"Aleksander Ceferin ainda não merece a marca de revolucionário burguês que Platini adquiriu, mas também não transformou o futebol como prometeu. É bom ouvi-lo dizer agora que pretende comprimir a janela do mercado, porque essa é, de facto, uma urgência. O curioso é que venha manifestar a inquietação a reboque da Premier League.
Não é por conveniência dos pequenos vendedores que o mercado fica aberto campeonatos adentro, mas por conveniência dos grandes compradores. Se os grandes compradores já não gostam do modelo, então talvez devamos até olhar para ele à procura dos seus méritos.
A UEFA não tem de se armar em justiceira nem as leis do futebol de fomentar o igualitarismo. Mas têm de defender a igualdade, e a igualdade é uma miragem cada vez mais distante.
Um bom exemplo
E não é pela injustiça
Passaram-se 20 anos sobre a expulsão de Rui Costa em Berlim, e eu fui ver o resumo. Foi um dos jogos mais excitantes a que assisti ao vivo e uma das minhas maiores frustrações futebolísticas. Felizmente, foi também a última vez que Portugal falhou uma qualificação.
Mas, agora que revejo os melhores lances da partida, percebo que "a" história não é a expulsão de Rui Costa, e sim as celebrações que Silvino levava a cabo a cada defesa. Aos 17 minutos, há um momento que chega a ser constrangedor: Heinrich remata frouxo, o guarda-redes rechaça atabalhoadamente para canto e celebra como se tivesse defendido um penálti para ganhar o Mundial.
Quão longe vai, hoje, essa subalternidade? Eis "a" história. O que Portugal evoluiu nestes vinte anos resume-se numa palavra: tudo."
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