quinta-feira, 31 de agosto de 2017

A verdade não tem cores

"A temporada futebolística ainda agora começou e a luta entre os três crónicos candidatos à conquista do título nacional já está ‘quentinha’... fora de campo. É isso uma surpresa? Não, de todo. Compreende-se que assim seja? Um pouco, claro. Há paciência para, diariamente, continuarmos a ouvir ‘choradeira’ de todos os lados? Penso que não. Eu, pelo menos, dispenso este folclore que, muitas vezes, não passa de conversa sem nexo, com argumentação pouco consentânea e onde as situações são analisadas não pelo que os olhos observam mas sim pela cor dos equipamentos dos envolvidos. Há gente – incluindo profissionais de comunicação dos clubes e vários paineleiros assumidos (com ou sem cartilha) – que fala como se todos os outros fossem cegos, incapazes de pensar pela sua própria cabeça. Isso é triste. Essencialmente porque muitos dos que agora se sujeitam a determinadas situações foram, no passado, capazes de as criticar. Já não se lembram?!
Entendo, perfeitamente, a velha questão da defesa da dama, mais ainda quando isso – no caso de muitos – é um trabalho. Mas, convenhamos, tal missão pode ser feita sem se cair no ridículo, sem se usar dois pesos e duas medidas como se ninguém se apercebesse dessa habilidade.
Sempre ouvi dizer que Portugal era demasiado pequeno para três jornais desportivos diários. Embora não concordando com a observação, aceito que a discussão possa ser pertinente. Mas, engraçado, é ver alguns dos que defendem (ou defendiam) essa tese não estarem nada preocupados por este ser o país em que mais debates televisivos se fazem em torno do futebol. Atenção que escrevi ‘em torno’. Sim, passar os dias a discutir se o árbitro A esteve bem ou mal quando não assinalou um penálti; se o jogador B devia ter visto amarelo ou vermelho ou se o vídeo-árbitro está a ser mais útil ou prejudicial não é exactamente discutir futebol. É algo diferente.
Somos também a nação que mais se preocupa com as camisolas ou os pastéis que os árbitros recebem, onde mais eco se faz do que os directores de comunicação (e não só) debitam nos órgãos oficiais ou nas redes sociais e onde os dirigentes têm mais protagonismo que os verdadeiros artistas. Em bom português: que importa se Bruno de Carvalho está sentado no banco ou na tribuna? Se Luís Filipe Vieira foi suspenso por 67, 37 ou 87 dias? Sporting e Benfica vão ganhar mais ou menos vezes por causa disso? Claro que não!
O futebol suscita verdadeiras paixões e isso, aqui e ali, leva ao exagero mas, sinceramente, alguém vê, por exemplo, os ingleses perder tanto tempo com este lado da modalidade? Portugal é campeão da Europa, tem o melhor jogador mundial da actualidade, vários dos melhores treinadores, três equipas na Champions e aquilo que mais se ouve são queixas, denúncias e intrigas. Faz sentido?"

A tanga

"Diz o dicionário Priberam sobre a palavra:
«1) Espécie de avental usado por negros para velar o corpo desde o ventre às coxas;
2) Cueca ou peça de fato de banho de pequenas dimensões:
3) Moeda asiática de valor variável;
4) (Portugal, informal) História fictícia e enganosa (ex: isso é tudo uma grande tanga). = Mentira, Peta, Treta».
Detenho-me nesta última definição. No futebol, a tanga é provavelmente das palavras mais utilizadas a seguir a bola. Basta lembrar a quantidade de problemas gástricos que assolaram os jogadores (imagino se não tivessem o acompanhamento de nutricionistas profissionais que trabalham para os clubes); ou as lesões chatas que não desaparecem enquanto as respectivas transferências não são concretizadas, mesmo que esses mesmos jogadores possam jogar pelas suas selecções (recordemos os casos de William Carvalho e Adrien Silva).
Sem ironias: em Portugal tenta esconder-se tudo, mesmo o que esteja à vista. Há um salto qualitativo ao nível das mentalidades que ainda não foi dado. Estamos à frente na metodologia de treino, no scouting ou na medicina desportiva mas ainda a anos-luz na comunicação.
Na era das plataformas próprias ao serviço dos clubes (tv, sites, contas oficiais nas redes sociais, paineleiros profissionais nas televisões privadas) comunica-se pior do que há 10 anos. Porque a mensagem é cada vez mais grito e menos substância. Tão distorcida que começa a ser uma distopia. É boa para os trumpistas da bola mas péssima para a modalidade. Havemos um dia de pagar por isso. Porque das ligas que estão agora acima da portuguesa no ranking da UEFA todas vendem o seu produto como um todo (na Ásia compra-se a Ligue 1, não o PSG de Neymar; na América do Sul é vendida a Bundesliga, não o Bayern de Arturo Vidal).
Só seremos realmente bons quando pensarmos global. Sem fake news. E olhem que não é tanga."

