"Um Chapéu voador e uma exibição benfiquista 'de se lhe tirar o chapéu' na Taça dos Clubes Campeões Europeus.
Em Março de 1961, o Benfica deslocou-se à Dinamarca para defrontar o Aarhus na 2.ª mão dos quartos de final da Taça dos Campeões Europeus de 1960/61. A vitória do Benfica por 3-1 na 1.ª mão da eliminatória, realizada no Estádio da Luz, permitiu a tranquilidade da equipa durante a viagem.
Chegada à Dinamarca, a equipa do Benfica foi recebida por uma ventania tal que, ao sair do avião, 'Germano viu fugir-lhe da cabeça o chapéu (bonito e de boa qualidade, diga-se de passagem) que comprara em Edimburgo e que, (...) lhe merecia uma dedicação especial'. A procura do chapéu foi uma missão que envolveu vários elementos da comitiva benfiquista, entre eles Gastão Silva e José Augusto, além do próprio Germano que, 'acabando de descer as escadas num «sprint» magnífico, (...) partiu em demanda do «fugitivo» que, tanto pela força da ventania como pela escuridão da noite, não conseguiu encontrar'. Chegado ao autocarro que transportaria a comitiva à cidade, 'Germano aparentava uma desolação enorme e trazia os cabelos (?) em desalinho e, nos olhos, algumas lágrimas bem visíveis. É evidente que tais lágrimas tinham sido provocadas pelo vento que, de tanta intensidade, até «assobiava» nas juntas das janelas e das portas do veículo, mas o que é certo é que logo alguém se lembrou de dizer que Germano chorava pela perda do chapéu'.
Este foi o momento mais caricato desta deslocação do Benfica à Dinamarca e que, de vez em quando, era lembrado por algum dos seus companheiros de equipa que lhe perguntava:
'- Olha lá, ó Germano. O teu chapéu já apareceu?'.
Não apareceu e Germano acabou por comprar outro chapéu no dia seguinte. Com ou sem chapéu, o Benfica venceu o jogo frente ao Aarhus, por 4-1, e passou à meia-final daquela que seria a primeira Taça dos Clubes Campeões Europeus conquistada pelo Benfica.
Germano de Figueiredo, considerado um dos melhores defesas centrais da história do futebol português, actuou de 'águia ao peito' entre 1960/61 e 1966/67. Bicampeão europeu, conquistou também quatro Campeonatos Nacionais, duas Taças de Portugal e duas Taças de Honra. Com elevado tecnicismo e capacidade de se adaptar a qualquer lugar, foi um dos futebolistas mais em evidência do seu tempo. Saiba mais sobre este valoroso atleta na área 23 - Inesquecíveis no Museu Benfica - Cosme Damião."
Marisa Manana, in O Benfica
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