quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Manual de como difamar, sem razão qualquer...

"Direito de resposta: Miguel Lucas Pires
"Juiz" do Tribunal Arbitral do Desporto reage à notícia da Sábado

Ex.mo Senhor
Director da Revista Sábado,
Ao abrigo do direito de resposta, consagrado no art.º 24.º da Lei de Imprensa, venho exercer o meu direito de resposta, exigindo a imediata publicação do seguinte texto na página electrónica da v/ publicação e que se motiva pela notícia constante do link abaixo http://www.sabado.pt/portugal/detalhe/juiz-do-tribunal-arbitral-do-desporto-apanhado-a-pedir-bilhetes-ao-benfica?ref=HP_DestaqueaRasgar:

1. Eu a minha família somos amigos do Prof. Fernando Seara há décadas a esta parte, mais precisamente desde a data em que o Prof. Fernando Seara trabalhou e foi colega do meu Tio, Francisco Lucas Pires.
2. Por força dessa amizade, desde há muitos anos a esta parte que solicitei regularmente ao Prof. Fernando Seara bilhetes para jogos do Benfica e da seleção nacional, para mim, para familiares meus e até para amigos meus.
3. Em alguns casos tais bilhetes eram pagos por mim, noutros casos eram oferecidos pelo Prof. Fernando Seara.
4. Inversamente, quando se realizavam jogos em Coimbra, nomeadamente entre a Académica e o Benfica, cabia-me a mim retribuir a cortesia e adquirir os bilhetes para o Prof. Fernando Seara.
5. Em suma, os bilhetes que constam da notícia (tais como outros) foram solicitados a um amigo de longa data que, apesar da minha insistência, sempre se recusou aceitar que eu procedesse ao pagamento dos mesmos.
6. No que diz respeito aos bilhetes em causa, do texto do sms por mim enviado a solicitar os bilhetes em causa (que a seguir transcrevo) consta a indicação expressa da minha intenção de efetuar o pagamento dos mesmos, o que apenas não aconteceu devido à insistência e firme oposição do referido Prof. Fernando Seara: "Caríssimo, ficaria muito grato de me pudesse arranjar 5 bilhetes (3 adultos e duas crianças) para o jogo de 6.ª feira, se possível para um local calmo. Mas, insisto, faço questão de pagar! Muitíssimo obrigado! Abraço".
7. Sempre desconheci qual a proveniência dos bilhetes que o Prof. Fernando Seara me oferecia, nomeadamente se eram comprados pelo Prof. Fernando Seara (em nome da enorme gratidão que sempre demonstrou pela pessoa do meu tio Francisco Lucas Pires) ou se, pelo contrário, eram oferecidos e, nesta última hipótese, por quem (dirigentes ou não do Benfica).
8. No caso concreto, os bilhetes destinaram-se ao meu Pai, ao meu irmão, ao meu sobrinho a um amigo, aproveitando a vinda a Portugal do meu irmão e do meu sobrinho (que vivem no estrangeiro).
9. À data dos factos (Abril de 2017), o Prof. Fernando Seara não desempenhava nenhum cargo no Sport Lisboa e Benfica.
10. Conforme resulta do exposto:
a) os bilhetes em causa não foram solicitados a nenhum dirigente, funcionário, atleta ou treinador do Sport Lisboa e Benfica;
b) quando solicitei os bilhetes a um amigo de longa data, desconhecia como este iria obter os mesmos bilhetes (se comprando se solicitando-os a alguém do Sport Lisboa e Benfica);
c) quando solicitei os bilhetes, fiz menção da minha intenção de pagar os mesmos; e
d) o beneficiário dos bilhetes em causa nem sequer fui eu próprio, mas sim familiares meus;
11. Por isso, não está em causa qualquer violação do Estatuto Deontológico dos Árbitros do TAD (mormente do seu art.º 3.º, n.º 4).
12. Acresce que não sou, nem nunca fui, sócio, dirigente, funcionário ou accionista do Sport Lisboa e Benfica ou das diversas empresas do seu universo empresarial.
13. Nunca celebrei, nem mesmo no âmbito da minha actividade profissional, qualquer contrato de prestação de serviços com o Sport Lisboa e Benfica ou alguma das diversas empresas do seu universo empresarial.
14. Acresce, ainda, que à data dos factos (Abril de 2017), não exercia funções de árbitro em nenhum processo em que fosse parte o Sport Lisboa e Benfica ou alguma das diversas empresas do seu universo empresarial, ou algum jogador, treinador, dirigente ou funcionário.
15. Desde a data dos factos e a até à presente data, não exerci funções de árbitro em nenhum processo em que fosse parte o Sport Lisboa e Benfica ou alguma das diversas empresas do seu universo empresarial, ou algum jogador, treinador, dirigente ou funcionário.
16. Estes mesmos esclarecimentos foram enviados ao jornalista antes da publicação da notícia, o qual, faltando à verdade e sem qualquer elemento que o comprove, intitula o artigo "juiz apanhado a pedir bilhetes ao Benfica".
17. Quando muito e embora seja igualmente espúrio e abusivo, o título da notícia poderia ser "juiz apanhado a pedir bilhetes para jogo do Benfica", o que é substancialmente distinto. Em face do exposto exijo:
a) a publicação deste esclarecimento/direito de resposta com o mesmo destaque dado à notícia em causa; e
b) a imediata eliminação da notícia das plataformas electrónicas ou, no mínimo, a alteração do respectivo título para "juiz pede bilhetes para jogo do Benfica".

