quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Geometria da Selecção entre transferidores

"Agora a bitola nos clubes mais poderosos são os 222 milhões de Neymar (quase duas vezes o que custou o Estádio do Benfica!)

À volta da Selecção
Acabou, finalmente, a descarada (ou será escancarada?) janela (ou será portão?) de transferência. Coincidiu no tempo, aliás, com o entusiasmante jogo da Selecção Nacional contra uns rapazes que trabalham 12 horas por dia e ainda ajudam em casa, vindos dos confins das ilhas dinamarqueses de Feroé. Jogo tão excitante e fundamental que até o actual (candidato) presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, faltou a um debate televisivo com os restantes candidatos, porque à mesma hora se jogava no Bessa tão complicada partida. Percebe-se o conflito de agendas.
No desafio propriamente dito, Ronaldo jogou com o sempre notável profissionalismo e William Carvalho revelou forte personalidade perante a frustração de não ir para a terra de Sua Majestade devido à intransigência do seu clube face à proposta recebida (uns a dizer que sim, outra a dizer que não) de um clube inglês (West Ham) que, em tradução literal, quer dizer 'presunto ocidental'. Como habitualmente, lá jogou, ainda que a suplente, esse mago do futebol chamado André Gomes e, hélas, regressou, logo num jogo tão áspero, essa pedra precisa (sempre por polir) Nélson Oliveira.
No jogo com a Hungria - este sim com algum grau de dificuldade - Portugal cumpriu, sem brilho, mas com consistência. O cotovelinho magiar foi decisivo e Pepe, desta vez vítima, que o diga. Agora falta vencer a Suíça que lá continua 100% vitoriosa e com o benfiquista Seferovic de pé quente. Ele que guarde os golos futuros para o SLB e os dispense na selecção helvética. Antes, ainda há Andorra que faz tremer os responsáveis por causa da viagem pelos Pirenéus (contratem Froome!).
A propósito da Hungria, lembro-me, criança e jovem, da escola fabulosa de jogadores desde Puskas a Kocsis, de Kubala a Czibor, entretanto espanholizados depois da tentativa húngara de, em 1956, se libertar do jugo soviético. Ainda durante algum tempo, as equipas húngaras foram temíveis, até que tudo se esfumou e hoje não passam de clubes de pequena expressão. Falo, sobretudo, do Úpjest, MTK, Hónved, Ferencváros e Vasas de Budapeste. E, falando da nação magiar, não posse deixar de recordar o menino de Gyõr que sucumbiu em Guimarães com a camisola encarnada, Miklós Fehér.

André Almeida
A propósito da equipa principal de Portugal, André Almeida já não é seleccionado desde 2015. Aliás, muito pouco foi (apenas 8 internacionalizações de minutos). Não tem tido a atenção generosa de seleccionadores como acontece com o seu homónimo André Gomes (sim, porque André Almeida é, de nome completo, André Gomes Magalhães de Almeida...). No Benfica e depois dos fiascos aparentes ou promessas adiadas de Pedro Pereira e de Aurélio Buta, André Almeida, prestes a completar 27 anos, tem sido o titular na posição de defesa-direito do Benfica. Ainda houve, para aí, um tal Mato Milos que veio lá da Croácia para ir ao Bairro Alto jantar e ser reenviado para Gdansk (linda e icónica cidade polaca, por sinal). Por fim, chega ao plantel encarnado Douglas, directamente de Barcelona. Pode vir a ser uma boa opção, sem dúvida. Mas, retomando o fio à meada, André Almeida é o tipo de jogador que tem no seu principal activo (polivalência, profissionalismo, seriedade, sobriedade, constância exibicional) o seu principal... passivo. Às vezes, ponho-me a pensar neste tipo de jogadores. Servem para tapar buracos numa série de posições no campo, e são, por isso, imprescindíveis ao longo de uma temporada, mas essa sua característica enfraquece o seu foco e progressão numa só posição. Neste caso, muitos adeptos encarnados continuam a suspirar por Nélson Semedo, de algum modo sendo injustos para com o André que tem feito bons jogos e evoluído muito na função atacante. Estamos num tempo em que o que se quer são laterais que ataquem muito, ainda que defendem mal. Pois eu não penso assim. Julgo preferível um adequado equilíbrio entre a função defensiva e atacante, ainda que menos empolgante aos nossos olhos de bancada. Em suma, Douglas terá de justificar completamente por que razão André Almeida poderá voltar ao banco de suplentes. Caso contrário, estamos bem servidos com o português.

