quarta-feira, 17 de maio de 2017

Tetra (I)

"Tetracampeão! Líder isolado desde a 5.ª jornada, o Benfica consumou o almejado 4.º título consecutivo num jogo sublime contra o Vitória de Guimarães. Uma das melhores exibições do Glorioso Benfica, de há muito.
Em jeito curto, algumas notas sobre este objectivo alcançado:
1. Um campeonato ganho estabilidade, coesão, espírito colectivo solidário, jogadores com elevado profissionalismo, presidente e estrutura técnica olhando sempre adiante e não se lamentando pelos retrovisores, mesmo em momentos mais complicados;
2. Um tetra dividido - é justo reconhecê-lo - por dois técnicos portugueses: Jorge Jesus e Rui Vitória;
3. O obreiro da segunda parte do tetra, Rui Vitória é um exemplo de trabalhador e não complicador, de serenidade e educação, capaz de unir sabiamente e não de dividir erraticamente, competente e com carácter, sem o tique dos jogos de palavras, engraçadinhas com que muitos se entretêm no mundo do futebol;
4. Bem sei que uma vezes se ganha e outras de perde. Afinal essa é a beleza da imprevisibilidade do futebol. Mas também sei que a estabilidade e o hábito de ganhar são fundamentais para se continuar a vencer;
5. O Benfica passou a ter 43,5% dos campeonatos. O dobro dos conquistados pelo Sporting e mais 9 do que o Porto. É patético o ponto do comunicado do neófito grupo dos vencidos da vida (perdão, do futebol) que se autorizaram reciprocamente a deliciar-se com pseudo títulos-tacinhas de há quase 100 anos;
6. Fejsa, talismã vitorioso e um jogador de excelência, conquistou 10 campeonatos em 9 anos consecutivos (os últimos 4 no Benfica). Tantos quanto o Sporting conquistou nos últimos 63 anos.
(continua)"

Bagão Félix, in A bola

Carta aberta a Rui Vitória

"Caro Rui Vitória, mesmo tendo ganho, em dois anos no Benfica, dois Campeonatos (o primeiro com recorde de pontos), uma Taça da Liga e uma Supertaça, sem esquecer que está na final da Taça de Portugal e passou sempre a fase de grupos da Champions (no primeiro ano chegou aos quartos), mesmo tendo apostado e valorizado vários jovens, mesmo tendo lidado com um número recorde de lesões nas duas campanhas (sobretudo a última), ainda parece haver quem faça a questão de duvidar da sua competência.
E deixe-me dizer-lhe abertamente que a culpa é toda sua. Já devia ter percebido que ser bom rapaz e ser bom treinador (ou grande treinador) é algo incompatível. Veja se atina, tem de escolher uma coisa ou outra. Quem o manda ser sempre tão correcto, educado e respeitador? É evidente que assim só ganha porque tem sorte.
Caramba, homem, mude de atitude, torne-se num enfant terrible dos bancos e logo passará a ter carisma e personalidade vincada. Um predestinado. Quando ganhar, será no mínimo o Guardiola ou o Mourinho de Alverca. Quando perder, alguém arranjará desculpas por si. Mas, por favor, torne-se polémico, obcecado, louco, egocêntrico, indelicado e provocador. Fale sem pensar. Se não resultar, vá mais longe no próximo campeonato que ganhar: roube a lambreta do Eliseu e faça piões no balneário, beba uns copos a mais e cante no Marquês o Amar pelos Dois do Salvador Sobral, chame Luís Filipe Vieira para cantar consigo.
Deixe de ser demasiado certinho, assim não pode ser bom treinador (ou grande treinador). Adopte em definitivo um perfil que venda, que tenha impacto. Faça da sua profissão um fogo de artifício constante.
É esse o segredo. Caso contrário, essa minoria teimará em não lhe reconhecer os méritos. Você continuará a ser apenas uma boa pessoa que, sabe-se lá como, tem a sorte de ganhar campeonatos e outros troféus. E isso obviamente, é uma chatice..."

Gonçalo Guimarães, in A Bola

Uma questão de objectivos

"Se a edição 2016/17 da Liga portuguesa foi, fora das quatro linhas, demasiado truculenta, há que esperar, infelizmente, que a próxima seja ainda pior. Apenas o primeiro lugar dará acesso à Liga dos Campeões, enquanto que o segundo classificado terá de disputar a terceira pré-eliminatória e o terceiro será remetido à Liga Europa. Ou seja, o que dava, em tese, para três, passa a ser certo só para um. Uma diferença substancial que vai aumentar a dramatização fora do campo, com todo o rol de malefícios que lhe estão associados.
Neste contexto, embora o dinheiro não abunde e se recomendem gestões responsáveis, aos clubes, especialmente aos três grandes, será pedido um esforço acrescido, no sentido de apresentarem plantéis capazes de entrar na liga milionária, etapa fundamental para o desenvolvimento dos projectos desportivos e financeiros.
O Benfica, tetracampeão, mostrou estar mais bem estruturado que os rivais, dispondo ainda de uma equipa com cultura campeã. Será normal, pois, que não só não se verifique nenhum desinvestimento nas águias, como ainda seja possível um reforço da equipa, mesmo tendo em conta algumas saídas que parecem inevitáveis. O Benfica que provou estar alguns passos à frente da concorrência, pode até estabelecer como objectivo (para além da presença na prova rainha da UEFA) a conquista do hexa, proeza inédita em Portugal e que catapultaria jogadores, técnicos e presidente para o Olimpo da fama a nível nacional.
Enquanto isso, se o FC Porto e Sporting não quiserem perder o comboio, é bom que tratem de resolver, quanto antes, os problemas internos. Ou..."

