quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Guarda-redes, bem tão precioso

"Surpresas José Sá e Svilar... diferentes. Numa há 'mistério' (até Janeiro?). A outra é consequência (feliz?) do desnorte pós-Ederson.

São tão importantes, os guarda-redes, que está na berra discutir porquê joga este e não aquele. Idêntico ênfase não se coloca sobre quem deve ser o defesa-direito, o médio mais ofensivo, o ponta-esquerdo, ou mesmo o ponta de lança.
Guarda-redes potenciam problema extra para o treinador. Desde logo, porque, no onze, só um pode estar (em todas as outras funções, adaptar é possível para alguém não sair da equipa: mais à esquerda ou à direita, mais à frente ou atrás). E também porque guarda-redes, quando erra, cai-lhe o mundo em cima (não fica assim terrivelmente marcado o defesa que faz autogolo, nem o avançado que, baliza escancarada, 2 ou 3 vezes no mesmo dia nela não consegue acertar). Sim, tenho especial respeito/admiração pelos guarda-redes, ora heróis, orá réus condenadíssimos. E é pura verdade: só esporadicamente pode haver equipa campeã sem estupendo guarda-redes - esse preciso bem que os treinadores tanto procuram porque... dão pontos. Por isso, muitíssimo estranho que, na cotação internacional - quer para máximos prémios, quer na bolsa do mercado de transferências -, eles sejam, por regra, desvalorizados face a médios e defesas.
De súbito, grandes surpresas no nosso futebol: o treinador do líder e o treinador de campeão decidiram mudar titularidade na baliza, entregando-a, num caso, a um jovem (24 anos) e, noutro, a um imberbe (18, recém-completados). Curiosamente, decisões simultâneas.

José Sá: surgir no lugar do prestigiadíssimo Casillas dá enorme brado, havendo carência de evidente explicação. Casillas vinha jogando normalmente bem e a sua queda para suplente nem sequer foi imediata ao jogo com o Besiktas... Bem depois, que terá ocorrido nas semanas sem campeonato? Estrear José Sá em casa do vice-campeão da Alemanha foi acto de coragem. E titular se tem mantido, inclusive na Taça da Liga, quando Sérgio Conceição optou por quase todos os habituais suplentes - daí se pode ler que José Sá é mesmo aposta nada ocasional (objectivo: dar-lhe rodagem), para além que atirar Casillas para esse jogo com o Leixões poderia soar a pouco menos do que desconsideração...
SAD e treinador não contavam que Casillas, altíssimo salário, accionasse cláusula de renovação. Janeiro é já ali; então veremos se Casillas decide partir...

Svilar, caso muitíssimo diferente. Sim, tem pinta! Mas a sua estreia na Champions, e perante Manchester United, aos 18 aninhos - antes do Benfica, nem um jogo fizera por equipa sénior! -, é, sobretudo, consequência do desnorte em busca do pós-Ederson. Tornou-se rábula até ao fecho do mercado. Bruno Varela, recuperado ao V. Setúbal, nunca terá sido visto como o tal. Num ápice titular, porque as lombalgias de Júlio César somaram e seguiram. Fez 8 jogos, mas, ao 8.º, por um frango, logo foi condenado, aos 22 anos (cruel!). Voltou Júlio César - na catástrofe dos 5-0 em Basileia, sem frango, foi, quando a mim, muito lento em 2 ou 3 golos. E eis que Svilar - tão miúdo, deveria ser-lhe dada prudente progressão - tem mesmo de saltar para titularidade (e bem firme: «jogará já de seguida», perentória garantia do treinador após o frango na Champions).
Svilar parece possuir potencial de características para excelente, quiça brilhante, futuro. Outro Oblak (aos 18 anos, rodava no Rio Ave), outro Ederson? Para já, foi o desnorte benfiquista que o colocou em inusitado altíssimo risco.

