terça-feira, 12 de setembro de 2017

Promissor...


Benfica 5 - 1 CSKA Moscovo


Curiosamente até entrámos mal no jogo... mas rapidamente tomámos conta da partida, e só o desperdicío e grande exibição do guarda-redes Russo adiou os golos...!!!

Com os 'reforços' da B, temos equipa volta a Nyon... hoje ainda faltaram o Álvaro, o Csboth o Duk... Vamos ver como decorre o resto da prova...

Um psiquiatra, urgente!

"Desancar árbitros e arrasar arbitragens é arma dos fracassados. As pessoas apreciam, as audiências sobem e quem manda pouco faz para colocar ponto final neste regabofe.

Qualquer pessoa com um mínimo de noções sobre os artifícios utilizados na arte de influenciar a opinião pública apercebe-se que é cada vez mais descarada a aliança entre FC Porto e Sporting com o objectivo de combater o domínio do Benfica. Começou com a discrição conveniente, como se tratasse de um namoro proibido, mas aos poucos foi perdendo a vergonha e hoje em dia basta uma passagem breve por programas televisivos ou textos de opinião em jornais para se observar uma espantosa consonância entre dragão e leão quando se trata de alvejar o inimigo comum. Com a particularidade de, regra geral, ser o primeiro a sugerir o tema e o tom e o segundo a bater palmas, tornando-se esta dependência mais notória, no estilo e na orientação, ao nível dos departamentos de comunicação dos dois clubes. Se a norte há uma corrente de ar logo a sul alguém dá um espirro, ou seja, existe uma relação harmoniosa entre a causa e o efeito.
A estratégia não é nova e em mais de uma ocasião e ela me referi, chamando a atenção para o 'Cerco ao Benfica' através de 'Alianças fingidas', sobretudo a partir do final da época 2014/15, quando Jesus se mudou para Alvalade.
Na temporada transacta continuou a ser tentada, com mais afinco, mas voltou a não passar de iniciativa falhada por duas razões simples:
1.ª - O Benfica ergueu uma muralha de silêncio que muito irritou as vozes da provocação, as quais não se cansaram de zurzir Luís Filipe Vieira pela sua sonsice, dando a entender que não era nada com ele, e também pelo seu atrevimento em deixá-los a falar com... ninguém.
2.ª - No campo desportivo, mesmo contra ventos e marés, o tetra foi alcançado. E... como reacção espontânea o penta encabeçou a lista de prioridades na época que ora decorre.

Natural, ambição da águia e assumida sem preconceitos pelo próprio presidente no auge dos festejos no Marquês, para sobressalto da propaganda de concorrência em face da segurança transmitida por Vieira, principalmente quando sublinhou querer ganhar, sim, sem colocar em causa, no entanto, a estabilidade financeira da sua instituição por causa de um título.
Manifestação de força do líder benfiquista, em contraposição ao aperto que os homónimos rivais sentem, ambos com a corda na garganta, embora por motivos diferentes:
Pinto da Costa tem inscritas no currículo de longos anos relevantes conquistas no futebol nacional e mundial; Bruno de Carvalho, no quinto ano do presidência, sente-se mais à-vontade a prometer do que a ganhar.
Mesmo com esquemas mais elaborados para dizer coisas, provocar discussões ou fomentar intrigas, qualquer aliança entre ambos é e será de vida curta. Em concreto, o prazo de validade desta vai expirar na última semana de Setembro, a que antecede a oitava jornada da Liga, que inclui um clássico, o Sporting-FC Porto, a um de Outubro.