José Manuel Delgado, in A Bola

O líder pacato que não deve nada à sorte

"Às críticas e provocações iniciais – que amiúde se continuam a ouvir aqui e ali –, Rui Vitória respondeu com trabalho... e dois campeonatos

A bomba rebentou a 4 de Junho de 2015: após seis anos de muitas conquistas e algumas desilusões, Jorge Jesus ia trocar o Benfica pelo eterno rival do outro lado da Segunda Circular. Seis dias depois, Rui Vitória era oficializado como novo treinador das águias, bicampeãs em título e em busca de um tri que fugia desde 1977.
Longe de ser um desconhecido do futebol nacional – já com uma presença na final da Taça da Liga pelo Paços de Ferreira (derrotado pelo Benfica) e outra na final da Taça de Portugal (bateu... o Benfica), a contratação de Vitória foi porém recebida com desconfiança por uma enorme fatia dos adeptos encarnados. O perfil do novo técnico estava longe de se assemelhar ao do anterior, que se havia tornado no mais titulado da história do clube – e nem o conhecido benfiquismo de Vitória retirava o ar carrancudo a quem duvidava.
A ideia de Luís Filipe Vieira era simples: fazer igual – ou melhor – com menos. Investimento, pois claro. “Um treinador ganhador e sem medo de apostar nos miúdos”, disse o presidente encarnado na hora da apresentação. Tudo começou mal: a pré-temporada, a derrota na Supertaça frente ao... Sporting de Jesus, a entrada em falso no campeonato até ao 0-3 na Luz novamente perante os leões. Por esta altura, Rui Vitória era insultado, humilhado e enxovalhado em praça pública, tanto pelos adeptos dos rivais como por grande parte dos seus.
Um ano e vários meses depois, o homem nascido há 47 anos em Alverca do Ribatejo, que “aprendeu” a tocar bateria por gostar do som que ouvia quando batia nas portas de casa, em criança, celebra a conquista do segundo título consecutivo, conduzindo o Benfica ao primeiro tetracampeonato da sua história. Para trás ficou uma carreira mediana como jogador – o máximo que conseguiu foi fazer uma época pelo Alverca na II Liga –, no meio da qual cursou Educação Física; conheceu o flagelo dos salários em atraso já como treinador, primeiro logo na experiência inaugural, no seu Vilafranquense – pelo qual assinou uma semana depois de ter perdido os pais, num acidente de viação, em Setembro de 2002 –, e depois num profissionalíssimo Vitória de Guimarães; e ainda se aventurou pela escrita, adaptando o clássico “Arte da Guerra”, de Sun Tzu, para a realidade do futebol.