Greve dos árbitros anunciada para... final de Novembro. Não entendo, pois o clima contra eles não está pior do que estava há um mês, quiça pelo contrário. Subentendo: escolha da Taça da Liga visa primeiro aviso no claro confronto com a Liga, nomeadamente com o presidente Pedro Proença, um bocado esquecido de ser ex-árbitro...
VAR: como era previsível, desgraçadamente, nem esta importantíssima inovação escapa à desconfiança e, mais, a ser arma de arremesso. Claro que clamorosa persistência de Rui Costa no erro, em Alvalade, ajudou. Clamoroso também foi o erro de Nuno Almeida (e do árbitro auxiliar) no início da jogada rumo ao 2.º penalty do Aves - Benfica (aí sem VAR). Mas querer que o Conselho de Disciplina aja sobre falha, de tecnologia, que silenciou o VAR... passa das marcas! Vale tudo na surda guerra à FPF."

Santos Neves, in A Bola

Feche os olhos

"Faça um exercício: feche os olhos e diga o nome do primeiro jogador do Moreirense que lhe vem à cabeça. Difícil? Então venha para sul e pense em alguém do V. Setúbal, Estoril, algum? E que tal o Belenenses? E do Tondela? Do Paços de Ferreira? Do Chaves? Do Aves? Se tem dificuldade em seleccionar um nome ou só se lembrar do fulano que marcou ou fez aquela finta engraçada contra a sua equipa (parto de pressuposto de um que torce por Benfica, Sporting ou FC Porto) não fique chateado: faz parte da maioria. Daqueles que seguem o futebol de uma forma interessada mas sem ler todas as notícias, sem se interessar muito por tudo o que não diga respeito às cores dominantes. Que sabe o onze do Chelsea mas não o do lateral-direito do quinto ou sexto classificado da Liga. Ou sequer do guarda-redes.
O futebol português está, infelizmente, como o país. Um Portugal que hoje chora o longo eucaliptal. Porque seca como sempre e arde como nunca. Os três grandes cada vez mais concentram as atenções e tudo à volta também definha. Há sempre um SC Braga, um V. Guimarães, um Marítimo e um Rio Ave a lutar por algo mais, mas as desigualdades são cada vez maiores. A desertificação do nosso interior podia ser transportada para o campeonato. Oito dos 18 clubes não gastaram dinheiro no verão em contratações e outros quatro nem chegaram a um milhão de euros de investimento. É verdade que os nossos treinadores são muito bons, mas sem dinheiro não há qualidade. E sem qualidade o campeonato torna-se numa prova incapaz de se vender para fora. Muita táctica mas pouco virtuosismo individual. A descentralização de direitos televisivos explica a clivagem, mas pedia-se mais criatividade de quem gere a prova. Nem uma promo, um media open day obrigatório, um rasgo qualquer. Na última jornada europeia as cinco equipas portuguesas perderam. E no regresso ao campeonato quatro delas ganharam e outra empatou. Não é por acaso."

