"Na semana que antecedeu o dérbi disputado em Alvalade em 2015/16, escrevi, nesta coluna, que o Sporting até poderia ganhar o campeonato, mas que nunca seria um clube campeão. Tal se deveu a duas constatações, com a primeira a justificar, em parte, a segunda:
A estrutural, no sentido em que, na relação com o Benfica, perde sempre na comparação e anula-se de tanto se focar no rival;
E a conjuntural, pois foi por demais evidente que as suas constantes atoardas e insinuações acerca do Benfica visaram a obtenção de triunfos no campeonato da comunicação, esquecendo-se eles, ou mesmo ignorando-o por quase total inexperiência nas últimas quatro décadas, que os títulos se conquistam nos relvados. Na presente época, só um cataclismo permitiria o Sporting vencer o campeonato, o que poderá fazer parecer paradoxal a minha convicção de que o dérbi de amanhã será, eventualmente, mais complicado que o último. Sem a pressão do cumprimento de um autopreconizado destino delirante - ser o melhor clube português -, o Sporting talvez seja mais perigoso para os nossos intentos. Porém, a nosso favor está a transformação do dérbi na tábua de salvação leonina de mais uma época normal. Relegado para ajudante do Porto no objectivo partilhado de destronamento do Benfica, imagino-os agrilhoados pela excitação da possibilidade do insucesso benfiquista. Quanto mais precisarem de nos ganhar, mais possibilidades teremos de sairmos vitoriosos! E nem será nada de extraordinário... Em 82 confrontos em Alvalade, já lá ganhámos 31 vezes. A qualidade da nossa equipa e apenas uma derrota sofrida nas últimas sete temporadas justificam o meu optimismo.
Vamos a eles!"
João Tomaz, in O Benfica
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