A arte de bem dialogar
Em entrevista ao “Expresso”, Rui Vitória professou um dia a seguinte ideia: “Antes de mais, um jogador é um ser humano. Se conseguir entrar dentro do ser humano, consigo chegar ao jogador; se quiser começar pelo jogador, talvez não consiga chegar ao ser humano e poderei ter problemas. Os futebolistas são bem pagos, ok, mas têm pais que têm problemas, filhos que têm problemas, mulheres, namoradas... Tudo isto tem importância no rendimento deles. Não tenho de andar a coscuvilhar, mas tenho de conhecer o homem; às vezes, damos um abraço; outras, uma marretada nas costas [risos]”.
Pegando neste mote, o i foi ouvir gente bem conhecida do treinador do Benfica: um ex-colega, um ex-treinador e um ex-jogador seu. Dos depoimentos dos três salta uma conclusão óbvia: Rui Vitória é um mestre na arte de motivar. “Nota-se que ele conseguiu formar um grupo de trabalho unido. Aquela equipa do Benfica é uma verdadeira família”, salienta Pedro Xavier, seu treinador no Alcochetense em 2002/03. “Uniu o grupo em torno de uma causa, fez das fraquezas forças. A maneira como os suplentes vão festejar os golos com os titulares, todos unidos... É um conhecedor exímio da parte técnica e táctica, claro, mas fez da motivação um factor fundamental no Benfica”, realça Pedro Correia, treinado por Vitória em três fases: juniores do Benfica, Fátima e Vitória de Guimarães e hoje a actuar na Académica. Carlos Fernandes, que com ele conviveu enquanto jogador no Vilafranquense, recorda um “verdadeiro líder” dentro e fora do campo. “Era um grande capitão. Sabia falar e estar com qualquer pessoa. Era ele quem negociava os prémios de jogo com o presidente, tinha muita maturidade. Nós, os mais novos, tínhamos muito respeito por ele. Tenho a certeza que uma das suas grandes chaves para o sucesso como treinador é a sua capacidade de diálogo, foi assim que segurou os jogadores. Por exemplo: nunca vi o Jiménez com azia, apesar de ter jogado muito pouco. E agora acaba a época a ser decisivo. Isso de certeza que é fruto do que o Rui Vitória fala com ele nos treinos”, frisa o antigo guarda-redes de Boavista, Rio Ave ou Steaua de Bucareste, entre outros.
Carlos, de resto, vê o actual treinador do Benfica com a personalidade intacta em relação ao que era enquanto médio: “Era muito inteligente, pensava muito o jogo. Jogava mais ou menos na posição oito. Mostrava muita serenidade, muita tranquilidade. Era um pensador. Até os árbitros o respeitavam muito por isso, era bem visível. Sempre foi uma pessoa justa, ajudava muito os jovens, dava-nos a mão. E hoje continua igual: uma pessoa calada, discreta, que só quer fazer o seu trabalho. Quanto mais despercebido passar, melhor.” Pedro Xavier tem a mesma percepção. “Quando foi meu jogador, era o mais velho do plantel e já dava muitas indicações aos colegas. Era o cérebro da minha equipa, tecnicamente superior, pensava o jogo todo. Hoje, é um líder pacato, tem as ideias dele e foi assim que conseguiu ter sucesso: treinar e calar. Sempre esteve à altura nas polémicas e sempre respondeu com resultados dentro do campo”, enaltece o antigo técnico.
Pedro Correia já não conheceu Rui Vitória enquanto jogador, mas não esconde o impacto positivo que os juniores do Benfica sentiram quando o então jovem treinador assumiu a equipa. “Era jovem, mas já tinha as suas ideias muito bem definidas e claramente estava talhado para voos maiores. Foi notória a diferença para as equipas técnicas anteriores, em termos de metodologias de treino, que eram muito inovadoras. Os treinos eram sempre com bola, mas ao mesmo tempo dava muita atenção à parte táctica, tanto defensiva quanto ofensiva”, lembra o lateral-direito, que voltaria a encontrar o técnico no Fátima e mais tarde em Guimarães: “No Fátima, ele estava igualmente ambicioso, mas com uma diferença significativa: tinha integrado o Arnaldo Teixeira na equipa técnica, que além de ser um profundo conhecedor, tem um lado humano muito forte, é uma pessoa muito próxima dos jogadores. Complementa bem com a parte da autoridade do Rui Vitória. Foi uma mescla perfeita. E depois, durante a época, ainda juntou à equipa técnica também o Sérgio Botelho, que fazia parte do plantel, o que também ajudou muito. No Vitória só lhe tenho a agradecer, pois deu o aval para a minha renovação mesmo com a grave lesão [fractura na tíbia]. Outro treinador qualquer podia dizer ao presidente que eu não fazia parte dos planos, por estar lesionado, e dispensava-me, mas ele não o fez.”

“Mágico” e “Del Bosque português”
Desde o início, Rui Vitória teve de lidar com as comparações com o seu antecessor. Na pior fase da passagem pelo Benfica, choveram as críticas, com a Comunicação Social desportiva e os próprios adeptos encarnados a questionar o seu pulso para lidar com grandes vedetas, a exemplo do que parecia acontecer com Jesus. Teriam essas dúvidas alguma razão de ser? Na opinião de Pedro Correia, nem por sombras. “Nada disso! Se há coisa que ele tem é mão no grupo e autoridade. Tem a sua maneira de ser, mas quando é preciso dar um berro e uma reprimenda também o faz. É um motivador nato e sabe como retirar o maior rendimento possível dos jogadores. A sério: autoridade não lhe falta”, reforça.
Pedro Xavier é mais taxativo, mas com a mesma conclusão: “Qualquer treinador que chega a um grande pode ser campeão. Desde que beneficie de um conjunto de factores: condições, bom plantel... e conseguir ter os jogadores na mão.”
No currículo, além dos títulos, tem outras distinções de mérito. Como ter sido considerado pelo prestigiado jornal italiano “La Gazzetta dello Sport” um “treinador mágico”, após vencer a Taça de Portugal pelo Vitória de Guimarães com grande parte da equipa formada por jogadores oriundos da equipa B, ou ainda ser comparado ao mítico técnico espanhol Vicente Del Bosque pela agência EFE. 
Pelas mãos, passaram-lhe várias pérolas do futebol português actual, muitos dos quais chegaram a internacionais (André André, Paulo Oliveira, Ricardo Pereira, Pizzi, Nélson Oliveira, André Santos ou, já no Benfica, Nélson Semedo, Renato Sanches, Lindelof ou Gonçalo Guedes). Em 14 épocas como treinador, nunca foi despedido – e talvez não seja obra do acaso. “Uma boa época pode ser fruto da sorte, de ter um bom plantel. Agora, quando começam a ser dois, três, quatro bons trabalhos em clubes diferentes... é porque as coisas estão a ser bem feitas”, sentencia Pedro Correia."

