domingo, 16 de abril de 2017

Quantos pontos vale um 'tweet'?

"Qual Jonas, qual carapuça! Soares, o tanas! Bas Dost, o caraças! O que interessa é a política de comunicação!

Um treinador não britânico vale, segundo estimativa do The Guardian, mais 14 pontos na Premier League do que um britânico. Isto porque, explicava o jornal, os primeiros apresentam média de 1,66 pontos/jogo, contra 1,29 dos segundos. As contas são simples: 1,66 - 1,29 x 38 jornadas = 14,02 pontos. A verdade é que os clubes mais fortes, logo os que têm mais pontos, apostam em treinadores estrangeiros: Chelsea com o italiano Antonio Conte, Tottenham com o argentino Mauricio Pochettino, Manchester City com o espanhol Pep Guardiola, Liverpool com o alemão Jurgen Klopp, Everton com o holandês Ronald Koeman, Manchester United como português José Mourinho e Arsenal com o francês Arsène Wenger. O Hull City, por exemplo, somou 13 pontos nos primeiros 20 jogos: média de 0,65. Depois entrou Marco Silva e somou 17 em 13 jogos: média 1,31. As contas do The Guardian estão, pois, profundamente erradas: 1,31 - 0,65 x 38 jornadas = 25 pontos. É esta, pois, a diferença entre o inglês Mike Phelan e o português Marco Silva.

Não conheço, porém, estudo algum que defina quantos pontos vale um director de comunicação. Ou um comentador de televisão. Ou uma cartilha. Ou um post no Facebook. Ou um tweet valha pouco. Que valerão 140 caracteres? Um lançamento de linha lateral mal assinalado, quanto muito. Já um post no Facebook, por poder ser maior, pode chegar a valer um fora-de-jogo de meio metro. E uma cartilha? Bom, meus caros, uma cartilha pode valer um duplo amarelo mal mostrado ao minuto 90+2. Continuemos a subir na escala: e um comentador televisão? Quanto vale um comentário num qualquer programa de segunda-feira? Contas feitas por baixo, críticas acintosas ao treinador adversário podem valer, na jornada seguinte, uma substituição mal feita. Ou a expressão do mister ao minuto 90+1. Não são de deitar fora, pois, os comentários das segundas-feiras. Mantendo a subida no ranking, quanto vale um director de comunicação no futebol moderno? Segundo alguns dos maiores agentes FIFA da actualidade, pode valer o mesmo que um bom guarda-redes de equipa grande: pode estar todo o dia parado, sem nada para fazer, mas de repente, quando entra em acção e escreve 140 caracteres, pode evitar um golo. Quando o resultado já está em 5-0, claro. Um muito bom director de comunicação associado a boas cartilhas, a uma série de posts contundentes, mais quatro a seis comentadores de segundas-feiras e ainda uns pozinhos de tweets podem, na verdade, decidir um campeonato. Qual Jonas, qual carapuça! Soares, o tanas! Bas Dost, o caraças! O que interessa é a política de comunicação. Sem ela, ninguém ganha campeonatos!

Código vermelho: não perder em Alvalade
Passa a três pontos a vantagem do Benfica sobre o FC Porto, a uma semana do derby de Lisboa. Caí, assim por terra a esperança de Nuno Espírito Santo em ganhar sempre até final da liga. Agora, a fé azul-e-branca vira-se para o Sporting. Se os leões ganharem às águias no sábado e os dragões vencerem o Feirense no domingo, os dois primeiros ficarão ambos com 71 pontos, mas com vantagem a ser portista, pois tem melhor diferença de golos. E tudo passaria a ser disputado golo a golo e não apenas jogo a jogo. Porém, se o Benfica ganhar em Alvalade, muito dificilmente deixará fugir o tetra.

