sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Manuel, nem o Mundial me faz mudar de opinião

"O regresso do médio à Selecção

Manuel Fernandes conseguiu aquilo em que já nem o próprio acreditava: voltou a jogar pela Selecção, cinco anos depois, e fez duas exibições que alimentaram o debate em torno da possível convocatória para o Mundial2018.
As aspirações são legítimas, não só tendo em conta o rendimento recente do médio no Lokomotiv de Moscovo, mas também a condição actual de André Gomes, Adrien, Renato Sanches ou Pizzi.
Manuel Fernandes pode ainda conseguir um lugar na convocatória final. Já não vai é a tempo de fazer-me mudar de opinião. De convencer-me que a carreira dele não podia ter ido mais além do que foi.
É certo que ainda tem 31 anos - na altura do Mundial terá 32 -, mas a expectativa era demasiado alta para o balanço entre o que já lá vai e o que está para vir.
Isto não é pretexto para uma crítica, até porque o próprio assume responsabilidades no rumo que a carreira levou. É antes a inquietante memória daquilo que prometeu um jogador que acompanhei na formação e que até tive oportunidade de defrontar naquele que (se não me falha a memória) foi o seu último jogo pelo Benfica B antes da estreia pela equipa principal.
Um médio com uma combinação rara entre potência e técnica. Um poço de força, naquela postura “quinze-para-as-três” que lhe permite proteger a bola como poucos e entregá-la com a firmeza de quem tem duas raquetas nos pés.
Altivez no desarme, vigor no passe, poder na meia-distância. Um perfil tão completo que a carreira parece incompleta.
Manuel Fernandes andou pelos dois principais campeonatos europeus. Representou grandes clubes, como Benfica, Everton, Valência, Besiktas ou Lokomotiv. Tem construído uma carreira de fazer inveja a muitos, mas poucos são aqueles que não pensam que podia ter sido ainda mais.
A começar pelo próprio."

1 comentário:

  1. "...mas também a condição actual de André Gomes, Adrien, Renato Sanches ou Pizzi."
    O Moutinho não está nessa lista exatamente porquê?

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