quinta-feira, 31 de agosto de 2017

A verdade não tem cores

"A temporada futebolística ainda agora começou e a luta entre os três crónicos candidatos à conquista do título nacional já está ‘quentinha’... fora de campo. É isso uma surpresa? Não, de todo. Compreende-se que assim seja? Um pouco, claro. Há paciência para, diariamente, continuarmos a ouvir ‘choradeira’ de todos os lados? Penso que não. Eu, pelo menos, dispenso este folclore que, muitas vezes, não passa de conversa sem nexo, com argumentação pouco consentânea e onde as situações são analisadas não pelo que os olhos observam mas sim pela cor dos equipamentos dos envolvidos. Há gente – incluindo profissionais de comunicação dos clubes e vários paineleiros assumidos (com ou sem cartilha) – que fala como se todos os outros fossem cegos, incapazes de pensar pela sua própria cabeça. Isso é triste. Essencialmente porque muitos dos que agora se sujeitam a determinadas situações foram, no passado, capazes de as criticar. Já não se lembram?!
Entendo, perfeitamente, a velha questão da defesa da dama, mais ainda quando isso – no caso de muitos – é um trabalho. Mas, convenhamos, tal missão pode ser feita sem se cair no ridículo, sem se usar dois pesos e duas medidas como se ninguém se apercebesse dessa habilidade.
Sempre ouvi dizer que Portugal era demasiado pequeno para três jornais desportivos diários. Embora não concordando com a observação, aceito que a discussão possa ser pertinente. Mas, engraçado, é ver alguns dos que defendem (ou defendiam) essa tese não estarem nada preocupados por este ser o país em que mais debates televisivos se fazem em torno do futebol. Atenção que escrevi ‘em torno’. Sim, passar os dias a discutir se o árbitro A esteve bem ou mal quando não assinalou um penálti; se o jogador B devia ter visto amarelo ou vermelho ou se o vídeo-árbitro está a ser mais útil ou prejudicial não é exactamente discutir futebol. É algo diferente.
Somos também a nação que mais se preocupa com as camisolas ou os pastéis que os árbitros recebem, onde mais eco se faz do que os directores de comunicação (e não só) debitam nos órgãos oficiais ou nas redes sociais e onde os dirigentes têm mais protagonismo que os verdadeiros artistas. Em bom português: que importa se Bruno de Carvalho está sentado no banco ou na tribuna? Se Luís Filipe Vieira foi suspenso por 67, 37 ou 87 dias? Sporting e Benfica vão ganhar mais ou menos vezes por causa disso? Claro que não!
O futebol suscita verdadeiras paixões e isso, aqui e ali, leva ao exagero mas, sinceramente, alguém vê, por exemplo, os ingleses perder tanto tempo com este lado da modalidade? Portugal é campeão da Europa, tem o melhor jogador mundial da actualidade, vários dos melhores treinadores, três equipas na Champions e aquilo que mais se ouve são queixas, denúncias e intrigas. Faz sentido?"

A tanga

"Diz o dicionário Priberam sobre a palavra:
«1) Espécie de avental usado por negros para velar o corpo desde o ventre às coxas;
2) Cueca ou peça de fato de banho de pequenas dimensões:
3) Moeda asiática de valor variável;
4) (Portugal, informal) História fictícia e enganosa (ex: isso é tudo uma grande tanga). = Mentira, Peta, Treta».
Detenho-me nesta última definição. No futebol, a tanga é provavelmente das palavras mais utilizadas a seguir a bola. Basta lembrar a quantidade de problemas gástricos que assolaram os jogadores (imagino se não tivessem o acompanhamento de nutricionistas profissionais que trabalham para os clubes); ou as lesões chatas que não desaparecem enquanto as respectivas transferências não são concretizadas, mesmo que esses mesmos jogadores possam jogar pelas suas selecções (recordemos os casos de William Carvalho e Adrien Silva).
Sem ironias: em Portugal tenta esconder-se tudo, mesmo o que esteja à vista. Há um salto qualitativo ao nível das mentalidades que ainda não foi dado. Estamos à frente na metodologia de treino, no scouting ou na medicina desportiva mas ainda a anos-luz na comunicação.
Na era das plataformas próprias ao serviço dos clubes (tv, sites, contas oficiais nas redes sociais, paineleiros profissionais nas televisões privadas) comunica-se pior do que há 10 anos. Porque a mensagem é cada vez mais grito e menos substância. Tão distorcida que começa a ser uma distopia. É boa para os trumpistas da bola mas péssima para a modalidade. Havemos um dia de pagar por isso. Porque das ligas que estão agora acima da portuguesa no ranking da UEFA todas vendem o seu produto como um todo (na Ásia compra-se a Ligue 1, não o PSG de Neymar; na América do Sul é vendida a Bundesliga, não o Bayern de Arturo Vidal).
Só seremos realmente bons quando pensarmos global. Sem fake news. E olhem que não é tanga."

