quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

'Aprendiz de feiticeiro'

" 'Dom Quixote de La Mancha' é uma obra de invocação recorrente quando se quer casos de graus de loucura extrema.

Um ano de vitória(s)
Neste primeiro artigo de 2017... relembrar, apenas, o desejo de repetir, no mínimo, o feito conseguido pelo Benfica no ano civil de 2016.
Um registo extraordinário de 44 vitórias, com a consequente conquista de títulos.
Para voltar a conseguir que este ano seja de monotonia...
Porque monotonia, neste caso, rima com vitórias do Benfica, pois então.
Monotonia no nome do vencedor de tudo o que há para disputar, em Portugal.
Como até aqui, ... de vitória em vitória!
E 2017 não poderia começar melhor, com uma vitória para a Taça CTT, frente ao Vizela.
Desse jogo de terça-feira passada, o regresso, em grande, de Jonas aos golos.
Sendo o seu primeiro golo, de levantar o estádio, através da marcação de livre directo, a 25 metros da baliza!!!
Pediu para marcar.. e marcou!
Desse jogo, ainda, a brilhante exibição de Zivkovic, com três assistências (em quatro golos)!
Para o resto da época (e ano civil), em todas as competições, espera-se que o Benfica não deixe cada adversário tornar o jogo difícil.
Fazendo o seu trajecto, seja ele qual for, e qual o caminho escolhido, em sentido único.
Um Benfica na sua máxima força.
Para que em cada jogo, em cada confronto, consigamos chegar - facilmente - à vantagem.
Resolvendo, o mais cedo possível, cada jogo.
Sem margem para dúvidas, como se do último jogo se tratasse.
Com a superioridade que se exige.
Segue-se o Guimarães... na cidade berço.
Lá estaremos, muitos, à Benfica (eu entre eles), para que não deixemos dúvidas sobre ao que vamos e o que queremos: o tetra!!!

«Um iluminado que se arvora em justiceiro»...
Pois, embora só o Benfica interesse, como disse, e bem, o nosso Presidente, uma entrevista concebida para assinalar o início de mais um ano civil, «há um iluminado que se arvora em justiceiro».
Prometi a mim mesmo não falar mais em determinadas pessoas - como se de uma resolução de ano novo se tratasse.
Promessa que irei tentar cumprir, porque o homem tira-nos do sério, com tanta arrogância, egocentrismo, e com tanto ridículo!!!
Sobretudo tendo em conta os últimos acontecimentos e entrevistas.
E os erros que vai cometendo.
Não que isso me preocupe, mas... não os posso ignorar.
Não para que sejam corrigidos, mas... porque existem.
Desde logo, por criar um inimigo externo e, agora, também interno, para unir aquilo que com resultados desportivos não consegue.
Como se de uma cortina de fumo de tratasse e que se esfuma, deixando a realidade à vista...
Porque todos os ataques sem fundamento não disfarçam, sequer, as derrotas e as incapacidades.
Esquecendo-se que qualquer invocação de ataques sucessivos - sobretudo os infundados - tem um limite.
Por isso lhe faria bem reler (ou ler, se nunca o fez antes) a história de Pedro e o Lobo.
Porque esse inventar sucessivo de inimigos não tem qualquer relevância quando... ninguém lhe pediu para ir à guerra.
Nem, tão-pouco, para salvar o clube.
Foi ele quem se imaginou salvador, fazendo tudo para se eleger por isso e para isso.
Então, perguntar-se-á, porquê criar um enredo tão grande que não permite que a opção - para ele e para os seus - não seja outra senão arranjar desculpas para tudo e anúncios que só não ganham porque não os deixam???
Em vez de um discurso (e um projecto) de construção, de futuro e de qual (se souber) o caminho a seguir.
Ou, de pelo menos, tentar unir as hostes... em vez de fazer tudo para as dividir.
Esquecendo-se que cada campanha se faz de projectos, de valores e de princípios!
Não é que a coisa não me agrade, confesso, mas que devia largar o papel de aprendiz de feiticeiro... lá isso devia.
Para que, em cada intervenção, as suas palavras fizessem a diferença.
Com um discurso realista, ficado, ambicioso o suficiente para os objectivos essenciais do seu clube.
Até porque, seja em que clube for, o importante é perceber o quer se quer...
Que é bem diferente do que não se quer... que chega para os primeiros tempos... mas que é poucachinho (parafraseando o Sr. Primeiro Ministro) para o resto da vida.
Foi isso que não percebeu, continuando a ter um discurso de passado, porque o passado lhe valeu as primeiras ovações.
As muito fáceis, porque, ao princípio, basta dizer mal...
Depois, não necessários as projectos, as ideias, as diferenças na execução, as metas e os caminhos da gestão.
E isso é que é difícil.
Muito difícil!!!
Embora haja sempre uns idiotas, até entre os inimigos declarados de ontem, que o bajularão para ver se entram no barco.
Porque o que lhe importa é estar por estar... desde que lá estejam (como acontece em todas os clubes).