Mais informo que irei fazer seguir esta comunicação por carta registada com aviso de recepção e que me reservo outro direito de resposta logo que tome conhecimento integral da notícia que irá ser publicada na edição impressa da v/ revista.
Reservo-me, ainda, o direito de desencadear os procedimentos legalmente previstos para assacar a responsabilidade civil e criminal da parte da vossa publicação.
Melhores cumprimentos
Miguel Lucas Pires

Nota da Direcção: O professor Lucas Pires foi contactado previamente à publicação da notícia. A Sábado transcreve na sua edição impressa os esclarecimentos pertinentes aí prestados"

Miguel Lucas Pires, in Sábado

As mil guerras do Sporting

"De manhã, uma resposta dura ao presidente do Sp. Braga. À hora do almoço, uma pequena provocação ao FC Porto, com quem ainda há pouco tempo se assinavam comunicados em conjunto. A meio da tarde, uma ‘rajada’ ao Benfica, para não se perder o hábito dos últimos anos. E já pela noite dentro, um acerto de contas com Paulo Pereira Cristóvão.
O plano de comunicação digital do Sporting é suficientemente largo para contemplar todos estes alvos de uma só vez. No mesmo dia, o leão é capaz de desafiar o eterno rival de Lisboa (Benfica), o aliado estratégico (FC Porto), o adversário da última jornada (Sp. Braga) e ainda um seu antigo vice-presidente (PPC). De fora ficam, desta vez, o presidente da Federação, o presidente do Conselho de Disciplina, os empresários, a Doyen, Octávio Machado, o West Ham e por aí fora. Não será demasiado?
Com este cenário de guerra a tomar conta dos últimos dias, e com uma ida do presidente à Web Summit pelo meio, Jorge Jesus foi quem ficou a ganhar. Foi da forma que ninguém procurou saber a razão porque o Sporting viu meia equipa ir parar ao departamento médico com problemas musculares e, assim, também ninguém fez muitas perguntas sobre a incapacidade que o leão demonstrou para responder, em campo, a um Sp. Braga de qualidade superior."

Jonas e mais dez

"1. O V. Guimarães-Benfica, do último domingo, e o emergir do talento de Krovinovic, fez recuperar um debate que se pensava encerrado desde as primeiras semanas da ‘era Rui Vitória’ na Luz. A questão é complexa, mas até se adequa a todos as equipas com caudal ofensivo assinável que actuem em 4x3x3 (ou 4x1x4x1, se quisermos) e não disponham de um ponta-de-lança de raiz como elemento mais avançado. No Benfica é que talvez não se abordasse o tema de forma contínua desde os tempos de João Vieira Pinto...
Jonas tem de ser intocável. Trata-se ainda, e de forma indiscutível, do melhor jogador do Benfica. E nem sequer é necessário recorrer à estatística – em que esmaga no item mais importante, o dos golos – para se chegar a essa óbvia conclusão. Basta assistir aos jogos. Desta forma, e Rui Vitória cedo percebeu isso, terá de ser o sistema táctico a adaptar-se ao seu jogador mais importante e não prescindir dele em detrimento de um substituto menos competente. Salvo qualquer problema de ordem física, haverá assim de encontrar mais 10 jogadores para completar o onze.
Na Luz, e frente a adversários que baixam o bloco defensivo, reconhecendo implicitamente a sua inferioridade, Jonas deve fazer parceria com um homem de área, Jiménez preferencialmente, no habitual 4x4x2. Nas ocasiões em que é necessário robustecer o meio-campo, como em Guimarães e, certamente, no Dragão, manda a lógica e a sensatez que o brasileiro seja o elemento mais avançado, surgindo-lhe, neste 4x3x3, o apoio através dos alas ou do elemento do miolo com ‘mais chegada à área’.

