"O verão de 1950 ficou marcado pela digressão da equipa latina a África e pela chegada de José Águas.
A conquista da Taça Latina, a 18 de Junho de 1950, trouxe ao Benfica uma maior visibilidade no mundo futebolístico. Afinal, acabava de conquistar o seu primeiro título internacional! A digressão pelo continente africano, que se realizou entre 25 de Agosto e 4 de Setembro de 1950, foi um exemplo da popularidade crescente que o Benfica viria a experimentar na década seguinte. Os estádios onde os 'encarnados' se exibirem ficaram lotados, por todo o lado aglomeravam-se multidões, pois toda a gente queria ver o Benfica e os seus jogadores. Durante mais de um mês, a equipa campeã latina realizou uma dezena de jogos em Moçambique, na África do Sul e em Angola.
Foi de território angolano que trouxeram um dos seus mais valiosos diamantes: José Águas. 'José Santos Águas tem 18 anos, um metro e oitenta, nasceu em Luanda, joga futebol há dois anos e é branco' e tinha 'acompanhado a comitiva benfiquista desde o Lobito, onde jogava pelo Lusitano Sports Clube'. O atleta suscitou o interesse de Ted Smith e o mister colocou-o logo a actuar na equipa rubra quando ainda se encontravam em Angola, dando-lhe 'vinte valores' na sua primeira actuação de águia ao peito.
Frente a uma selecção de atletas do Lubango, José Águas jogou a avançado centro e marcou a avançado centro e marcou três dos sete golos do Benfica, demonstrando desde logo o seu valor. A imprensa da época descreveu-o como sendo um 'jogador calmo, consciente e fino', cujo 'ponto forte é o jogo de cabeça e a prontidão do remate', 'seco de corpo mas de grande habilidade, um jovem (...) que leva consigo a esperança de uma boa promessa para o futebol continental'.
O orgulho e emoção que José Águas sentia por envergar tão gloriosa camisola era visível, pois o próprio afirmava que 'a grande ambição da sua vida de jogador era vestir a camisola do Benfica'.
José Águas jogou de 'águia ao peito' durante 14 épocas, foi capitão de equipa e bicampeão europeu. Conquistou ainda cinco Campeonatos Nacionais e sete Taças de Portugal. Com 483 golos marcados, é o segundo maior goleador da história do Clube, logo a seguir a Eusébio, e foi cinco vezes o melhor marcador do Campeonato Nacional. Uma das suas Bolas de Prata pode ser vista na área 20 - Águias-Mores do Museu Benfica - Cosme Damião."
Marisa Manana, in O Benfica
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