oportunidades para se penitenciarem. Por este andar nós vamos de joelhos até Fátima.

Jonas
É o segundo jogador do Benfica a marcar em 10 jogos consecutivos na Liga, atrás de Julinho, que marcou em 12 jogos consecutivos. Jonas lá terá de marcar no Dragão para continuar a fazer história, ainda mais do que já faz - mesmo quando não marca. Enfim. Podíamos falar sobre o facto de o seu centésimo e centésimo primeiro golos ao serviço do clube ocuparem, respectivamente, o septuagésimo nono e o octogésimo terceiro no ranking de melhores golos marcados por Jonas, mas esta frase já vai longa. Samaris Entrou bem, o que é extraordinário.

Zivkovic
Entrou a tempo de ser um dos melhores em campo. Marcou, deu mais profundidade ao jogo pela esquerda, fez o que quis dos adversários e mostrou raça suficiente para um desferir uns bons left hooks ao Ricardo já na 6ª feira.

Seferovic
Precisa de uma daquelas ensaboadelas de auto-ajuda:
joga como se ninguém estivesse a ver,
desmarca-te como se nunca fosses apanhado em fora de jogo,
chuta como se o guarda-redes adversário fosse o Varela
celebra como se tivesses ganho ao Praiense."

Um Azar do Kralj, in Tribuna Expresso

Vermelhão: ganhar confiança...

Benfica 6 - 0 Setúbal


Estávamos a precisar de um jogo deste tipo! Nós os adeptos, e os jogadores...
Hoje, durante a 1.ª parte, foi notória a falta de confiança resultante dos resultados e das exibições menos conseguidas: nas 'triangulações' (principalmente nas laterais), sempre que havia a opção de um passe arriscado ou de um passe seguro, a opção era o passe seguro, quase sempre para trás...; sempre que um jogador tinha a opção de fazer uma desmarcação para a frente, optava por recuar, para dar uma linha de passe mais segura...!!!
É verdade que no 2.º tempo, jogámos contra 10, havia mais espaço, mas com o avolumar do resultado, os jogadores 'soltaram-se' e começaram a fazer os passes mais arriscados, os passes que o ano passado fazíamos em todos os jogos, as combinações pelo meio, com o Jonas... e as desmarcações na 'linha' em velocidade para a frente...!!!
Parte dos nossos problemas, está ligado à falta de confiança... Não é só a falta de confiança (a dificuldade em recuperar - ou travar - os ataques rápidos dos adversários é outro problema), mas nota-se que os jogadores estão com um demasiado receio...
O Setúbal até entrou a pressionar alto, com muita vontade, e bem posicionados, com o Benfica a não conseguir superioridades numéricas... e talvez por isso os golos no 1.º tempo apareceram de 'bola parada'!!! Curiosamente, as 'bolas paradas' ofensivas até têm sido mal 'aproveitadas' esta época, mas hoje até podíamos ter marcado mais, com destaque para o Jardel...
O Varela foi praticamente um espectador, mas o Setúbal até tentou quase sempre sair a 'jogar' com a bola no 'pé', mas nunca conseguiu aproximar-se com perigo... mesmo com 11 para 11 !!!

Com a expulsão e o 3-0 no arranque da 2.ª parte, o jogo 'acabou', até ao fim tivemos um treino de circulação de bola ofensiva... marcámos mais três, mas podíamos ter marcado muito mais...
Só perto do final o Rui Vitória meteu o Seferovic, e voltámos a jogar com 2 avançados!!! Um jogo destes, era para jogar em 442 desde início!!! Mas acredito que pelo menos até ao jogo com o Sporting (se calhar até ao Braga-Benfica), vamos jogar sempre 433... Depois, sem Europa, vamos ter mais de 2 meses, a defrontar adversários de grau de dificuldade mais baixo, e talvez a formula habitual volte... Até lá, parece que será o 433 sempre!!!
A surpresa da noite para mim, foi a titularidade do Varela, com o Svilar recuperado! E assim, muito provavelmente será o Varela que vai jogar no antro dos Corruptos!
O Luisão fez um grande jogo, voltou a marcar no Campeonato, 'sacou' um Vermelho, numa jogada típica de um Extremo, e 'cortou' tudo o que lhe apareceu pela frente... O Jardel, merecia ter marcado um golinho hoje... parece que a velocidade está de volta, mas ainda falta um pouco para estar a 100%, falhou algumas antecipações...!!!
Os laterais fizeram razoavelmente bem o seu trabalho, o Almeida até podia ter feito um hat-trick!!! O Grimaldo 'chateia-me' aquelas fintas sempre para 'meio'... precisa de apreender a dar mais largura ao ataque do Benfica!
O Fejsa bateu hoje o recorde de jogos consecutivos no Campeonato, mas para mim, não me parece estar em grande forma... e talvez por isso, o Benfica, neste momento é 'obrigado' a jogar com três no meio-campo, porque o nosso 'tractor' não chega para 'todas'!!! Se tudo correr bem vai jogar no 'antro', algo raro, já que normalmente está lesionado...!!!
Hoje, gostei do Pizzi, está mais 'habituado' com a 'nova' posição.... e fisicamente, pareceu-me melhor! O Krovinovic, dá obviamente mais consistência ao nosso jogo, mas ainda tem que melhorar, principalmente nas 'recepções'!!!
Os Alas, Salvio e Cervi, no 1.º tempo tiveram muitas dificuldades, pois estavam sempre em inferioridade numérica, e como já disse, a equipa não 'queria' arriscar... no 2.º tempo tudo foi diferente!
O Jonas voltou a bisar, ultrapassando os 100 golos como Glorioso... no 2.º tempo, entre-linhas parecia o Jonas do ano passado, mas continua na 'minha', neste tipo de jogos, precisa de um 'companheiro'!!!
Grande entrada do Zivkovic, cheio de raiva e de velocidade... até parece que o Ziv 'meteu' um turbo nas pernas, nesta 'ausência' da equipa (quase desde do jogo em Basileia!!!)... tecnicamente, é um dos melhores, creio que ninguém tem dúvidas, mas com a atitude de hoje, a titularidade está à porta...
O Samaris entrou para fazer de Fejsa... Foi pena o Seferovic não ter marcado... e esteve quase!!!
Ainda não vi as imagens, mas não gostei nada da arbitragem... pareceu-me que tivemos um golo mal anulado por fora-de-jogo, vários cartões perdoados aos Setubalenses... e depois do 1-0, deixou de marcar faltas perto da área do Setúbal... e algumas dessas jogadas, deram contra-ataques semi-perigosos!!!
Em relação à expulsão foi Karma: o Nuno Pinto, o ano passado no Setúbal-Benfica devia ter ido para a 'rua' no mínimo 3 vezes... e acabou o jogo, a fazer um penalty descarado sobre o Carrillo...!!! Hoje, pagou com juros!!!
Vamos ter uma semana mais 'calma', sinceramente até prefiro um pouco mais de 'pressão' psicológica no plantel antes destes jogos importantes... espero que o 6-0 de hoje, não seja a 'desculpa' para uma atitude menos 'raivosa' na Sexta!!! Até porque do outro lado, com o Circo montado na Vila das Aves com a arbitragem, vamos ter toda a 'pressão' do Mundo!!!
O mês de Dezembro vai ser mesmo muito importante. Além de decisões importantes no Campeonato, temos as Taças... com adversários complicados. É preciso não perder o foco... Ganhar tudo!