Rui Vitória: o Lamborghini que deixa Bruno de Carvalho em pânico

"1. Jorge Jesus, em 2015, pretendeu insultar Rui Vitória, afirmando que para treinar uma equipa como o Benfica era necessário ter habilitações para tal – da mesma forma que conduzir um Ferrari não é para todos. Rui Vitória não teria “mãos para um Ferrari”.
2. Ora, volvidos dois anos, o que nos dizem os factos? Rui Vitória é bicampeão, entrando para a história como concretizador do primeiro tetracampeonato do clube, já venceu uma Taça da Liga, uma Supertaça, chegou aos Quartos de Final da Liga dos Campeões e prepara-se para ganhar mais uma Taça de Portugal. Em dois anos, é obra! Em termos comparativos, Rui Vitória já fez mais nos primeiros dois anos como treinador principal do Benfica do que Jorge Jesus, o qual, por esta altura, apenas tinha ganhado um campeonato…
3. Os factos mostram, pois, à exaustão que Rui Vitória tem sido o verdadeiro homem do leme, ou melhor, o homem do volante do Lamborghini que é o plantel do Benfica. Já se fez tudo para descredibilizar o treinador do Benfica e desvalorizar as vitórias do Glorioso: em vão, porquanto a equipa revela-se cada vez mais forte, com mais alma, com mais resiliência colectiva.
Desafio para o futuro? Desafiar os limites da Glória do Glorioso, que é dizer, manter a chama da vitória bem acesa. Há que conquistar o penta no próximo ano, consolidando o ciclo dominador do Sport Lisboa e Benfica no futebol português. Domínio, esse, traduzido em vitórias desportivas, no campo, com lealdade e orgulho.
Já quanto aos rivais do Benfica, nota-se já uma inversão de estratégia. No caso de Bruno de Carvalho, os primeiros meses do seu segundo mandato não têm corrido particularmente bem, o que leva o Presidente do Sporting a reponderar a sua estratégia.
Sentido, Bruno de Carvalho já estuda as possibilidades legais ao seu alcance para despedir Jorge Jesus com o mínimo custo possível. Ponderando a personalidade do técnico leonino, diríamos que Jesus sairá com uma indemnização mais reduzida (nunca dela abdicará!), desde que a sua relação com Bruno de Carvalho cesse definitivamente. Não tenhamos dúvidas: Bruno de Carvalho e Jorge Jesus são bacteriologicamente incompatíveis.
4. Incompatíveis porque ambos são demasiado ambiciosos, com um ego ilimitado e com sede de poder (efectivo e mediático) – duas pessoas com tentações mediáticas tão gigantes quanto incontroláveis só podem viver em conflito. No primeiro ano de Jesus, o conflito – que esteve sempre em Alvalade, ainda que meramente aparente – foi disfarçado pelas vitórias do Sporting, que redundaram na melhor época do clube desde a temporada 2001/2002. Perante a frustração da derrota na época transacta e a tragédia da época presente, os egos de Jorge Jesus e Bruno de Carvalho ressurgiram: Bruno de Carvalho precisa de culpar Jorge Jesus pelas derrotas para não erodir sua base eleitoral de apoio; já Jorge Jesus precisa de culpar Bruno de Carvalho e a estrutura directiva do Sporting para não beliscar a sua aura e fama de melhor treinador português.
5. Conclusão: a manutenção no cargo de treinador do Sporting na próxima temporada será fatal para Jorge Jesus – ele será sempre o elo mais fraco, ficando nas mãos (que é dizer, dependente das conveniências eleitorais) de Bruno de Carvalho. Jesus terá de tramar Bruno de Carvalho – antes que Bruno de Carvalho trame Jorge Jesus. É um verdadeiro jogo do gato e do rato a que assistiremos nas próximas semanas em Alvalade.
6. E os sportinguistas já devem estar seriamente preocupados: Bruno de Carvalho acabou de cometer um erro crasso e gravíssimo para a afirmação do clube ao juntar-se ao Futebol Clube do Porto: significa que o Sporting se menoriza face à estratégia comunicacional do Porto. Nuno Saraiva, talvez sem saber, acabou de começar a escrever a história do seu fim no Sporting.
7. Afinal, os críticos – como Rogério Alves e Paulo Farinha Alves - podem mesmo estar certos: o Sporting Clube de Portugal pagará bem caro a presidência cheia de precipitações de Bruno de Carvalho (que tinha qualidades pessoais para fazer mais e melhor…)."