2. Face ao plantel de que o Benfica dispõe, não restam grandes dúvidas quanto aos sistemas tácticos a utilizar... e poucas mais restam quanto à titularidade de Krovinovic, jogador que tanto pode actuar no miolo como até nas alas, à semelhança, por exemplo, de João Mário. Num 4x3x3, a presença do jovem croata é mesmo indiscutível. Num 4x4x2 tem Pizzi – que, curiosamente, descaído para os flancos também garante jogo interior – como concorrente. Actualmente, e face ao momento de forma do internacional português, o ex-Rio Ave tem tudo para ser o eleito de Rui Vitória. Que Pizzi derive para as alas ou para o banco de suplentes já é uma questão a esgrimir entre o outrora intocável titular do Benfica e os muitos extremos que a equipa ostenta.

3. Nos últimos dias, o ruído em torno dos casos de arbitragem e não só, cresceu de tal forma que acabou com qualquer réstia de esperança relativamente à pacificação do futebol português. É impossível. Os dirigentes não estão interessados nisso, nem nunca estiveram, até porque esta é uma forma de branquearem eventuais insucessos. Mas haverá um dia em que já ninguém lhes liga nenhuma. E eu já não ligo há muitos anos."

O fim do bandeirinha?

"Todas as roturas são polémicas.Nunca acreditei que a implementação do VAR (video assistant referee sigla em inglês) não fosse um exercício de trapézio (e em alguns casos sem rede), mas ele veio para ficar (em Portugal, pelo menos mais uma época) e ainda bem. Voltar atrás colocaria o futebol à condição de disco de vinil: é giro, mas coisa de colecção. De revivalistas.
O problema não está no VAR, antes na forma como se ainda olha para ele. Comparando, é como se fossem os taxistas do aeroporto a gerir a frota da Uber: uma tecnologia nova com vícios velhos. O futuro, creio, não passará por ter juízes de árbitro de régie; o futuro poderá passar por uma nova categoria de VAR: analistas com qualificações que vão muito para lá da experiência na relva.
E há uma categoria em risco: os auxiliares. Tendo os árbitros a recomendação de esperar que a jogada decorra mesmo quando é levantada a bandeira de fora de jogo para dar tempo ao VAR de se pronunciar, fará sentido que daqui a uns anos continue a haver os bandeirinhas?
Ou pelo menos terem a função de assinalar o offside? A tecnologia está cada vez mais avançada e a que existe hoje já daria para resolver a questão do fora de jogo. O leitor conhece aqueles minicoletes que os jogadores usam por debaixo das camisolas? Pois eles emitem um sinal de GPS. Ora, bastaria uns ajustes de software e que a bola usasse um chip (como na tecnologia da linha de golo) e facilmente observaríamos em tempo real se o pontinho azul (o jogador que recebesse a bola) estaria à frente da linha de pontinhos vermelhos (a defesa) que surgiriam no monitor do videoárbitro, além das imagens. O auxiliar até poderia continuar em campo, mas outras funções, deixando o poder do digital funcionar. É apenas uma ideia, outras poderão e deverão surgir. Porque a criação do VAR deu início a uma nova era: a da fiscalização menos humana no futebol."

Fernando Urbano, in A Bola

Velhas guerras, novos guerreiros

"Boa e esclarecedora entrevista do presidente do Conselho de Arbitragem, Fontelas Gomes, na edição de ontem de A Bola. Ao mesmo tempo directa e... preocupante.
Directa, porque não foge à atribuição de responsabilidades, acusando os presidentes dos principais clubes do clima de guerra civil em que vive o futebol português, de resto, juntado-se à posição do presidente da FPF, Fernando Gomes; preocupante, porque deixa perceber que os árbitros estão tão fartos de serem joguetes nas mãos de gente irresponsável que, muito provavelmente, irão, em breve, tomar uma posição de força e parar, pelo menos, os campeonatos profissionais.
Aparentemente quietos e calados continuam os poderes públicos, apesar dos avisos laranja. Trata-se, afinal, de um outro tipo de incêndios onde, por norma, os políticos também não se querem queimar.

Bruno de Carvalho tem, agora, um novo e difícil adversário pela frente. As denúncias apresentadas na Procuradoria-Geral pelo antigo vice-presidente do Sporting, Pereira Cristóvão, são suficientemente graves para o Ministério Público ter iniciado a respectiva investigação. Entretanto, a troca de acusações entre ambos demonstra que estamos apenas no início de uma longa e desgastante batalha entre lutadores que sabem usar o mesmo estilo de combate.
O problema maior para o presidente do Sporting é que numa guerra sem tréguas sai sempre mais a perder quem tem uma posição institucional a defender. Pelo menos, enquanto Bruno de Carvalho não puder vir a público provar que a justiça lhe dá razão."