Ainda as transferências
Um alívio, ainda que só por 4 meses. Pelo menos, já não corro o risco de abrir a televisão e dar com uma qualquer notícia ou especulação de transumância futebolística, com música de fundo (gostava que me explicassem qual a razão consistente de uma música que, na TVI24, acompanha as palavras dos comentadores). Deixo para outra altura, o mistério da transferência para a Lazio de Roma de dois ignotos jogadores minhotos (rima e é verdade) por cerca de 25 milhões de euros, o equivalente a 1/5 do custo de Estádio da Luz e a quase 1/3 do Municipal de Braga! Mistérios insondáveis, tal como foi o da transferência de um tal Bebé de Guimarães para o Man. United, depois de escolhido pelo olho de Ferguson, sem que este se tenha submetido, posteriormente, a qualquer intervenção oftalmológica.
O chamado mercado está louco. Ou melhor, não está louco. Está-o para nós, simples mortais. Mas não o está para toda a panóplia de intervenientes e de eficientes e potentes lavandarias. Agora a bitola nos clubes mais poderosos são os 222 milhões de Neymar (quase duas vezes o que custou o Estádio do Benfica!). E a mais recente por empréstimo um jogador (fazendo de remediado ou pediante) e pagar um ano depois o preço, como aconteceu há dias com a transferência pela módica quantia de 180 milhões de um miúdo de 18 anos, Mbappé, do Mónaco para o PSG. Isto tudo para escapar ao fair play financeiro da UEFA. Esta teve uma ténue reacção a esta manobra formal que foi a de evitar a substância do problema por via de um expediente pouco fair play. Uma maravilha. Podre, é certo, mas fácil e que dá milhões.
Por cá, o Benfica foi o que mais recebeu. O Porto o que menos contratou. O Sporting o que mais gastou. Quanto ao Benfica, que é o que verdadeiramente mais me interessa, o saldo financeiro é excelente. A saída de Mitroglou e a consequente entrada, por empréstimo, de Gabriel Barbosa (deixemos o sufixado 'gol' para ele justificar em campo a venda do 'glou') é um risco interessante e promissor, até porque pode fazer vários lugares. O jovem guardião belga Mile Svilar terá sido uma boa aquisição ainda que para futuro. Douglas já falei atrás. Apensa fico algo preocupado com a zona dos defesas-centrais. Não me parece que, em caso de necessidade, Rúben Dias e Kalaica possam ser clones de Lindelof. Não há milagres por osmose estatística. Mas, oxalá me engane. Tenho pena que André Horta tenha sido emprestado e fico satisfeito com a permanência de Samaris (também pode ser defesa-central) e Raúl Jiménez.

Contraluz
- Número: 67
Foi o número de dias de castigo aplicado a Luís Filipe Vieira por ter dito, em Alvalade, que «já tivemos dentro da nossa casa, um mentiroso compulsivo e um demagogo e soubemos recuperar o Benfica e trazê-lo para onde está hoje. Hoje, quando recebi a carta do Sporting, recordei-me desses tempos, de gente populista e mentirosa compulsiva». Será que o futebol é a única área que, em Portugal, está sujeita censoriamente a delito de opinião? E neste caso qual foi, afinal, o delito? Depois do 'caso Eliseu', cheira-me a uma no cravo e outra na ferradura. É a lei das compensações, sempre tão nossa...
- Palavra:
Nem queixumes, nem queijinho. Antes queixinhas, ou seja, a maxila dos vertebrados depois de ficarem de queixa caído (às vezes, por causa de queixas a mais).
- Negócios: da China.
Que abstrusa ideia de um Campeonato do Mundo de hóquei em patins na China! Só se for para dar mais cabo da modalidade ou para a nachinalizar talvez passando a chamar-se «ó ki yin pin».
- Frase:
«Vários estudos demonstram que o desempenho dos atletas decresce 3 a 5% depois de fazerem uma tatuagem. A pele é o nosso maior órgão e, mesmo assim, envenenam-no»
(Igor Frobose, clínico alemão in A Bola, de 31 de Agosto)"

Bagão Félix, in A Bola

Explicar Portugal não será fácil...

"Domingos Soares de Oliveira, administrador da SAD do Benfica, foi ontem eleito para o Conselho Executivo da Associação Europeia de Clubes (ECA), que passa a ser presidida por Andrea Agnelli (Juventus) fazendo ainda parte da Direcção personalidades como Josep Maria Bartomeu (Barcelona), Nasser Al-Khelaifi (Paris Saint-Germain), Ed Woodward (Manchester United) e Peter Lawwell (Celtic). Depois de Fernando Gomes, presidente da FPF e vice-presidente da UEFA, que ocupou, na qualidade de administrador do FC Porto, o lugar agora preenchido por Domingos Soares de Oliveira, Portugal volta a ter voz activa num dos organismos mais relevantes para o futuro do futebol europeu a nível de clubes. Boas notícias, pois, e mais um reconhecimento da capacidade de Soares de Oliveira, que tem sobressaído não só pela competência mas também por um comportamento urbano e civilizado que contrasta positivamente com a norma vigente no actual cenário do futebol nacional.
Confesso que tenho alguma curiosidade em saber de que forma irá Domingos Soares de Oliveira explicar aos seus pares da ECA o que por cá se passa, com os principais clubes militantemente empenhados em destruir a credibilidade da indústria do futebol. Porque a ECA luta por um objectivo diametralmente oposto, baseado numa lógica de rivalidade entre os clubes apenas dentro das quatro linhas e cooperação, em nome de um bem comum, fora delas. Como qualquer pessoa com mediano bom sendo defenderá...
PS - Parabéns a Cabo Verde pela fantástica vitória em Durban, frente à África do Sul. O sonho do Mundial da Rússia continua bem vivo."