Ou... 'o novo Dom Quixote'
Dizia o Padre António Vieira que «quem, no seu discurso, só vive de citações alheias, não sabe, lembra-se».
Mas, ainda assim, reconheçamos que até para fazer citações, temos de ler e... perceber o que lemos.
Pelo menos.
Pois à pessoa em causa, como não lhe bastava o papel de aprendiz de feiticeiro, nem, tão pouco, os azares do dia a dia, ainda se enganou na citação que, por certo, quis deixar num tom de intelectual de quem... lê livros!
Pois, nessa cruzada, nada melhor que se rever no papel de... Dom Quixote.
Embora não consiga perceber a comparação, porque a invocação só serve para se ridicularizar, por entrar - como o cavaleiro de Miguel Cervantes - em campanhas e com inimigos que não existem - ou acabaram de ser criados, para o efeito.
Quando se quer dar a ideia de alguém que caminha nesse sentido, nada melhor que invocar Dom Quixote de La Mancha.
Dom Quixote, um fidalgo filho de pais ricos, que quer lutar contra uns gigantes que, afinal, não passavam de meros moinhos de vento.
A intenção de ridicularizar é tal que Dom Quixote acaba por travar uma árdua batalha contra verdadeiros moinhos de Vento, sem qualquer consciência de que o fazia.
Uma batalha num mundo irreal, onde só ele via esses inimigos.
Para além de outras batalhas... contra um exército de ovelhas, que eram apenas... animais (sendo, talvez, estes a que ele se referia quando usou o termo...).
Dom Quixote de La Mancha é uma obra de invocação recorrente para apontar casos de grau de loucura extrema.
Não acreditamos ser esse a caminho pretendido.
Então, porquê falar de coisas que não se sabe, invocando para casos que não se adequam, em situações que não querem?
Aprenda, por isso: quando se quer falar de si próprio nunca deve referenciar ou achar-se o Dom Quixote cá do sítio.
Porque se trata, efectivamente, de uma figura ridícula.
Só ultrapassada pelos que se dizem fartos de fazer de Dom Quixote de La Mancha.
Como diria Eça de Queiroz, pela boca do Abade Custódio, em Os Maias... «Deve-se começar por lá... É a base; é a basezinha».
Ou, adaptando ao mundo de hoje, como quem diz... «se não leste, como quem diz... «se não leste nada... pelo menos não cites»!!!
Não é, Dom Quixote de La Mancha recauchutado?
Bom ano."

Rui Gomes da Silva, in A Bola

Previsões e (ou) desejos

"O novo ano transposta sempre renovadas esperanças e novas ilusões que - manda a tradição - se fundem nas doze passas da passagem do velho para o jovem ano.
Resolvi, aqui e agora, arriscar as minhas conjecturas futebolísticas para 2017, embora no caso do Benfica saiba que o desejo absorve quase completamente a racionalidade (?) de qualquer previsão.
Prevejo que o Benfica alcance o almejado tetracampeonato. Que, na classificação de Maio, se lhe sigam, por esta ordem, FC Porto, Sporting, V. Guimarães e SC Braga. O campeão dos médios-pequenos clubes será o Rio Ave. Descerão, com pena minha, o Moreirense e o Tondela. Uma outra previsão - creio que bem mas fácil e menos arriscada - será a subida do Portimonense e do Aves.
Quanto à Taça de Portugal, arrisco uma final entre os eternos rivais da Selecção Circular, 21 anos depois. Quanto à Taça da Liga, será que o Benfica vai ter a oitava em dez?
Na Bola de Prata quero crer que Jonas ainda vai a tempo de vencer, embora Bas Dost e André Silva tenham 9 golos de avanço.
Benfica e Porto muito dificilmente vão passar dos oitavos da Champions. Já na Taça das Confederações, Portugal será finalista (contra a Alemanha).
Nas modalidades de pavilhão, a minha aposta é de três títulos encarnados (hóquei, basquetebol e voleibol), um para o FC Porto (andebol) e para o Sporting (futsal).
Lá fora, antevejo o Bayern a reconquistar a Champions e a premiar o seu discretíssimo e eficiente técnico Ancelotti. Na Liga Europa, sem o sortudo Sevilha, aposto numa equipa treinada por portugueses: Manchester United de Mourinho ou Shakhtar de Paulo Fonseca."

