segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Fejsa, carregador de piano ou solista?

"Quando quem equilibra a equipa e a devolve a uma lógica ganhadora não é uma das 'estrelas da companhia' mas sim um 'operário'...

uma semana, quando fiz a crónica do Boavista, 2 - Benfica, 1, referi que, à sexta jornada, seria prematuro falar em crise dos encarnados, embora os sinais fossem suficientes para que o alarme soasse no reino da Luz. Seguiu-se um empate cinzentão com o SC Braga, para a Taça da Liga, e o jogo com o Paços de Ferreira, para a I Liga, passou a assumir foros de uma dificilmente antecipável importância.
A verdade é que o Benfica venceu e convenceu os castores e, beneficiando do empate do Sporting em Moreira de Cónegos e do clássico entre leões e dragões marcado para próxima jornada, renovou o ânimo e olha com maior desafogo para o futuro. Mas, o que mudou no Benfica de um momento para o outro? A resposta, quiçá simplista à primeira vista mas de grande profundidade, é dada através de um apelido sérvio: Fejsa.
O número seis da Luz, de 29 anos, campeão nas últimas dez temporadas, ao serviço de Partizan de Belgrado (2007/10), Olympiakos (2010/13) e Benfica (2013/17), aparece, nesta face da temporada, como o homem providencial do Benfica, o ponto de equilíbrio de toda a manobra encarnada, o único elemento da equipa que não parece ter substituto à altura. E esta Fejsodependência é o principal problema de Rui Vitória. Os restantes males - uma defesa sem acutilância ofensiva na direita nem profundidade defensiva no eixo, ou um processo atacante que falha na presença na área perante as movimentações simultâneas de Jonas e Seferovic - são supríveis, recorrendo ao plantel. Porém, ninguém oferece ao Benfica, na posição seis, aquilo que é dado por Ljubomir Fejsa e essa é uma questão estrutural de enorme relevância, maior ainda se for colocada na equação a fragilidade física que tem marcado a vida desportiva de Fejsa de alguns anos a esta parte. Teria sido mais avisado se o Benfica tivesse, em tempo útil, acautelado esta contingência. Mas ainda irá a tempo, no contexto da época, se começar a tomar medidas cautelares de olhos postos no mercado de Janeiro.
Do ponto de vista da análise, o tema Fejsa é absolutamente fascinante, porque nos remete para a importância dos equilíbrios colectivos que são conseguidos através de performances individuais, a cargo de jogadores que nem são estrelas na companhia. Ljubomir Fejsa não é um solista. Ou será?

Ás
Luís Castro
Confesso que senti alguma angústia pelo início de temporada do Desportivo de Chaves. Como estava a ser possível que a competência de Luís Castro não se traduzisse em resultados? Mas, ainda em tempo mais do que útil, os transmontanos deram a volta e passaram a afinar pelo diapasão do seu treinador. Vão longe...

Ás
Rui Vitória
Difícil a escolha que teve de fazer na baliza. a opção que tomou foi a mais inteligente, ao apostar na experiência de Júlio César, defendendo a juventude de Bruno Varela e criando condições de estabilidade no todo da equipa. No futebol nunca há certezas absolutas, mas Rui Vitória parece, nesta matéria, ter acertado no timing.

Duque
Bruno de Carvalho
Fernando Gomes fez um aviso sério à navegação sobre os perigos da promoção do ódio no contexto do futebol português. O presidente do Sporting decidiu gozar com a situação, colocando um post no Facebook que não prestigia pessoalmente nem engrandece o clube que lidera. Um dia destes, não bastará dizer... Basta!

Fernando Gomes fez a sua parte. Grandes? Não!
«É necessário que os clubes deixem de permitir que os seus símbolos e a sua história sejam capturados para a apologia do ódio»
Fernando Gomes, Presidente da FPF
O Presidente da FPF esteve à altura das circunstâncias, ao dar um murro na mesa em tempo de irresponsabilidade no futebol português. Já os principais clubes limitaram-se dar razão a Fernando Gomes, aproveitando a ocasião para destilarem ódio, em festival de acusações mútuas. Aguardam-se as audições parlamentares anunciadas, confirmando-se a indigência da tutela.
(...)"

José Manuel Delgado, in A Bola

PS: Das duas uma, ou o Delgado acha que o Benfica não é um dos 'grandes', ou então vai ter que explicar na próxima coluna de opinião, onde é que está o ódio destilado pelo Benfica, no comunicado resposta à declaração do Fernando Gomes...!!!

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