Fernando Urbano, in A Bola

Svilar vai construir um império

"A juventude é a fase embrionária de um talento. Nesse tempo de sonhos e ilusões define-se o rumo dos homens, primeiro por instinto e às vezes atrevimento inconsciente, depois pela disponibilidade em acumular informação, crescer e fortalecer a aprendizagem; antes como sinal precoce de uma vocação genética, depois como consolidação de armas que permitem resistir à tragédia e à glória efémera. No futebol, o talento juvenil é visto, em muitas ocasiões, como elemento volátil, de confirmação duvidosa. Tão depressa é uma fonte de inspiração que antecipa a expressão de génios como serve para lançar a dúvida e crucificar exageros; tende a alimentar a esperança mas, não raras vezes, funciona como anúncio do apocalipse. O guarda-redes sofre mais do que os outros porque a sua construção depende de elementos técnicos, tácticos, físicos e psicológicos indissociáveis da evolução humana. O tempo é um velho amigo, porque traz ferramentas fundamentais ausentes nos primeiros passos.
A expressão total da grandeza do guardião do templo costuma ser feita aos poucos, até atingir a fronteira imaginária, entre os 25 e os 30 anos, quando completa os argumentos de uma tarefa interdita a menores. O passar dos anos acrescenta os valores adultos e imprescindíveis de maturidade, serenidade, liderança, estatuto e intimidação - e só então o puzzle se conclui, desde que não sejam danificadas as virtudes mais relevantes logo detectadas no ADN (instinto, ilusão, magia, coragem, compromisso…). Svilar é um fenómeno porque, aos 18 anos, já equilibra qualidades do adolescente que ainda é com as de um veterano; consegue ser expansionista sem ser extravagante; é candidato a protagonista mas não se diminui assumindo o papel de actor secundário; tem confiança insolente para se entregar a aventuras contínuas e exibicionistas mas reconhece as vantagens de se manter calmo ao fim de longos períodos como espectador.
O belga tem quase tudo do que é feito um mago das balizas: físico, elegância, carisma, coragem, concentração, técnica, inteligência, confiança, agilidade e reflexos... Raros foram os que assimilaram, em tão tenra idade, tantos princípios inerentes ao papel que lhes cabe numa potência. Svilar orienta-se pela eficácia em detrimento do adorno e da espectacularidade. É um adolescente precoce, com perfil de adulto, que vai atingir o auge mais cedo do que os outros. Longe de ser um projecto concluído, já possui qualidades que o levaram precocemente ao estatuto de enorme guarda-redes. Amadeo Carrizo (n. 1926), o argentino que revolucionou a função nos anos 50, pelo River Plate, disse com desassombro: "Um guarda-redes só se faz verdadeiramente depois de sofrer mil golos." Mesmo considerando o exagero, servem as palavras do velho general para percebermos que Svilar tem ainda muita estrada para andar.
Para o Benfica, o ideal seria repetir com o belga o que foi feito com Oblak (aos 18 anos estava no Olhanense) e Ederson (defendia o Ribeirão): emprestá-lo para rodar e cometer todos os erros de crescimento longe da Luz. Rui Vitória correu o risco e lançou um jovem com disco rígido incompleto. Face ao erro com o Man. United, anunciou desde logo que jogaria nas Aves, ao contrário do que fez com Bruno Varela, depois do falhanço no Bessa. A incoerência está à vista mas o treinador está obrigado, também, a decidir segundo as suas convicções - para Vitória há diferenças entre um bom guarda-redes, que desempenhou missão específica, e outro que, cometendo erro clamoroso, tem o perfil dos melhores do Mundo. José Mourinho deu uma achega: "Este miúdo é uma fera. O Benfica tem um guarda-redes top." Svilar passeia com a palavra 'classe' escrita em cada gesto e movimento. Devia esperar um pouco, é verdade, mas as circunstâncias anteciparam o processo: tem de começar já a construir o império como senhor das balizas encarnadas.

Empate de CR7 na luta com Messi
Para Valdano, de cada vez que Messi se constipa, CR7 é o melhor do Mundo
Cristiano acaba de cometer uma proeza extraordinária: igualar Messi na conquista dos prémios individuais mais importantes do futebol. O parcial de 5-5 em dez anos consecutivos não tem paralelo na história do futebol. O argentino andou sempre à frente e chegou a ter vantagem de 4-1, num cenário global, agora mais esbatido, ser o melhor de sempre. Um exagero que CR7 sublinha com este empate inacreditável.

Guarda-redes no ponto certo
Benfica e FC Porto mudaram de guarda-redes praticamente ao mesmo tempo
Svilar encerra riscos por tenra idade e ausência de experiência, José Sá remete para a eventualidade de um problema onde havia solução (Casillas). Aos 24 anos, está no ponto para assumir a baliza portista, desde que seja essa (e é) a convicção do treinador. Sérgio Conceição optou com base em argumentos invisíveis do exterior. Nem por isso deixa de ser uma decisão menos legítima. Se é correta, o tempo dirá.

Dupla grosseria de Rui Costa
Em Alvalade aconteceu um momento de arbitragem de todo lamentável
Rui Costa sentiu-se enganado por Gelson e transformou penálti claro em simulação do sportinguista, reagindo à imaginária ofensa com um cartão amarelo vergonhoso. O erro, apesar de grosseiro, é desculpável. Miserável foi manter a decisão vistas as imagens do VAR. Entre abdicar do quero, posso e mando e ser humilde, preferiu ser simplesmente ridículo. Não há tecnologia que valha à incompetência."


