quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Entre tudo e nada tudo

"A Juventus está distante cinco pontos do Nápoles, tantos como os que separam o Benfica do FCP e também não está moribunda.

Introdução (triste)
Não é fácil escrever depois de mais uma tragédia que se abateu sobre parte de Portugal e que vitimou pessoas indefesas. Nesta alturas, percebemos melhor quão efémero são estas coisas da bola, perante a morte e a destruição. Agora o luto, depois os relatórios, logo a seguir a distribuição de culpas, por fim o corrosivo esquecimento. Nestas alturas lembro-me do que escreveu o pensador Emmanuel Levinas: «Somos todos responsáveis por tudo e por todos perante todos, eu mais do que os outros. Não devido a esta ou àquela responsabilidade, mas porque sou responsável de uma responsabilidade total». Bom seria que responsáveis políticos e institucionais reflectissem sobre estas palavras...

O campeonato ainda vai no balneário
Volta o campeonato no próximo fim-de-semana. Depois de três semanas de interregno. empo para reganhar forças, alimentar esperanças e consolidar objectivos. É a magia da incerteza que tudo alimenta e revigora. O Benfica, em particular, foi sujeito a uma proclamada terapia de confiança e vai ter, nestes próximos dias, desafios importantes para se saber que condições tem para recuperar o atraso e sagrar-se pentacampeão.
A propósito de campeões, uma breve passagem pelos principais campeonatos europeus evidencia-nos quanto está a ser ingrato esta fase vestibular da competição para os campeões incumbentes. Vejamos, através da tabela seguinte, do pior para o melhor:

Jornadas Realizadas-13; Clube em 1.ª lugar-Cluj; Clube Campeão-Vitorul; Série-campeão; Actualmente-8.º; Distância-15 pontos
JR-10; C-Brugge; CC-Anderlecht; S-campeão; Act.-5.º; D-9 pontos
JR-12; C-Zenit; CC-Spartak; S-campeão; Act.-5.º: D-9 pontos
JR-8; C-Manchester City; CC-Chelsea; S-campeão; Act.-7.º; D-9 pontos
JR-9; C-PSG; CC-Mónaco; S-campeão; Act.-2.º; D-6 pontos
JR-11; C-Young Boys; CC-Basileia; S-octocampeão; Act.-4.º; D-5 pontos
JR-8; C-FC Porto; CC-Benfica; S-tetracampeão; Act.-3.º; D-5 pontos
JR-7; C-Galatasaray; CC-Besiktas; S-campeão; Act.-2.º; D-5 pontos
JR-8; C-Nápoles; CC-Juventus; S-hexacampeão; Act.-3.º; D-5 pontos
JR-7; C-PAOK; CC-Olympiakos; S-heptacampeão; Act.-6.º; D-4 pontos
JR-8: C-PSV; CC-Feynoord; S-campeão; Act.-2.ª; D-3 pontos
JR-8; C-Borussia Dortmund; CC-Bayern; S-pentacampeão; Act.-2.º; D-2 pontos
JR-11; C-Shakthar; CC-Shakthar; S-campeão; Act.-1.º; D-0 pontos