Vítor Serpa, in A Bola

É possível salvar o futebol português?

"Num dos grandes jogos da Premier League do fim-de-semana, o City-Arsenal, houve um golo em claro fora de jogo e um penalty a favor da equipa de Manchester que levantou sérias dúvidas. No fim do jogo, o treinador do Arsenal foi contundente nas críticas ao árbitro. Os analistas deram-lhe razão em parte, mas sublinharam a grande superioridade da equipa de Guardilola e o tema, nos média, morreu ali. Não houve dirigentes emproados – e ainda por cima cheios de telhados de vidro – directores de comunicação no Facebook ou no Twitter, horas infindáveis de discussão na TV, imagens a andar para trás e para a frente com especialistas de pacotilha, quanto mais adeptos aos gritos a falarem de cátedra.
Em Portugal é o que se sabe. Andamos neste patético frenesim e, como explicou sem nada mais poder fazer com as ferramentas de que dispõe o Presidente da Federação, há um clima de ódio instalado que é hoje o perigoso e talvez fatal pano de fundo do nosso futebol.
Não é necessário ser adivinho para antecipar que com o caso dos emails escancarado nos jornais, porque a Justiça acha que assim está bem, com este rastilho do caso lateral da transferência de Lucho González e agora com a ‘investigação’ a Bruno de Carvalho a tensão vai disparar. A Justiça tem que trabalhar, pena que não o saiba fazer em recato.
Chegámos a um beco sem saída? Num momento em que o futebol português dá cartas nas Selecções das diferentes categorias, e em termos globais em matéria de organização e inovação, seria uma extrema ironia, mas a situação interna é crítica e a recente ação de Fernando Gomes, tão desprezada pelos clubes de topo, deve ser entendida como um alerta geral. Ir ao Parlamento é melhor do que não ir, mas não chega. Gomes lá esteve e qual foi a consequência? Falou, por exemplo, da questão dos programas de televisão e - aqui d’el Rei - os programas são magníficos, a liberdade de programar é sagrada (ai sim?) e a ERC (esse ser ainda vivo) "não recebeu queixas". Tudo impecável.
O ano passado voltaram a morrer adeptos. O ambiente esta época, mesmo com o advento do VAR, continua irrespirável e estamos longe da fase decisiva da época em que os nervos estarão mais à flor da pele.
O poder político, e ninguém tem a autoridade do Presidente da República, deveria intervir no futebol. Exercer uma magistratura de influência, fazer um trabalho invisível, por um lado, e dinamizar, com a Federação e com a Liga, uns Estados Gerais que refundassem a indústria. Fernando Gomes, que já vai ficar na história do futebol português, podia dinamizar esta ideia ou outra, até melhor.
O tempo é agora porque o que se seguirá será complicado. É tão evidente que seria capaz de escrever, sem grande margem de erro, dez situações que ocorrerão nos próximos meses se nada for feito. Bom, escreverei apenas a primeira e não deixo de lamentar o meu pessimismo. Nada será feito para já, pelo menos até que algo de grave volte a acontecer. Estamos em Portugal.

A camisola polémica
Espanha, como outros países, apresentou oficialmente a camisola com que jogará no Mundial da Rússia no próximo ano. Foi uma acção concertada de uma das marcas – neste caso a Adidas – e as camisolas, como é habitual, são esteticamente semelhantes. A Espanhola, por exemplo, tem traços parecidos com a alemã. Isto seria um não assunto se às riscas, muito finas, do equipamento espanhol não fossem azuis (cor da república num estado monárquico) se nos jogadores escolhidos não constasse um único do Barcelona e se o poder político não tivesse feito da camisola da selecção (!) um assunto de estado. Este estado de coisas decorre da situação da Catalunha que é já hoje, a seguir ao desemprego, o segundo tema que mais preocupa os espanhóis. O futebol, que tem servido de palco aos independentistas e também em plano mais reduzido aos defensores da unidade do estado, está a ser vítima da estupidez ou simplesmente da mesquinhez dos políticos.

Abel Ferreira
provou que é um bom treinador e se António Salvador o apoiar - tenhamos memória - pode ser um técnico de longa duração em Braga, capaz de fazer do clube finalmente campeão. É um grande desafio. Abel podia ter ganho o jogo de Alvalade e é duro empatar no último minuto num lance ilegal, mas, se fosse frio na análise, também teria que dizer que o Braga não foi apenas prejudicado. E que o empate está certo. A saída do Sporting em condições injustas não lhe podem toldar a lucidez. 