Bagão Félix, in A Bola

Recordes é no atletismo

"O 'aprendiz' Rui parece capaz de chegar tão ou mais alto do que o 'génio' Jorge, como fizeram Jesualdo Ferreira, Manuel José ou Vítor Pereira. É esperar para ver, porque a verdade vem sempre ao de cima.

Em Fevereiro do ano passado a imprensa espanhola fez eco de um recorde que pertencia a Pep Guardiola e que Luís Enrique, o seu sucessor no comando técnico do Barcelona, acabara de superar. No essencial, amplificou-se um ciclo de jogos oficiais sem derrotas, o que para o enriquecimento das estatísticas é sempre de relevante significado, sobretudo tratando-se de quem se tratava. Além de gerar interessantes exercícios jornalísticos quando preparados por profissionais aptos em desenvolverem peças valiosas a partir de dados aparentemente inúteis.
Como reagiu Luís Enrique à notícia? Como se esperava, aliás, sendo ele grande treinador, de grande clube e, por isso, obrigado a grandes (e pequenas) conquistas. Desvalorizou, sublinhando que recordes sem corresponderem a títulos valem zero.
O assunto é curioso e até oportuno por, nesta mudança de ano, ser frequente ler e ouvir louvores a Rui Vitória por causa da profusão de predicados que se lhe reconhecem, quando, um ano antes, ninguém apostava um euro na sua carreira no Benfica. Pelo contrário, como devem estar lembrados, sobretudo os que têm memória com autonomia para uma temporada desportiva, apenas lhe enxergaram defeitos, deste a má imagem, à deficiente comunicação, passando pela fraca liderança (este termo tem muito que se lhe diga, não há dúvida...) e pela dificuldade no controlo do balneário.
Entre outros 'mimos' que lhe dirigiram, ressaltaram as inabilidades estratégicas e tácticas, essas coisas que os mestres do mesmo ofício gostam de complicar para os estranhos não as entenderem, além de dificuldades na 'leitura do jogo' e na (má) prontidão com que corrigia os 'erros de ortografia' que se lhe deparavam.
Foi um movimento generalizado e agressivo, que me levou a escrever neste espaço que se tinha tornado moda bater em Vitória. Porque era fácil, embora sem razão, ou quase sempre sem ela, ao omitirem-se dois factores determinantes:
1. A mudança de Guimarães para a Luz, a requerer o necessário tempo de adaptação e que não lhe concederam, embora o visado jamais se tivesse queixado.
2. A campanha que leh foi movida a partir do exterior, pública e de origem identificada, como se de repente o Benfica ficasse interditado de contratar outro treinador só porque o que lá estava resolveu mudar de patrão.
A verdade é que Rui Vitória, desconsiderado e enxovalhado, resistiu com a única arma eficaz de que dispunha: a qualidade do seu trabalho, provavelmente superior à de quem tudo tentou para que não vingasse.
Foi campeão nacional e num instante passou-se uma esponja sobre o que de injusto e desagradável se dissera ou escrevera em relação a ele. Críticos severos transformaram-se em adeptos do coração. Os erros evaporam-se e houve, enfim, espaço para os méritos, muitos. É o exagero do costume quando se fala de futebol.
Do fundo do poço da incompreensão começaram a retirar-se baldes de coisas boas e a descortinarem-se marcas e feitos suplantados por Rui Vitória recebido com duas pedras na mão e depressa promovido não a 'espécie de treinador', mas a treinador de verdade, 'espécie' de personalidade do ano, pelo volume de recordes ao qual se associou o seu nome. Reagiu com a humildade dos homens simples, principalmente após ter colocado o Benfica no topo dessa escala de proezas estatísticas: 44 vitórias em 2016, a par do Barcelona e à frente de todos os restantes colossos europeus.
O que aproxima Luís Enrique e Rui Vitória, então? A certeza de que nada vale sem títulos.