Com excepção do campeão ucraniano treinado pelo português Paulo Fonseca, todos os outros treze campeões da passada época não estão, nesta altura, no primeiro lugar da classificação- Em condições normais, alguns mesmo estarão já até afastados do título. É o caso dos vencedores romeno, belga e russo! O crónico campeão helénico está agora na 6.ª posição. Já o Real Madrid que chegou a estar a sete pontos, reduziu na última jornada para cinco a distância para o Barcelona. O Chelsea dificilmente será campeão, agora a nove pontos do líder (ainda que na Inglaterra tudo seja possível...). Isto sem que daí se diga que merengues e ingleses estejam em crise. A própria Juventus está distante cinco pontos do Nápoles, tantos como os que separam o Benfica do FCP e também não está moribunda. A única situação racionalmente expectável é a do Mónaco, perante o todo-poderoso PSG.
Não que este comparativo me console muito perante o atraso (absolutamente recuperável) do meu clube. Mas evidencia uma lógica arduamente competitiva que se espalha pelos principais campeonatos. O que os torna mais aliciantes e menos sujeitos a regras consuetudinárias. Aliás, basta para isso, e em termos matematicamente probabilísticos, constatar a maior dificuldade em voltar a ser campeão quanto mais vezes um clube e for consecutivamente.
Senão vejamos em Portugal, considerando (simplificadamente) que um dos três chamados grandes é campeão. Num primeiro ano a probabilidade - matematicamente teórica - de vencer a prova é de 1/3. No segundo ano, será de 1/3x1/3=1/9. Para um tricampeonato, essa ocorrência é de 1/3x1/3x1/3=1/27. O tetracampeonato depara com uma probabilidade de 1/3x1/3x1/3x1/3=1/81. Assim, em 2016/2017, o Benfica dinamitou a probabilidade estatística. Para se alcançar um penta, teremos, teoricamente, 1/3x1/3x1/3x1/3x1/3=1/243. É claro que estas são as probabilidades ab initio e não no ano de cada uma das vitórias seguidas. Ou, por outras palavras, a probabilidade de o tetracampeão Benfica ser este ano pentacampeão é de 1/3.
Probabilidades à parte, o campeonato ainda só atingiu 23% do seu percurso. E, como gostam de dizer os puristas da bola, o Benfica só depende de si, pois que ainda não jogou com nenhum dos rivais e as distâncias são de cinco e três pontos. Só depende de si - repito - o que, porém, já não é nada pouco. Ou seja, apesar de algumas dificuldades notórias para ser igual à equipa de 16/17, a chave da solução está dentro e não fora. Por isso, acredito.

Os equipamentos
A semana passada referi-me, de passagem, à camisola do Lusitano de Évora que, como verifiquei no jogo da Taça, continua a ser a que era há 50 ou 60 anos. Uma espécie de Vitória de Setúbal com listas verticais de mais magro orçamento. Entretanto, entretive-me a pensar em velhinhos equipamentos de equipas que, no meu tempo de menino e moço, jogavam na primeira divisão. Lembrei-me logo da CUF do Barreiro, tal e qual o arsenalista Braga, mas de verde equipado. E do Caldas e Sanjoanense que faziam da cor das cores - o branco - e da não cor das cores - o preto - belíssimos e austeros equipamentos.
Hoje, impõem o marketing, as vendas comerciais e a televisão a cores que os equipamentos, sobretudo os alternativos, mudem todas as épocas, com direito a acontecimento. Sinceramente, não é coisa que me entusiasme. Porto-laranja ou Porto-chocolate? Sporting-amarelo fluorescente tipo polícia de estrada? Benfica-rosa ou Benfica-cinzento pardo? Por mim, dispensaria. Mas compreendo que impulsione vendas e entusiasme coleccionadores.
Há anos escrevi na minha anterior coluna em A Bola que o Benfica tem nas suas três cores fundacionais (vermelho, branco e preto) muitas alternativas, pelo que não compreendo as cores mais ou menos indefinidas e até tristes e pouco arrebatadoras, senão mesmo indefinidas. Mesmo sem daltonismo, imagino a discussão sobre o actual equipamento alternativo: cinzento-escuro, cinza-ardósia, cor de rato, etc. E há outro aspecto que, confesso, tenho dificuldade em compreender: o emblema do clube na camisola, em cor branca e cinza! Mas agora será que o emblema original se pode mudar em função de merchandising ou de uma moda transitória? De todo, não concordo.
Até a Selecção muda constantemente e, não raro, para pior. Já não chega termos uma bandeira que não favorece os equipamentos, e ainda por cima não há preocupação de unidade na representação do país: no futebol é vermelho a cheirar a salmonete, no atletismo é verde, no hóquei às vezes é azul e branco tal qual a bandeira da monarquia, etc. No futebol, temos, aliás, a originalidade de o equipamento vermelho ou verde não respeitar até as cores da bandeira. Do vermelho já falei, do verde desmaiado não podia ser mais feio. Pode ser que melhore agora que o campeão europeu vai, nessa qualidade, ao Mundial da Rússia.