Pedro Martins
Sendo um dos melhores treinadores portugueses, Pedro Martins tarda em acertar o passo esta época. A equipa tem muitas fragilidades, como se voltou a ver contra o Benfica. Depois de uma temporada de alto nível é urgente mudar o estado das coisas em vez de atirar as culpas para a arbitragem, como no caso da putativa expulsão de Svilar. Pedro é capaz de mais e melhor."

Apoio 'ilegal' a claques

"1. "Claques ilegais" ou apoio ilegal a "claques"?
Estes conceitos têm sido muito confundidos, mas, juridicamente relevante, por ser regulado e sancionado pela Lei contra a Violência no Desporto (Lei nº 39/2009, de 30/07, alterada pela Lei nº 52/2013, de 25/07), é o apoio qu "e seja prestado por clubes ou sociedades desportivas a grupos organizados de adeptos (vulgarmente conhecidos por "claques"), cujo próprio registo e o dos seus membros não tenha sido devidamente efectuado junto do Instituto Português do Desporto e da Juventude.
A qualquer grupo organizado de adeptos não pode ser imposta a sua constituição como associação com personalidade jurídica, nem a qualquer pessoa pode ser imposta a sua filiação nessa mesma associação, sob pena de violação do principio constitucional da liberdade de associação, pelo que não são as "claques", propriamente ditas, que se encontram à margem da lei.
O que não é permitido é a atribuição de qualquer apoio por parte do promotor do espectáculo desportivo (clube ou sociedade desportiva), nomeadamente através da concessão de facilidades de utilização ou cedência de instalações, apoio técnico, financeiro ou material, a qualquer grupo organizado de adeptos que não cumpra os requisitos e as exigências da lei.

2. Quais as consequências do apoio "ilegal"?
O apoio às "claques" deve ser objecto de protocolo com o clube, a celebrar a cada época desportiva, sendo disponibilizado à força de segurança e ao IPDJ, mas traduz-se também nas obrigações de manter um registo sistematizado e actualizado dos membros das "claques", de lhes reservar, nos recintos desportivos, uma ou mais áreas específicas, ou na limitação de ceder ou vender bilhetes às "claques" em número superior ao dos seus membros registados.
O incumprimento destas obrigações ou qualquer forma de apoio a "claques" que não se adaptem às exigências legais pode determinar, entre outras consequências, se houver coragem para tal por parte do IPDJ, a realização de espectáculos desportivos à porta fechada."

Os dois sítios em que o futebol português é suportável

"O futebol acontecia-me todos os dias. Com a cor laranja no horizonte, a bola a bailar com os pés, a fazer da terra pó, um campo de pequenas planícies e montes mínimos, irregular, portanto, com relva aqui e ali, e com as camisolas poeirentas também dos ídolos Ronaldo, Messi, Neymar.
O futebol acontecia-me todos os dias pelo canto do olho quando ia para casa, dentro de um carro com o ar condicionado no máximo para a humidade não me consumir.
E acontecia ao mesmo tempo que uma vaca pastava ali ao lado, os cães vadiavam e as crianças brincavam numa estrada demasiado ocupada e perigosa para quem conduz, quanto mais para quem faz dela recreio.
O futebol acontecia-me todos os fins de tarde no seu estado mais puro em Comoro… e perdia o brilho nas madrugadas de Díli.
Era aí que se transformava em tudo o resto: televisão, negócio, rivalidade, Real Madrid-Barcelona, FC Porto, Sporting e Benfica. E desconfortável. Não só pelo meu ridículo sofá, mas pela exigência de se acordar às 3, 4 ou 5 da manhã, estar 90 minutos em frente ao televisor (se fôssemos ver apenas um jogo), dormir de novo e ir trabalhar no dia seguinte, se a partida era ao domingo ou de Champions. Se não era, provavelmente, no dia seguinte, repetir-se-ia a coisa.
Tornava-se quase desesperante quando a programação não permitia estar cómodo e ver um jogo pelo televisor. Piorava, portanto, quando se tinha de fazer streaming, num sítio em que carregar um vídeo de três minutos do Youtube significava, por vezes, ter de ir fazer o jantar. E reparem que esta ideia de obrigação é propositada.
Que dizer quando, a juntar à madrugada, à humidade corrosiva (mesmo de noite!), aos 1MB de wi-fi que não chegam e obrigam a mudar para uma pen 3G, ainda se tem de vir para o alpendre para ver se o raio do satélite nos dá alguma paz durante 90 minutos.
O futebol das madrugadas de Timor-Leste era incómodo, desconfortável, mas tinha algo de valor inegável: terminava quando o árbitro apitava.
Para além da conversa ocasional no café durante uns poucos minutos, na manhã depois, o futebol das madrugadas era uma coisa sã no dia seguinte, não tinha um prolongamento inflamado nas redes sociais, porque, pura e simplesmente, era desperdiçar muito tempo a carregar um vídeo em que três pessoas berram e gesticulam e inquinam argumentos, quando esse tempo era necessário para se ver outros golos, outros campeonatos…ou fazer-se o jantar.
O futebol português acontecia-me todos os dias em Díli, Timor-Leste. Sem jornais impressos, apenas a ler este em que escrevo, sem programas de TV para ver de seguida.
A diferença horária, a velocidade de megabytes, e uma ou outra escolha pessoal eliminaram o ruído, a poluição, e deixaram o essencial.
Com todas as insónias causadas e dores de cabeça consequentes, foi o momento em que mais apreciei a nossa Liga nos últimos anos. Mesmo aqueles que procuravam saber o que achava referiam-se ao que se passava em campo.
E aí, no relvado, o futebol português tem beleza e ideias se as soubermos ver.
É aí, no relvado, também, um de dois sítios em que o futebol português é suportável.
O outro é bem longe daqui. É o mais longe que se puder."

