"Acossado por críticas que apesar do novo e merecido título não deixaram de ser pertinentes, o Benfica reuniu forças para um grito de revolta que todo o país ouviu e entendeu naquela sentida festa final de mais uma Supertaça conquistada.
Muitos dirão, agora, que o anúncio de uma crise benfiquista foi manifestamente exagerado. Outros sustentarão que foi evidente, durante largos períodos de jogo, a superioridade de um Vitória de Guimarães que se afirma como uma equipa especialmente interessante e com óbvio direito a sonhar com um bom campeonato.
Há algo de razoável nas duas posições. O Benfica continua a ter uma excelente equipa e por isso pode haver exagero no prenúncio de uma crise que deva desde já intranquilizar os benfiquistas; por outro lado, ter uma boa equipa não significa, especialmente no caso do Benfica, que parece continuar a ambicionar o título de maior número de lesões per capita, um bom e sólido plantel, pronto para enfrentar o desgaste de uma época competitiva.
Mas é verdade que Rui Vitória voltou a afirmar a sua capacidade de gerir esta equipa tetracampeã. Quando viu que o meio-campo de afundava perante um adversário avassalador, não sentiu remorsos em tirar do campo o talento de Salvio para meter esse operário especializado que parece ser Filipe Augusto, tal como percebeu que Jonas deixara de ser imprescindível, porque totalmente esgotado, trocando-o, sem lástima, pelo mexicano Jiménez, aliás, com o proveito evidente de um golo de compêndio.
Pode, assim, o Benfica achar que, afinal, tudo está bem? Não. É legítimo pensar-se que pode não chegar."
Vítor Serpa, in A Bola
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