Fernando Urbano, in A Bola

Lógicas diferentes do nosso futebol

"Tudo começou, este ano, com a loucura da pornográfica contratação de Neymar. Não foi apenas o caso de um multimilionário que teve um capricho. Foi um país que entrou brutalmente no mercado de transferências, marcou a sua posição no mundo e inquietou todos aqueles que ainda pensam sobre o futuro do futebol como espectáculo popular.
A partir desse momento, já se sabia que se ia dar o efeito de bola de neve, porque, jorrando quilolitros de euros, todos os grandes jogadores ficaram inflacionados e todas as loucuras se tornaram viáveis.
Evidentemente que o mercado português, sendo essencialmente um mercado exportador, ficou à mercê das escolhas finais dos tubarões. E não deixa de ser curioso termos a ideia de que o Benfica, se puder, continuará a vender com gosto e que o Sporting e o FC Porto, se tiverem de vender, venderão com... desgosto.
O Benfica tem, indiscutivelmente, uma filosofia diferente dos seus rivais e bem se poderia dizer que, para Luís Filipe Viera, se não jogar o António jogará o Manel. A lógica é a de conciliar o negócio e a estabilidade financeira do clube com o resultado desportivo, sendo que, nos últimos quatro anos, os objectivos foram atingidos tendo por ordem de prioridades, em primeiro lugar, o negócio e, depois, o resultado.
Sporting e FC Porto, porque estão mais pressionados com a necessidade urgente de obterem bons resultados, têm essa ordem de prioridades investida e assusta-os a possibilidade de perderem jogadores como William e Adrien ou como Danilo e Brahimi.
Já agora, o SC Braga está cada vez mais parecido com o Benfica..."

Vítor Serpa, in A Bola

Vitória não 'bate o pé' a Vieira?!

"Campeão não tinha o melhor plantel... Agora, piorou! Como atacar bem sem bons defesas laterais e firme meio-campo?

Nada imprevisível o despite benfiquista em casa do Rio Ave. Por um lado, o mérito deste: surpreendente arranque de campeonato - sob batuta de Miguel Cardoso, eis equipa desempoeirada, com muito boa qualidade táctica e... técnica, bem vincada num meio-campo estimulante, pois joga à bola muito a sério, com trio Rúben Ribeiro - Barreto - Francisco Geraldes (este voltou a não ter lugar no Sporting...) que pede meças a muitos craques.
Por outro lado, o actual Benfica...; já se detectara (goleada foi a fraquíssimo Belenenses) que emperrado por gritantes limitações: da qualidade do plantel (!) - lá irei... - à já normalíssima, para ele, enorme onda de lesões: após 39 na época anterior, e vão 13 agora!!! (sou incapaz de avaliar departamento clínico e metodologia de treino, mas não acredito em bruxedos e isto já vai no nível de... absurdo!).
Então o Benfica não é ultrapoderoso tetracampeão? Acontece que a preparação desta época sugere encruzilhada num dilema: saneamento financeiro vs. capacidade competitiva.
Recuo um ano: ao contrário de generalizada opinião, nunca considerei ser do Benfica o melhor plantel (muitíssimo deficiente lote de médios). Para mim, o melhor estava no FC Porto. Agora, sem sequer leve dúvida, primeiríssimo lugar para o do Sporting. Mesmo que hoje se despeça de William Carvalho (eventual saída foi, a tempo e horas, colmatada com Battaglia e regresso de Petrovic, mais rodado - tal como a de Adrien, como preciso Bruno Fernandes).
Percebe-se que Luís Filipe Vieira coloque forte tónico no saneamento. Muito saudável. O que também me parece evidente é grave: acreditar que todos os anos saltaria da equipa B um lote de talentos - com imediata alta capacidade competitiva! - como o formado, de uma assentada!, por Gonçalo Guedes, Nélson Semedo, Renato Sanches, Lindelof, Ederson (somaram €170 milhões ao saírem noutro ápice).
Eis o Benfica, num jacto, sem 3 plilares: guarda-redes, defesa direito, defesa central (e, na esquerda, Grimaldo lesionado, mais uma vez...; Eliseu com 33 anos). Substituições devidamente preparados? Pouco mais do que nicles... Regresso do bem promissor Bruno Varela (mas tem de ser muito sólido animicamente para aguentar badaladíssima busca do tal guarda-redes - a qual acabou num miúdo belga no dia em que fez 18 anos). Defesa direito: dois meninos para a equipa B e agora, em ultima hora, chega Douglas recém-emprestado pelo Barcelona ao Gijón. Defesa central: Luisão, 36 anos, Jardel, 31 (mais uma lesão, após todo um ano em baixa clínica), Lisandro muito irregular. Qual o problema? Entram os meninos Kalaica e Rúben Dias, vindos da equipa B, um deles há-de pegar de estava como pegou Lindelof... Eis como, em Vila do Conde, Lisandro foi única alternativa na defesa e nem um defesa lateral Rui Vitória poderia ter no banco... Virá aí Garay, no derradeiro minuto?