Redirectas LV - Seguem O Dinheiro


A propaganda oficial continua. E as pessoas compram-na como sendo um dado adquirido. Foi isto que mais uma vez nos veio dizer Domingos Soares de Oliveira:  

“É difícil competir pois os jogadores seguem o dinheiro.”

Eu pergunto, se é assim porque recusou Raúl Jiménez ir para a China criando um mal estar visível na SAD do Benfica que deixou de ver 50 milhões de euros (menos COMISSÕES) entrarem nos cofres? Porque os jogadores seguem o dinheiro? Porque se recusou Jonas? Porque se recusou Mitroglu? Recusaram todos. E a SAD do Benfica ficou de mãos a abanar.
Este tipo de frases, entre outras, que Domingos Soares de Oliveira proferiu, e que, Luís Filipe Vieira vem repetindo de uma forma verdadeiramente infeliz (“tivemos que os deixar ir”), caem por terra quando a realidade nos mostra algo completamente diferente.
E quando assim é, o discurso perde toda a credibilidade.
Se nos recordamos, Luís Filipe Vieira viajou à China e depois andou pela Europa do futebol a bater de porta em porta até que o PSG lá concordou em pagar o preço de tabela para contratar Gonçalo Guedes. E lá estava Luís Filipe Vieira todo sorridente tirando a foto de família.
E o que nos diz Gonçalo Guedes agora?
“o presidente ... falou-me da importância dos jogadores jovens serem vendidos para outros grandes clubes...”
Faltou dizer para o Gonçalo não contar isso a ninguém que é segredo. O que o Gonçalo tem de falar é que saiu do Benfica em busca do rastro do dinheiro. Quem segue o dinheiro afinal?

Eu não sei quanto a vocês companheiros mas, histórias para embalar meninos já tenho eu a minha quota-parte. E, quem conta uma, conta mil. É preciso acontecer o quê mais, para se perceber que existe um discurso que não é consentâneo com a realidade? É que milhões há muitos...
Podia ficar aqui o dia todo a dissertar sobre isto. Eu só pergunto uma coisa: o futuro melhor guarda-redes do mundo já tem destino ou o Jorge Mendes ainda não falou com a malta dos 30 milhões? É que ser o futuro melhor do mundo não é para todos. O Messi por exemplo foi contratado aos 9 anos.
“As grandes estrelas podem chegar em breve aos 300, 350 milhões” 
( Domingos Soares de Oliveira)

Se não fosse para chorar daria para rir...

Pelo Benfica Sempre!

Redheart

Redirectas:

Redirectas LIV - Ponto De Partida

VARinha mágica e farinha 33 (VAR fora-de-jogo)

"O que teria dito Domingos se o oponente fosse o Benfica e não tivessem sido assinalados dois 'penalties' contra o Belenenses?