José Manuel Delgado, in A Bola

Mercado, missas, padres, apitos...

"Se este plantel do Benfica não 'der' para o penta, aposto que não faltará quem aponte as culpas às opções tomadas neste conturbado defeso.

Mercado fechado, Liga dos Campeões à porta. Primeira oportunidade para aferir o 'andamento' europeu do nosso tetracampeão. Na época passada não foi nada famoso (desastres com Nápoles e Dortmund, absurda reviravolta - 3-0 para 3-3 - consentida com o Besiktas...), embora tenha sido cumprido o objectivo mínimo de passagem aos oitavos. O Benfica recebe o Portimonense na sexta e os russos do CSKA Moscovo na terça-feira - uma equipa chata mas longe de ser tubarão. O grupo do Benfica tem um favorito ligeiro (Man. United) e Rui Vitória sabe bem da importância de não perder pontos em casa com os rivais mais acessíveis. A pressão da Luz à cunha (notável a fidelidade dos adeptos) pode mais uma vez dar asas aos encarnados. Quanto ao mercado. Tirando o tiro mais que certeiro no potente e aparentemente insaciável Seferovic (bingo!), a coisa não foi famosa; quer dizer: na tesouraria foi excelente - saldo positivo de 115 milhões, verba que será certamente reflectida no próximo relatório e contas (secção: abate da dívida), porque isto de viver muito acima das possibilidades tem os dias contado. Luís Filipe Vieira não contratou à altura dos jogadores que sairão e, a meu ver, arriscou muito ao não investir num guarda-redes experiente como rede de segurança para Júlio César e um médio feito para suprir as baixas de Fejsa (continuo sem perceber o empréstimo de André Horta ao Braga). De resto, o lateral Douglas foi terceira ou quarta escolha e Gabigol, por muito promissor que seja, é o quarto na hierarquia dos avançados. Rui Vitória ficou com um plantel de 30 jogadores (!) mas acho que é preciso ser mais cego que o Vasco Santos no visionamento de pisões para achar que o tetracampeão não está mais fraco do que na época passada. Isso não quer dizer, porém, que este plantel não chegue para as encomendas domésticas, nomeadamente o ataque ao penta. Provavelmente chega. Mas se não chegar (o Benfica não compete sozinho, convém lembrar!) aposto que não faltará quem aponte as culpas à opções tomadas neste conturbado defeso. Que ainda trouxe episódios de alguma forma perturbantes, como os milhões chineses alegadamente recusados por Mitroglou, a mirabolante odisseia do miúdo Luquinhas (por favor: expliquem-nos... como se fossemos todos burros) e a saída de Nuno Gomes da formação. Dá para perceber que nem tudo está a funcionar às mil maravilhas na estrutura.

Mudando de assunto. Há coisas de uma comicidade irresistível no despique verbal entre FC Porto e Benfica por causa dos e-mails, padres, missas, juventude operária, notas, heterónimos e outros cómicos, bruxarias da Guiné e demais manigâncias. Atenção que não estou a desvalorizar a eventual gravidade do caso (por alguma razão a PJ está a investigá-lo), apenas a chamar a atenção para o seu inegável lado burlesco. Por um lado, imaginar que o Benfica se abalançou a criar o seu sistema utilizando gente que terá adquirido preciso know how... ao serviço do grande rival. Coisa nada recomendável num futebol de dimensão paroquiana como o nosso, em que toda a gente se conhece e toda a gente conhece os podres de toda a gente: um futebol em que os chicos espertos se topam à distância e as comadres se zangam, trocam confidências e, ops!, indiscrições com enorme facilidade (como nós jornalistas bem sabemos); num futebol assim, acaso terá o Benfica pensado que tudo o que fizesse (fosse o que fosse) em prol do novo sistema podia passar despercebido aos catedráticos da matéria? É de uma ingenuidade quase pré-infantil!
Por outro lado, também é de chorar a rir ver o tom solene e gravoso utilizado pelo director de comunicação do FC Porto - aqui e ali aparentando choque, incredibilidade!!! - quando acusa o Benfica das malfeitorias que toda a gente instintivamente reconhece por serem uma espécie de versão escrita das missas originais - essas que se encontram verbalizadas na internet, à disposição de toda a gente, crentes e não crentes.
(...)"