Nada do que se tem verificado apanhou de surpresa Luís Filipe Vieira, tanto que, em intervenção recente, antecipou que tudo iria valer para impedir o Benfica de ser campeão (A Bola de 1 de Agosto). Como? Se não se consegue no local certo, no relvado, tenta-se fora dele. É o tal jogo fora das quatro linhas. É o vale tudo, em que os fins justificam os meios, é o querer triunfar a qualquer preço. Foi assim no passado e há quem queira que também seja assim no presente.
Antes era o árbitro, agora é o árbitro mais o videoárbitro, uma ferramenta importante para ajudar na verdade do jogo, mas quem perde não resiste à tentação de agitar uma verdade alternativa como instrumento de defesa. Cada qual julga-se dono da sua verdade e esse problema o videoárbitro não resolve, é mais uma questão educacional.
Salvo honrosas excepções, as conversas muito raramente se centram na competência de treinadores ou na sua inépcia, assim como pouco se fala de erros de avaliação de opositores, de deficientes abordagens competitivas, de substituições mal calculadas ou de estratégias absurdas. Sobre jogadores, então, chouriços à parte, é como se fossem figuras sem importância...

Desancar árbitros e arrasar arbitragens é arma dos fracassados. As pessoas apreciam, as audiências sobem e quem manda pouco faz para colocar ponto final neste regabofe. Omissão que explica a libertinagem comunicacional reflectora de uma clubite arcaica que é alimentada por quem pretende chafurdar num futebol sem regras e à margem da lei. Neste ambiente futebolístico a precisar de urgente tratamento psiquiátrico só faltava que os directores de comunicação fossem transformados em cabeças de cartaz. Tem tanto de fantástico como de inimaginável...
Estou farto de escrever isto, mas insisto: um país que é campeão da Europa, que tem o melhor jogador do mundo e o melhor treinador do mundo e já teve o melhor árbitro do mundo, deve ter, porém dos piores dirigentes do mundo. Com o pedido de desculpas aos que são bons e muito bons. Poucos, infelizmente."

Fernando Guerra, in A Bola

UEFA e o curioso caso português

"Benfica e Sporting abrem, hoje, a participação dos clubes portuguesas nas competições da UEFA, nesta era de 2017/18.
Na próxima época já não teremos este luxo de contarmos com três equipas na fase de grupos da prova europeia mais importante de futebol e julgo que dificilmente voltaremos a ter. Em parte, porque o futebol português tem-se deixado entreter com a sua estúpida guerra dos cem anos e esquece e essencial: o desenvolvimento mais rápido e equilibrado do seu futebol; por outro lado, porque cada vez mais a UEFA está refém dos grandes clubes europeus e tende a fechar cada vez mais a sua prova rainha, até para ir adiando a decisão desses mesmos grandes clubes virem a organizar uma superliga europeia, onde os sapatos grandes clubes, dos pequenos e médios países dificilmente terão assento.
Depois dos últimos anos de desperdício de uma posição privilegiada. Portugal jogo esta época, na Europa, com Benfica, Sporting e FC Porto na Champions e com V. Guimarães e o Braga na Liga Europa. Cinco dos seus clubes mais representativos e com maior experiência internacional.
Porém, há uma questão contraditória que vale a pena levantar. Para que Portugal consiga, no final desta sua época europeia, um número assinalável de pontos capazes de nos fazer reentrar na luta por um lugar na elite da Europa do futebol teria de contar com resultados acima das expectativas de Guimarães e Braga e com a indesejável (do ponto de vista desportivo) queda dos seus principais clubes para a Liga Europa, única competição onde Benfica, Sporting e FC Porto teriam algumas chances de ir até ao fim."

Vítor Serpa, in A Bola

Premiar o mérito

"Acredito na seriedade de quem apita jogos, na bondade que entreguem a cada lance