Contraluz
- Número: 18 anos, 1 mês e uns dias
A idade de Svilar, novel guarda-redes do Benfica. Hoje, arrisca-se a ser o guarda-redes mais jovem desde sempre na Champions, destronando o seu ídolo Iker Casillas. Será que vai tirar o lugar ao Júlio César que podia ser pai dele?
- Protesto: O Illiabum.
Clube da minha cidade natal - Ílhavo - está a fazer um início de Liga, em basquetebol, absolutamente notável. Três vitórias em três jogos, duas das quais como visitante contra o FC Porto e CAB Madeira. Acontece que, no passado domingo, em A Bola, se escreveu em referência ao Illiabum «a equipa do concelho de Aveiro...». Já nos chega o farol de Ílhavo (Barra), que muitos chamam abusivamente farol de Aveiro!
- Expressão: «Dormir com bola»
Ora aqui está um jargão do futebolês, ainda que com aproximação anatomicamente fálica. Se bem interpreto esta neófita expressão, o melhor sítio para 'dormir com bola' é na linha de cabeceira, se possível chegado ao canto. Não sei, também, se o excesso de «dormir com bola» não estará relacionado com a cafeína para tal se impedir. Confesso que dormir com bola é coisa que, não raro, me acontece em jogos de indisfarçável desinteresse. Só acordo com aquela sinalética do árbitro a desenhar com os dedos um ecrã televisivo."

Bagão Félix, in A Bola

Profundidade...

Benfica 24 - 27 Sporting
(11-12)

Neste jogo ficou patente os problemas na rotação do plantel nos jogos 'grandes', para três posições, temos 4 jogadores: Seabra, Belone, Silva e Cavalcanti... os jovens, têm futuro, mas ainda não são apostas para este tipo de jogos. E assim, num jogo sempre equilibrado, na parte final não conseguimos manter o mesmo nível... Até os 7 metros falhados, nos últimos instantes, demonstraram o cansaço!

Dito isto, recordo que os Lagartos têm um orçamento no mínimo dos mínimos 3 vezes maior do que o Benfica!!! No mínimo, porque os Lagartos têm por hábito pagar por baixo da mesa!!! O normal seria um 'capote', algo que nunca irá acontecer...

Neste momento temos uma derrota e o Sporting, tem uma derrota e um empate. Uma vitória teria dado o vantagem interessante, mas continuamos na luta...

'Striptease' norueguês

"Sou apologista do progresso, a todos os níveis, mas confesso que às vezes a inovação pode ser assustadora. Refiro-me, neste caso, às técnicas de motivação. Ficámos a saber, esta semana, que o treinador do Valerenga (Noruega), Ronny Della (também ele norueguês), se despiu no balneário, na palestra antes do jogo com o Bann, com o objectivo de motivar os seus jogadores para um jogo muito importante na luta pela manutenção, através da ideia metafórica de que teriam de expor-se em campo. E a verdade é que a equipa ganhou 2-1. Não é possível estabelecer relação de causa/consequência, mas convenhamos que é assustador pensar que pode mesmo ter existido. Pelo sim pelo não, era preferível terem perdido.
Primeiro porque me custa a crer que me vou sentir mais motivado se o chefe de redacção do jornal começar a despir-se durante uma conversa motivacional com todos os jornalistas - aliás, no caso do Valerenga, um dos jogadores admitiu que «não foi algo muito bonito de se ver», algo que subscrevo mesmo sem ter estado presente e sem conhecer a forma física de Ronny Della, pois seguramente que nem um esbelto corpo grego trabalhado ao pormenor tornaria o momento menos embaraçoso.
Em segundo lugar porque se a moda pega um dia destes, antes dos jogos, no íntimo do balneário (se ninguém filmar...) temos Jorge Jesus a fazer a dança do ventre, Sérgio Conceição vestido de licra a fazer acrobacias em cima de um step ou Rui Vitória a cantar o We Are The Champions no karaoke, em tronco nu, para referir apenas o caso dos três grandes.
Sim, eu sei que o mais certo é os jogadores entrarem em campo traumatizados e dormirem mal umas quantas noites (ao invés do desejado efeito de uma adrenalina a rebentar pelas costuras), mas e se a equipa ganhar?!
Termino com uma dúvida que me apoquenta a mente: será que Ronny Della meteu música? Sim, aquela do Joe Cocker..."