André Pipa, in A Bola

O triste caso de Adrien

"A entrada adiada de Adrien Silva na Premier League é um processo que provoca danos na imagem dos clubes envolvidos, mas em que o principal prejudicado é o jogador. O Leicester queria Adrien e acabará por tê-lo. O Sporting queria vender Adrien e acabou por vendê-lo. Adrien queria estar a jogar... e vai ter esperar por Janeiro, com o risco de ter a temporada comprometida por tão longa paragem e em época de Mundial.
Desconhecem-se, por enquanto, os fundamentos que levaram a FIFA a impedir que o antigo médio do Sporting pudesse ser inscrito pelo Leicester. Ao certo, sabe-se apenas que o antigo capitão dos leões irá estar os próximos quatro meses sem competir e isso já é suficientemente penalizador para a carreira de um jogador que, aos 28 anos, entendeu que este era o momento para a grande mudança.
O negócio entre clubes foi consumado, só que o comprador está impedido de inscrever o reforço porque, alegadamente, o TMS (Transfer Matching System) acusou um atraso na chegada da documentação – para além do pedido de extensão. O Leicester informa agora que está "a trabalhar com o jogador e com o Sporting" para poder ultrapassar o problema, mas sem fornecer detalhes. Caso esta última tentativa também não dê frutos, há alguém que deve um pedido de desculpas a Adrien."

“Penas mais duras para a corrupção no desporto”

"É incompreensível que a Assembleia da República repita, os erros e asneiras terminológicos, utilizados pelas pessoas do âmbito do futebol profissional

No “Correio da Manhã” de 11/Março/2017, podia ler-se acerca do tema que o “Desporto”, leia-se futebol profissional, vai ter penas mais duras para casos de corrupção, e não para outras fraudes que se passam no futebol profissional, que, como é sabido, não é Desporto, já que este é amador, o profissional é apenas um emprego, um modo de vida.
Falava-se, há pouco tempo em corrupção na arbitragem, agora fala-se na acção dos jogadores, que podem combinar jogos para receberem verbas chorudas de “gangues”. Também no diploma, se admite a “suspensão de um agente desportivo como medida de coacção, perante o perigo de continuação da actividade criminosa”. Quer isto dizer que o Parlamento fez aprovar uma Lei sem perceber sequer que o “desporto profissional não é desporto, e que, esse, a que eles chamam “desporto” pode estar infestado de criminosos!!!
Ora, nós, que sempre vimos o Desporto como um acto cultural, e 100% gratuito, não percebemos, nem aceitamos, a ignorância do Parlamento português , onde, em teoria, estaria a “nata” do pensamento da Nação !!!
Ligados com consciência, à Actividade Física Amadora, há 76 anos, nunca ouvimos falar em crimes e em criminosos no Desporto!, só que a terminologia que o Parlamento usa está errada e revela grande falta de preparação cultural, nesta área.
Era importante, neste momento, que a Federação de Futebol Profissional, adoptasse uma linguagem clara, e verdadeira, para que não se pudesse confundir uma coisa com a outra, até porque o Desporto Amador faz parte da nossa cultura enquanto que o “Futebol Profissional” faz parte dos Espectáculos Desportivos Profissionais, ou seja, uma actividade comercial e industrial, com empresas, com contabilidade organizada, pagando impostos, comprando e vendendo jogadores e vendendo bilhetes para os espectáculos.
Tudo isto não tem nada que ver com, por exemplo, o Ginásio Clube Português, com o Ateneu Comercial, com o Lisboa Ginásio Clube, com o Triângulo Vermelho Português, etc..., etc.
O que queremos dizer é que é incompreensível que a Assembleia da República, como Orgão de Soberania, repita, os erros e asneiras terminológicos, utilizados pelas pessoas do âmbito do futebol profissional, que, como é sabido, é um sector de baixo nível de literacia.
É pena, pois ali devia estar a “nata” da Nação, e se não está, há que trabalhar no sentido de reparar tal lacuna, para que se não diga, que ali o que está é o “povo unido”, ou ainda pior, parte do povão, ou os “deserdados” da Nação!
A Assembleia é legislativa, elabora leis, mas também precisa de pensamento político e social, mas os juristas só tratam das leis não tratam dos problemas da imagem do próprio Parlamento que nesta Lei de Corrupção no Futebol Profissional, e não no Desporto, fica muito mal visto , ou seja, ali estão pessoas sem qualquer formação adequada a tratar desses assuntos específicos, de tal forma, que nem percebem a diferença entre Desporto e Futebol Profissional.
É de facto constrangedor, para um sociólogo do desporto, com formação política, social e antropológica, para além de cinesiologista, ver a forma primária como a sua Assembleia da República, trata estes temas, baixando o seu nível, de tal forma, que já nem a língua sabem proteger, ou seja, a nossa identidade cultural.
Sugere-se que o Dr. Ferro Rodrigues contrate um assessor “pro bono”, para o aconselhar e não o deixar fazer essas figuras tristes."

A galinha de D. João V

"Não há um bom inglês de sangue azul que não tenha a vida toda estendida em papel azul, daquele que se usava para documentos oficiais.