Fernando Urbano, in A Bola

Lógicas diferentes do nosso futebol

"Tudo começou, este ano, com a loucura da pornográfica contratação de Neymar. Não foi apenas o caso de um multimilionário que teve um capricho. Foi um país que entrou brutalmente no mercado de transferências, marcou a sua posição no mundo e inquietou todos aqueles que ainda pensam sobre o futuro do futebol como espectáculo popular.
A partir desse momento, já se sabia que se ia dar o efeito de bola de neve, porque, jorrando quilolitros de euros, todos os grandes jogadores ficaram inflacionados e todas as loucuras se tornaram viáveis.
Evidentemente que o mercado português, sendo essencialmente um mercado exportador, ficou à mercê das escolhas finais dos tubarões. E não deixa de ser curioso termos a ideia de que o Benfica, se puder, continuará a vender com gosto e que o Sporting e o FC Porto, se tiverem de vender, venderão com... desgosto.
O Benfica tem, indiscutivelmente, uma filosofia diferente dos seus rivais e bem se poderia dizer que, para Luís Filipe Viera, se não jogar o António jogará o Manel. A lógica é a de conciliar o negócio e a estabilidade financeira do clube com o resultado desportivo, sendo que, nos últimos quatro anos, os objectivos foram atingidos tendo por ordem de prioridades, em primeiro lugar, o negócio e, depois, o resultado.
Sporting e FC Porto, porque estão mais pressionados com a necessidade urgente de obterem bons resultados, têm essa ordem de prioridades investida e assusta-os a possibilidade de perderem jogadores como William e Adrien ou como Danilo e Brahimi.
Já agora, o SC Braga está cada vez mais parecido com o Benfica..."

Vítor Serpa, in A Bola

Vitória não 'bate o pé' a Vieira?!

"Campeão não tinha o melhor plantel... Agora, piorou! Como atacar bem sem bons defesas laterais e firme meio-campo?