Muitos cogumelos e depois há ainda Pedro Martins
Nascem bons treinadores em Portugal como nascem cogumelos em densas e húmidas florestas. Só esta época apareceram Daniel Ramos, Ricardo Soares, Nuno Manta e Vasco Seabra. Mas há outro, já nada cogumelo, pois leva sete épocas de I Divisão, que continua a ascensão: Pedro Martins. O V. Guimarães soma 53 pontos em 29 jogos. Sabe quantas vezes, na história, os vimaranenses tiveram mais pontos à mesma jornada? Em apenas quatro: 1974/75, 1985/86, 1986/87 e 1989/90. Tem Marega, teve Soares, tem Hernâni e tem, sobretudo, Pedro Martins. Quanto tempo resistirá ele em Guimarães?

Lapidar
«Tenho grand carinho pelo FC Porto e pela sua torcida, mas tenho vergonha e nojo dessa claque Super-Dragoes, devia acabar»
Souza, jogador do Fenerbahçe (ex-FC Porto)

«É uma grande honra chegar aos 100 golos nas provas europeias. Nunca pensei que podia acontecer, foi sem dúvida um dia especial»
Ronaldo, jogador do Real Madrid

«Estamos vivos e bem vivos. Percebe-se que isto está a aproximar-se do fim e temos de estar unidos. Há coisas que não gosto de ver e me aborrecem, mas são fruto da nossa sociedade»
Rui Vitória, treinador do Benfica

«É um pouco estranho chegar já aos 100 jogos. Normalmente em Portugal são precisos três épocas num clube. Sabe muito bem»
Carlos Carvalhal, treinador do Sheffield Wednesday

«Foram os 15 minutos mais longos da minha vida. A dor, o pânico, a incerteza em relação ao que estava a acontecer. Este mundo em que vivemos está cada vez mais louco»
Marc Bartra, jogador do Dortmund
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Rogério Azevedo, in A Bola

Tondela

"E acreditem, há gente, boa gente, que já está a pensar a um ano de distância. Acreditem mesmo.

1. Escrevo este artigo pensando nos meus netos. Na semana que antecede um Sporting-Benfica. Jogo importante, o da próxima jornada, sem dúvida. Mas não um jogo de vida ou morte. Jogo relevante, interessante e motivante como qualquer derby de Lisboa. Faltarão ainda, então, quatro jornadas para o final desta Liga bem renhida nos relvados e disputada, e muito, fora deles. Quase que se antecipando, estrategicamente, e desde já, a próxima e determinante época desportiva em razão da alteração fundamental de circunstâncias que ocorrerá no acesso às competições europeias de clubes, e em especial o atractivo acesso directo à fase de grupos da Liga dos Campeões. É que se este ano ainda serão dois os clubes com acesso directo na próxima época só será um! O que é muito diferente! Basta olhar para os milhões logo garantidos e arrecadados! E acreditem, há gente, boa gente, que já está a pensar... a um ano de distância. Acreditem mesmo!

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Fernando Seara, in A Bola

Afinal, o estádio estava cheio, eu é que não tinha visto bem

"Nesta época, as coisas frente ao Nápoles, na Liga dos Campeões, não correram muito bem para o Benfica. Mas recordemos uma vitória bonita, por 2-0, com golos de Reyes e Nuno Gomes.