Esta ronda do campeonato foi, VARiavelmente eloquente. Refiro-me à apreciação do VAR, não se sabendo ainda se umas vezes é o vídeo do árbitro que interfere ou se é o árbitro do vídeo que determina. Um insondável VARómetro...
Nas últimas jornadas, o VAR virou VARinha. Primeiro, aVARiado nas Aves, assim permitindo o desenrolar de uma jogada irregular que acabou por terminar no terceiro golo do Benfica (todavia, recordo para os mais distraídos que o Benfica já estava a ganhar).
No FC Porto - Belenenses, juntou-se a fome com a vontade de comer: um VAR mais a arquiVAR do que o comproVAR e um árbitro VARíssimo, perdão Veríssimo, como de costume tão desastrado, quando vaidoso. Dois penálties cristalinos a favor dos azuis do Restelo por marcar, quando o resultado estava em branco. Protagonizados por um tal de Felipe que já no jogo contra o Leixões deveria ter sido expulso e nem um sumaríssimo ou coisa que o valha levou. O homem esquece que o jogo é com uma bola e atira-se ao oponente com impetuosos encostos de ombros, isto é com os braços que tem mais à mão. Tudo tão evidente que só posso imaginar que o VAR estivesse a saliVAR não sei o quê.
No Sporting - SC Braga, inventou-se uma nova forma de desactiVAR o VAR: é que o árbitro principal e o assistente não esperaram meio-segundo para justificar a existência do VAR. Assim o SC Braga marcou um golo limpinho, para o qual o VAR nada poderia fazer por subitamente interrompida a jogada por um apito xistrado. Curioso é que, em tese, o VAR existe para que os árbitros de campo não se precipitem e usem a cabecinha com conta, peso e medida. Curioso é também há uma semana, no Rio Ave, o fora-de-jogo (ainda que curto) do golo de Bas Dost ter passado com VAR. E ainda houve o penálti que dá o empate dos leões na última jogada da partida com o SC Braga. Patetice de Ricardo Horta, contudo precedida de uma falta clara de Doumbia sobre um defesa bracarense. Os mesmos que apontaram o dedo ao árbitro em Aves, são agora os mesmos que se calam perante uma situação que alterou o resultado final (ao contrário do jogo do Benfica).
Enfim, muita tinta já correu sobre o VAR e vai continuar a correr. As coisas aparentemente estão a correr pior do que se suporia no início. Sobretudo com aquela regra tentativvamente objectiva de o VAR só balbuciar quando não há margem para dúvidas. Pois é, mas esta suposta certeza não deixa de ter uma parte subjectiva, como já vimos, sobretudo, em situações de grande penalidade. Ou seja, para anular um penálti marcado pelo árbitro, o VAR tem de estar plenamente seguro da sua posição. Basta 1% de insegurança e nada muda (vide o golo claramente forçado do Sporting ao V. Setúbal no final dos 90m.). E para dizer ao árbitro para marcar um penálti por ele não assinalado, o VAR tem de estar 100% seguro (vide os lances do FCP - Belenenses). Entre as duas situações, vale tudo, isto é, manda o árbitro, com o VAR a não estorVAR.
Uma curiosidade: havia um sportinguista fardado, com o número 33 (como a farinha) que estava do lado contrário aos bancos e exactamente atrás do juiz de linha que subiu a bandeirinha na jogada do golo mal anulado ao SC Braga. A fazer o quê?

Europa e Selecção
Mais uma jornada europeia. Desta vez melhor para Portugal. Excelente o Vitória, valente o Sporting de Braga. O FC Porto ganhou e consolidou a aspiração a passar à fase seguinte, mas a resultado é algo enganador. O Sporting é, também esta época, o campeão europeu do quase. Quase ganhava ao Real Madrid e ao Dortmund no ano passado, quase ganhava ao Barcelona e à Juventus este ano. Um quase que não deu para ganhar ao SC Braga. Questão física? Cansaço mental? Já o Benfica continuou a sua penosa campanha europeia. Não me serve de consolação dizer que «jogámos benzinho» em Manchester e que o árbitro foi muito mau (um abalroamento sobre Pizzi na área inglesa e o primeiro penálti contra o Benfica inventado). Não gosto de resultados morais e muito menos de elogios de comiseração de Mourinho.
A propósito, porque é que há árbitros para quem a mesmíssima falta é assinalada se fora da grande área e não o é se dentro dela? Por exemplo, voltando aos penáltis destes últimos dias, o lituano que arbitrou em Manchester não marcaria a falta sobre o Pizzi se fosse a meio-campo? Ou se, no Dragão, Felipe tivesse abalroado os jogadores do Belenenses no círculo central? Claro que sim. Há árbitros que assinalam faltinhas de trazer por casa de forem fora da área. Mas dentro desta (e não para todos) só quase por requerimento...
Entretanto, vamos ter nova paragem de campeonato. Um jogo da Taça e mais dois joguinhos da Selecção contra as excitantes selecções saudita e americana. Uma ocasião para mais uns internacionais de momento. Registo, também, um ponto que é recorrente: basta um jogador passar a jogar num dos grandes ou, a nestes, passar a titular, para imediatamente ser seleccionado. Desta vez, foi José Sá, titular há... duas semanas. Nos três grandes estas internacionalizações-cometa são abundantes. Uma espécie de Farinha 33 que transforma estes craques.