Gonçalo Guimarães, in A Bola

Taça de Portugal

Vamos defrontar o V. Setúbal na próxima eliminatória da Taça de Portugal.
Se jogar na Luz é positivo, tendo em conta os potenciais adversários, não foi um sorteio favorável ao Benfica. Recordo que este V. Setúbal de Couceiro tem sido uma das nossas bestas negras nos últimos tempos!!! Além disso, esta eliminatória vai disputar-se após mais uma paragem das Selecções, com vários jogadores a chegarem em 'cima' do jogo... e poucos dias depois vamos jogar em Moscovo a continuação na Europa!

Acção que só peca por tardia

"A Sport Lisboa e Benfica SAD confirma que, no âmbito dos processos de investigação em curso, foram realizadas operações de recolha de informação nas instalações do Estádio da Luz por elementos da equipa de investigação da Polícia Judiciária, meia hora depois de termos tomado conhecimento dessas diligências através da Comunicação Social.
Estas operações, que pecam por tardias, são encaradas com a maior normalidade pela Sport Lisboa e Benfica SAD, que desde o primeiro momento requereu e disponibilizou-se a fornecer toda a informação necessária a um cabal esclarecimento de toda esta situação, reiterando a sua total colaboração activa nos trabalhos que estão em curso para o apuramento da verdade.
A Sport Lisboa e Benfica SAD reforça o seu apelo a uma rápida e urgente investigação para defesa do seu bom-nome, responsabilização de quem sistematicamente tem cometido diversos crimes e no sentido da normalização institucional do Futebol Português.
Aliás, a Sport Lisboa e Benfica SAD aguarda que sejam investigados os autores materiais da violação do seu sistema informático, o que, apesar de reiteradamente solicitado, ainda não foi executado."

O abanão de que a equipa precisa

"Já aqui escrevi: a má fase que o Benfica enfrenta é, no essencial, resultado de um planeamento da época mal feito – saíram elementos nucleares que não foram devidamente substituídos. Se a isto acrescentarmos problemas anteriores que ameaçam tornar-se estruturais, fica explicado o momento da equipa.
Há, a este propósito, dois males que afectam o Glorioso e que não são de agora.
A insistência num meio-campo a dois, que funciona na perfeição em 90% dos jogos da Liga, mas que exige muito dos dois centrocampistas – rigor táctico exímio nas compensações defensivas de quem ocupa a posição 6 (daí a diferença que faz ter ou não ter Fejsa em campo) e capacidade do jogador 8 para unir a equipa quer em transição, quer em organização (Pizzi, por vezes, parece um base numa equipa de basquetebol, de tal forma a bola tem sempre de passar pelos seus pés).
A questão é que este sistema nem sempre funciona contra equipas mais fortes e torna difícil o controlo do jogo com bola. Por razões que permanecem insondáveis, o Benfica anda nisto há anos, sem que se vislumbre um sistema táctico alternativo. Já era assim com Jorge Jesus (que sintomaticamente no Sporting não comete o mesmo erro) e continua com Rui Vitória. A questão torna-se mais premente quando a equipa não está bem fisicamente. O que é pedido a alguns jogadores-chave torna-se difícil de cumprir. Não por acaso, tem havido uma regularidade no Benfica desta temporada: a equipa começa os jogos bem melhor do que os termina e por várias vezes se viu a ganhar para depois desbaratar a vantagem. Até para proteger a baixa de forma de alguns jogadores nucleares, o Benfica devia ter um sistema alternativo.
O que fazer agora? Provavelmente um pouco de cada coisa: corrigir em Janeiro os erros do defeso, diversificar as opções tácticas da equipa e melhorar os índices físicos (permanece inexplicável a saga das lesões musculares – que terá pouco a ver com o departamento médico). Será suficiente? Não sei, mas o futebol, na sua imprevisibilidade, torna o pensamento mágico credível. De repente, tudo pode mudar, até porque vitórias trazem vitórias e, por arrasto, melhorias exibicionais.
Contudo, tal como aconteceu há dois anos, quando a equipa agonizava e chegou a estar a 8 pontos da liderança, é preciso também sacar de um joker – um jogador que abane emocionalmente o conjunto e que mexa com o ponto mais frágil da equipa. Em 2015, a entrada fulgurante de Renato Sanches deu um suplemento de alma ao Benfica, enquanto a forma a roçar a inconsciência como jogava, ajudou a superar as dificuldades tácticas. Agora, Svilar pode ser o que Renato foi. Bastaram uns quantos minutos, contra uma equipa muito fraca, é verdade, para mostrar que tem a vertigem característica dos grandes guarda-redes e uma autoconfiança juvenil que entusiasma. O belga pode ser o abanão de que a equipa precisa."