A atitude foi firme, aberta. A noite caiu fria sobre a cidade. E tinha sido um dia quente, no entanto. Caiu fria também sobre o estádio e sobre o público sempre mais pronto para os assobios do que para os aplausos, que se deixou levar pelo jogo embirrento dos napolitanos, pela táctica do confronto e da guerrilha. Sabia-se que assim seria. Os italianos não enganam. E os napolitanos, muito menos.
Poderia ter havido mais gente nas bancadas da Luz.
Era mesmo de esperar que houvesse mais gente ainda nas bancadas da Luz.
O estádio estava quase cheio. Mas não quase, quase. Apenas quase...
Talvez já não haja multidões como antigamente no futebol de Portugal. Houve tempos em que estariam 80, 90, 100 mil pessoas na Luz na esperança de ver o Benfica eliminar o Nápoles. Mas na Luz também já não cabem 100, nem 90, nem mesmo 80 mil...
Seja. Havia esse cheirinho nostálgico às noites europeias de antigamente, mesmo que as noites europeias do antigamente fossem à quarta e não à quinta. E muito menos à terça, como agora acontece com frequência.
E o Benfica teve um início de jogo claro, insinuante.
Percebia-se a necessidade do golo cedo. A equipa corria riscos e, quando assim é, há que obter rápido retorno desse risco. E o Benfica atacou. E foi atacando sempre.
Do meio-campo para a frente, toda a gente atacava.
Yebda ia mais; Katsoranis ficava mais.
Da defesa, também Jorge Ribeiro atacava. Maxi Pereira ficava lá, do seu lado direito, quase quieto.
Di Maria a fazer dupla com Nuno Gomes, mas sempre um a medir o seu espaço pelo outro, ora ficando, ora avançando, o segundo mais primeiro, se começarmos a medir o campo pela baliza napolitana, mas procurando deixar, volta e meia, um buraco por onde pudesse entrar o primeiro, Di Maria neste caso.
O Nápoles fechava-se. Da cidade de Nápoles não tinha baía, só o castelo.
Quando aos três centrais bem definidos se juntarem os laterais e os dois trincos, formava uma fortaleza rochosa como a ilha de Capri.
Rocha dura, que não hesita na falta.
Fortaleza alta que é preciso minar pelo chão.
Maldade napolitana...
Percebe-se que há maldade no ataque napolitano. Não força directamente, não dispara. É como o assassino que se disfarça na sombra, se camufla na esquina: traz consigo a navalha e a rapidez do golpe. Ele sabe que um golpe certeiro, à traição, pode degolar a águia, cortar-lhe a jugular do entusiasmo.
Mas os napolitanos trazem também consigo a manha da discussão, da confusão organizada ou desorganizada a seu bel-prazer, da distracção do adversário.
Parece correr tudo pelo melhor, mas falta qualquer coisa. O quê?
Não. Não é ainda o golo. Claro que falta o golo, não é isso que quero dizer. Falta o golo, mas sobra o tempo. Não é ainda preciso que chegue já, já, embora desse jeito.
Mas o que falta, então?
É aqui que respondo: falta fazê-lo sentir medo, muito medo. Até agora não passou de receio, de atenção, de cuidado. O Nápoles está lá atrás, submisso, humilde, mas apenas preocupação.
E nessa estratégia deve caber também a certeza de que as águias se cansarão de voar por ali, em círculos, círculos esses cada vez mais largos,  mais distantes da baliza de Gianello, e que esse cansaço trará consigo a quebra, a desistência, o momento.
Havia motivos para acreditar na estratégia do rochedo. E o brilho da navalha assustava a águia.
O voo tornou-se incerto. Mais distante da grande área italiano, menos agressivo, mais confuso.
O Nápoles ganhou confiança. Sentiu finalmente que havia, naquele grupo de homens vestidos de encarnado, fragilidades a explorar.
E, subitamente o golpe de asa: a força de Sidnei no meio-campo, ganhando uma bola insuspeita, o passe de Katsoranis para o espaço na frente de Reyes, o galope e o remate fortíssimo do espanhol.
O Estádio da Luz ficou vermelho em flor!
Um vulcão de gente que grita, cuspindo um fogo encarnado.
Mas os homens de Nápoles estão habituados a vulcões: vivem paredes meias com o Vesvúvio.
O jogo está vivo, alegre.
Di Maria tem um desplante: julgou-se Maradona e foi Maradona em tudo menos no golo que ficou preso nas mãos de Gianello.
Percebe-se que o momento é solene. O Benfica tem de matar o jogo e o adversário. É a hora! A hora de ser equipa forte e decisiva.
Soube sê-lo. Com classe. Com autoridade. E com a esperteza de um treinador atento.
Substituições bem feitas.
Com Carlos Martins ganhou clarividência. Foi dele o passe para a cabeçada tranquila de Nuno Gomes. Desenhada a preceito. Porque o Nuno é assim: nada nele é à bruta.
Há a festa e a alegria.
Afinal o estádio estava cheio. Completamente cheio. Eu é que não tinha visto bem..."