Treinadores e adeptos
Neste momento, os três grandes são treinados por três treinadores portugueses (dado que, felizmente, já deixou de ser novidade) com ligações afectivas aos clubes que treinam. Rui Vitória, benfiquista no SLB; Sérgio Conceição, portista no FCP e Jorge Jesus, sportinguista no SCP. Aliás, já no ano passado, assim era, por Nuno Espírito Santo era o portista treinador dos portistas.
Acontece que estes três actuais técnicos, quando do lado oposto ao seu clube do coração, foram sempre profissionais de grande dignidade e discernimento. Quem não se lembra de Jorge Jesus no Benfica, mesmo contra o seu clube de eleição? E de Sérgio Conceição no V. Guimarães a contrariar o que lhe ia no coração de portista? Ou Rui Vitória a vencer o (seu) Benfica numa final da Taça de Portugal?
Confesso que os admiro por isso. Ou melhor dito, porque imaginando-me numa das suas posições, não me julgaria capaz de jogar (ou treinar) contra o meu Benfica. Bem sei que é a voz de um adepto que apenas enfrenta, por hipótese académica, tal situação. Seja como for, é bonito ver técnicos briosa e completamente profissionais. Ainda há coisas boas neste mundo do futebol incendiário.
Há um treinador que, porém, não seguirá tanto a regra, percebendo-se claramente nas declarações que não se consegue desligar dos seus amores clubistas. Falo de Domingos Paciência, um bom técnico, mas que tem olhos diferentes (ou cegos) para analisar jogadas quando defronta o FC Porto ou os rivais. Ainda não esqueci o que ele disse quando o Benfica venceu o campeonato 2010/11 numa luta acesa com o SC Braga, situação que creio nunca repetiria se o concorrente tivesse sido o FCP. Lembro-me, treinador da Académica, a dizer que não viu irregularidades claras que prejudicaram os estudantes contra o FCP. E agora no passado sábado, não viu, nem quis ver dois penáltis não marcados que prejudicaram o seu actual clube, Belenenses. «Não vi o lance! Já existe o VAR, se tivesse de agir, creio que teria agido...» Que bonomia e que santa compreensão! O que, nas mesmas circunstâncias, teria dito se o oponente fosse o Benfica?

Contraluz
- Palavra: Contemporizar
É assim que alguns dizem em vez de temporizar. É que contemporizar significa comprazer, condescender, transigir. Já temporizar quer dizer alongar, deter, retardar, atrasar, demorar. Ora quando jogador temporiza a bola ou o movimento estará a deter (a bola) ou a retardar (o passe) e não a comprazer-se ou a ser condescendente. Mas pronto, acabo por contemporizar este meu comentário, mesmo que sem temporizá-lo.
- Acção: Vestir (ou tentar vestir) um casaco ou parka aos jogadores que são substituídos
Passe-se nos jogos de equipas importantes (cá e lá). Não sei se o colaborador no banco de suplentes encarregado (será o 33?) dessa enorme tarefa faz mais alguma. Não sei se é por razões de prevenção de doença respiratória, ou coisa que o valha. Só sei que é uma modernice em forma de redoma para uns tantos intocáveis. Que, não raro, logo tiram o manto protector.
- Emoção: O apoio dos benfiquistas em Old Trafford
Comoventes aqueles minutos que se seguiram ao fim do jogo. Muitos provindos de países onde trabalham, exprimindo o seu indefectível amor ao clube. Mereciam mais..."

Bagão Félix, in A Bola

Vitória... sem golos sofridos!

Benfica 4 - 0 Turquel

Não foi uma exibição de encher o olho, mas aparentemente estamos mais consistentes defensivamente... Aliás, parece-me mesmo que o Pedro Nuno 'inventou' uma nova estratégia de rotação: uma 1.ª parte mais conservadora, dando descanso aos jogadores mais ofensivos, e terminar a 2.ª parte, com os 'fantasistas' em campo, com as pernas frescas...!!! E até agora, tem dado resultado...!!!
Prevejo, um problema com esta estratégia: com 0-0 ao intervalo, como aconteceu hoje, se o golo não aparecer cedo no 2.º tempo, vamos dando 'esperança' aos adversários, podendo tornar os finais das partidas demasiado 'apertados'!!! Sendo que o ano passado, utilizado outra estratégia, os finais emocionantes, foram vários...!!!