Nada imprevisível o despite benfiquista em casa do Rio Ave. Por um lado, o mérito deste: surpreendente arranque de campeonato - sob batuta de Miguel Cardoso, eis equipa desempoeirada, com muito boa qualidade táctica e... técnica, bem vincada num meio-campo estimulante, pois joga à bola muito a sério, com trio Rúben Ribeiro - Barreto - Francisco Geraldes (este voltou a não ter lugar no Sporting...) que pede meças a muitos craques.
Por outro lado, o actual Benfica...; já se detectara (goleada foi a fraquíssimo Belenenses) que emperrado por gritantes limitações: da qualidade do plantel (!) - lá irei... - à já normalíssima, para ele, enorme onda de lesões: após 39 na época anterior, e vão 13 agora!!! (sou incapaz de avaliar departamento clínico e metodologia de treino, mas não acredito em bruxedos e isto já vai no nível de... absurdo!).
Então o Benfica não é ultrapoderoso tetracampeão? Acontece que a preparação desta época sugere encruzilhada num dilema: saneamento financeiro vs. capacidade competitiva.
Recuo um ano: ao contrário de generalizada opinião, nunca considerei ser do Benfica o melhor plantel (muitíssimo deficiente lote de médios). Para mim, o melhor estava no FC Porto. Agora, sem sequer leve dúvida, primeiríssimo lugar para o do Sporting. Mesmo que hoje se despeça de William Carvalho (eventual saída foi, a tempo e horas, colmatada com Battaglia e regresso de Petrovic, mais rodado - tal como a de Adrien, como preciso Bruno Fernandes).
Percebe-se que Luís Filipe Vieira coloque forte tónico no saneamento. Muito saudável. O que também me parece evidente é grave: acreditar que todos os anos saltaria da equipa B um lote de talentos - com imediata alta capacidade competitiva! - como o formado, de uma assentada!, por Gonçalo Guedes, Nélson Semedo, Renato Sanches, Lindelof, Ederson (somaram €170 milhões ao saírem noutro ápice).
Eis o Benfica, num jacto, sem 3 plilares: guarda-redes, defesa direito, defesa central (e, na esquerda, Grimaldo lesionado, mais uma vez...; Eliseu com 33 anos). Substituições devidamente preparados? Pouco mais do que nicles... Regresso do bem promissor Bruno Varela (mas tem de ser muito sólido animicamente para aguentar badaladíssima busca do tal guarda-redes - a qual acabou num miúdo belga no dia em que fez 18 anos). Defesa direito: dois meninos para a equipa B e agora, em ultima hora, chega Douglas recém-emprestado pelo Barcelona ao Gijón. Defesa central: Luisão, 36 anos, Jardel, 31 (mais uma lesão, após todo um ano em baixa clínica), Lisandro muito irregular. Qual o problema? Entram os meninos Kalaica e Rúben Dias, vindos da equipa B, um deles há-de pegar de estava como pegou Lindelof... Eis como, em Vila do Conde, Lisandro foi única alternativa na defesa e nem um defesa lateral Rui Vitória poderia ter no banco... Virá aí Garay, no derradeiro minuto?

Dirão: o Benfica só 2 golos sofreu em 4 jornadas. Há o futuro (escassez de opções no periclitante centro defensivo) e há... o presente (quiçá, também futuro). Este Benfica, péssimo na 1.ª parte com o Rio Ave, ataca mal porque grande equipa precisa de forte meio-campo e de defesa laterais excelentes também no plano ofensivo. Sem Semedo e Grimaldo, sem Fejsa (pura rotina...) e estando Pizzi muito limitado (sabe-se agora: problemas físicos durante a semana; baixa clínica logo a seguir), também com Salvio de novo lesionado, equipa partida, aos solavancos. Milagres de Jonas não poderá haver toda a temporada, aos 33 anos. Rendimento de Rafa e dos jovens Cervi e Zivkovic mantém-se aos ziguezagues.
Óbvio: está ainda mais fácil bloquear o meio-campo benfiquista! Com estes defesas laterais, sem o pilar Fejsa, estando a batuta de Pizzi presa por arames e com extremos inconsequentes... que alternativas tem Rui Vitória? Samaris sem ritmo (4 jogos de suspensão), Filipe Augusto, um n.º 8 adaptado a n.º 6. Insólito: nada melhorou num meio-campo que já era débil!
Que aquisições fez o Benfica, para além de Seferovic (dito custo zero) e Bruno Varela (salvo erro, por €100 mil)? Pedro Pereira (volumoso fiasco), miúdos Chrien (médio) e Willock (mais um extremo). Única forte esperança do treinador: SOS por Krovinovic, recém-operado... Poderá ser a ultra necessária opção a quebras de Pizzi e/ou Jonas.
Vitória e Vieira garantem estar em perfeita sintonia. Tão perfeita que, internamente, o treinador não bate o pé ao presidente?"