Afonso de Melo, in O Benfica

Parabéns, Eusébio! Bye, Jimmy.

"Em dia de festa, um desaguisado entre Jimmy Hagan e os jogadores ditou o fim do percurso do inglês no Clube.

Em 1970 aterrava em Lisboa um antigo capitão do exército inglês na II Guerra Mundial, com ar sério e austero, que viria revolucionar o futebol português. Confuso? O seu nome era James Hagan, Jimmy para os amigos, e vinha treinar o Benfica.
Avançamos agora até 25 de Setembro de 1973. Temos um Benfica na crista da onda, tricampeão, e em dia de festa: o Estádio da Luz vestia-se de gala para homenagear Eusébio. Era dia de festa para o Clube, era também dia de festa para os jogadores que, dias antes, até foram para a Baixa vender bilhetes do evento, mas nunca para Jimmy Hagan, para quem todos os dias eram bons dias para treinar afincadamente. Mesmo em dias de jogo, como era o caso. O momento alto da noite seria um amigável entre a equipa do Benfica e a Selecção do Resto do Mundo, composta por nomes tão importantes como Bobby Charlton, Blankenburg ou Netzer.
Nessa manhã, o treino consistia numa série de voltas ao campo, contornando por fora as bandeirolas colocadas nos cantos. Dizem as más-línguas que alguns jogadores fizeram o percurso por dentro, o que, parecendo que não, facilita o trajecto, e a certa altura se deixaram ficar para trás e usaram o tempo restante para se alongarem, pois não há nada pior que uma contratura ou uma cãibra violenta por falta de alongamento. Para Hagan aquilo foi uma afronta. O resultado? Toni e Humberto Coelho, dois dos infractores, não foram convocados. 'Avisei-os que se não trabalham, não jogam' explicou em declarações à imprensa, dias depois. O sucedido chegou aos ouvidos de Borges Coutinho, que tentou pôr água na fervura. Afinal aquele era um dia importante e todos os jogadores deveriam fazer parte da festa. Hagan cedeu, contrariado, mas manteve-se fiel ao sui generis feitio britânico: não orientou a equipa frente à selecção mundial, não assistiu ao desafio e, no dia seguinte, demitiu-se! A isto se chama sair em grande.
Três dias depois, Fernando Cabrita, até ali adjunto, foi apresentado aos jogadores como o treinador principal. Um déjà-vu, já que em 1966  também passou para primeiro plano ao substituir Béla Gutmann e em 1968 tomou o lugar de Fernando Riera, tornando-se um dos adjuntos que mais vezes substituiu técnicos contratados.
Pode saber mais sobre o percurso dos treinadores do Benfica na área 25 - Mestres da Bola, do Museu Benfica - Cosme Damião."

Marisa Furtado, in O Benfica

Líder

"Ponto prévio: Não há vitórias morais no Benfica. Porém, faltando sete jornadas para o término do campeonato e preservada a liderança, apesar de ténue e mesmo sabendo que o calendário não nos é favorável (embora também não o seja para o nosso adversário), é com optimismo que encaro os desafios que temos pela frente. De uma coisa estou convicto: Se jogarmos com a mesma intensidade e qualidade com que defrontámos o Porto em todas as jornadas, seremos tetracampeões.
Considero boa a actuação de Carlos Xistra no clássico. O futebol envolve tanto dinheiro que é incompreensível que não se recorra aos árbitros de baliza na Liga NOS. Um bom árbitro bem-intencionado nessa função teria visto a falta de Maxi Pereira sobre Samaris no lance do golo. Mas fosse este o maior problema do futebol português...
Caro Padre Américo, lamento dizer, estava redondamente enganado: Há rapazes maus. Como aquele membro proeminente da principal claque portista que, ao serviço do Canelas 2010, agrediu um árbitro à joelhada. O mesmo que, dois meses antes, se vangloriou no Facebook de ter ido à Maia para que os árbitros passassem a ser 'correctos e dignos'. Ou o presidente portista, que logo foi escolher o 1 de Abril, Dia das Mentiras, para afirmar que 'não vive na chafurdice', referindo-se à arbitragem.
E também os há patéticos... Benfica - FC Porto sem qualquer polémica e lá apareceu o Sporting a pedir um castigo a Jonas por uma pretensa agressão. Pois bem, o Sporting parece estar seriamente empenhado em tentar desviar-nos do tetra. É bom que assim seja! Se esse for o seu desígnio nos próximos tempos, mais hipóteses teremos de ganhar."