Os homens e o presidente (como o Benfica chegou ao tetra)

"É preciso recuar 11 anos para explicar como chegou o Benfica até este lugar estável e consistente, que permitiu a conquista de quatro títulos consecutivos, uma marca inédita no clube

Não deixa de ser curioso que o clube que mais títulos ganhou, que melhores equipas teve e que tem a maior base social, aquele a quem os seus adeptos chamam Glorioso quando não usam o acrónimo SLB para encurtar o nome Sport Lisboa e Benfica, o popular Benfica, dizia eu, não deixa de ser curioso que este emblema nunca tenha vencido quatro campeonatos seguidos.
Tanto mais que o Porto ou o FCP, o Futebol Clube do Porto, já teve o seu ‘tetra’ e inclusivamente o seu ‘penta’, que conferiu o estatuto singular a um treinador que ficou para sempre conhecido como o “engenheiro do penta”, até se tornar o salvador da pátria portuguesa no Euro-2016. E não deixa também de ser curioso que esse mesmo engenheiro, o pragmático Fernando Santos, é o ponto de ligação entre estas duas histórias que se cruzam.
É preciso recuar 11 anos para explicar como chegou o Benfica até este lugar estável e consistente. Em 2006, Luís Filipe Vieira apresentou Fernando Santos e Rui Costa, dois benfiquistas, um para treinar, outro para jogar, num passo que o presidente achava ser suficiente para conquistar o seu segundo título. Correu mal.
Fernando Santos ganhou zero, Rui Costa lesionou-se e Vieira veio a despedir o treinador no início da época seguinte, algo do qual se arrependeria publicamente – e repetidamente. Já Rui Costa regressou em bom plano em 2007/08, com os pés no relvado e a cabeça naquilo que o levara a voltar a casa com um cheque em branco – a presidência do Benfica. O ‘Maestro’ pendurou as chuteiras, entrou para a direcção desportiva do clube e trouxe Quique Flores, um técnico com o discurso e o look certos para um Benfica supostamente moderno. Vieira, fragilizado interna e externamente pelos maus resultados e pela incoerência na escolha dos treinadores, viu a sua escolha vetada – era Jorge Jesus, na altura, treinador do Belenenses. Depois, foi o que se viu: Quique era limitado e, sobretudo, não percebia o futebol português; o Benfica perdeu o embalo e Rui Costa o ascendente.
Então, Vieira agiu pelos seus próprios termos, ‘encostou’ Rui Costa, que tinha “ainda muito para aprender”, comprometeu-se com Jesus à revelia do Sporting de Braga e ganhou a sua aposta com uma superequipa onde já se notava o braço armado de Jorge Mendes. Aos poucos, Jorge Jesus pôs a equipa a atropelar os adversários, o estádio da Luz encheu, o clube fez bons encaixes financeiros com a ajuda de Mendes, e Domingos Soares de Oliveira começou a transformar o Benfica numa máquina mediática e influente – o fim da parceria com a Olivedesportos e a transmissão dos jogos estava a ser preparada nos bastidores.
Isto foi acontecendo aos solavancos e resistiu aos três anos em que o Benfica de Jesus veio a ser derrotado pelos FC Porto de Villas-Boas e de Vítor Pereira, forçando Vieira, fã de uma boa ‘suecada’, a jogar a cartada mais arriscada – manter J.J. após aquela Taça de Portugal perdida para o Vitória de... Rui Vitória. O presidente do Benfica continuou ao lado de Jesus, mas condicionou-lhe o raio de acção; o treinador sentiu-se isolado, disse a Vieira que queria Rui Costa perto dele, precisava de alguém com quem discutir futebol, e assim o ‘Maestro’ reassumiu funções de director desportivo. O grande salto em frente começava aqui.
O plano andava há anos nas mãos do triunvirato Vieira-Soares de Oliveira-Mendes, ao qual se tinham juntado o director de comunicação João Gabriel, ex-jornalista e antigo assessor de Jorge Sampaio, e Paulo Gonçalves, antigo assessor jurídico, vulgo advogado, do Boavista.
Os dois tornaram-se próximos. João Gabriel uniformizou o que se dizia publicamente, poliu as gafes de Luís Filipe Vieira e depois retirou-o dos holofotes, assumindo ele próprio as críticas aos rivais e à arbitragem, por exemplo, numa conferência de imprensa caricata e numa célebre entrevista a “A Bola”. Já Paulo Gonçalves foi a mola que fez o Benfica amigar-se de alguns clubes do Norte, o território de Pinto da Costa noutros tempos – é, dizem ao Expresso, o homem das sombras, um dos defensores do discurso agressivo e dos processos contra Jorge Jesus.
A rede de contactos esticou e diversificou-se, emprestaram-se jogadores e recomendaram-se treinadores a emblemas mais pequenos, ligações sempre úteis quando há decisões a tomar e votos a contar em assembleias da Liga. Por outro lado, houve a aproximação táctica ao presidente da FPF, Fernando Gomes, que entretanto se desamigara do FC Porto, clube em que chegara a ser administrador financeiro. E, por fim, sistematizou-se a boa relação com a arbitragem e com os árbitros, e os vouchers são a prova, e pôs-se a circular a cartilha – o autor moral e o executante das duas práticas são a mesma pessoa, o consultor Carlos Janela. O lobby empresarial entranhou-se na Luz, a marca internacionalizou-se com a Fly Emirates, o Benfica somou dois títulos consecutivos, em 2013/14 e 2014/15, e toda a gente estava aparentemente contente. Só que não.
Apesar de tudo, Jorge Jesus era um obstáculo ao circuito Benfica-Jorge Mendes, porque não punha os miúdos da formação a jogar na equipa principal – J.J. chegou mesmo a ligar a Mendes exigindo-lhe que o deixassem em paz, que jogava quem ele queria e “mais nada”. Mendes tem um dos seus colaboradores com ‘assento’ permanente no centro de estágios do Seixal, o ex-futebolista Valdir Cardoso, cuja missão é convencer os melhores e os mais talentosos a assinar pela Gestifute. O caso de Gonçalo Guedes é paradigmático – o jovem era agenciado por Paulo Rodrigues e trocou-o por Jorge Mendes, que acabou por levá-lo para o PSG por 30 milhões de euros.
Outro exemplo: na foto oficial da assinatura de Renato Sanches com o Bayern de Munique estão Valdir Cardoso e Paulo Rendeiro, do escritório de advogados da Morais Leitão, o braço legal da Gestifute. Nas duas transferências, ganhou Mendes e ganhou o Benfica, porque, diz-se na Luz, no banco de suplentes já estava Rui Vitória. O treinador do Benfica que ficará provavelmente para a história como o ‘professor do tetra’ tem o perfil certo: é um motivador nato, não olha a nomes, não faz perguntas desnecessárias, trabalha com o que tem, não arranja desculpas e a coisa flui. E, isso, é aparentemente suficiente se a estrutura está cristalizada. E operacional."


