quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

'Aprendiz de feiticeiro'

" 'Dom Quixote de La Mancha' é uma obra de invocação recorrente quando se quer casos de graus de loucura extrema.

Um ano de vitória(s)
Neste primeiro artigo de 2017... relembrar, apenas, o desejo de repetir, no mínimo, o feito conseguido pelo Benfica no ano civil de 2016.
Um registo extraordinário de 44 vitórias, com a consequente conquista de títulos.
Para voltar a conseguir que este ano seja de monotonia...
Porque monotonia, neste caso, rima com vitórias do Benfica, pois então.
Monotonia no nome do vencedor de tudo o que há para disputar, em Portugal.
Como até aqui, ... de vitória em vitória!
E 2017 não poderia começar melhor, com uma vitória para a Taça CTT, frente ao Vizela.
Desse jogo de terça-feira passada, o regresso, em grande, de Jonas aos golos.
Sendo o seu primeiro golo, de levantar o estádio, através da marcação de livre directo, a 25 metros da baliza!!!
Pediu para marcar.. e marcou!
Desse jogo, ainda, a brilhante exibição de Zivkovic, com três assistências (em quatro golos)!
Para o resto da época (e ano civil), em todas as competições, espera-se que o Benfica não deixe cada adversário tornar o jogo difícil.
Fazendo o seu trajecto, seja ele qual for, e qual o caminho escolhido, em sentido único.
Um Benfica na sua máxima força.
Para que em cada jogo, em cada confronto, consigamos chegar - facilmente - à vantagem.
Resolvendo, o mais cedo possível, cada jogo.
Sem margem para dúvidas, como se do último jogo se tratasse.
Com a superioridade que se exige.
Segue-se o Guimarães... na cidade berço.
Lá estaremos, muitos, à Benfica (eu entre eles), para que não deixemos dúvidas sobre ao que vamos e o que queremos: o tetra!!!

«Um iluminado que se arvora em justiceiro»...
Pois, embora só o Benfica interesse, como disse, e bem, o nosso Presidente, uma entrevista concebida para assinalar o início de mais um ano civil, «há um iluminado que se arvora em justiceiro».
Prometi a mim mesmo não falar mais em determinadas pessoas - como se de uma resolução de ano novo se tratasse.
Promessa que irei tentar cumprir, porque o homem tira-nos do sério, com tanta arrogância, egocentrismo, e com tanto ridículo!!!
Sobretudo tendo em conta os últimos acontecimentos e entrevistas.
E os erros que vai cometendo.
Não que isso me preocupe, mas... não os posso ignorar.
Não para que sejam corrigidos, mas... porque existem.
Desde logo, por criar um inimigo externo e, agora, também interno, para unir aquilo que com resultados desportivos não consegue.
Como se de uma cortina de fumo de tratasse e que se esfuma, deixando a realidade à vista...
Porque todos os ataques sem fundamento não disfarçam, sequer, as derrotas e as incapacidades.
Esquecendo-se que qualquer invocação de ataques sucessivos - sobretudo os infundados - tem um limite.
Por isso lhe faria bem reler (ou ler, se nunca o fez antes) a história de Pedro e o Lobo.
Porque esse inventar sucessivo de inimigos não tem qualquer relevância quando... ninguém lhe pediu para ir à guerra.
Nem, tão-pouco, para salvar o clube.
Foi ele quem se imaginou salvador, fazendo tudo para se eleger por isso e para isso.
Então, perguntar-se-á, porquê criar um enredo tão grande que não permite que a opção - para ele e para os seus - não seja outra senão arranjar desculpas para tudo e anúncios que só não ganham porque não os deixam???
Em vez de um discurso (e um projecto) de construção, de futuro e de qual (se souber) o caminho a seguir.
Ou, de pelo menos, tentar unir as hostes... em vez de fazer tudo para as dividir.
Esquecendo-se que cada campanha se faz de projectos, de valores e de princípios!
Não é que a coisa não me agrade, confesso, mas que devia largar o papel de aprendiz de feiticeiro... lá isso devia.
Para que, em cada intervenção, as suas palavras fizessem a diferença.
Com um discurso realista, ficado, ambicioso o suficiente para os objectivos essenciais do seu clube.
Até porque, seja em que clube for, o importante é perceber o quer se quer...
Que é bem diferente do que não se quer... que chega para os primeiros tempos... mas que é poucachinho (parafraseando o Sr. Primeiro Ministro) para o resto da vida.
Foi isso que não percebeu, continuando a ter um discurso de passado, porque o passado lhe valeu as primeiras ovações.
As muito fáceis, porque, ao princípio, basta dizer mal...
Depois, não necessários as projectos, as ideias, as diferenças na execução, as metas e os caminhos da gestão.
E isso é que é difícil.
Muito difícil!!!
Embora haja sempre uns idiotas, até entre os inimigos declarados de ontem, que o bajularão para ver se entram no barco.
Porque o que lhe importa é estar por estar... desde que lá estejam (como acontece em todas os clubes).

Ou... 'o novo Dom Quixote'
Dizia o Padre António Vieira que «quem, no seu discurso, só vive de citações alheias, não sabe, lembra-se».
Mas, ainda assim, reconheçamos que até para fazer citações, temos de ler e... perceber o que lemos.
Pelo menos.
Pois à pessoa em causa, como não lhe bastava o papel de aprendiz de feiticeiro, nem, tão pouco, os azares do dia a dia, ainda se enganou na citação que, por certo, quis deixar num tom de intelectual de quem... lê livros!
Pois, nessa cruzada, nada melhor que se rever no papel de... Dom Quixote.
Embora não consiga perceber a comparação, porque a invocação só serve para se ridicularizar, por entrar - como o cavaleiro de Miguel Cervantes - em campanhas e com inimigos que não existem - ou acabaram de ser criados, para o efeito.
Quando se quer dar a ideia de alguém que caminha nesse sentido, nada melhor que invocar Dom Quixote de La Mancha.
Dom Quixote, um fidalgo filho de pais ricos, que quer lutar contra uns gigantes que, afinal, não passavam de meros moinhos de vento.
A intenção de ridicularizar é tal que Dom Quixote acaba por travar uma árdua batalha contra verdadeiros moinhos de Vento, sem qualquer consciência de que o fazia.
Uma batalha num mundo irreal, onde só ele via esses inimigos.
Para além de outras batalhas... contra um exército de ovelhas, que eram apenas... animais (sendo, talvez, estes a que ele se referia quando usou o termo...).
Dom Quixote de La Mancha é uma obra de invocação recorrente para apontar casos de grau de loucura extrema.
Não acreditamos ser esse a caminho pretendido.
Então, porquê falar de coisas que não se sabe, invocando para casos que não se adequam, em situações que não querem?
Aprenda, por isso: quando se quer falar de si próprio nunca deve referenciar ou achar-se o Dom Quixote cá do sítio.
Porque se trata, efectivamente, de uma figura ridícula.
Só ultrapassada pelos que se dizem fartos de fazer de Dom Quixote de La Mancha.
Como diria Eça de Queiroz, pela boca do Abade Custódio, em Os Maias... «Deve-se começar por lá... É a base; é a basezinha».
Ou, adaptando ao mundo de hoje, como quem diz... «se não leste, como quem diz... «se não leste nada... pelo menos não cites»!!!
Não é, Dom Quixote de La Mancha recauchutado?
Bom ano."

Rui Gomes da Silva, in A Bola

2 comentários:

  1. Dom Quixote de La Mancha recauchutado !?...ou lipoaspirado, sobretudo as meninges !!!

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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