Falo, por exemplo, de Lord Primrose, Archibald Philip Primrose, V Lord Rosebery, I Earl of Midlothian, KG, KT, PC, FRS. Estão a ver o que quero dizer? KG – Member of The Most Noble Order of the Garter; KT – Member of The Most Noble Order of the Thistle; Member of Her Majesty’s Most Honourable Privy Council; FRS – Member of Fellowship of the Royal Society.
Um verdadeiro apepinador!
Andar com toda esta honorabilidade às costas e ter sido primeiro-ministro do Reino Unido não lhe tirou nem o gosto pelas corridas de cavalos nem pelo futebol.
Mais umas linhas sobre Lord Primrose e já vou à Galinha de D. João V, outro grande mestre de arte de apepinar, para usar a esplêndida expressão do Arturinho Corvelo na não menos esplêndida A Capital do divino Eça.
Archibald, para os mais íntimos, foi proprietário de uma série de quadrúpedes altivos, dois dos quais ganharam mesmo o Derby, o que é mais ou menos como ser campeão inglês de cavalos.
O cargo de Primeiro Ministro não o satisfez por completo. Assim sendo, foi também presidente do London Scottish Rugby Football Association, e presidente honorário (havia lá adjectivo que lhe encaixasse melhor!) tanto do Hearts of Midlothian FC, antiquíssimo clube de Edimburgo, e da Federação Escocesa de Futebol.
Ah! Archibald não era apenas um apepinador de mérito. Era também um daqueles lordes que não gostam de ouvir não.
Agora desvio-me um pouco na tagarelice.
Outro que não era muito dado a nãos foi o nosso D. João V. Uma figura, esse D. João V!
Conta-se que era um notável caçador de espécies do sexo oposto e que além de incontrolável nessas perseguições, também não fazia muita questão de as manter ocultas da rainha, D. Maria Ana de Áustria, que lhe fez o obséquio de o presentear com nada menos de dez descendentes, cumprindo escrupulosamente o seu papel de progenitora e mãe.
Gosto desta história e, sempre que posso, impinjo-a aos meus desprevenidos leitores.
A despeito, ou talvez por causa da frequência desses partos, o leito real tinha o movimento inusitado de uma carreira da Índia: sopeiras, freiras, cozinheiras, aias, imaculadas senhoras da Corte, quem sabe se um ou outro pajem mais ligeiro, mas isto já sou eu a especular.
O incómodo espalha-se. Marqueses, duques e barões inflamam-se com histórias de alcofa que metem marquesas, duquesas e baronesas e o mais que se está para saber.
Ora bem: D. Maria Ana de Áustria queixa-se ao prior da Corte e pede-lhe para interceder junto do rei por uma maior frequência dos seus aposentos conjugais. O prior pede uma audiência e recebe um convite para almoçar. Vários pratos: todos de galinha. O rei fala; o prior ouve. Quando tenta expor as preocupações íntimas da filha do Imperador Leopoldo, D. João impôs um intervalo: que voltasse no dia seguinte, que se almoçava outra vez. Almoçou-se. Vários pratos: todos de galinha. E o episódio repetiu-se durante mais dois, possivelmente três dias, pouco importa.
O prior enxofrou-se: não por não conseguir trazer à colação o descontentamento de D. Maria Ana, mas por aquele exagero de galinha que infestava as refeições reais. É então que D. João V, matreiro, soltou uma das grandes verdades da História deste país acanhado: «Tem razão senhor prior, nem sempre galinha, nem sempre rainha…».
Volto a Primrose. Expressão simples da sua natural vaidade, muito britânica, como está bem de ver, exigia que os seus cavalos corressem com as suas cores – assim um laranja misturado com rosa, muito pouco agradável à vista mais sensível, mas ainda assim orgulhosamente denominada ‘primrose’.
Porque também era adepto do nem sempre galinha nem sempre rainha, mal teve tempo livre no meio de todas as suas obrigações para com a corte da imarcescível Alexandrina Victoria, tratou de fazer com que a seleção da Escócia, que geralmente equipava com um tão discreto como elegante azul-escuro, vestisse umas camisolas meio pindéricas, precisamente daquela cor ‘primrose’ que era algo daquilo que se chamaria entre nós de cor-de-burro-quando-foge.
A sorte protege os audazes e ter a audácia para usar camisolas ‘primrose’ era, segundo um bom cavalheiro inglês, tão arrojado como usar um fato de cheviote num jantar primaveril. Os audazes escoceses, enfiados nos seus jerseys psicadélicos, batem a Inglaterra por 4-1 no British Home Championship de 1900. Os golos de Robert MacCall, o Toffee Bob, nada menos de três, fazem desse desafio um dos mais inesquecíveis da sua história.
Eis-nos perante a tremenda realidade: um e outro levavam a sua avante. Mais galinha, menos galinha…"

Gabi quê?

"Barbosa, simplesmente. Para ser Gabigol compete-lhe fazer em Portugal o que não foi capaz em Itália num ano: marcar golos.