PS: A Lagartice é uma doença difícil de 'desligar'!!! O autor desta crónica é Lagarto, e mesmo quando tenta fazer uma resenha histórica é incapaz de 'desligar' a Lagartice: ligar os 'vouchers' a supostas boas relações com a arbitragem é demasiado ignorante para um profissional do 'desporto'; achar que o Benfica controla os 'bastidores' da Liga, quando o Benfica tem perdido sucessivamente todas as eleições na Liga, é demasiado parvo; construir uma suposta 'conspiração maléfica' em cima de relações privilegiadas com um agente de jogadores, é demasiada 'inveja'!!!

Como se fabrica um tetracampeão?

"A obtenção de resultados consistentes, resultantes de performances com flutuações mínimas intra ou interjogo(s), advém, independentemente da modalidade, de um processo desportivo solidamente concebido e estruturado.
Este é, por certo, um dos "responsáveis" do resultado que o Sport Lisboa e Benfica alcançou este fim-de-semana.
De facto, independentemente da qualidade do plantel ou das competências de liderança do seu treinador, já sobejamente reconhecidos e agraciados pelo público em geral e pelas diferentes instâncias desportivas e da sociedade em geral, existe toda uma imensa "máquina" por trás, do meu ponto de vista, demasiadamente "invisível" para o grande público, que todos os dias se entrega para que, ao nível do futebol profissional, todas as condições de excelência possam estar presentes.
Estas pessoas, que em regime de anonimato, muitas vezes, em prejuízo das suas próprias famílias, trabalham elas próprias em 'alto rendimento', dando o suporte necessário quer à equipa profissional, quer à formação (que um dia, num projecto ideal, deverá ser a principal fonte de matéria prima da equipa sénior) e, quase nunca vêem o seu esforço espelhado e reconhecido.
As "famílias", muito frequentemente, vêem também a sua importância não reconhecida - curiosamente, em contexto internacional, já existem "cursos" para trabalhar os skills de pais e cônjuges, no sentido de poderem ser um consistente suporte de afectos para um "atleta" (reconhecendo, desta forma, o seu papel e importância no sucesso desportivo do mesmo).
Esta tem sido a "tradição".
Se calhar, já era tempo de mudar a tradição.
Na realidade, quando em 2004 a imprensa noticiou que Scolari teria optado por dividir o prémio, em partes iguais, com todos os elementos integrantes da comitiva do Euro, e lhe foram reconhecidos elevadíssimos valores humanos... na realidade, ele estava a fazer um reconhecimento, simultaneamente interno e externo, da importância que 'a equipa dos invisíveis' tem para o sucesso final do processo desportivo, expresso no rendimento colectivo dos atletas.
Ele sabia, em essência, da importância do seu contributo e fê-los (fez-nos!) sentir isso.
Por cá, e voltando à "equipa de invisíveis" (impossível de os nomear a todos...) que tem contribuído para a consistência de resultados observada, importa referir que, do ponto de vista científico, este clube é, sem dúvida, um case-study importante e um óptimo exercício de "benchmarketing" para a concorrência (tal como os outros clubes o serão, certamente, em outras áreas).
De facto, a consistência observada nos últimos anos, ainda que "invisivelmente", vem sendo construída quase há 10 anos, pela iniciativa e visão estratégica do Dr. João Paulo de Almeida que, entregando a criação do primeiro departamento de Nutrição de Alto Rendimento a Inês Miranda Fernandes e integrando sob sua alçada (do departamento médico) os departamentos de Fisiologia, Fisioterapia e Psicologia, viria a ensaiar um trabalho de cariz verdadeiramente multudisciplinar.
O exercício deste grupo de profissionais, a sua própria crescente especialização e optimização de trabalho, enquanto equipa, viria a culminar na criação do já conhecido (e distinguido como organismo de excelência pela UEFA) Benfica LAB, sob a responsabilidade do Fisiologista Bruno Mendes, que tem evidenciado, quase como o seu DNA, um marcado cruzamento entre ciência e tecnologia (com, por exemplo, a integração de especialistas em IT ou a recente parceria estabelecida com a Microsoft).
Em boa verdade, e atendendo ao panorama internacional, o sucesso pontual alcança-se, muitas vezes, à custa de um excelente treinador e/ou do talento individual de um conjunto de atletas mas, o sucesso consolidado (um tetra ou penta campeonato) resulta de uma equação mais complexa onde todos os intervenientes (dos naturais protagonistas aos, aparentemente, "figurantes"), com o devido suporte directivo, assumem uma missão conjunta de excelência, cruzando o conhecimento científico, tecnológico e humano que, com um treinador com elevadas competências emocionais e de gestão motivacional , com alguma naturalidade, nos conduz a um espectáculo como o do fim de semana passada onde, sem dúvida, assistimos a um raro fenómeno de flow de equipa.
Porque, de resto, o futebol profissional é, cada vez mais, Ciência e 'bastidores' - afinal, os "ingredientes secretos" que permitem, aos Treinadores e Atletas, espelhar o seu efectivo valor."

