sexta-feira, 21 de abril de 2017

51 talentos

"Fábio Duarte, Daniel Azevedo, Diogo Garrido, Aurélio Buta, Ricardo Mangas, Ricardo Araújo, Pedro Álvaro, Rúben Dias, Nuno Gonçalves, Branimir Kalaica, Jorge Pereira, Diogo Mendes, Florentino Luís, Gesdon Fernandes, David Tavares, João Félix, Filipe Soares, Diogo Gonçalves, Vinicius Ferreira, Mesáque Dju, João Filipe e José Gomes. Fixe bem estes 22 nomes. Independentemente do que irá acontecer em Nyon, na final da UEFA Youth League, estes jovens talentos fazem parte da nata da formação do futebol português.
Todos eles têm em comum a forma como sentem o Clube. Por mérito próprio, o SL Benfica atingiu a final four, onde estão dois grandes colossos do futebol mundial - Real Madrid e Barcelona. Com o Salzburgo a fazer o papel de outsider, esta final vem confirmar a excelência do trabalho realizado no Seixal. Em 2013/14, chegámos à final four e após termos eliminado o Real Madrid, disputámos a final com o Barcelona. Em perspectiva pode estar a repetição dessa final. Os valores são outros, mas os princípios mantêm-se - formar a ganhar.
A estes 22 talentos, há que acrescentar mais 10 que brilharam em França, na Selecção de Sub-16. João Monteiro, Henrique Jocu, Bernardo Silva, Daniel Martins, Francisco Saldanha, Gonçalo Gomes, Jair Tavares, Nuno Cunha, Sandro Cruz e Umaro Embaló são outros nomes a reter. Tal como devem fixar os nomes de Alexandre Penetra e Tiago Araújo, dois talentos desta Selecção.
Se acrescentarmos João Carvalho (sub-21), Francisco Ferreira, Yuri Ribeiro, Pedro Amaral, Pedro Rodrigues e Heriberto Tavares, dos Sub-20. Hélder Baldé e Tiago Dias dos Sub-19, e ainda Celton Biai e Mamadou Koné dos Sub-17, e mais sete dos Sub-15, temos 51 talentos."

Pedro Guerra, in O Benfica

Vamos a eles!

"Na semana que antecedeu o dérbi disputado em Alvalade em 2015/16, escrevi, nesta coluna, que o Sporting até poderia ganhar o campeonato, mas que nunca seria um clube campeão. Tal se deveu a duas constatações, com a primeira a justificar, em parte, a segunda:
A estrutural, no sentido em que, na relação com o Benfica, perde sempre na comparação e anula-se de tanto se focar no rival;
E a conjuntural, pois foi por demais evidente que as suas constantes atoardas e insinuações acerca do Benfica visaram a obtenção de triunfos no campeonato da comunicação, esquecendo-se eles, ou mesmo ignorando-o por quase total inexperiência nas últimas quatro décadas, que os títulos se conquistam nos relvados. Na presente época, só um cataclismo permitiria o Sporting vencer o campeonato, o que poderá fazer parecer paradoxal a minha convicção de que o dérbi de amanhã será, eventualmente, mais complicado que o último. Sem a pressão do cumprimento de um autopreconizado destino delirante - ser o melhor clube português -, o Sporting talvez seja mais perigoso para os nossos intentos. Porém, a nosso favor está a transformação do dérbi na tábua de salvação leonina de mais uma época normal. Relegado para ajudante do Porto no objectivo partilhado de destronamento do Benfica, imagino-os agrilhoados pela excitação da possibilidade do insucesso benfiquista. Quanto mais precisarem de nos ganhar, mais possibilidades teremos de sairmos vitoriosos! E nem será nada de extraordinário... Em 82 confrontos em Alvalade, já lá ganhámos 31 vezes. A qualidade da nossa equipa e apenas uma derrota sofrida nas últimas sete temporadas justificam o meu optimismo.
Vamos a eles!"