O empréstimo de Gabriel Barbosa parece uma daquelas oportunidades que só acontecem uma vez. Ao Benfica apenas cabe despender uma verba de 500 mil euros pela cedência temporária e com direito de opção de compra, ficando o Inter de Milão responsável pelo pagamento do chorudo vencimento de 3,5 milhões.
Diz o povo que quando a esmola é grande até o pobre desconfia, mas, tratando-se de um dos talentos emergentes da selecção brasileira que venceu o torneio olímpico em 2016, a par de outro Gabriel, o Jesus, e de Neymar, a estrela da companhia, não se vislumbra razão para duvidar do sucesso da operação.
Gabriel Barbosa, com o potencial que lhe reconhecem, é um jogador interessante e uma boa opção, apesar de a história recente apontar em sentido contrário e aconselhar algumas reservas. Falhou o salto para a fase adulta e respondeu mal à transição para a Europa e para um grande clube, adquirindo logo todos os tiques de artista convencido que de repente se vê a nadar em dinheiro apenas pelo que promete, ainda por cima acompanhado por uma corte de servidores, desde segurança a fisioterapeuta particulares, o que suscita natural desconfiança.
Vai começar agora a etapa da confirmação na sua carreira de profissional de excelência, ainda por cumprir também pela má sorte de ter sido aliciado por um Inter na altura envolto em problemas e sem paciência para lhe dispensar a atenção indispensável a uma integração adequada. Atenção essa que, seguramente, vai encontrar no Benfica, o que representa um passo em frente.
Acerca do investimento no avançado brasileiro coloco-me na posição do adepto comum, expectante e curioso. No entanto, até para desincentivar entusiasmos precipitados, há uma interrogação que se impõe: Gabi quê? Barbosa, simplesmente. Para credibilizar o epíteto trazido do Brasil, Gabigol, ou goleador, compete-lhe fazer em meia dúzia de meses em Portugal e que não foi capaz em Itália durante um ano: marcar golos, de preferência muitos. Uma provocação aliciante que o deve motivar.

Na edição de ontem de A Bola, Oswaldo Oliveira, treinador de 66 anos, com mais de 30 de carreira, uma espécie de senador do futebol brasileiro, como é identificado pelo jornalista Rui Miguel Melo, e que ajudou a crescer Gabriel Barbosa como jogador, vê nele «o avançado que o Benfica precisa» porque tem talento, é rápido e vai corresponder às expectativas.
Considera que saiu cedo para a Europa e que o Benfica pode ajudá-lo, na medida em que ele e Jonas «podem fazer uma dupla muito boa, uma combinação de estilos que se podem complementar muito bem». Informa  ainda ter usado Gabriel Barbosa no lado direito e «atrás do atacante, a segundo avançado».
Opinião a registar, sobretudo vinda de quem já chegou a uma fase da vida em que diz o que a consciência lhe determina e não o que lhe podem para dizer.

Foi com surpresa que li a notícia da exclusão de Krovinovic da lista do Benfica para a Liga dos Campeões. Surpresa por admitir que se via nele uma alternativa séria ao deficitário meio-campo. Ficou de fora em função das cotas estabelecidas pela UEFA, mas, em contrapartida, entraram Rúben Dias, Diogo Gonçalves e João Carvalho, como praticantes formados localmente (no clube e no país).
Não é mau. Colide até com o típico conservadorismo luso, em nome das inatingíveis questões tácticas, geralmente avesso a jovens que lutam pelo seu espaço. Repare-se no exemplo de Leonardo Jardim, um treinador muito à frente e que surpreendeu no Mónaco com uma base de jovens maravilhosos, por ele construída de raiz, e, à época, formada, entre outros, por Fabinho (23 anos), Bakayoko (22), Bernardo Silva (22), Lemar (21) e Mbappé (18), mais o lateral Mendy (22). Os monegascos eliminaram Manchester City e Borussia Dortmund.. Só foram parados pela poderosa Juventus nas meias-finais.
De entre os nossos mestres quem se atreveria a tamanha empreitada? Se calhar ninguém, por falta de ousadia ou de conhecimento, embora não ficasse mal perguntarem a Leonardo Jardim como chegou tão alto em três anos somente.
O argumento da experiência, e não da qualidade, note-se, pois são coisas diferentes, tal como a maioria dos treinadores portugueses e esgrime, permite iluminar carreiras de futebolistas na sua fase descendente, comissionar agentes e avolumar o endividamento dos clubes porque, regra geral, não tem futuro. É utilizado para consumo na hora e deitar fora.
Um campeonato não se ganha com miúdos imaturos, proclamam. E, provavelmente, também não se ganha com treinadores que ficam imobilizados no tempo em que o táctico valia muito e o humano contava pouco.
Razão tem o presidente do Benfica, para quem a formação é a prioridade e dela só quer desviar-se em situações muito concretas e devidamente ponderadas. Luís Filipe Vieira conhece o caminho. É no centro de treinos do Seixal que tudo começa, sendo certo que ninguém de boa fé exige campeões em um ano ou em dois, mas deve exigir que não se desaproveite nem mais um dia."

Fernando Guerra, in A Bola

O que faz a falta de bola

"Será que a troca de argumentos dignifica a dimensão de instituições tão prestigiadas?