Dirão: o Benfica só 2 golos sofreu em 4 jornadas. Há o futuro (escassez de opções no periclitante centro defensivo) e há... o presente (quiçá, também futuro). Este Benfica, péssimo na 1.ª parte com o Rio Ave, ataca mal porque grande equipa precisa de forte meio-campo e de defesa laterais excelentes também no plano ofensivo. Sem Semedo e Grimaldo, sem Fejsa (pura rotina...) e estando Pizzi muito limitado (sabe-se agora: problemas físicos durante a semana; baixa clínica logo a seguir), também com Salvio de novo lesionado, equipa partida, aos solavancos. Milagres de Jonas não poderá haver toda a temporada, aos 33 anos. Rendimento de Rafa e dos jovens Cervi e Zivkovic mantém-se aos ziguezagues.
Óbvio: está ainda mais fácil bloquear o meio-campo benfiquista! Com estes defesas laterais, sem o pilar Fejsa, estando a batuta de Pizzi presa por arames e com extremos inconsequentes... que alternativas tem Rui Vitória? Samaris sem ritmo (4 jogos de suspensão), Filipe Augusto, um n.º 8 adaptado a n.º 6. Insólito: nada melhorou num meio-campo que já era débil!
Que aquisições fez o Benfica, para além de Seferovic (dito custo zero) e Bruno Varela (salvo erro, por €100 mil)? Pedro Pereira (volumoso fiasco), miúdos Chrien (médio) e Willock (mais um extremo). Única forte esperança do treinador: SOS por Krovinovic, recém-operado... Poderá ser a ultra necessária opção a quebras de Pizzi e/ou Jonas.
Vitória e Vieira garantem estar em perfeita sintonia. Tão perfeita que, internamente, o treinador não bate o pé ao presidente?"

Santos Neves, in A Bola

Pode tornar-se um dos melhores do Mundo

"Paolo Medina é uma das futuras estrelas do futebol mexicano. O percurso dele nas camadas jovens do Real Madrid ajudou-o a crescer em todos os aspectos, de tal forma que, aos 18 anos, é um jovem concentrado e com a mentalidade certa para transformar-se num dos melhores do Mundo.
Medina nasceu em Veracruz, México, mas aos três anos foi para Espanha porque o pai recebeu uma proposta de trabalho e a família acompanhou-o para a Europa. Começou a carreira futebolística no Alcobendas, clube onde começou a brilhar e, por isso, chamou a atenção do Real Madrid, que o levou para as equipas infantis para o polir. As características dele em campo são muito semelhantes - salvaguardando as devidas distâncias - às de Dani Carvajal, ou seja, é um lateral muito ofensivo e com um pé direito fino e capaz de causar perigo ao adversário.
Paolo também faz parte da selecção mexicana sub-18 que se prepara para chegar o melhor possível ao Mundial de sub-20, pelo que vai ao México para trabalhar com a Tricolor em cada data FIFA.
O Benfica leva um grande jogador, com futuro enorme e que já estará muito bem preparado para integrar a primeira equipa com Raúl Jiménez."