PS: Uma das interessantes curiosidades desta semana, em todas as colunas de opinião que destacaram o duplo erro de Rui Costa no Sporting-Chaves, é o facto de terem completamente ignorado o erro de Rui Costa e do VAR ao validar o 1.º golo do Sporting, e de também terem ignorado o erro que Rui Costa e o VAR cometeram quando a 10 minutos do final da partida, não assinalaram um claro penalty contra o Sporting, cometido por Rui Patrício!!!
A propaganda tem este tipo de efeitos...!!!

Ronaldo

"Ronaldo voltou a não marcar em La Liga. O Ronaldo da Liga dos Campeões não é o mesmo para consumo interno. Só marcou um golo nas cinco partidas que jogou. As primeiras quatro partidas não jogou por sanção, depois de ter empurrado um árbitro. Na Liga dos Campeões, cinco golos em três jogos é muito bom.
Por outro lado, está sempre a gesticular com os colegas e zangado com o jogo por não marcar golos. Talvez tenha de vir atrás buscar jogo e iniciar as jogadas, em vez de ficar sempre à espera de finalizar. Ronaldo tem que mudar de atitude nos jogos da liga espanhola.
Ronaldo pode jogar bem, sem marcar golos. A sua constante ansiedade quando não marca prejudica o seu desempenho e da própria equipa. Ronaldo não tem que marcar sempre.
Esta segunda-feira foi eleito o melhor jogador do Mundo e conquistou este troféu pela quinta vez. Ronaldo é um orgulho nacional. Espero que seja uma motivação para melhorar.

Neymar viveu um inferno no jogo com o Marselha. Sempre que marcava um canto arremessavam paus, latas de coca-cola, sumo de laranja. Todavia, em vez de manter a calma e controlar-se, respondeu às provocações. Poderia ter optado por não marcar os cantos, evitando estar junto aos adeptos do Marselha. Ficou alterado, fora de si, perdeu a sua tranquilidade, paciência e acabou expulso quando o Paris Saint-Germain estava a perder 2-1. A salvação foi o seu aparente inimigo Cavani, que marcou o golo do empate no período de descontos.
Neymar é um grande jogador e sofre muitas faltas dos adversários para ser parado, mas tem que ter outro tipo de comportamento se quer chegar a melhor do Mundo. Tem que estar preparado para este tipo de provocações. Todavia pelo seu custo - 222 milhões -, sabe que tem toda a gente com os olhos postos em si.

José Sá, que esteve hesitante no jogo contra o RB Leipzig, teve de novo a confiança de Sérgio Conceição. Vamos voltar a ter na baliza do Porto um guarda-redes português na senda de Vítor Baía. Casillas terá que se sentar no banco e evitar fazer cenas como fez no Real Madrid com Mourinho e começar a pensar mudar de ares, talvez para os EUA. O seu enorme salário (5 milhões brutos) não ajuda a cumprir o fair play financeiro e a fazer face às debilidades financeiras do Porto.

Miguel Oliveira venceu a corrida de Moto2 na Austrália com uma autoridade impressionante. Arrancou em primeiro e assim se manteve nas 25 voltas da corrida. Ainda vamos vê-lo na MotoGP, que é a categoria rainha.

Valentino Rossi fez uma recuperação soberba, protagonizou uma corrida fantástica, com muita emoção e alterações constantes na classificação, grandes ultrapassagens, toques entre pilotos, felizmente sem consequências. Valentino Rossi foi segundo e Marc Márquez venceu, mas a luta foi espectacular.

Ivo Oliveira é vice-campeão europeu de perseguição, conquistando a medalha de prata na prova de perseguição individual do Campeonato da Europa de Pista.

Rui Oliveira, irmão gémeo de Ivo, conseguiu a primeira medalha portuguesa de sempre em competições de pista na categoria de elite, alcançando o terceiro lugar em eliminação."

Redirectas LIII - Quebra de Segurança


Caros companheiros,

Eu, profissionalmente, trabalho com sistemas informáticos, a diversos níveis, num cargo de grande responsabilidade, onde a segurança informática de milhares de empresas, do mundo inteiro, está diariamente dependente das minhas acções.

