sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Video-árbitro: nem vídeo, nem árbitro

"Com as máfias lusas do futebol, tinha de acontecer: o vídeo-árbitro nem resolve em campo, nem depois. Alimenta confusões, manipulações e ódios.

- No futebol português, nada se perde, nada se cria: é sempre a mesma porcaria. Agora são as imagens do vídeo-árbitro que ora servem, ora não servem, ora se diz coincidirem com o jogo, ora se dizem manipuladas. E basta tirar uma imagem da sequência.

- O criminoso de guerra Slobodan Praljak suicidou-se em pleno julgamento no Tribunal Internacional de Guerra para a ex-Jugoslávia. Ironia, o suicídio é, e bem, a mais evitada realidade pelo jornalismo, mas este caso ocorreu num tribunal — e em directo.

- Tal como a ERC socratinista, a Comissão Nacional de Protecção de Dados extravasou competências para censurar o relatório da Comissão de Inquérito a Pedrógão, que desagradava ao governo. É a mesma tendência pró-fascista do Estado ao serviço do governo.

- O reality game show chama-se ‘Naked & Afraid’, nus e com medo. Atiram concorrentes nus para a Amazónia. Digitalizam as partes pudibundas (para o espectador não estão nus). Estão "sós" — com inúmeras equipas técnicas, médicos, etc. A estupidez é total.

- O vulcão ‘Agung’ na Indonésia entra em erupção? Coitados dos turistas! Pobres empresários estrangeiros! Malvadas companhias aéreas! As notícias sobre o caso foram totalmente etnocêntricas: só interessaram as consequências para os ocidentais veraneantes.

- Mais uma imagem de miúdos estudantes transformou-se em notícia: desta vez foi uma ratazana que resolveu estudar o ambiente numa escola almadense. Bem alimentada (decerto não na cantina), a rata mostrou à-vontade para prosseguir os estudos

Tendências
Música: Como a TV tem mais terror do silêncio do que da falta de imagens, cresce a nefasta moda ou mania de encher reportagens com música. Às vezes são quase meia dúzia por noticiário. Serve para criar melodrama e tapar momentos sem palavras. E é uma maneira de os jornalistas darem a sua opinião por portas travessas, através da música, que, em vez de melhorar a reportagem, piora-a. 

Descalabro: O secretário-geral da CGTP falando e aplaudido num plenário de trabalhadores da Impresa (SIC, etc.)? Impensável há uns anos. Mas o desespero nalguns media, dos proprietários aos empregados, tornou a cena possível. O grupo de Balsemão, sempre tão ciente do controlo dos seus media, prepara-se para vender um monte de revistas a um grupo desconhecido com um suspeito testa-de-ferro. Tudo péssimo."

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