João Tomaz, in O Benfica

PS: Devido à incompetência do Carteiro, recebi O Benfica com uma semana de atraso!!!!! Mas como não quero deixar de 'postar' as colunas de opinião, mesmo fora de 'contexto' aqui ficam...
Este O Benfica, saiu após o empate com os Corruptos na Luz e após a qualificação para o Jamor... Antes do jogo em Moreira de Cónegos.

Impunidade

"Quando eu era miúdo e só havia dos canais de televisão em Portugal, o Telejornal era quase um momento religioso lá em casa. À hora de jantar, o país parava para ver as notícias de Portugal e do mundo e continuava o momento de devoção com uma telenovela brasileira, mas das boas.
Nas notícias das 20h ficava a saber da situação política, social e cultural do mundo que me rodeava. Havia muita coisa que eu não percebia, mas perguntava e explicavam-me.
Esta semana coloquei-me no lugar de uma criança de dez anos à mesa com os pais à hora de jantar e com a televisão ligada nas notícias. Não sei se isto ainda acontece nos lares portugueses ou se os miúdos estão somente com o iPad em frente ao prato, mas tentei imaginar de que forma é possível explicar a uma criança que a notícia de abertura é a de um sujeito, jogador e adepto de futebol, que deu uma joelhada na cabeça de outro - com vídeo e tudo - e que depois vem dizer que não se lembra do que fez. Como se explica a impunidade a uma criança? Ou até mesmo a um adulto? É simples. Pega-se nos últimos trinta e tal anos do futebol português e mostra-se as provas: campeonatos inquinados, coacção a árbitros, corrupção provada em tribunal, violência contra adversários e antigos treinadores e jogadores, empresas de segurança privadas que tresandam a ilegalidade, claques que negoceiam bilhetes para jogos, suspeitos de tráfico de droga, um suícidio por explicar dentro do estádio, relações privilegiadas com algumas da piores casas de má-fama da cidade. São mentiras atrás de mentiras, esquemas em cima de esquemas. Condenações efectivas para dirigentes ou para o clube? Nada. Impunidade e FC Porto, de mãos dadas desde 1982."

Ricardo Santos, in O Benfica

PS: Devido à incompetência do Carteiro, recebi O Benfica com uma semana de atraso!!!!! Mas como não quero deixar de 'postar' as colunas de opinião, mesmo fora de 'contexto' aqui ficam...
Este O Benfica, saiu após o empate com os Corruptos na Luz e após a qualificação para o Jamor... Antes do jogo em Moreira de Cónegos.