Na minha empresa, que é a maior do mundo no seu ramo de actividade, a lista de procedimentos a efectuar para minimizar possíveis quebras de segurança é bastante extensa e deveras exigente.
Periodicamente existem exames, os quais, eu e os meus colegas temos que realizar para demonstrarmos que as nossas capacidades e conhecimento em matéria de segurança se mantêm intactas. Uma qualificação superior a 80% é exigida a cada um de nós.

A segurança informática é algo de crítico, nos dias de hoje, dentro de uma organização.
As notícias de possíveis quebras de segurança no sistema de comunicações do Sport Lisboa e Benfica causa-me inúmeras preocupações, por tudo o que isso implica.

Uma organização ou grupo económico que não consegue manter seguro o seu sistema informático é uma organização que não é confiável.

Seria de crucial importância ouvir o que tem para dizer sobre esta matéria o Chief Technology Officer (CTO) do Sport Lisboa e Benfica.

Quais as garantias que pode dar aos colaboradores e parceiros do Sport Lisboa e Benfica que o sistema informático e de informação e comunicação são seguros e confiáveis?
Qual a falha que levou à partilha pública de dados que era suposto serem sigilosos e que medidas foram colocadas em prática para evitar que o mesmo suceda no futuro?

Na minha empresa, existem procedimentos, conhecidos por todos os membros da organização, que são colocados em prática, na eventualidade de um dia surgirem notícias públicas relacionadas com qualquer ínfima quebra de segurança que seja.
Dessa lista de procedimentos, a comunicação de um esclarecimento claro e fidedigno sobre o que estará em causa, tem prioridade máxima no sentido de preservar aquele que é um dos bens mais importantes numa organização: A sua imagem de credibilidade perante todos os actores do seu ecossistema.

Quais foram as acções que o Sport Lisboa e Benfica desencadeou nesse sentido?

Eu, até à presente data, não tenho conhecimento de qualquer declaração ou comunicado, que aborde a questão de uma perspectiva exclusivamente técnica.

Um sistema informático que seja minimamente profissional dispõe de mecanismos de controlo que permitem aferir a causa da quebra de segurança na eventualidade da mesma poder vir a surgir.

Não é por acaso que nas comunicações relativas a quebras de segurança que surgem frequentemente nos serviços noticiosos, um dos elementos essenciais das mesmas seja a descrição detalhada da causa.

O que eu aqui trago à consideração da família benfiquista é a necessidade de não confinar este problema a um âmbito puramente desportivo ou criminal. O que está aqui em causa é muito mais complexo e tem na sua gênese aquilo que é hoje em dia um facto incontornável: a tecnologia e o modo como cada um de nós se relaciona com ela.

Segurança informática ou digital equivale-se, hoje em dia, à segurança dos espaços e valores físicos. O grau de importância está ao mesmo nível e, em alguns casos, ainda a um nível superior.

E para concluir, importa referir que, a assunção de responsabilidades tem de ser assumida. E do meu ponto de vista, existem presentemente motivos para colocar em causa o nível de competência dos responsáveis pelo sistema informático do Sport Lisboa e Benfica. Também aí nesse campo, um esclarecimento público seria importante pelos mesmíssimos motivos referidos anteriormente: A comunicação clara do que sucedeu e que acções estão sendo colocadas em prática para prevenir que o mesmo suceda no futuro.

Li, a meio da semana, as seguintes declarações, do director de Comunicação do Sport Lisboa e Benfica, Luís Bernardo:
"O Benfica não estava preparado para lidar com o crime organizado."
O artigo teria de ser longo para comentar esta frase, devido a tudo o que ela implica. Irei comentá-la, talvez mais exaustivamente, na Redirectas da próxima Quinta-Feira.

Por enquanto digo o seguinte:

Até que sejam dadas, todas as garantias de segurança, por parte dos responsáveis do Sport Lisboa e Benfica, o seu sistema de comunicações não pode ser considerado seguro. Por essa razão e, de minha parte, o envio de correio electrónico para algum membro da organização Sport Lisboa e Benfica, é algo que está totalmente colocado de parte.

Com a privacidade não se brinca!

Pelo Benfica! Sempre!

Redheart

* Redirectas LII - O Dono Da Baliza

Interrogações e reticências

"Também eu não me revejo em atitudes, palavras e pseudomandatos que acabaram por estar na origem da actual situação.