... e Mourinho deixou a Luz

"Bronca 1. O autocarro estava parado junto à porta principal do estádio e o técnico foi o primeiro a entrar, seguido dos elementos da equipa técnica. A seguir subiram jogadores e o restante staff e o veículo arrancou. Mas, a meio caminho, há algo de errado: o motorista não toma o caminho habitual. O técnico pergunta: "Para onde vais?" A resposta é pronta: "Para o hotel." E o diálogo torna-se surrealista, pois o caminho habitual para o hotel não era aquele. "Recebi ordens para ir para este hotel", justifica-se o motorista. O treinador passa do espanto à indignação: ninguém da direcção, nem mesmo o secretário técnico, o informara da alteração.
Bronca 2. A equipa chega ao Bom Jesus de Braga, na véspera de importante jogo contra os arsenalistas. Os técnicos saem e são surpreendidos: não há lugar para todos os jogadores na unidade hoteleira. Uns ficam nesta, os restantes vão para outra, a umas dezenas de metros. A divisão tem justificação: no primeiro hotel ficam também os dirigentes! O treinador – e não só! – passa do espanto à indignação e assume posição clara: "Ou a equipa fica toda aqui ou ficam todos a dormir no autocarro!" Perante tal firmeza, teve de mudar quem ia ‘dar ao dente’ e ver a bola...
Mais broncas houve, durante o ‘convívio’ de Manuel Vilarinho com Mourinho no Benfica. E pode o ex-presidente dos encarnados dizer, como disse, que ele "ganhou 3-0 ao Sporting sem saber ler nem escrever." Ninguém se esquece que foi ele quem empurrou um dos melhores treinadores do Mundo para fora do Estádio da Luz. A bem do Benfica não foi, como está comprovado.
Por isso, acredito que amanhã, na Luz, se ouvirá: Bem-vindo, José Mourinho!"

Focados no praticante

"O Sindicato concretizou o objectivo de criar um Fundo de Pensões para os jogadores. Há muito que procurávamos o apoio para este projecto, como resposta para minimizar os problemas relacionados com o abandono prematuro da carreira desportiva, por lesão, doença ou desemprego, e a transição para outra actividade, que constituiu um período de instabilidade financeira para a esmagadora maioria dos jogadores. O apoio e envolvimento da Federação Portuguesa de Futebol para a constituição do Fundo de Pensões é um dos exemplos da política desportiva focada nas necessidades do praticante, pela qual nos batemos.
O Fundo será um instrumento complementar que visa a poupança e será colocado à disposição dos jogadores de futebol, e dos praticantes desportivos em geral, sem afectar o regime contributivo já instituído. Iniciamos agora uma fase de diálogo com o poder político, com o objectivo de alcançar a previsão legislativa necessária para garantir dois objectivos fundamentais: a possibilidade de resgate deste Fundo no final da carreira desportiva, fixada em média nos 35 anos, e um benefício fiscal que incentive o esforço financeiro que é proposto, especialmente aos atletas que auferem rendimentos mais baixos. Queremos que jogador acautele, desde cedo, a fase de transição.
A pensar noutro problema "silencioso" da profissão, as perturbações psicológicas que os jogadores enfrentam em diferentes momentos da sua carreira e após o término, o Sindicato lançará no próximo dia 19 de Outubro, no Museu Nacional do Desporto, o Projecto de Saúde Mental. Diagnosticar, actuar preventivamente e garantir respostas adequadas para os problemas do foro psicológicos, são os grandes objectivos a atingir. Contamos com o apoio da comunidade desportiva!"

Dos estádios da Taça às claques: a lei que conta é a do mais forte?