Tenho 44 anos. Durante mais de metade, fui árbitro de futebol. Hoje, como sabem, mantenho-me ligado à arbitragem por outra via. Pela via da análise e do comentário. E também pela via pessoal: a que tenho tentado construir, lenta mas gradualmente. Desse caminho mais solitário nasceu, recentemente, a publicação de um livro sobre as leis de jogo/videoárbitro e, em simultâneo, a criação de um site focado essencialmente em arbitragem. Um espaço onde diariamente procuro torná-la num lugar mais transparente. Sem preconceitos nem corporativismos. Limpo. Cristalino. Independente.
Sei que não deve ser fácil perceberem como é que alguém, na plenitude das suas faculdades (e eu penso que mantenho as minhas faculdades intactas), escolha continuar a estar ligado a uma carreira à qual dedicou tanto tempo e onde mora, em permanência, tanta coacção. Bem, estas coisas não se explicam. Sentem-se. Perceberão isso todos os que dediquem a sua vida a uma só causa ou a algo em que acreditam profundamente. Naturalmente que a arbitragem é para mim, como para qualquer um dos seus actuais agentes directos e indirectos, uma fonte de rendimento. Tal como o futebol, no seu todo, o é para muitas pessoas. E tal como qualquer actividade o é para os respectivos profissionais. Mas o aspecto financeiro, sendo importante, nunca poderia ser determinante, sobretudo para um ex-árbitro. Porquê? Porque esta escolha é efémera e volátil. E porque a verdadeira estabilidade pessoal e familiar nunca assentou, não assenta e jamais poderá assentar em premissa tão circunstancial como esta. Por isso, a verdadeira razão que me faz continuar a ficar deste lado é o facto de acreditar plenamente na melhoria da arbitragem e na sinceridade dos árbitros.
Acredito convictamente - e até prova em contrário - na seriedade de quem apita jogos. Na bondade que entreguem a cada lance, a cada jogada, a cada juízo. Acredito que dão sempre o melhor de si, o melhor que podem e o melhor que sabem. O que varia, neles, não é a integridade ou honestidade. É a sua maior ou menor competência, a sua maior ou menos experiência, a sua maior ou menor sensibilidade para a função. E é aí que mora a diferença entre os que acertam mais e menos. Entre os que erram mais e menos. Entre os melhores e os piores.
Sabendo disso, a estrutura deve canalizar todo o seu esforço no aspecto qualitativo. Na busca dos melhores, dos mais competentes. Isso é possível através de forte investimento no recrutamento, através da formação contínua e da melhoria constante das suas condições de trabalho. Para que, através de quantidade, seguramente desejada por todos, não é compatível com a manutenção de alguns imperativos regulamentares, que obrigam a que - na selecção para o topo -, se tenha em conta, pode exemplo, um critério tão injusto como a idade. Um árbitro não pode chegar ao escalão máximo por ser mais jovem que outros, sobretudo quando esses, por força do seu mérito desportivo, estão melhor posicionados para a subida. Não é possível afastarem-se quatro ou cinco árbitros do seu lugar só porque existe um número de vagas preestabelecidas para outros, eventualmente pior classificados mas bem mais novos. Este princípio - criado há muito, com equipa directiva diferente - teve base bem intencionada (permitir que os árbitros pudessem estar, a médio/longo prazo, nas grandes competições nacionais e internacionais), mas desvirtua aquilo que as competições, os clubes e os adeptos querem ver em campo: os melhores dos melhores.
A meritocracia tem que ser sempre, sempre, o único critério a ter em conta quando se trata de exigir excelência, competência e qualidade. E essa verdade deve valer para os árbitros... e para todos os outros."

Duarte Gomes, in A Bola

Contrariando teimosamente o antropólogo Lévi-Strauss!

"As viagens do Benfica pelo mundo ficaram na história mais profunda do futebol universal. Só o Santos de Pelé empreendeu digressões de tal envergadura. Agora que se fala que a Eusébio Cup pode ter lugar no Canadá, vamos viajar um pouco com os encarnados...