Enrique Martínez (Record, México), in A Bola

Sortes e sorteios (e queixinhas) empate não empata

"Houve bom sendo no Conselho de Disciplina e a queixinha foi para o galheiro, apesar do perigoso precedente aberto (...)

Quatro jornadas das 34 de todo o campeonato. Ou seja, 12 por cento. Antigamente, havia o campeão de Inverno e o Natal do Sporting. De algum tempo a esta parte, há o campeão à 4.ª jornada que, como as estatísticas revelam neste tetracampeonato do Benfica, nunca foi o... Benfica. Particularmente o rival lisboeta rejubila com entradas de leão e uns pontecos perdidos pelos encarnados. Assim sendo, a quarta jornada foi uma festarola de outro lado da Segunda Circular. Não comento a deselegância de dizer que o primeiro milho é dos leões (creio até que não apreciam tal cereal), pois é bem meritório este início do Sporting que se reforçou significativamente. Só espero que não se entusiasmem tanto com um singelo empate do Benfica...
Não foi um jogo muito conseguido, o do Benfica em Vila do Conde. Teve uma primeira parte por demais discreta e, verdadeiramente, só atinou na última meia-hora, que até poderia ter dado o triunfo. Há um aspecto que não entendo: na Luz são os primeiros 30 minutos que contam para resolver a contenda, fora da Luz são os últimos 30 minutos (em Chaves com sucesso, mas contra o Rio Ave não). Por que será? Manda a justiça dizer que o Benfica não ganhou também por mérito do adversário, contra o qual assim jogando não vai ser fácil ultrapassá-lo. Lastimo a falta que Fejsa e Sálvio fizeram.
Para além de uma boa chance para marcar, o Rio Ave não ameaçou a baliza de Bruno Varela, a não ser na infelicidade do autogolo. No fim do jogo, houve um certo sentimento de frustração tendo em conta 3 soberanas oportunidades do Benfica, defendidas brilhantemente por Cássio. Não fora o guarda-redes, dirão alguns... Não concordo com esta constatação, muito comum no nosso quotidiano futebolístico, de considerar o guardião quase como se fosse o poste ou a barra. Ele é um dos onze jogadores e se, em regra, exaltamos com um jogador que marca, manda o bom sendo e a justeza que assinalemos, do mesmo modo, um que evita golos.
Uma última nota: mais duas lesões musculares. Já lhes perdi a conta, num mês e pouco de actividade. Repete-se o ano anterior. Agora foram Jardel e Pizzi, sem substitutos à altura. Amanhã termina o prazo das transferências, logo o tempo para reforçar o eixo central da defesa, ora constituído pelo notável Luisão (mas já são 36 anos), o algo irregular Lisandro e o debilitado Jardel. Sim ou não, fico aliviado com o término desse obsceno prazo para compras e vendas, que só serve os intermediários e negociantes. Isto chegou a tal ponto que um jogador pode ter estado numa equipa eliminada nas competições europeias, para, uns dias depois, mudar para a equipa que eliminou a sua.

O videoárbitro à medida dos infalíveis
não há paciência para certas atitudes de uns oficiais falantes dos rivais dos SLB. Tudo isto por causa de penálti a favor do Benfica por falta sobre Jonas. Infracção escusada, mas evidente. Os justiceiros reagiram sobre não sei quê, confesso. Erro do árbitro, do VAR ou só uma pateta pressão sobre a arbitragem? Talvez fosse bom lembrar um tal penálti sobre uma fita de Bas Dost que, no fim, deu a vitória ao SCP contra o V. Setúbal. Aí caladinho, pois claro, o sempre loquaz comunicador leonino. Em circunstâncias similares, umas vezes, o VAR é óptimo (para SCP e FCP, entenda-se), outras vezes é criticável (no caso do SLB, evidentemente). Uns verdadeiros arautos da verdade e da ética desportiva.
Eliseu - já o disse aqui na semana passada - foi imprudente no jogo com o Belenenses e deveria ter recebido cartão vermelho. Percebe-se que não houve intenção de magoar o adversário, mas foi demasiado descuidado na abordagem do lance. Entretanto, por via da recorrente queixite sportinguista, o caso subiu aos órgãos disciplinares. Todavia, houve bom sendo no Conselho de Disciplina e a queixinha foi para o galheiro, apesar do perigoso precedente procedimento de uma tal douta Comissão de Instrutores da Liga! Se o recurso leonino tivesse tido provimento ter-se-ia aberto uma nova a insidiosa caixa de Pandora. Nos jogos do Benfica, passaria a haver vários juízes: os árbitros de campo, o VAR e o Sporting! Os primeiros ficariam ao sabor do último e o tão requisitado videoárbitro entraria num delicado limbo.
Mas como se não fosse suficiente, o SCP insistiu e quis expulsar 3 vezes Eliseu no jogo em Vila do Conde, talvez sugerindo que, no futuro, o jogador fosse irradiado ou, então, jogasse sentado. O descaramento é tal que nem olharam para Battaglia que, no jogo com o Estoril, e nos primeiros 30 minutos, deveria ter sido expulso em duas ocasiões. Os tais lances de Eliseu ao pé destes foram angélicos. E porque não reclamaram sobre a agressão sem bola de Brahimi no jogo em Braga? Miserável, cretina,, incendiária, irresponsável é o mínimo que se pode dizer desta tentativa (frustrada) da nova vaga pós-VAR!