Tetra ou 36, que é o dobro de 18

"Vieira é mesmo diferente, por muito que o sublinhado cause alergia a quem vê esta «força da natureza» acentuar o seu domínio e não sabe como pará-la

Por esta altura, corrigidas as contas dos Campeonatos Nacionais, conclui-se que o Benfica ganhou 36, precisamente o dobro do Sporting (18), enquanto o FC Porto fica a meio caminho (27), menos nove do que a águia e mais nove do que o leão, como aquelas equipas escondidas na tabela, classificativa que exultam com a possibilidade de poderem alcançar a liderança sem se darem conta de estarem à mesma distância da fronteira da despromoção.
Dito de outra maneira, em 83 edições oficialmente reconhecidas, o domínio benfiquista representa quase metade do total (43,4%). O outro prato da balança, contudo, pesa mais se aos 32,5% portistas se acrescentarem os 21,7% sportinguistas. Nem a provada estapafúrdica pretensão do presidente leonino Bruno de Carvalho de criar uma nova realidade, com títulos virtuais, perturba a verdade da história, por nada alterar de significativo, a não ser em retardar a relação dobro/metade, dependendo da perspectiva, na análise comparativa entre Benfica e Sporting.

O tetra não passa de simples curiosidade, embora interessante, na medida em que já deu aos padrinhos em representação do universo benfiquista a ideia do nome do próximo filho de Rui Vitória, que se chamará penta, tal como o do Porto, sem preconceitos, pois copiar dos outros o que é bom apenas valoriza quem assume a humildade de o fazer.
Com o título atribuído, esgota-se a paciência para cenas feirantes em que já só falta alguém sugerir o recurso ao microscópio para se perceber se o desequilíbrio e queda de um avançado na área foi provocada pelo atacador da bota do defesa prevaricador ou pela unha do dedo grande de um dos pés. Como parece não haver barreiras para a imaginação é de esperar tudo. Quanto a esta época desportiva, sobre o nome do campeão, é assunto encerrado.
Ganhou o Benfica porque foi o melhor e em reacção que pode classificar-se de exemplar pela sua raridade na nossa canhestra cultura futebolística, os treinadores de FC Porto e Sporting felicitaram publicamente o novo campeão. Nuno Espírito Santo fê-lo de uma forma clara e inequívoca. Jorge Jesus, talvez mais renitente por ser de outra geração, ainda muito agarrado ao jeito que os árbitros dão quando os treinadores querem esconder incompetências próprias e entreter os adeptos com erros que são facilmente transferidos para quem está obrigado a decidir ao segundo, mesmo assim, considerou que «o Benfica foi um vencedor justo».