O Benfica não era clube que descansasse tranquilidade em casa de cada vez que o campeonato parava. E, às vezes, viajava mesmo com ele a decorrer, deixando para mais tarde os aborrecidos compromissozinhos nacionais. Havia uma vontade indómita de se medir continuamente com os melhores dos melhores.
No dia 20 de Junho de 1957, uma semana após ter perdido a final da Taça Latina, recebe em Lisboa o Vasco da Gama. O Vasco da Gama que viera à Europa derrotar o Athletic de Bilbau (4-2) na decisão do Troféu Ramon Carranza e o Real Madrid (4-3) na primeira edição do Torneio Internacional de Paris. O Vasco da Gama de Orlando, Valter e Vavá venceu por 5-2 e, na semana seguinte, já uma grande delegação encarnada sobrevoava Copacabana e o Leblon e a Baía da Guanabra, apreciando a vista lá do alto bem mais do que o antropólogo Claude Lévi-Strauss, que a terá detestado, parecendo-lhe uma boca benguela.
A digressão de 1955 deixava raízes. E o Benfica desembarca no Inverno do Rio com três encontros aprazados contra velhos conhecidos, dois frente ao Flamengo e um frente ao América. Otto Glória leva consigo 17 jogadores: Bastos e Costa Pereira; Calado, Serra, Ângelo, Artur Santos, Zezinho, Caiado, Alfredo e Pegado; Palmeiro, Coluna, Águas, Salvador, Cavém, Chipenda e Azevedo. Em Portugal chamaram-lhes 'Os bandeirantes da actividade desportiva', recordando o sucesso da digressão de 1955.

Belenenses também no Brasil
O Flamengo acabara de bater o Belenenses para o Torneio Internacional do Morumbi, torneio esse que se disputava no Rio e em São Paulo mas, curiosamente, com nenhum dos jogos a ser realizado no Morumbi, que ainda não estava completamente construído. 3-1 fora o resultado do Maracanã. Também no Maracanã jogou o Benfica. E durante longos, períodos de jogo domina o seu adversário, respondendo ao golo de Duca, logo aos 30 segundos, com um golo de Águas, aos 42 minutos. No dia seguinte, os jornais brasileiros tecem rasgados elogios ao Benfica, mas recordando a cada linha que é um brasileiro, Otto Glória, que treina os encarnados. No segundo jogo, os golos não aparecem. Serra foi expulso e Bastos, aos 48 minutos, defendeu um penálti apontado por Moacyr. Pela primeira vez o Benfica não sai derrotado de confrontos com o Flamengo. Se o Barcelona tem sido o seu 'fantasma vermelho e negro': nunca até hoje o Benfica bateu os brasileiros.
No dia 17 de Julho, de novo no Maracanã, o adversário é o América do Rio. Em disputa, a Taça Craveiro Lopes. As regras para a conquista do troféu são as seguintes: um jogo no Rio de Janeiro, outro em Lisboa e, finalmente, outra vez no Rio. Sairia vencedor quem atingisse primeiro os 5 pontos. Um empate (1-1) deu a cada clube um ponto no primeiro jogo. O segundo jogo disputa-se em Lisboa no dia 1 de Junho de 1959 e voltou a registar um empate (0-0). Benfica e América nunca voltaram a encontrar-se no Brasil. A digressão prossegue em São Paulo, ou melhor, em Santos, no Vila Belmiro, contra outra das 'bestas negras' do Benfica, o Santos, um dos adversários que nunca tinha vencido ao longo da sua história. Pela primeira vez os encarnados estavam cara a cara com aquele que se tornaria o mítico Santos de Pelé, único clube que pode pedir meças ao Benfica nas suas andanças pelo mundo. O Santos era bicampeão paulista mas ainda não era verdadeiramente o Santos, ou seja, o Santos que ficou escrito a letras mágicas na história do futebol. Mas tinha Manga, o guarda-redes que Eusébio e Simões destruíram em 1966. E tinha o grande Zito. E Dorval, e Jair, e Pagão, o herói de Chico Buarque, e Tita. E um menino de apenas 16 anos chamado Edson Arantes do Nascimento. Como dizia Nélson Rodrigues: Edson Arantes do Nascimento, por extenso Pelé. Muito mais vezes Pelé encontrará o Benfica, mas até 1958, ano em que o Brasil foi campeão do mundo pela primeira vez, não passará de um menino que trata a bola como mais ninguém. O jogo de Vila Belmiro, que se transformará num clássico do futebol internacional, é extraordinário. Os brasileiros vencem por 3-2, mas a hora e meia é cheia de peripécias e os jogadores do Benfica acertam três remates na trave de Manga Calado, Águas e Palmeiro. O Último Hora escreve: 'Sem dúvidas que o Benfica é o melhor team do Velho Mundo que até agora nos visitou'."

