terça-feira, 8 de agosto de 2017

O que se diz, pensa e realmente quer...

"O Benfica precisa de ir ao mercado, sob pena de enfrentar a época de 2017/18 com argumentos quiçá insuficientes para os objectivos que persegue.

O Benfica ganhou, com todo o mérito, a final da Supertaça. Num jogo com vários nuances, os encarnados mostraram méritos próprios e foram capazes de aproveitar as insuficiências alheias, justificando, sem sombra de pecado, mais uma conquista saborosa.
Na equipa de Rui Vitória foi possível identificar as virtudes que levaram o Benfica à situação hegemónica que vive - organização de qualidade, grande capacidade de aproveitar o contra-ataque e uma maturidade que não se compra, apenas se adquire - mas também algumas carências que importará aqui e agora, identificar.
Sejamos absolutamente claros: o Benfica de 2017/18 está mais fraco que o de 2016/17. Porque não tem nenhum lateral-direito melhor que Nélson Semedo e porque não tem nenhum defesa-central melhor que Victor Lindelof. Dito isto, com toda a crueza, a questão que se segue é óbvia: então, qual deve ser o caminho a seguir pelos encarnados para não entrarem em défice competitivo precisamente na época em que Portugal só apura o campeão, directamente, para Champions e o segundo para a terceira pré-eliminatória? Francamente, na direita, André Almeida parece dar conta do recado; o problema apenas surgirá perante alguma impossibilidade do internacional português. Já na baliza muitas dúvidas subsistem, que radicam na condição física de Júlio César e na maturidade de Bruno Varela. Um e outro, nos antípodas da carreira, possuem muitos méritos, mas será que garantem a fiabilidade imediata de que o Benfica necessita? Por prudência, os encarnados precisam de contratar um guarda-redes, sob pena de viverem em permanente sobressalto.
E ainda estão carentes de um defesa-central que se assuma com patrão do sector mais recuado. Luisão não vai para mais novo, Jardel vem de paragem prolongada e Lisandro López pode ser uma alternativa aceitável mas dificilmente será uma primeira solução...
Perante tudo isto, Rui Vitória tem sido inteligente, remetendo para o foro interno a discussão sobre a matéria. Mostra que já conhece bem Vieira, que nunca gostou de se sentir pressionado. Assim, no resguardo dos gabinetes do Seixal ou da SAD, Vieira e Vitória deverão desenhar o futuro. Porque a manta está manifestamente curta."

ÁS
Justin Gatlin
Mal-amado nos estádios desde que passou por um processo de doping, o veterano velocista norte-americano mostrou mais uma vez o que vale, ao derrotar Bolt nos 100 metros dos Mundiais de Londres. Já campeão, a vénia que fez a Usain Bolt revelou uma humildade só ao alcance dos verdadeiros grandes.

ÁS
Luisão
Embora seja sempre ingrato comparar eras diferentes (antigamente não havia Taça da Liga nem Supertaça), o número de títulos conquistados, no Benfica, por Luisão, coloca-o na história do clube da Luz. Aliás, a carreira de Luisão coincide no tempo com o consulado de Luís Filipe Vieira na presidência encarnada...

ÁS
Gelson Martins
O jogo na vila das Aves foi descafeinado e de baixa intensidade mas a vitória, justa, acabou por sorrie aos leões. Os dois golos de um Gelson Martins que soube estar no sítio certo, com o instinto certo e à hora certa, acabaram por ser o destaque dos 90 minutos. O jovem avançado do Sporting promete mesmo muito.

Artur Jorge, um grande treinador português...
«O treinador que mais me marcou foi Artur Jorge. Era um tipo às direitas, que dizia as coisas na cara. Estou-lhe reconhecido...»
Enzo Francescoli, ex-internacional Uruguaio, L'Equipe
Antes da era Mourinho, Artur Jorge assumiu-se como navio-almirante dos treinadores portugueses, deixando uma marca importante por cá (campeão nacional, campeão europeu...) e no estrangeiro. Enzo Francescoli, um dos melhores jogadores de sempre do Uruguai, com quem se cruzou no Matra Racing de Paris, elogiou-o ontem, em entrevista ao L'Equipe. Haja memória e gratidão.

Paris é cidade-luz, Neymar e Jogos-2024
Foi uma semana fantástica para os parisienses, apostados em deixar marca no desporto mundial. garantida a organização dos Jogos Olímpicos de 2014, a capital francesa colocou-se aos pés do PSG e de Neymar, the new kid in town, que promete colocar o clube no mapa dos gigantes da Europa. Dinheiro não falta...

Bolt Forever
Usain Bolt falhou o ouro nos 100 metros do adeus, nos Mundiais de Londres, mas essa circunstância figurará, quanto muito, como nota de rodapé na fabulosa história do seu longo império no mundo da velocidade pura. Acompanhar a carreira de Bolt foi um deslumbramento para quem gosta de desporto, vê-lo ao vivo, nuns Jogos Olímpicos, foi um privilégio que jamais esquecerei. Para além das marcas e das medalhas, de Usain Bolt recordarei sempre a forma como dominava as multidões, um dos raros atletas a merecer o epíteto de 'Deus dos Estádios' "

José Manuel Delgado, in A Bola

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