Quase duas semanas sem jogos (entenda-se, sem jogos dos nossos campeonatos) deixam-me meio adormecido, apático. Sem jeito até. O que vale é que a equipa de todos nós vai preenchendo, com qualidade inquestionável, esse vazio. Mas, com todo o respeito pelas quinas no nosso coração, confesso que tenho saudades da competição regular. Do frenesim e da agitação dos lances, dos fins de semana cheios de bola, do entusiasmo de norte a sul do País. Esta fome, muito latina, muito minha, muito nossa, não impediu que tivéssemos notícias interessantes neste período. Pelo contrário. O fecho do mercado de transferências marcou a agenda com a habitual movimentação de última hora. Entre saídas e entradas e entradas e saídas, a maioria dos clubes conseguiu aliar à mais-valia desportiva um encaixe financeiro interessante. O encontro dessas vontades nem sempre é possível, mas na hora de bem vender e melhor comprar os nossos emblemas dão cartas em talento e competência. Mérito da obra-prima que construíram e souberam apurar. Mérito também da agilidade que têm e sempre tiveram para a arte de bem negociar. Pena é que essa notável capacidade nem sempre seja acompanhada pela inteligência estratégia de focar naquilo que importa.
Já viram como somos estranhos? É que, apesar de por um lado sermos uma nação de argumentos futebolísticos e inegáveis, por outro continuamos a alimentar novelas caseiras sem interesse, que nada acrescentam ao espectáculo. O pior nem é o facto de alguns dos nossos agentes desportivos, tão capazes e evoluídos numas coisas, escolherem a via da conflitualidade, da insinuação e da acusação sistemáticas. O pior é que não compreendem que ninguém se importa. Que ninguém liga. Que ninguém quer saber. Claro que este raciocínio exclui a franja dos que não gostam de futebol: os facciosos, os mais influenciáveis e os pobres de espírito. Mas inclui todos os outros. Por isso pergunto: valerá mesmo a pena a opção? Será esse o caminho certo para a valorização do futebol? Será que a troca intermitente de argumentos dignifica a dimensão de instituições tão distintas e prestigiadas? A quem cabe afinal o ganho de uma pseudoguerra de bastidores? A quem fala em último lugar? A quem dá a bicada mais original? A quem responde com mais pinta, mais ironia, mais humor? A quem tem mais gostos e partilhas? O que ganham, verdadeiramente, com isso? Pontos? Jogos? A simpatia dos adeptos? Durante quanto tempo? E que benefício directo e prático resulta dessa escolha? Vitórias? Golos? Penáltis a favor?
Honestamente não percebo. E penso que qualquer pessoa equilibrada, razoável e ponderada também não percebe. Quem gosta de futebol, gosta mesmo de futebol. Do futebol. Gosta de coisas claras, de jogo limpo e da manobras transparentes. Gosta que a verdade venha ao de cima mas provada com factos concretos. Em silêncio. Com discrição. Não quis seja insistentemente especulada em praça pública, com insinuações e ruído constantes. Quem gosta de futebol a sério gosta também de sentir que a justiça, quando actua, é equitativa, proporcional e adequada. E por isso, quando o resultado da sua acção é distinto do esperado - ainda que fundamentado em argumentos regulamentares inatacáveis - gera desconforto. Desilusão. Descrença. É que, tal como se exige que os árbitros tomem sempre as decisões que o futebol espera que tomem... também se espera que a justiça faça o mesmo. Porque cabe-lhe a ela, tal como cabe aos árbitros, serem o exemplo maior e o da pacificação e da credibilidade do jogo. Senão, ninguém entende, ninguém percebe. Ninguém acredita.
Bem, mas sabem o que vos digo? Hoje há é terça-feira e o campeonato regressa daqui a três dias. Venham os penáltis, os vermelhos e as decisões dos videoárbitros. É sempre um assunto sensível, mas ao mesmo foca no que acontece directamente no relvado. Onde moram quem tem importância de verdade."

Duarte Gomes, in A Bola

O absurdo do futebol português

"Campeões europeus em título, três equipas na fase de grupos da Champions, melhor jogador do Mundo da actualidade e vendas de jogadores perto dos 300 milhões, somados os valores dos três grandes neste defeso. Visto assim, o futebol português é uma história de sucesso. Convém, contudo, não olhar muito para além da superfície. Há o risco de se ser confrontado com um cenário absurdo, que ameaça dar cabo de um negócio de milhões e, mais importante, afastar qualquer pessoa que goste verdadeiramente do jogo jogado.
Estamos em Setembro e esta época é que era. A verdade desportiva – uma contradição nos termos, tendo em conta a dose de aleatoriedade presente numa competição desportiva – chegaria a Portugal em absoluto, com a introdução do vídeo-árbitro. Claro que o VAR trouxe melhorias, mas, como também era expectável, rapidamente se transformou em mais um instrumento ao serviço do clima beligerante que envolve o futebol português. No que é um indicador avançado disso mesmo, os programas de televisão que gastavam 90% do seu tempo a analisar ad nauseam as arbitragens passam, agora, 95% do seu tempo a analisar ad nauseum os erros de arbitragem junto com os erros dos VAR. Debate sobre o futebol jogado, que é o que aproxima os clubes das vitórias, é uma quase-raridade.
Tudo previsível. Como era previsível que os que se queixavam dos árbitros, para depois denunciarem os fiscais de linha, para logo se lamentarem dos avaliadores dos árbitros, fossem os primeiros a dizer que a culpa afinal passou a ser do VAR. Não faltará muito tempo para ouvirmos queixas sobre operadores de VAR.
Este clima de suspeição permanente é, aliás, coerente com a singularidade nacional que são as queixinhas dos clubes. Com mais ou menos regularidade, nenhum resiste a delatar comportamentos dos outros. Este clima de denúncia permanente é de tal forma absurdo que os clubes se queixam não de incidentes em que atletas seus estiveram directamente envolvidos mas de acções entre terceiros. 
Nada surpreende. Afinal, outra idiossincrasia lusa são os directores de comunicação. Protagonistas discretos e remetidos à sombra um pouco por toda a Europa, entre nós são figuras proeminentes, sempre a caminhar numa linha ténue entre a pura boçalidade e a afronta a princípios básicos que devem reger uma sociedade decente. A forma como suspensos continuam a praticar impunemente os mesmos actos incendiários que levaram às suas suspensões permanece um mistério profundo.
Se os órgãos da Liga e da Federação continuarem a assobiar para o ar, demitindo-se da sua função reguladora e permitindo que o absurdo se instale definitivamente, pagaremos todos caro. O sucesso económico e desportivo transformar-se-á em miragens do passado e, muito mais grave, a sã paixão pelo futebol dará lugar a uma combinação singular de violência da parte de alguns e de desinteresse da parte de muitos."