Santos Neves, in A Bola

Pode tornar-se um dos melhores do Mundo

"Paolo Medina é uma das futuras estrelas do futebol mexicano. O percurso dele nas camadas jovens do Real Madrid ajudou-o a crescer em todos os aspectos, de tal forma que, aos 18 anos, é um jovem concentrado e com a mentalidade certa para transformar-se num dos melhores do Mundo.
Medina nasceu em Veracruz, México, mas aos três anos foi para Espanha porque o pai recebeu uma proposta de trabalho e a família acompanhou-o para a Europa. Começou a carreira futebolística no Alcobendas, clube onde começou a brilhar e, por isso, chamou a atenção do Real Madrid, que o levou para as equipas infantis para o polir. As características dele em campo são muito semelhantes - salvaguardando as devidas distâncias - às de Dani Carvajal, ou seja, é um lateral muito ofensivo e com um pé direito fino e capaz de causar perigo ao adversário.
Paolo também faz parte da selecção mexicana sub-18 que se prepara para chegar o melhor possível ao Mundial de sub-20, pelo que vai ao México para trabalhar com a Tricolor em cada data FIFA.
O Benfica leva um grande jogador, com futuro enorme e que já estará muito bem preparado para integrar a primeira equipa com Raúl Jiménez."

Enrique Martínez (Record, México), in A Bola

Sortes e sorteios (e queixinhas) empate não empata

"Houve bom sendo no Conselho de Disciplina e a queixinha foi para o galheiro, apesar do perigoso precedente aberto (...)

Quatro jornadas das 34 de todo o campeonato. Ou seja, 12 por cento. Antigamente, havia o campeão de Inverno e o Natal do Sporting. De algum tempo a esta parte, há o campeão à 4.ª jornada que, como as estatísticas revelam neste tetracampeonato do Benfica, nunca foi o... Benfica. Particularmente o rival lisboeta rejubila com entradas de leão e uns pontecos perdidos pelos encarnados. Assim sendo, a quarta jornada foi uma festarola de outro lado da Segunda Circular. Não comento a deselegância de dizer que o primeiro milho é dos leões (creio até que não apreciam tal cereal), pois é bem meritório este início do Sporting que se reforçou significativamente. Só espero que não se entusiasmem tanto com um singelo empate do Benfica...
Não foi um jogo muito conseguido, o do Benfica em Vila do Conde. Teve uma primeira parte por demais discreta e, verdadeiramente, só atinou na última meia-hora, que até poderia ter dado o triunfo. Há um aspecto que não entendo: na Luz são os primeiros 30 minutos que contam para resolver a contenda, fora da Luz são os últimos 30 minutos (em Chaves com sucesso, mas contra o Rio Ave não). Por que será? Manda a justiça dizer que o Benfica não ganhou também por mérito do adversário, contra o qual assim jogando não vai ser fácil ultrapassá-lo. Lastimo a falta que Fejsa e Sálvio fizeram.
Para além de uma boa chance para marcar, o Rio Ave não ameaçou a baliza de Bruno Varela, a não ser na infelicidade do autogolo. No fim do jogo, houve um certo sentimento de frustração tendo em conta 3 soberanas oportunidades do Benfica, defendidas brilhantemente por Cássio. Não fora o guarda-redes, dirão alguns... Não concordo com esta constatação, muito comum no nosso quotidiano futebolístico, de considerar o guardião quase como se fosse o poste ou a barra. Ele é um dos onze jogadores e se, em regra, exaltamos com um jogador que marca, manda o bom sendo e a justeza que assinalemos, do mesmo modo, um que evita golos.
Uma última nota: mais duas lesões musculares. Já lhes perdi a conta, num mês e pouco de actividade. Repete-se o ano anterior. Agora foram Jardel e Pizzi, sem substitutos à altura. Amanhã termina o prazo das transferências, logo o tempo para reforçar o eixo central da defesa, ora constituído pelo notável Luisão (mas já são 36 anos), o algo irregular Lisandro e o debilitado Jardel. Sim ou não, fico aliviado com o término desse obsceno prazo para compras e vendas, que só serve os intermediários e negociantes. Isto chegou a tal ponto que um jogador pode ter estado numa equipa eliminada nas competições europeias, para, uns dias depois, mudar para a equipa que eliminou a sua.