João Tomaz, in O Benfica

Proibida a entrada

"Nas traseiras de casa dos meus avós havia um descampado entre prédios que parecia o estádio Azteca, no México. Lá jogávamos nós: o Aldinho, o Nuno o Joe e eu, mais quem se quisesse juntar à festa. Umas vezes éramos Maradona e Valdano, noutras Sócrates e Zico. Muitas vezes éramos Carlos Manuel e Diamantino. Não havia árbitros, nem conselhos de arbitragem. Cada lance era discutido no momento - quem sofria falta agarrava a bola e marcava o livre. Sem discussão.
O jogo só era interrompido em duas ocasiões: quando as mães ou as avós chamavam para o almoço, lanche ou jantar e quando a bola ia para o quintal do velho Neves.
O velho Neves era o papão. Se a bola ia lá para dentro, tínhamos de saltar o muro e ir lá resgatá-la, senão ficávamos sem o esférico para marcar golos de antologia em balizas feitas com duas pedras. Se não fôssemos a tempo, o velho ficava com a bola ou rebentava-a com um golpe de faca perante o nosso olhar desesperado.
Está visto que o velho Neves não gostava de futebol. Parecia aquelas pessoas que hoje vão para os estádios cantar boçalidades a fingir que apoiam as suas equipas. Cada um destes indivíduos que deseja a morte aos jogadores do Benfica ou que se vangloria com o desaparecimento de Eusébio, cada um destes tristes seres que relembram com gozo a morte de um adepto rival na final de uma Taça de Portugal é igual ao velho Neves. Também estes dão golpes mortais na bola de futebol e levam o jogo para a lama. Uns e outros não podem continuar a entrar nos estádios portugueses.
Tal como nós saltávamos  muro para ir resgatar a bola, é preciso que alguém tenha a coragem de lhes barrar a entrada. Já."

Ricardo Santos, in O Benfica

Três pontos

"Afastado sumariamente de todas as competições, sem nada a perder ou a ganhar neste campeonato, com o orgulho ferido de inveja, não é difícil perceber que, para o Sporting, o “Dérbi” deste fim-de-semana seja encarado como o jogo do ano. Na verdade, é quase sempre assim. Mas desta vez nem a classificação lhes interessa: o que conta é mesmo complicar a vida ao velho rival. Apenas isso os pode satisfazer neste momento.
Espera-nos, pois, um opositor motivadíssimo, e de faca nos dentes para nos retirar pontos. É com isso que temos de contar para aquela que é mais uma “Final” na nossa caminhada rumo ao Tetra. É isso que teremos de contrariar para trazer a preciosa vitória.
Ganhar em Alvalade não é, felizmente, coisa rara. Para o campeonato, em sete anos apenas lá perdemos uma vez (e com um penálti do tamanho do estádio por assinalar sobre Nico Gaitán, logo nos instantes iniciais de jogo arbitrado por Soares Dias em 2012). Ainda na temporada passada lá vencemos, numa partida de altíssima pressão e de importância semelhante. Nos últimos vinte anos, em terreno adversário, vencemos nove vezes, e apenas perdemos cinco. Se considerarmos todos os jogos do campeonato (em casa e fora), a vantagem no mesmo período é de 19-9 (!!!), com 12 empates pelo meio. Valha isso o que valer, são números suficientes para estabelecer um certo padrão. Não há nada a temer. Não há lugar a hesitações. Vamos a Alvalade para ganhar, e dar mais um passo rumo ao 4.º campeonato consecutivo.
Temos melhor equipa, somos campeões, somos mais fortes, estamos na frente. Ansiedade? Desconfio que do lado de lá seja maior…"

Luís Fialho, in O Benfica

António Silva Gomes (1937-2017)


"De modo inesperado, e quando cumpria uma antiga promessa de levar dois dos seus netos a um cruzeiro no Mediterrâneo, faleceu no passado dia 10 de Abril, António Augusto da Silva Gomes, que integrou os órgãos sociais do Sport Lisboa e Benfica nas direcções de Manuel Damásio e de Manuel Vilarinho, como vice-presidente para o markting e administrador da SAD. Conheci-o de perto há mais de cinquenta anos por ter entrada na minha família, através do seu casamento com a minha prima Maria Luísa.
Com ele partilhei também, no que toca à nossa vida profissional, vinte e cinco anos de colaboração próxima na McCann Erikson Portugal, que liderou com brilhantismo elevando-a a líder inquestionável do mercado publicitário nacional, a partir da expansão de uma pequena agência de que era sócio e que em 1980 foi adquirida multinacional.
Acontece que um dos factores que consolidaram a nossa grande amizade foi a faceta de benfiquistas praticantes desde a mítica década de sessenta, em que o Glorioso atingiu o seu prestígio de dimensão europeia e mundial.
A sua militância benfiquista foi ao ponto de criar um ritual apropriado aos jogos no velho Estádio da Luz, juntado em sua casa um grupo alargado de amigos benfiquistas para almoços por ele preparados, a que se seguia a caminhada a pé até à antiga Catedral.
Sobre ele já escrevi que, avultando no seu perfil profissional as características de notável estratega e criativo, o seu lado humano revelava um líder exigente mas sem nunca deixar de ser um coração grande, bondoso e generoso, sempre servido por um inconfundível sentido de humor. A sua família nuclear não podia deixar de ser toda benfiquista - a Milu, os filhos Rodrigo e Renata, os seus netos Matilde, Manuel, Leonor, António e Vasco - e atravessa agora a for enorme de o ver desaparecer de forma tão brusca.
Também os seus amigos, e eram tantos, grande parte antigos colaboradores no grupo empresarial a que presidiu e onde desde há muito praticava uma política de afectos, sentem a sua perda com profunda mágoa e tristeza.
Mas o Sport Lisboa e Benfica e a alma benfiquista ficam privados não apenas de um sócio cinquentenário e de um antigo dirigente de destacada qualidade, mas de alguém que num momento da história recente do Clube, em que estivemos à beira do abismo, teve um papel de relevo ímpar, que alguns poderão desconhecer, na campanha que conduziu Manuel Vilarinho à presidência e à regeneração do nosso emblema.
Que Deus o guarde no lugar que merece no Céu, em paz e eterno descanso de uma vida cheia de amor ao Benfica."