Entra em 2017 quatro pontos à frente do FC Porto, seis do SC Braga e oito do Sporting e do Vitória de Guimarães e, no entanto, adverte que é mais longo e difícil o percurso que falta cumprir do aquele que já se cumpriu. Treinadores recordistas é giro, para os próprios, mas para os clubes o que verdadeiramente importa são os troféus conquistados. Paulo Bento, que tinha plena consciência dessa realidade, dizia que mão é no andebol, eu acrescento que recordes é (mais) no atletismo.
Tal como Enrique, Vitória não vive de elogios. Quer fazer parte da família dos grandes, como José Mourinho, um dos cinco treinadores que venceram a Liga dos Campeões por dois emblemas, no caso FC Porto e Inter. Sem esquecer Artur Jorge (Champions), André Villas Boas (Liga Europa) e Anselmo Fernandez (Taça das Taças), além de, obviamente, Fernando Santos, o maior de todos para os portugueses.
Em conclusão, o 'aprendiz' Rui parece capaz de chegar tão ou mais alto do que o 'génio' Jorge, como fizeram Jesualdo Ferreira, Manuel José e Vítor Pereira. É esperar para ver, porque a verdade, como o azeite,vem sempre ao de cima."

Fernando Guerra, em A Bola

Tecnicamente foi mesmo 'penalty'

"Um penalty decisivo no último lance do jogo é, sempre, polémico. Pior quando a decisão não é apenas de um jogo, mas da eliminatória de uma prova oficial. Mais bombástico, ainda, quando o prejudicado e o eliminado é um clube grande. Dramático quando, depois de tudo isto, o lance não é, à primeira vista, de uma evidência absoluta e indiscutível.
Lembramos aquela meia-final do Euro-2000, quando Portugal foi eliminado pela França num golo de ouro obtido num penalty em pleno prolongamento, quando o árbitro assinalou uma mão de Abel Xavier. Nessa altura, não houve português que não injuriasse o árbitro, jurava-se que não tinha havido mão, que era uma dádiva da UEFA a uma França que tinha de estar na final. A verdade é que, com o tempo, arrefeceram os ânimos, diminuiu a intensidade da ira e da decepção colectiva e percebeu-se melhor que tinha, mesmo sido penalty.
O que sucedeu, ontem, no Bonfim foi que o lance decisivo começou na hesitação do árbitro, na informação sorrateira do seu assistente, na falta de convicção do gesto. É verdade que vistas e revistas as imagens televisivas se chega à conclusão de que o árbitro acertou. Tecnicamente foi mesmo penalty, porque Douglas desequilibra o avançado setubalense. E este aproveitou-se do impacto para se estatelar com maior aparato? É irrelevante. A mesma irrelevância que levará meio mundo andar por aí a discutir da maneira mais imbecil a (falsa) questão da intensidade da falta. As faltas são como a honestidade. Não há mais nem menos, há ou não há. As imagens demonstram que houve falta, mas não será isso que vai apagar a polémica."

Vítor Serpa, in A Bola

Dos árbitros

"Quando, algures pelo capítulo 6 de Alice no País das Maravilhas, a Alice encontra o Gato e lhe solta, na encruzilhada, a pergunta pouco filosófica:
- Dizias-me, por favor, qual o caminho que devo seguir?
Chesire responde-lhe com a frase que se transformou num destino:
- Isso depende bastante de para onde querer ir.
E ouvindo de Alice a displicência:
- Não me importava muito para onde...
o Gato atira-lhe, perentório:
- Então qualquer caminho serve.
Problema no futebol é que, quando uma equipa não sabe para onde ir, nenhum caminho lhe serve. O FC Porto viveu essa angústia, esse desatino, mas parece-me incontestável: um caminho, o Nuno Espírito Santo já tem - é a sua ideia de jogo (e nem me parece nada má). Pode é ter outro problema: faltarem-lhe jogadores capazes de lhe levantarem a ideia e o jogo mais além (e se isso não acontece - mais do que treinador, a culpa é do presidente). Tal como na vida, no futebol há circunstâncias que desviam do caminho e caminho que se escolhe - e, às vezes, a Alice cai no buraco e encolhe. Isso pode ficar a dever-se um outro problema, o problema que durante anos o FC Porto não teve. Eu explico: no fim do Moreirense lembrei-me da Ingrid Bergman revelar, poética, o segredo de ela ser quem era em tela:
- A questão não é se estás mesmo a chorar, é se quem te vê pensa que estás mesmo a chorar...
Sim, no futebol é diferente - diferente porque a questão é se estão mesmo a lesar, não é se tu pensas que te estão mesmo a lesar. E havendo, agora, cada vez mais gente (não só do FC Porto) a vê-lo em vez de pensá-lo - por maiores que sejam as razões de queixa que lhe sobejam o FC Porto tem de queixar-se também de si próprio. Se não tivesse jogado um futebol tão raquítico, se os seus jogadores não fossem tão incapazes de irem além da ideia de jogo do seu treinador - teria cumprido a sua obrigação: a de ganhar ao Moreirense (ou a outros assim...) apesar do árbitro ou das estapafurdices do árbitro."