O videoárbitro à medida dos infalíveis
não há paciência para certas atitudes de uns oficiais falantes dos rivais dos SLB. Tudo isto por causa de penálti a favor do Benfica por falta sobre Jonas. Infracção escusada, mas evidente. Os justiceiros reagiram sobre não sei quê, confesso. Erro do árbitro, do VAR ou só uma pateta pressão sobre a arbitragem? Talvez fosse bom lembrar um tal penálti sobre uma fita de Bas Dost que, no fim, deu a vitória ao SCP contra o V. Setúbal. Aí caladinho, pois claro, o sempre loquaz comunicador leonino. Em circunstâncias similares, umas vezes, o VAR é óptimo (para SCP e FCP, entenda-se), outras vezes é criticável (no caso do SLB, evidentemente). Uns verdadeiros arautos da verdade e da ética desportiva.
Eliseu - já o disse aqui na semana passada - foi imprudente no jogo com o Belenenses e deveria ter recebido cartão vermelho. Percebe-se que não houve intenção de magoar o adversário, mas foi demasiado descuidado na abordagem do lance. Entretanto, por via da recorrente queixite sportinguista, o caso subiu aos órgãos disciplinares. Todavia, houve bom sendo no Conselho de Disciplina e a queixinha foi para o galheiro, apesar do perigoso precedente procedimento de uma tal douta Comissão de Instrutores da Liga! Se o recurso leonino tivesse tido provimento ter-se-ia aberto uma nova a insidiosa caixa de Pandora. Nos jogos do Benfica, passaria a haver vários juízes: os árbitros de campo, o VAR e o Sporting! Os primeiros ficariam ao sabor do último e o tão requisitado videoárbitro entraria num delicado limbo.
Mas como se não fosse suficiente, o SCP insistiu e quis expulsar 3 vezes Eliseu no jogo em Vila do Conde, talvez sugerindo que, no futuro, o jogador fosse irradiado ou, então, jogasse sentado. O descaramento é tal que nem olharam para Battaglia que, no jogo com o Estoril, e nos primeiros 30 minutos, deveria ter sido expulso em duas ocasiões. Os tais lances de Eliseu ao pé destes foram angélicos. E porque não reclamaram sobre a agressão sem bola de Brahimi no jogo em Braga? Miserável, cretina,, incendiária, irresponsável é o mínimo que se pode dizer desta tentativa (frustrada) da nova vaga pós-VAR!

Sorteio da Champions
Benfica e Porto ficaram em dois grupos, onde tudo é possível. Quero dizer, ou passarem aos oitavos de final ou ficarem até em primeiro lugar do respectivo grupo (mais difícil no caso do Benfica), ou serem relegados para a Liga Europa ou, ainda que com hipóteses bem mais remotas, ficarem em último, até porque não há daquelas equipinhas tipo Qarabag que tem nome de marca de airbag. Já o Sporting não tinha por onde escolher, estando no chamado pote 4. Vai lutar pela Liga Europa com os gregos. Não se pode ter sempre sorte, depois de se ter salvo in extremis de apanhar uma equipa forte no play-off e de lhe calhar no sorteio um muito fraco segundo classificado do outrora conceituado futebol romeno (76.º do ranking).
Há um ponto que merece ser reflectido: o da constituição do pote 1 que, agora, é o dos clubes campeões dos países com melhor ranking nas provas por equipas. Bem sei que na Champions, temos potes para todos os gostos. Só que, como diz o povo, nem com tanta fome ao prato, nem com tanta sede ao pote. Este ano, ficaram assim (equipas e ranking):

Pote 1
Real Madrid - 1
Bayern - 4
Chelsea - 13
Juventus - 5
Benfica- 10
Mónaco - 21
Spartak Moscovo - 105
Shakhtar Donestsk - 18

Pote 2
Barcelona - 3
Atlético Madrid - 2
PSG - 7
Dortmund - 8
Sevilha - 6
Man. City - 9
FC Porto - 12
Man. United -16

É facilmente constatável que era preferível estar no pote 2 do que no pote 1. Em suma, ser cabeça-de-série não significa necessariamente ser cabeça-de-série. Até pode acontecer que acabe com o pote na cabeça.
Uma nota, ainda, sobre a UEFA sempre renitente e resistente a mudanças nas regras do jogo. E, pelos vistos e por outras razões, também resistente a aumentar o encaixe dos clubes participantes nas provas europeias. Nesta época, o seu valor é o mesmo, não obstante o aumento considerável das receitas que lhe dão suporte. É só enfardar.