Falaram os maestros das orquestras que formaram o pódio e ficou tudo dito. Daqui em diante, o barulho pode continuar, mas vai ser partir pedra para ver se dá sumo, só assim se conseguindo enxergar algum cabimento para aquela peregrina manobra de se promover uma cimeira de comunicadores do dragão e do leão, um pouco às escondidas, no mesmo hotel que há anos acolhe o FC Porto quando se desloca a Lisboa e que outro efeito não se conhece senão o de tornar mais fortes a «humildade, determinação, compromisso e ambição» do Benfica.
O modo e a oportunidade da iniciativa revelaram-se de uma notória falta de jeito, da qual nenhum mal viria ao mundo, dado tratar-se até de pessoas que foram colegas de profissão e trabalharam para o mesmo patrão, não fosse a bizarria desse encontro aparentemente ter servido para suportar um comunicado com vários pontos de união entre os dois clubes, coisa que se resolvia sem necessidade de tanta exposição e tanto falatório.
Porque, em rigor, as dores de cabeça dos presidentes do FC Porto e do Sporting são intensas e requerem medidas que não se explicam em redacções de circunstâncias:
1. Pinto da Costa está há quatro anos a seco em matéria de campeonatos, embora com imenso crédito ainda dado o seu notável currículo. Nuno Espírito Santo, sim ou não? A equipa melhorou e o futebol deu sinais de estabilização. Mudar por mudar será adiar o regresso às conquistas. Há um ano o FC Porto acabou a 15 pontos do primeiro, agora está a cinco. Em vez de pensar em novo treinador talvez seja mais prudente e seguro manter o que está: abdicar de quem não se identifica com o grau de exigência do dragão e procurar reforços que se vejam.
2. Bruno de Carvalho é uma máquina a fazer promessas, mas em cinco anos de presidência campeonatos nacionais nem vê-los, e nada faz prever que a tendência perdedora se altere. Nos antípodas do homólogo portista. Quis Jorge Jesus e agora não sabe como lidar com ele, mas a culpa não é do treinador. Este faz o seu trabalho. Sem o sucesso reclamado pelo presidente, o que não significa que haja engano no caminho que Jesus percorre. Mas o presidente tem pressa e disso faz gáudio para o exterior. Assim, é complicado. Não há treinador  que resista ao estilo.
Estes são alguns dos desafios dos presidentes de FC Porto e Sporting que não se resolvem com manobras de comunicação. O do Benfica encara os seus com trabalho e olhando para dentro, porque tem um rumo e um projecto. Vieira é mesmo diferente, por muito que o sublinhado cause alergia a quem vê esta «força da natureza» acentuar o seu domínio e não sabe como pará-la."

Fernando Guerra, in A Bola

Os árbitros e os outros

"«Atrasaram o suborno este mês, de certeza. Já não precisas, estás rico!»

Não critiquem antes de entender. É um texto para ser lido com humor e leveza. Não encerra corporativismos ocos nem manias de perseguição. É, porventura, uma metáfora aplicada à realidade, que procura apenas mostrar o que os árbitros sentem no dia a dia. Então vamos a isso:
Árbitro que não fala publicamente
«É a lei da rolha, devias falar. Assim não te defendes. Quem cala consente. Quem não deve, não teme. Estás comprometido, nota-se. Medroso. Ladrão.»
Árbitro que fala publicamente
«Lá está ele, com a mania de vedeta. Quer é protagonismo. Queres é palheta. Adoras aparecer. Se ao menos arbitrasses como falas. Convencido. Ladrão.»
Árbitro quando erra
«És sempre a mesma coisa. E sempre contra o mesmo. Este nunca vai mudar. Corrupto. Mafioso. Claro que foi de propósito. És mesmo fraquinho. Ladrão.»
Árbitro quando acerta
«Mal de ti. Estás lá para isso. Algum dia tinha que ser. Aleluia!! Atrasaram o suborno este mês, de certeza! Já não precisas, estás rico! Não tens personalidade nenhuma. Ladrão.»
Árbitro quando erra e não assume
«É escandaloso. Viu que fez asneira e ainda por cima não dá a cara. Sê mais humilde, seu presunçoso. Arrogante! Caladinho que nem um rato. Covarde. Ladrão.»
Árbitro quando erra e assume
«Agora? Ai agora?!? Te mas é vergonha na cara. Pede a demissão. Só falas quando te convém. Da outra vez não pediste desculpa, pois não? Falinhas mansas para inglês ver. Ladrão.»
Árbitro que não utiliza redes sociais
«Este tem a mania que é mais que os outros. É o special one da arbitragem. Deves ter muito coisa a esconder. Ninguém te bate, não tenhas medo! Dá a cara! Deves pensar que és o maior. É só telhados de vidro. Ladrão.»
Árbitro que utiliza redes sociais
«Este quer é montra, só para dar uma de bonzinho. Ainda te ris, boi preto? Adora dar nas vistas. É para ver se enganas alguém, com esse ar de santo! Valente tareia que eu te dava. A ti e a essa família de corruptos. Ladrão.»
Árbitro que não assume simpatia clubística
«Mas afinal tens medo de quê? Nem homem és para dizer a verdade. Seu hipócrita! Ao menos dá cara! Sê homem por uma vez na vida. Sê honesto! Ladrão.»
Árbitro que assume simpatia clubística
«Eu sabia!! Animal!! É que nem sequer escondes. É à descarada. É que tava na cara!! Corrupto. Ladrão.»
Ou...
«Queres mostrar que és sério e por isso só nos lixas! Nunca mais cá ponhas os pés, desses dispensamos! Ordinário! Se até estes nos roubam, como é que os outros não hão de fazer pior? Ladrão.»

Nota - Havia mais, mas não tinha mais espaço nesta crónica. Fica para a próxima..."

Duarte Gomes, in A Bola