Afonso de Melo, in O Benfica

Uma obra, sangue e suor!

"A inauguração do Estádio da Tapadinha, a 23 de Setembro de 1945, foi um 'festivo acontecimento que pôs Alcântara e tôda a Lisboa em alegria'.

Em todo o bairro de Alcântara havia 'nos rostos um sorriso feliz - de confiança e alegria'. O Atlético Clube de Portugal inaugurava o seu novo parque de jogos, o Estádio da Tapadinha, uma 'obra grandiosa' e 'belo na simplicidade e brancura da sua traça'.
Este tinha capacidade para 25 mil pessoas, com lugares sentados para todos os espectadores, onde 'até o «peão» é sentado!'. E, mesmo assim, o espaço não bastou. 'Milhares de entusiastas acomodam-se ao longo das linhas do terreno de jôgo, a maioria deles deitados preguiçosamente na relva macia, que sem dúvida, até convidava...'
O Atlético convidou os 'mais importantes clubes de Lisboa' - Benfica, Sporting e Belenenses - para o interessante programa comemorativo. E, depois das cerimónias da inauguração, demoradamente aclamadas pelo público, coube precisamente ao Benfica e ao Belenenses estrear o novo campo desportivo da capital. Era a primeira vez, nesta época, que estes dois clubes jogavam em Lisboa. 'O público acomoda-se, regalado como quem se senta à mesa para saborear o prato predilecto'.
O Belenenses entrou melhor e fez o primeiro tento da partida. O momento seguinte foi de aflição. O guarda-redes dos 'azuis', Capela, 'desastradamente, talvez por culpa sua, lançando-se mal, a cabeça a descoberto' mergulha aos pés do jogador benfiquista Mário Rui, que 'com um pontapé na cabeça, que lhe abriu brecha funda e extensa'. Mário Rui, sem festejar o golo, 'acorreu presuroso para o erguer'. tendo o guarda-redes sido substituído.
Apesar deste momento emotivo, o Belenenses continuou a dominar a partida e a derrota do Benfica parecia certa. Mas os benfiquistas, numa 'surpreendente reviravolta, (...) recuperaram a diferença - então 1-3 - passando o marcador para 4-3 em pouco menos de três minutos'! São estas 'genialidades que fazem do Benfica uma das mais belas fôrças do futebol português'. A poucos minutos do fim, os 'azuis' empataram e o resultado final, com quatro bolas para cada um dos clubes lisboetas, ajustou-se perfeitamente ao desenrolar do jogo amigável.
Pode conhecer mais sobre os campos desportivos da capital na exposição Lisboa e Benfica - 20 Clubes, 20 Histórias, na Rua do Jardim do Regedor, em Lisboa."

Lídia Jorge, in O Benfica

Depois da coação sobre árbitros, agora o condicionamento da justiça

"Depois das contínuas declarações e atitudes de coação e intimidação das equipas de arbitragem por parte de responsáveis do Futebol Clube do Porto, hoje ficámos a conhecer nova frente de acção que visa interferir e condicionar as decisões dos tribunais nos processos em curso.
No âmbito das diferentes acções movidas pelo Sport Lisboa e Benfica, através da sua equipa de advogados, confirmamos ter sido interposta a justificada e necessária providência cautelar junto do Tribunal Cível da Comarca do Porto, visando impedir, primeiro, a prática continuada de uma conduta ilícita, depois a salvaguarda do bom-nome do Sport Lisboa e Benfica.
Nada mais natural num Estado de Direito com o qual alguns clubes e dirigentes manifestam evidentes dificuldades em lidar."

Voando sobre um ninho de cucos

"À direcção da Liga falta força e ao Governo falta coragem. Os pirómanos do futebol agem à vontade e vem aí um futuro de terra queimada.