António Simões, in A Bola

PS: A incapacidade de fazer um crítica total à estratégia de comunicação Corrupta (e Lagarta) é inacreditável... Por mais que seja óbvio a utilização dos árbitros como desculpa para a incompetência dos seus Clubes, os jornalistas profissionais, não têm de coragem de desmascarar as tristes figuras dos seus dirigentes, treinadores e jogadores...
Os Corruptos esta época, são o Clube com mais penalty's a favor assinalados, e são de longe o Clube que beneficiou de mais minutos em superioridade numérica (o Benfica por exemplo tem 0 minutos em superioridade numérica)... e mesmo assim, não se calam...
Mas aparentemente, ninguém tem a coragem de desmascarar a 'narrativa' que está a ser construída...




O Boloposte, deu-se ao trabalho de gravar o resumo alargado da PorkosTV, do Setúbal-Sporting. Resumo que normalmente tem entre 15 a 30 minutos. Aos 71 minutos, ficou um penalty claro por marcar contra o Sporting, como se pode ver no Gif em cima (seria o 2-0), mas a PorkosTV resolveu 'esconder' o lance, mostraram a falta que deu o Amarelo ao Castaignos, mas depois saltam para o minuto 72:

E assim se vai condicionando a opinião pública, com a colaboração activa dos jornaleiros avençados!!!

O povo parece burro mas é só emotivo. A razão aparece logo de seguida

"Está a ser uma época muito difícil para o futebol profissional, em Portugal. Apesar da contestação ser cíclica, com diferentes intérpretes em função das circunstâncias, parece por demais evidente que os limites máximos da tolerância estão a ser ultrapassados