Contraluz
- Confusão
Agora que as principais provas ciclistas têm magnificas transmissões televisivas (incluindo a nossa), não percebo a confusão de dorsais que leva a que quase não se reconheça o camisola amarela ou vermelha (no caso da Vuelta). Lembro-me do tempo em que de amarelo só o primeiro, não sendo permitida cor semelhante às equipas concorrentes.
- Número. 25
Foi o número de anos que Francesco Totti que agora terminou a carreira aos 40 anos, jogou na AS Roma (786 jogos). Não teve lhe tivesse sido difícil jogar num plano mais elevado (apenas foi campeão um ano). Atleta completo, correcto e dedicado. «Il Re di Roma» é caso único no reino dos mercenários.
- Acontecimento.
Fernando Pimenta é campeão do mundo em canoagem. Parabéns! Portugal está na moda desportiva. Campeão europeu de futebol, mundial feminino em 50 Km marcha, agora na canoagem, campeão europeu de hóquei e outras vitórias em triatlo e não só representam uma excelente evolução.
- Frase.
«Os desportos não constroem o carácter. Revelam-no»
(Heywood Brown, escritor americano, 1888-1939)"

Bagão Félix, in A Bola

quarta-feira, 30 de agosto de 2017

5.ª lugar

Desta vez, não 'deu' medalha, foi por pouco, por muito pouco...
Creio que a falta de competição da Telma, acabou por ser fatal. Recordo que a Telma tem estado a recuperar de lesão após os Jogos Olímpicos, participando em muito poucas provas...

A derrota nos Quartos-de-final nos últimos segundos não foi fácil de 'engolir'!!! Uma desatenção nos primeiros segundos do combate com a Francesa pelo Bronze, acabou por ser fatal, já que no resto do Campeonato a Telma não conseguiu 'recuperar'!

PS: O Nuno Saraiva, apanhou um adversário muito superior, na 3.ª ronda. Ontem o jovem Gonçalo Mansinho, conseguiu um 9.º lugar na sua estreia ao mais alto nível...

Queixinhas rima com choninhas...

"O Conselho de Disciplina (CD) da FPF arquivou a queixa feita pelo Sporting, que pretendia ver o benfiquista Eliseu castigado por uma alegada agressão praticada na partida com o Belenenses. Obviamente. Ao CD falta competência técnica para avaliar casos de arbitragem, não é para isso que serve, não é isso que lhe é pedido. Antes da chegada do VAR, ainda era possível argumentar que o árbitro não tinha visto a situação e seria por isso correta uma avaliação posterior (onde a opinião técnica do árbitro seria decisiva). Foi o que aconteceu, e muito bem, ainda recentemente, com Samaris.
Com o VAR - e foi esse o caso de Eliseu - a decisão da equipa de arbitragem (e esta será avaliada de acordo com o mérito das escolhas que faz) é sempre informada e necessariamente soberana. Seria uma tolice sem nome que um acto técnico de arbitragem fosse praticado por pessoas capacitadas apenas para interpretar os regulamentos disciplinares e aplicá-los.
Dito isto, vamos à parte das queixinhas, que encameiam (e enlameiam) no futebol português. A quem aproveita este clima de meninos de escola (choninhas!) sempre prontos a acusar os companheiros? Não percebem, os responsáveis das três maiores instituições desportivas de Portugal, que ao procederem desta forma não estão à altura da grandeza dos emblemas que representam? Que se transformam em péssimos exemplos para a sociedade?
Infelizmente, não vislumbro no horizonte quaisquer sinais de inversão destes procedimentos canhestros, tenho até a sensação de que o clima tenderá a agravar-se à medida que o campeonato caminhar para o fim..."