Semana europeia negra
Mais tarde ou mais cedo, a realidade choca com a aparência. O futebol não foge à regra. As melhores equipas nacionais exportam, com indiscutível resultado financeiro, jogadores de eleição. Para o colmatar, e dentro das suas possibilidades, apostam na formação de jovens talentosos e, sobretudo, vão procurar lá fora sucedâneos mais em conta financeira, porque os melhores vão direitinhos para os tubarões europeus. Esta tendência tende a acentuar-se e, com ela, o aprofundamento da distância quando se está perante provas europeias de clubes. Por isso, não admira que, a partir deste ano, só o campeão vá, sem condições, à Champions. Esta época, temos ainda os três grandes nesta competição, mas com que resultados? Em nove jogos, sete derrotas. O campeão Benfica com zero pontos. Na Liga Europa há até a fase da ilusão dos clubes que lutam, com inusitado entusiasmo, por atingirem um dito lugar europeu que, porém, não passa de um prémio que dá direito a uma ou duas pré-eliminatórias de escasso interesse desportivo e de nulo interesse financeiro.
Esta última ronda foi o desastre perfeito: cinco equipas, que até são as cinco melhores de Portugal (Benfica, Porto, Sporting, Braga e Vitória de Guimarães) e cinco derrotas. Mais uma contribuição negativa para um ranking em movimento uniformemente descendente..
Dir-se-á que tal cenário escuro não é, felizmente, o da Selecção Nacional. É verdade, somos campeões da Europa e estamos num notável 3.º lugar na seriação dos países. Mas, atente-se nos jogadores que nos representam. São escassíssimos os que ainda por cá estão. No Europeu do ano passado, entre 11 jogadores titulares, só Rui Patrício e William Carvalho ainda jogam em Portugal. No jogo com a Suíça que nos apurou para a Rússia, além do guarda-redes, houve Danilo/William e Eliseu, na falta do titularíssimo Raphael Guerreiro.