"Gosto de quando o desporto se torna numa festa popular itinerante.
Arrepia aquele mar de gente a ver os carros a voar no Salto da Pedra Sentada, ali para os lados de Fafe. Haverá imagem mais espantosa em todo o Mundial de Ralis?
Trocando os carros pelas bicicletas, a Volta impressiona mesmo com a Senhora da Graça e a Torre apinhadas de gente que empurra os ciclistas com gritos e palmas montanha acima.
Talvez seja fraqueza minha, mas eu que na Liga quero o melhor que o futebol moderno pode oferecer, na Taça de Portugal defendo a tradição.
A nossa Taça é uma competição saudavelmente anacrónica, uma festa desportiva popular, cuja grande vantagem é levar a bola a cada palmo do território português – aliás, se essa via tradicionalista não fosse acarinhada, provavelmente o palco da final já não seria o Jamor, que em termos de conforto e de segurança está fora do top-10 dos recintos nacionais.
Taça é ir ao sintético e, mesmo sendo um craque da Liga, «sair de lá como se tivesse levado com um pau». É jogar em campos que têm um murete à volta e um corrimão onde os adeptos se debruçam, ali com os heróis ao alcance da mão.
Sinteticamente, Taça é o Vasco da Gama-Vitória de Guimarães: ver o Vitória chegar à Vidigueira e, depois de dar meia-dúzia, terminar o jogo a tirar fotos em conjunto, seguido de um serão de convívio à mesa entre adeptos minhotos e jogadores do Vasco, ao som do cante alentejano intercalado por cânticos que habitualmente ecoam nas bancadas do Afonso Henriques.
Por outro lado, no caso de Évora é lamentável que a maior cidade alentejana, apesar dos seus 50 mil habitantes, não tenha um recinto condigno para defrontar um grande.
Tão bizarro como ver o Lusitano receber o FC Porto no Restelo, a 130 quilómetros de casa, é assistir à troca do Estádio José Arcanjo, que desde 2004 até ao início desta época serviu de palco a jogos das competições profissionais, pelo Estádio do Algarve, em Loulé, para a recepção do Olhanense ao Benfica.
Por parte das entidades encarregadas de organizar a prova, a mudança de palco dos respectivos jogos é justificada pelo facto de ambos serem classificados como de «alto risco», o que faz com que os recintos de Évora e Olhão não cumpram as condições de segurança requeridas.
A decisão está até respaldada pela Lei n.º 39/2009 de Combate à Violência, Racismo e Xenofobia nos Espectáculos Desportivos.
De facto, o artigo 12.º, respectivo à Qualificação dos Espectáculos, define, entre outros considerandos, como de «alto risco» jogos em que «o número de espectadores previstos perfaça 80 % da lotação do recinto desportivo e em que o número provável de adeptos da equipa visitante perfaça 20 % da lotação».
Caso encerrado? Bem, nem por isso. Desde logo porque o jogo do Vitória na Vidigueira até poderia ser enquadrado no mesmo rol.
Porém, bem mais relevante do que isso é o facto de a Lei n.º 39/2009 (clique aqui para consultá-la) definir outras normas de segurança nos recintos desportivos que, pura e simplesmente, não são cumpridas.
No artigo 14.º estabelece-se, por exemplo, as regras para Apoio e Registo (15.º) a Grupos Organizados de Adeptos, definidas e fiscalizadas pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ).
Entre outras coisas, pode ler-se: «É obrigatório o registo dos grupos organizados de adeptos junto do IPDJ [ponto 1] (…); o incumprimento veda liminarmente a atribuição de qualquer apoio, nomeadamente através da concessão de facilidades de utilização ou cedência de instalações, apoio técnico, financeiro ou material.»
Aliás, o ponto 7 explicita a advertência de que «o incumprimento pode determinar a realização de espectáculos desportivos à porta fechada».
Sabendo que a claque do Lusitano, composta por jovens dos escalões de formação, não pôde exibir tarjas e bandeiras no Restelo por não estar legalizada (uma notícia que passou quase despercebida), pergunto: esta parte em concreto da Lei 39/2009, que condiciona o apoio dos clubes à legalidade das suas claques, tem sido cumprida por todos os clubes na Liga?
Aparentemente, o zelo em aplicar o artigo 12.º, para acomodar a decisão de poupar dois grandes a jogar em recintos modestos, parece contrastar com o descaso ao longo dos anos últimos em aplicar o artigo 14.º da mesma lei.
É, portanto, fundamental esclarecer critérios, para não ficarmos com a sensação de que no futebol português a lei que conta mesmo é a do mais forte."