João Loureiro, in O Benfica

Venha de lá um 'show' de bola...

"Amanhã é dia de festa para o futebol português. Sporting e Benfica acrescentaram 90 minutos a uma rivalidade que já vai em 100 anos de confrontos directos e que tem tudo para se transformar numa never ending story, assim haja bom sendo e respeito pela história.
O jogo de Alvalade, embora disputado num contexto de luta pelo título entre Benfica e FC Porto, afigura-se deveras importantes para a sorte do campeonato e só se espera que todos os que forem ao estádio tenham uma noite para mais recordar, por terem visto um grande show de bola.
Para quem estiver minimamente atento ao que se passa, à escala global, no futebol , torna-se nítida a preocupação de FIFA e UEFA com duas questões que nos têm consumido horas de debate (muitas vezes estéril) e que temos a fundada expectativa de ver em breve erradicadas. Pela parte da FIFA, o investimento sério no vídeoárbitro (VAR) está a levar a resultados concretos muito animadores e, não tarda, a discussão em torno das decisões dos juízes de campo será substancialmente reduzida (e como isso constituirá uma boa-nova para o futebol português!). No que toca à UEFA, perante a gravidade do que aconteceu em França aquando do Lyon-Besiktas, a aplicação de mão dura foi o caminho escolhido, ideia replicada já no Hexágono a propósito do Bastia-Lyon. Penas pesadas para clubes e erradicação dos estádios dos hooligans são medidas essenciais para que o futebol não se transforme numa coisa sem futuro. Resta agora que Liga e FPF estejam à altura da responsabilidade histórica que têm em mãos, modificando regulamentos e implementando o VAR."

José Manuel Delgado, in A Bola

PS: Mão dura da UEFA após o Lyon-Besiktas?!!!
Então o Benfica, por causa de uma tocha e alguns petardos, está com 'pena suspensa', constantemente sobre aviso de jogos à porta fechada... e depois daquilo que aconteceu em Lyon, os dois clubes ficam somente com penas suspensas!!!!
Como a responsabilidade destes casos, normalmente recaí sobre a equipa da casa, neste caso uma equipa da Federação Francesa... nada se passou!!! Se estes problemas tivessem acontecido em Istambul (ou noutro País qualquer, fora das 5 grandes Ligas) o castigo teria sido exemplar...!!!

Direito à privacidade

"O Benfica decidiu avançar para a justiça, depois de o director de comunicação do FC Porto, Francisco J. Marques, ter divulgado mais uma troca de comunicação interna dos encarnados, alegando pirataria informática, crime previsto na lei. Pode discutir-se o aproveitamento dos encarnados relativamente ao pedido de bilhetes do presidente da APAF, Luciano Gonçalves, feito em nome de uma associação da Batalha. Pode questionar-se se é eticamente aceitável ou se configura ilegalidade - as águas, recorde-se, dizem que os documentos revelados são manipulados e deturpados. Mas o que está em causa neste episódio é a forma como essa troca de mensagens internas, de uma sociedade desportiva cotada em Bolsa, chega ao conhecimento público: que direito tem uma sociedade concorrente de substituir-se a entidades competentes, violando privacidade alheia, revelando o que devia ser privado, direito de qualquer cidadão ou entidade? Imagine-se que o meu vizinho se chateia comigo , e especialista em informática, tem acesso às mensagens que troco com familiares. Terá legitimidade para divulgar o que só a mim me diz respeito? Não vale tudo na 'guerra' do título."

Nuno Martins, in Record

PS: Estou confuso: 'o aproveitamento dos encarnados'!!! Mas qual aproveitamento...?!!!