Reconheço que não é fácil ser prior na freguesia do futebol português, mas quem aceitou o cargo constituiu-se na obrigação de exercer uma magistratura mais efectiva, que diga ao que vem e aquilo que quer. E também devo dizer que Pedro Proença não é, nem por sombras, o culpado pelo ninho de cucos em que estão transformadas as relações entre os clubes; porém, pelas funções que desempenha, a ele e à Liga deve exigir-se outro tipo de intervenção. Não é razoável que o presidente da Liga de Clubes, entidade que deve zelar pelo desenvolvimento da indústria, se mostre tão contido perante os atentados a que praticamente todos os dias temos assistido. Como é possível pensar em progressos se os principais patrões da indústria passam a vida a denegri-la? Nada do que tem acontecido é aceitável e não é na rivalidade que se encontra explicação para tanta falta de tino. Os rivais devem medir forças dentro das quatro linhas e depois, nas matérias de interesse comum, precisam de marchar em ordem unida pelos melhores resultados. O que tem sucedido é de profunda irracionalidade, numa vertigem autofágica que será, num futuro próximo, muito lamentada por quem tiver de colar os cacos. Mas há mais quem não tenha estado à altura da situação. Refugiando-se no argumento da independência do movimento associativo, o Governo foge dos problemas do futebol como o diabo da cruz, esquecendo-se das responsabilidade que são suas a partir do momento em que concede um estatuto de utilidade pública desportiva. Esta complacência do poder político face aos donos da bola, embora seja pública e notória no tempo presente e com este executivo, está longe de ser exclusivo da Geringonça, antes faz parte de uma tradição enraizada há muito e que tem permitido que se vislumbre, em muitas circunstâncias, um Estado dentro do Estado.
É neste caldo de submissão (da Liga porque não tem força para ir contra os principais clubes e do Governo porque lhe falta coragem) que a situação não dá mostras de acalmia. As posições estão radicalizadas e perante algumas certezas - só um será campeão e só o segundo irá à pré-eliminatória da Champions - será de esperar que o ambiente passe do irrespirável ao irresponsável, com um perigo de ruptura social iminente. Estão à espera de quê? De uma tragédia?
(...)

Ser ou não ser (chouriço), eis a falsa questão...
«Podíamos ter saído daqui com outro resultado, não fosse um grande chouriço que apareceu e foi esse chouriço que definiu o jogo»
Vítor Oliveira, treinador do Portimonense
A questão é, quanto muito, académica, mas não deixa de ser interessante. Vítor Oliveira referiu-se ao golo de André Almeida como um chouriço, mas o polivalente jogador do Benfica assumiu intenção no remate que deu o triunfo às águias. Sendo impossível contrariar André (só ele é que sabe o quis fazer!), é também impossível não perceber o ponto de vista de Vítor Oliveira.

Finalistas
Portugal, a disputar a terceira divisão europeia de râguebi, ocupa a 25.ª posição no ranking mundial; estes dados traduzem o actual estatuto dos Lobos. Por isso, tendo em conta este panorama, a proeza da selecção de sub-20 finalista com o Japão, ontem em Montevideu (debaixo de chuva diluviana e jogando num mar de lama, o que levou o jogo a ser suspenso quando os nipónicos, aos 63 minutos, iam vencendo por 14-3), no Mundial B, assume uma dimensão ainda maior. Os Lobitos colocaram Portugal no top ten do escalão, mostrando como é possível lutar com os melhores até uma determinada fase. Depois é que é pior, faltam condições, falta competição e a opção pelo amadorismo acaba por prevalecer. Para já, ficam os parabéns e o registo da belíssima página do râguebi nacional, escrita pela selecção de sub-20 no Uruguai, na mesma cidade de boa memória onde os Lobos carimbaram o passaporte para o Mundial de 2007.

Contador sabe como se diz adeus às armas...
A vitória na Vuelta sorriu ao vencedor do Tour mas a grande figura, pelas emoções que soltou, foi Alberto Contador, conquistador do Angliru, que disse adeus ao ciclismo saindo em ombros. Contador tem lugar entre os grandes de Espanha, junto a Bahamontes, Ocaña, Delgado, Pereiro e Indurain, vencedores da Grand Boucle."

José Manuel Delgado, in A Bola