"Tenho dito e escrito, desde que se começou a falar na possibilidade da introdução de meios tecnológicos na arbitragem dos jogos de futebol (no Mundial de 1998 já questionei o presidente da FIFA sobre essa matéria...), que estes não erradicariam o erro mais iriam diminuí-lo drasticamente. A primeira jornada da Liga portuguesa deu razão a esta tese, os árbitros apresentaram-se seremos com o respaldo do vídeo e as notas atribuídas assim o comprovam. Porém, neste fase em que a procissão está apenas a sair do adro, há um esforço pedagogico a fazer para além daquilo que foi ensaiado. Tomemos, como exemplo, o caso do lance invalidado ao SC Braga que podia ter dado o 3-2 aos minhotos. Ao longo do dia de ontem as redes sociais foram inundadas com gráficos e linhas, umas paralelas, outras oblíquas, outras manifestamente tortas, que só serviram para aumentar a confusão em nome de um sectarismo que importa desmascarar e chutar para canto.
É imperioso que o VAR de serviço ao jogo da Luz venha explicar, de viva voz, as suas razões. É nesta dimensão de um indesejado secretismo que mais tem pecado esta (positiva) experiência do VAR. No râguebi, por exemplo, é possível ouvir as conversas entre o árbitro principal e o VAR e cada lance é mostrado à exaustão, no estádio e a quem está em casa. A informação e a transparência são amigas dos árbitros e é essa prática que urge implementar em Portugal. Caso contrário, o terrorismo informativo, nestes tempos em que fake news campeiam nas redes sociais, encontrará terreno fértil para fazer medrar os seus propósitos fundamentalistas e sectários."
José Manuel Delgado, in A Bola
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