Sorteio da Champions
Benfica e Porto ficaram em dois grupos, onde tudo é possível. Quero dizer, ou passarem aos oitavos de final ou ficarem até em primeiro lugar do respectivo grupo (mais difícil no caso do Benfica), ou serem relegados para a Liga Europa ou, ainda que com hipóteses bem mais remotas, ficarem em último, até porque não há daquelas equipinhas tipo Qarabag que tem nome de marca de airbag. Já o Sporting não tinha por onde escolher, estando no chamado pote 4. Vai lutar pela Liga Europa com os gregos. Não se pode ter sempre sorte, depois de se ter salvo in extremis de apanhar uma equipa forte no play-off e de lhe calhar no sorteio um muito fraco segundo classificado do outrora conceituado futebol romeno (76.º do ranking).
Há um ponto que merece ser reflectido: o da constituição do pote 1 que, agora, é o dos clubes campeões dos países com melhor ranking nas provas por equipas. Bem sei que na Champions, temos potes para todos os gostos. Só que, como diz o povo, nem com tanta fome ao prato, nem com tanta sede ao pote. Este ano, ficaram assim (equipas e ranking):

Pote 1
Real Madrid - 1
Bayern - 4
Chelsea - 13
Juventus - 5
Benfica- 10
Mónaco - 21
Spartak Moscovo - 105
Shakhtar Donestsk - 18

Pote 2
Barcelona - 3
Atlético Madrid - 2
PSG - 7
Dortmund - 8
Sevilha - 6
Man. City - 9
FC Porto - 12
Man. United -16

É facilmente constatável que era preferível estar no pote 2 do que no pote 1. Em suma, ser cabeça-de-série não significa necessariamente ser cabeça-de-série. Até pode acontecer que acabe com o pote na cabeça.
Uma nota, ainda, sobre a UEFA sempre renitente e resistente a mudanças nas regras do jogo. E, pelos vistos e por outras razões, também resistente a aumentar o encaixe dos clubes participantes nas provas europeias. Nesta época, o seu valor é o mesmo, não obstante o aumento considerável das receitas que lhe dão suporte. É só enfardar.

Contraluz
- Confusão
Agora que as principais provas ciclistas têm magnificas transmissões televisivas (incluindo a nossa), não percebo a confusão de dorsais que leva a que quase não se reconheça o camisola amarela ou vermelha (no caso da Vuelta). Lembro-me do tempo em que de amarelo só o primeiro, não sendo permitida cor semelhante às equipas concorrentes.
- Número. 25
Foi o número de anos que Francesco Totti que agora terminou a carreira aos 40 anos, jogou na AS Roma (786 jogos). Não teve lhe tivesse sido difícil jogar num plano mais elevado (apenas foi campeão um ano). Atleta completo, correcto e dedicado. «Il Re di Roma» é caso único no reino dos mercenários.
- Acontecimento.
Fernando Pimenta é campeão do mundo em canoagem. Parabéns! Portugal está na moda desportiva. Campeão europeu de futebol, mundial feminino em 50 Km marcha, agora na canoagem, campeão europeu de hóquei e outras vitórias em triatlo e não só representam uma excelente evolução.
- Frase.
«Os desportos não constroem o carácter. Revelam-no»
(Heywood Brown, escritor americano, 1888-1939)"

Bagão Félix, in A Bola