Sete finais sem VAR

"Faltam sete finais para atingirmos o principal objectivo da temporada - a conquista do Tetracampeonato. Em todas elas o Sport Lisboa e Benfica irá apresentar-se com a sua equipa de sempre - 29 bravos jogadores, orientados por uma equipa técnica competente e apoiados pela melhor massa adepta. A receita para o êxito é conhecida e todos temos a noção de que jamais deveremos mudar a rota traçada. Os últimos três títulos foram conquistados com sangue, suor e lágrimas. Ninguém nos ofereceu nada. Tudo o que foi conquistado foi no campo, sem ajudas externas. Todos nos lembramos das dificuldades por que passámos. Todos nos lembramos das vitórias arrancadas a ferros. Todos nos lembramos das derrotas e dos empates que nos redobraram a ambição. A hora é de união, de saber resistir e de acreditar que todos juntos atingiremos o desígnio histórico. 
Continuaremos a ser alvo de campanhas negras. Sabemos bem que há dois clubes a orquestrar esta campanha gigantesca. A verdade é que hoje em dia vinga a mentira, a demagogia, o populismo e, muitas vezes, o trabalho, o mérito e a competência são desvalorizados.
Nunca fui um fã do vídeo-árbitro (VAR). Mas a verdade é que, se o VAR já estivesse em vigor, o SL Benfica teria praticamente 'no bolso' este Campeonato. Com o VAR, o golo do FC Porto teria sido invalidado. Com o VAR o golo do V. Setúbal, na Luz, teria sido invalidado. Com o VAR, os 3 golos do Boavista teriam sido todos invalidados. Com o VAR, o penálti em Setúbal sobre Carrillo teria sido assinalado e os 3 penálties no Funchal, frente ao Marítimo, teriam sido assinalados a nosso favor. As contas são fáceis de fazer - com o VAR, o Benfica teria mais 10 pontos. Contra factos..."

Pedro Guerra, in O Benfica

PS: Devido à incompetência do Carteiro, recebi O Benfica com uma semana de atraso!!!!! Mas como não quero deixar de 'postar' as colunas de opinião, mesmo fora de 'contexto' aqui ficam...
Este O Benfica, saiu após o empate com os Corruptos na Luz e após a qualificação para o Jamor... Antes do jogo em Moreira de Cónegos.

Mas 'legalizar' o quê?

"Existe uma contradição evidente na expressão 'claque legalizada'. Trata-se de uma anormalidade Permite, por exemplo, a instalação do caos num aeroporto em território nacional. Entoando obscenidades, chega à zona de embarque a 'claque legalizada' escoltada por uma força policial do Estado português. Cientes do saque iminente, correm os comerciantes a salvar as suas lojas 'duty free' cerrando taipais e instando os passageiros a fugir porque chegaram os bárbaros. Bárbaros, sim, mas 'legalizados'! Os passageiros que têm a desdita de embarcar no mesmo voo são obrigados a uma viagem 'legalizada' tendo de suportar a companhia do desacato permanente enquadrado por meia dúzia de polícias cuja presença se destina a isolar, a milhares de pés de atitude, o grupo uluante de putativos cadastrados.
A falência total das leis permite isto. Enquanto o bom senso só pode exigir a ilegalização das claques, o fanatismo eleva a legalização das claques ao patamar supremo da civilidade ao ponto de uma claque que incendeia as bancadas de um estádio ser respeitável porque, sendo 'legalizada', nada do que fizer a desmerece perante a lei e os costumes. Também o papel desempenhado pela imprensa tem sido lamentável. Recentemente, quando as equipas de um campeonato regional, por motivos mais do que legítimos, se recusaram jogar contra uma equipa em particular logo houve - que tristeza! - uns quantos jornalistas que se prontificaram a alinhar num jogo 'amigável' com a tal equipa problemática para que se fizesse prova das boas intenções e do fair-play da canelada. Já o episódio mais recente - uma 'sátira' sobre uma tragédia real - mereceu do Benfica e do Porto dignas posições institucionais. O Benfica fez o que devia fazer. O Porto fez o que devia fazer. Agora só falta a FPF e o IPJD fazerem o que devem fazer. Mas não vão fazer nada. A uma 'claque legalizada' todas as sátiras são autorizadas desde que a exausta polícia lá esteja para que, fingindo, se normalize a anormalidade.
Entretanto, ontem, a mesma equipa do Benfica que tão mal tinha jogado em Moreira de Cònegos apresentou-se muito razoavelmente na Luz frente ao Marítimo construindo uma justa vitória na primeira parte. O Pizzi não viu nenhum cartão amarelo o que é absolutamente inacreditável tendo em conta que não fez uma única falta. Quanto ao Rafa, enfim, apresentou-se. Carrega Rafa! E ele carregou."