Redirectas LII - O Dono Da Baliza

Caros companheiros no rescaldo do jogo de ontem tenho a dizer o seguinte: 

Na terça-feira eu fiz o seguinte comentário num artigo publicado aqui no Indefectível:

"Para qualquer pessoa que tenha assistido os vídeos de Svilar, as defesas que ele fez são mais que expectáveis. O problema não são os pontos fortes. O problema são os pontos fracos.
E esses não é nada bom surgirem num jogo da Champions.
É evidente que treino a treino quem vê os jogadores em acção é o treinador e este já apresenta bastantes créditos nesse particular ainda assim esta época no que à baliza diz respeito Rui Vitória parece estar entre a espada e a parede.
Espero que numa ocasião como esta ele tenha o sangue frio suficiente para medir as implicações da sua decisão.
Colocar em campo Svilar é dar um sinal claro de plena confiança que na sua opinião Svilar está preparado para ser o dono da baliza e aí terá que ir com ele até ao fim do mundo coisa que se recusou a fazer com Varela com os resultados que sabemos.
Se colocar Júlio César é o assumir que a baliza do Benfica continua sem dono.
Uma e outra serão sinais claros para o plantel e para os adeptos.
Amanhã veremos.
Será de amanhã em diante Svilar o novo líder de uma equipa completamente órfã de Ederson?
Esta pergunta demonstra a fragilidade em que o planeamento de toda uma época foi feito.
A SAD não pode continuar ano após ano a provocar estas situações de lacunas graves no plantel.
Com que autoridade pode a administração da SAD exigir ao treinador resultados se continua a colocá-lo nesta situação impensável de ter de fazer omeletes sem ovos?"

Na opinião acima transcrita ficou expresso o meu pensamento na questão relativa aos guarda-redes. Rui Vitória ao colocar Mile Svilar em campo mostrou ao mundo quem é hoje em dia o dono da baliza do Glorioso. 
Assim, como disse na terça-feira, cabe agora a Rui Vitória não vergar diante das críticas que estou certo surgirão a cada erro que Svilar possa cometer. 18 anos não são 28 anos e o processo de crescimento implica cometer erros. 
Apostar em jovens em equipas com a responsabilidade e o peso do Glorioso exige muito de todos, tanto do treinador como dos jogadores jovens e mais experientes porque só uma verdadeira equipa muito bem preparada a nível psicológico pode superar as adversidades das dores de crescimento e fazer render em campo todo o seu potencial.
No jogo de ontem tivemos em campo 3 jovens jogadores que se perfilam claramente para se afirmarem como apostas seguras de Rui Vitória, porque se Rui Vitória coloca Rúben Dias num jogo contra o Manchester United está dizendo com isso que o substituto de Victor Lindelof está encontrado. O raciocínio é o mesmo que fiz para definir Mile Svilar como o substituto de Ederson Moraes. E o mesmo direi de Diogo Gonçalves como o substituto de Gonçalo Guedes.
Estamos em final de Outubro e finalmente parece que começamos a ver o início de alguma definição na reposição das peças do xadrez. 
A qualidade é menor claramente mas poderá aumentar ao longo do tempo. Entretanto a Champions League é já uma leve miragem e daí já podemos começar a fazer as nossas contas do deve e haver dos actos de gestão praticados no mercado de início de época. Quantos milhões a menos? E não se esqueçam da desvalorização do plantel. Todo o lucro já se foi só com as verbas que deixamos agora de receber. Outros quinhentos para esgrimir noutra altura em que o leitor possa estar com a mente um pouco mais tranquila.

"...tivemos que os deixar sair..." lembram-se?
É uma frase que não me sai da cabeça. E não sairá do centro de acção do meu esgrimir de argumentos. Que quererá essa frase dizer? Quer dizer que Mile Svilar no dia que oferecerem 30 milhões de euros vai deixar de ser do Benfica? Rúben Dias? Diogo Gonçalves?