Os (trans)feridos

"Terminou a janela de inscrições nas competições profissionais. Os jogadores com estatuto de desempregado mantêm a possibilidade de conseguir a tão desejada colocação, mas para o grosso dos atletas só em Janeiro haverá desenvolvimentos sobre a situação profissional. O sistema de transferências carece, indiscutivelmente, de reflexão. Se a intenção do regulador foi limitar os períodos de inscrições, garantir estabilidade contratual e competitiva, pacificando as relações entre os diferentes players no mercado, estamos muito longe de ver cumprido o objectivo.
Assistimos, repetidamente, à mercantilização dos jogadores, negociáveis quando convém, dispensáveis quando não há outra solução e sempre confinados ao entendimento de que exercem uma actividade privilegiada, tendo de sujeitar-se às suas vicissitudes. A janela deste ano ficou marcada por inúmeros atropelos a direitos e garantias laborais. Existem cada vez mais clubes que, estrategicamente, adiam para o último dia de mercado a resolução dos (seus) problemas com os jogadores "excedentários", pressionando-os a celebrar um acordo com uma mão cheia de nada, ou a aceitar uma qualquer transferência, sob a ameaça do pesadelo após o fecho do mercado.
Muitos jogadores cedem a esta pressão, nalguns casos comprometendo o futuro profissional e a vida familiar. Cabe-nos reflectir sobre um sistema que confunde negociação com coação. O Sindicato permanece ao lado de todos os jogadores cuja situação profissional está por definir. Informem-se e não abdiquem dos vossos direitos.
Finalmente, destaco o excelente espectáculo a que assistimos na Supertaça feminina, dando os parabéns ao Sporting CP, justo vencedor, e ao SC Braga pela luta e entrega ao jogo. Aos guerreiros da selecção A deixo também um forte abraço e uma mensagem de apoio, rumo ao Mundial 2018."

Se tivesse irmão rico, não comprava um clube

"Terminou a ‘silly season’ . Agora é tempo de financeiros e agentes fazerem balanços, de presidentes de clubes e Liga se queixarem e de nós reagirmos com espanto ou gargalhada consoante os casos.
A mim espanta-me, por exemplo, como é que Liverpool segurou Coutinho, resistindo ao ataque do ‘rico’ Barcelona, cujos cofres se encheram, sabem vocês tão bem quanto eu como. Ou como Guardiola comprou 6 jogadores – 6 –, gastando a módica quantia de 223 milhões de libras, mais do que outro clube inglês. Neste caso, como no do Chelsea (Conte parará de choramingar?), o segundo maior gastador, os ‘homens da massa’ estão a fazer contas de ‘sumir’ e a pensar como irão reaver estes monstruosos investimentos.
Tão grandes que o presidente da Liga espanhola, de nome Tebas, apresentou queixas na UEFA contra PSG e o City, por quebra das regras do Fair Play Financeiro. Curiosamente, não se preocupou com a aquisição do Girona e que, se saiba, nem sequer averiguou quem está por detrás dos compradores. Ah! Como eu gostava de ter um irmão rico… Mas se tivesse, não comprava um clube. 
Espanto causa-me ainda a ‘guerra’ entre Chelsea e Diego Costa. Este, afastado da equipa de forma inovadora por Conte, ficou fora da lista da Liga dos Campeões. Ao contrário de Ibrahimovic, que Mourinho incluiu nos 25, embora o sueco só deva voltar em Janeiro.
O Arsenal deixou… desculpem... Wenger não está na competição. Distracção minha. O que causa sorrisos em Londres é o folhetim West Ham/Sporting. Uns dizem que houve oferta, outros dizem que não. E a história, pelos vistos, acabará no tribunal. Sinceramente, não havia necessidade!"