Vale tudo
Salvo situações dilemáticas em que estão em equação valores de semelhante e fundamental peso (por exemplo, matar em legítima defesa), fins eticamente legítimos não justificam meios eticamente ilegítimos. Kant haveria de definir o que classificou como o imperativo categórico, ou seja, o dever dos deveres: «age unicamente segundo a máxima que te leva a querer ao mesmo tempo que ela se torne uma lei de tal modo que, se os papéis forem invertidos, as partes em questão estariam sempre de acordo e a tua conduta seria universalmente válida».
Vem isto a propósito do chamado caso dos mails imputado ao Sport Lisboa e Benfica. Como apenas sei do que leio na comunicação social, que reproduz acriticamente os dizeres de um personagem televisivo janota (perdão, jota), e estando em curso uma investigação judiciária, como sócio do clube aguardei com serenidade os resultados de tais procedimentos. Quero acreditar nas declarações públicas e oficiais do meu clube, e na desmontagem de práticas repugnantes que estão subjacentes a este caso. Mas, como bem disse o Dr. João Correia, advogado por parte do Benfica, se se provar alguma prática corruptiva e se o clube tiver que ser punido pois que o seja, porque nenhuma instituição está acima da lei.
No meio deste imbróglio, acontece que é preciso ter muito despudor para certos artistas fazerem o papel angélico e virginal de provedores do interesse público e da verdade desportiva, com uma inusitada amnésia dos fartos anos em que os métodos usados era do piorio. Agora, saltando etapas, esfolam-se por estabelecer nexos de causalidade labirínticos. Na altura - em que ainda não havia mails - as «conversas», a «fruta», a «hospitalidade», as pressões, as insinuações não terão sequer existido segundo a mente de tão extremosos paladinos da verdade e da moral. E porquê? Não porque, por exemplo, escutas não tivessem existido (estão-no aí irreversivelmente para que a memória ou falta dela não atraiçoe a verdade), mas porque nos dizem que, por ilegais, não foram validadas. Compreendo, no plano estritamente legal, tal argumentação, mas isso não faz vencimento sobre o que, de facto e indesmentivelmente, aconteceu. Então, argumentavam que os fins jamais justificariam os meios (escutas), agora, desavergonhadamente, os meios já se justificam e tudo parece valer: espionagem informática, violação inconstitucional de correspondência, manhas de truncagens documentais, etc. Eu percebo: parece que o busílis está nos mails. Por exemplo, o actual director de futebol do FCP, no jogo em Braga, há meses, ameaçou, de viva voz, o árbitro Tiago Antunes dizendo (como consta nos autos e ficou provado): «Nós sabíamos o que vinhas tu para aqui fazer, nós vamos conversar mais tarde, a tua carreira vai ser curta» (e não é que foi mesmo despromovido, passado pouco tempo!). Mas, para os arautos da decência, não houve mails, logo, tudo bem. E o que dizer das ameaças a casas, estabelecimentos de árbitros e até de familiares ou a invasão do centro de treinos dos árbitros na Maia, com ou sem caneladas? Respondem que terão sido energúmenos sem clube (espantoso!) que, evidentemente, não usaram mails. E o que dizer de um outro clube em que um seu na altura vice-presidente alegadamente depositou dinheiro na conta de um árbitro na véspera de um jogo? Sim, vice-presidente, coisa pouca (e sem mails...). Oh coerência, por onde andas?
Se os peões desta tramóia apenas pretendessem, como lhes sai da boca, que a justiça funcione e verdade prevaleça, porque não entregaram logo todo o material às autoridades judiciárias e, em vez disso, o debitem semanalmente em regime de gota-a-gota cada vez mais insonso, confuso e decremental=
Não nego que toda esta situação incomoda os benfiquistas, que sempre olharam para o seu clube como uma instituição ecléctica e ética. Acredito que no fim de tudo isto, o resultado para os acusa-pilatos seja pífio. Mas também tenho consciência de que alguns custos reputados existirão. E para estes há que tirar ilações e corrigir caminhos. O primeiro e o mais decisivo dos quais é não deixar que a história de orgulho, responsabilidade, valores e sucesso de um clube de 113 anos seja toldada por uns tantos e agem em nome do mesmo numa conduta informal e não escrutinada, que jamais foi sufragada pelos donos do clube, os seus sócios. Como corajosa e lucidamente afirmou o exemplar benfiquista António Simões, também eu me revejo em atitudes, palavras e pseudomandatos que acabaram por estar na origem da actual situação.

Contraluz
- Número: 23 anos, 9 meses e 14 dias.
Eis a diferença de idades entre os dois guarda-redes do Desportivo das Aves-Benfica. De um lado, Quim (que grande exibição!) prestes a completar 42 anos e já o jogador mais velho a jogar num campeonato nacional; no outro, Svilar com umas semanas depois de chegar aos 18 anos e agora o guardião mais novo a estrear-se na Champions. De um lado, um ex-campeão do Benfica, do outro, um futuro campeão na Luz.
-Inevitabilidade: as chicotadas ditas psicológicas.
Tem cabido a fava ao Benfica que já apanhou duas equipas arejadas pela tal mezinha psicológica. Primeiro, o Boavista, com um derrota. Agora, o D. Aves, com uma vitória. Em ambos os casos, boas prestações dos chicoteados. Quando li a chicotada no Estoril, logo pensei, outra vez o Benfica.
- Evitabilidade: o desrespeito pelo telespectador.
Falo da BTV que, no passado sábado, estando a transmitir em directo o Benfica-Porto em basquetebol com um resultado disputadíssimo a 60 segundos do fim, resolveu passá-la para um mini-rectângulo do ecrã (onde nada se conseguia ver), para transmitir os primeiros momentos da conferência da antevisão do futebol, que bem poderia ter sido atrasado 2 ou 3 minutos. Foi um momento miserável de antieclectismo. Será mais importante uma conversa sobre o totalitário futebol do que os momentos finais do jogo entre as duas melhores equipas de basquetebol?
- Palavra: pogonologia.
Assim se chama o estudo da barba e dos seus efeitos físicos, psicológicos, sexuais, entre outros. Depois da comparação entre o barbudo José Sá e o imberbe Svilar, Sérgio Conceição é, definitivamente, um conceituado pogonologista."

Bagão Félix, in A Bola