demasiada insatisfação, crispação e raiva no ar. Há pessoas revoltadas, dirigentes indignados e excessos como nunca se viu. É um facto que poucos refutarão.
Esta coisa da intolerância, que muitas vezes roça a violência verbal, é mais ou menos como o vírus da gripe: contagia e tende a crescer se não for tratada, na raiz, com eficácia e de forma permanente.
O que está então mal no futebol português?
1. A Arbitragem
Ou melhor, alguns erros de arbitragem, que a televisão tantas vezes mostra de forma tão clara como cruel. Clara porque muitos (não todos) tornam-se evidentes depois de vistos e revistos. Cruel porque ao nível da relva, a leitura é quase sempre diferente. Bem diferente.
Lá é tudo muito mais rápido, imprevisível, espontâneo. Fugaz. Quase sempre dúbio até. Há muito mais dúvidas do que certezas. Por isso, as decisões mais complicadas de analisar são tão acertadas quanto a capacidade que o árbitro tiver em recorrer a todos os seus sentidos. É que ver, muitas vezes, não chega. É preciso sentir, cheirar, intuir, deduzir.
O problema está então à vista: só os árbitros mais experientes (e também os mais competentes) têm essa faculdade exponenciada ao máximo. Porque decidir assim, com todos os truques que a mente ensina e o subconsciente absorve, é algo que não vem nos livros. Aprende-se com a prática. Com treinos, muitos treinos. E jogos, muitos jogos.
Por muita integridade, talento e potencial que tenham (e têm), parte desta nova geração de árbitros ainda não teve tempo nem espaço para crescer. Não a esse ponto.
Compete, por isso, à sua estrutura assumir essa gestão. Como? Acompanhando e promovendo - de forma inteligente e sensata - a sua evolução gradual, sustentada e tranquila.
Repito: gradual, sustentada e tranquila.
2. Debates sobre Futebol
Hoje há demasiada gente, ligada a clubes, com tempo de antena. Na televisão, rádios e jornais. Muitos – com honrosas excepções – propagandeiam o futebol como um cancro doloroso e incurável. Como um instrumento controlado pela máfia.
A luta pelas audiências permite e incentiva discussões em espaços de opinião que, em vez de nobres e construtivos, roçam o brejeiro e vergonhoso. É aí que, tantas vezes, se oferece protagonismo a pessoas que jamais pisaram um relvado e que têm agenda própria bem definida.
É também muitas vezes aí que se (de)formam opiniões, que se instigam adeptos a vendettas sangrentas, que se criam ambientes de guerrilha, quando na verdade o futebol é um jogo que devia apenas entreter e divertir. Com os seus erros e acertos, com a sua imprevisibilidade e espontaneidade. Com os seus golos majestosos e as suas fintas inesquecíveis. Com coreografias perfeitas e momentos de magia.
O preço a pagar pela concorrência aguerrida não pode nem deve descer ao ponto de oferecer verdadeiras autópsias, em direto, ao futebol português. Esse vale quase tudo, no fundo, não vale quase nada.
3. Falta de dureza da punição
Infelizmente, a proactividade, a prevenção e os sucessivos apelos à contenção, ao FairPlay e à gestão das emoções raramente resultam.
Quando se perde, sobretudo se houver legítimas razões de queixa das arbitragens, o caldo entorna. Fala-se em erros premeditados, em favorecimento com alvos específicos, a campanhas persecutórias. Fala-se em polvos, em sistema e em roubos. Das duas uma: provem o que acusam ou responsabilizem-se pelo que dizem.
Os regulamentos, aprovados pelos clubes, são claros: impedem especificamente quaisquer declarações sobre a arbitragem, que sejam “mais ofensivas”. Isso antes, durante e após os jogos. Apesar disso, elas acontecem todas as semana, em todos os tons e vinda de várias frentes.

Nota - Quem vai à frente raramente se queixa. Esta coisa de desvalorizar os erros que beneficiam ou os que não interferem no resultado final é um fenómeno sociológico que devia ser dissecado por especialistas.
Mas fica a pergunta: se a punição disciplinar fosse mais forte e exemplar (tal como acontece em tantos outros países com futebol de topo), o comportamento excessivo seria o mesmo? Ou a lição serviria de exemplo? A agressividade verbal não daria lugar à contenção e à moderação?
Sabem o que vos digo? Critiquem sim, mas com classe. Indignem-se se sentirem que devem, obviamente, mas com elegância e elevação. No local próprio.
De cada vez que dizem mal do futebol, estão a destruir o produto que tentam vender, desportiva e financeiramente. E não se esqueçam. O país que num dia é fortemente contagiado pelos excessos e emoções exacerbadas, é o mesmo que – pouco tempo depois – percebe que o sol, afinal, não se tapa com a peneira.
O povo parece burro mas é só emotivo. A razão aparece logo de seguida."

Hermes

É oficial, Marcelo Hermes é jogador do Benfica.
Em final de contrato com seu antigo Clube, o Grémio de Porto Alegre (e por isso chega sem ritmo...), acabou por ser uma boa oportunidade de negócio. As indicações são boas, os sempre traiçoeiros vídeos do YouTube 'dão' nota positiva, tanto a atacar como a defender... O historial recente com defesas-esquerdos no Benfica, não é muito agradável, para cada boa aquisição, falhamos 10 !!! Mas este promete... Curiosamente, parece que o apetite do Benfica no Hermes, começou na época anterior no confronto da Libertadores entre o Grémio e o Rosário Central, onde os olheiros Benfiquistas acompanhavam a evolução do já 'nosso' Franco Cervi!!!

Com o fim da carreira do Eliseu cada vez mais perto... com a normal valorização do Grimaldo... com o facto do Yuri Ribeiro, não estar neste momento ao nível por exemplo de um Nélson Semedo, quando 'saltou' da equipa B, para o plantel principal, esta aquisição parece-me extremamente útil... e mesmo que não seja opção imediatamente, terá a oportunidade para se adaptar ao Benfica e ser aposta na próxima época, caso confirme a qualidade esperada...