"Nunca falei com Célio Dias, mas sou sua amiga virtual. Uma vez, talvez um pouco antes dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro do ano passado, enviei-lhe um pedido de amizade pelo Facebook, que aceitou. De então para cá comecei a seguir as suas publicações, apenas acessíveis aos amigos, os virtuais e os outros, e acompanhei, quase em directo, a sequência de publicações que o judoca do Benfica fez nos últimos dias. Com preocupação, diga-se.
O Célio tem vindo a mostrar de há alguns meses a esta parte, talvez logo depois dos Jogos Olímpicos, um desequilíbrio emocional crescente. Certamente tinha expectativas elevadas para a competição, mas foi eliminado ao primeiro combate por um atleta do Benin e regressou a casa triste, humilhado, frustrado. Prometeu reerguer-se mas nunca o fez. Refugiou-se nos livros, na filosofia, só que o seu discurso foi ficando cada vez mais confuso, incoerente. E preocupante.
Há poucos dias, já depois de ter sido 9.º no Campeonato do Mundo, em Budapeste, fez uma série de ‘posts’ em que deu asas à revolta e não poupou ninguém: o Benfica, o Comité Olímpico, a Federação, a família, os amigos, os conhecidos. Usou palavras pouco simpáticas, fez ameaças, considerações sobre a sua vida pessoal, sobre a vida pessoal de outras pessoas… A realidade é que entrou numa espiral depressiva preocupante e precisa de ajuda. Urgente!
O que o terá levado a este alarmante estado de espírito só o próprio e os que lhe são mais chegados podem saber. Terá sido a pressão dos resultados? Problemas pessoais, familiares ou de saúde?
O Célio tem apenas 24 anos e está internado. Torcemos para que recupere depressa. A boa notícia é que o atleta e a sua família não têm de lidar com tudo isto sozinhos. O Benfica não o abandonou – renovou-lhe inclusivamente o contrato há pouco tempo ; o Comité Olímpico e a Federação acompanham de perto a situação e os amigos mais chegados, mesmo tendo estado na sua ‘mira virtual’, vão certamente perdoar-lhe os devaneios e ajudá-lo neste combate, decerto o mais importante da sua vida. Que ganhe por ippon e que regresse em força, pois gostaríamos de o ver nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020.
O ténis nacional pode viver este fim de semana um dos seus melhores momentos de sempre: se vencer a Alemanha, Portugal apura-se pela primeira vez na história para o Grupo Mundial da Taça Davis!
A Alemanha traz Boris Becker (na qualidade de director técnico nacional), mas não conta com os irmãos Zverev nem com Philip Kohlschreiber. Continua a ser uma equipa forte, é um facto, mas não deixa também de ser teoricamente mais acessível. Amanhã, sábado e domingo todos os caminhos vão dar ao Jamor!"
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