Entretanto como é evidente, os adeptos já pedem a demissão do treinador e uma revolução do plantel.
Agora pergunto eu: Que culpa tem o treinador? Que culpa têm os jogadores? Conseguem-se inventar soluções? Conseguem-se fazer omeletes sem ovos? Qual é o cozinheiro que o consegue fazer?

A estratégia da SAD e do presidente está a resultar em pleno. Eles estão todos felizes da vida contando notas de 200 euros ou sabe-se lá de que valores e o Rui Vitória e as grandes figuras da equipa como Luisão ou Jonas ou Sálvio ou Pizzi estão com a cabeça no cepo porque são-lhes exigidas as vitórias. Vitórias essas que eram a época passada em grande medida o fruto de jogadores como Ederson, Victor Lindelof ou Nelson Semedo que davam uma consistência defensiva à equipa que permitia aguentar resultados e conquistar assim pontos preciosos para as conquistas efectuadas.

Companheiros, parem para pensar e compreendam de uma vez por todas que não se podem retirar 5 jogadores chave a um plantel e esperar que o treinador e a equipa apresentem os mesmos resultados. Fazer crescer jovens jogadores requer tempo e tempo é um recurso muito escasso principalmente numa equipa que joga para ser campeã.

Depois do que a SAD fez esta época a Rui Vitória, é de muito mau gosto ouvir benfiquistas a pedir a sua cabeça. Eu se fosse o treinador, sou muito sincero, a partir do momento em que o presidente diz que Ederson não está no mercado e depois o vende a baixo da clausula de rescisão, sem oferecer qualquer alternativa credível, eu teria batido com a porta na hora. Com tal acto de gestão a SAD tirou por completo o tapete ao seu treinador. Que não existam dúvidas quanto a isso.

O mau início de época existe sobretudo porque a profundidade do futebol de Ederson já não está mais presente em campo e isso altera por completo toda a estratégia da equipa. 
A SAD vendeu Ederson sem existir qualquer guarda-redes que pudesse dar o mínimo de garantias o que é ainda mais grave. Geralmente nos últimos dias de mercado as vendas fazem-se quando existe a certeza que se tem um substituto para a posição. Agora, esperar por Janeiro? E continuam-se contratando guarda-redes?

Svilar pode transformar-se com o tempo num grande guarda-redes. Tem potencial para isso. Mas é evidente que necessitava de pelo menos um ano como suplente de Ederson. O Benfica está a colocar a carreira de Svilar em risco neste preciso momento. Rui Vitória sabe que Svilar é o único ovo que ele tem disponível para fazer a omelete, vai segurá-lo para não partir mas a cada novo erro, a cada nova derrota a pressão irá aumentar. Aos benfiquistas resta esperar que novamente um miúdo de 18 anos leve o Benfica aos ombros. Como eu gostaria que tal pudesse vir a acontecer...

Mas por favor caros indefectíveis, se isso acontecer, e eu digo, se isso acontecer, não deixemos a SAD transformá-lo depois em mercadoria de segunda para ser vendida por quaisquer 30 milhões de euros. E sobretudo, não batamos palmas a tal acto de gestão porque o mesmo é lesivo para os superiores interesses do nosso Sport Lisboa e Benfica.

Há que não mais calar...

Pelo Benfica Sempre!

Redheart

Anteriormente: 

Vermelhão: Ingrato...

Benfica 0 - 1 Manchester United


Devido a doença súbita não fui à Luz, e com tal má disposição nem vi o jogo na televisão!
Sendo assim deixo só duas notas:
- Finalmente, percebeu-se que nos jogos deste nível, o Benfica não pode jogar com 2 avançados...
- A titularidade de 3 jovens (Svilar, Dias e Digui), logo numa rara semana, onde não temos ninguém lesionado!!! O Svilar diga-se, conseguiu a 'proeza' de errar no golo e mesmo assim ser considerado por muitos, como o melhor em campo!!! Outros, dizem-me que foi o Rúben Dias...

Tal como já tinha previsto, vamos lutar com o CSKA pelo 3.º lugar, o jogo de Moscovo será decisivo.

PS: Amanhã, se me sentir melhor, colocarei as crónicas 'atrasadas' e se tiver paciência verei a gravação do jogo, e acrescentarei alguma coisa às poucas palavras de hoje...