José Manuel Delgado, in A Bola

Eliseu: escrever torto por linhas direitas

"Eliseu deveria ter sido punido pela entrada violenta sobre Diogo Viana, mas a decisão do Conselho de Disciplina (CD) em mandar arquivar o auto tem de se aceitar como justa. Porque o que estava em causa não era apenas o famigerado lance ocorrido no Estádio da Luz.
O que estava em causa era toda a base do, chame-se assim, direito do futebol. Em campo, e com todas as falhas e erros, a decisão do árbitro é soberana. Se um lance é visto e analisado dentro de campo, mesmo que mal, não pode vir depois um órgão disciplinar fazer de justiceiro. Porque se o faz hoje numa expulsão, terá de começar a fazê-lo depois em penáltis, pontapés de canto ou foras-de-jogo. Neste caso em concreto, não se pode dizer que tenha sido um lance não avaliado pela equipa de arbitragem, como aconteceu como o soco de Samaris em Diego Ivo.
Aliás, mesmo antes de haver uma decisão sobre este caso, levantou-se um pouco o véu do que esperava aos órgãos disciplinares para o resto da época: queixas e mais queixas, por faltas duríssimas, duras ou assim-assim. O CD tornar-se-ia, para usar uma expressão de José Manuel Meirim, num novo vídeo-árbitro, a juntar aos VAR já em vigor.
Não castigar Eliseu por aquela falta grosseira é uma injustiça, mas a justiça não se podia fazer por linhas tortas. O que tivemos neste caso foi um lance mal julgado, quer pelo árbitro quer (sobretudo) pelo vídeo-árbitro, como há tantos em tantos os jogos. A única justiça possível é penalizar os responsáveis pela injustiça: árbitro e vídeo-árbitro."


PS: Ok, se o lance do Eliseu foi analisado pelo árbitro e pelo VAR e assim não deve ser revisto pelo CD; então se o lance do Samaris não foi visto pela equipa de arbitragem, e por isso o Samaris foi castigado; então o lance do Brahimi, pelo menos não foi 'visto' pelo árbitro!!! Portanto, seria lógico perguntar se o VAR viu o lance do Brahimi... certo?!
E já agora, também seria interessante perguntar porque é que o CD só actua perante 'queixas', e não actua independentemente das 'queixas'?!!!
E por último, o actual Presidente do CD, prometeu, 'castigar' os Clubes que promovessem litigância por má fé... será que as 'queixas' dos Lagartos, perseguindo os jogadores do Benfica, não 'encaixam' nesse perfil?!!!

Expatriação e Futebol: Quando a capacidade de Adaptação se transforma no Elemento de Sucesso.

"A poucas horas de terminar a janela de transferências entre clubes, as equipas começam a ficar com os seus plantéis fechados... pelo menos, até à nova abertura de mercado, em Janeiro.
Clubes investem as suas reservas (poucas ou muitas) na contratação “daquele” atleta que irá fazer a diferença na época que se inicia... e o “jogo das expectativas” começa.
De fato, de parte a parte, atletas e clubes/treinadores, na data da assinatura do contrato criam uma “ilusão” acerca do que irá acontecer nos meses (dias!) que se seguem... ilusão essa que, muitas vezes, depressa cai por terra.
Em boa verdade, o que se encontra “em jogo” são as expectativas que o atleta cria e a vida que se idealizou versus o que, de fato, começa a acontecer e, quanto mais depressa se fizer o ajustamento entre expectativa e realidade, mais rapidamente se poderão aproximar de uma “nova realidade”, agora já construída sobre uma base mais sólida - que, mais não é do que o tempo de adaptação que o atleta necessita.
Muito frequentemente, compram-se atletas que marcam 30 golos num campeonato e, de parte a parte (atletas e treinadores/clubes), cria-se a expectativa de que, quase de imediato, o atleta irá demonstrar todo o seu valor, justificando o investimento realizado.
Contudo, nem sempre acontece.
Adaptação a um novo treinador, um novo balneário, um novo estatuto (ou falta dele..) no balneário, um novo estilo de vida (com mais ou menos liberdade ou mais ou menos mobilidade), à ausência física (pelo menos inicial) das suas figuras de referência e da sua rede de suporte social, a necessária adaptação ao clima (calor, humidade, frio...), à alimentação e às nuances (por vezes, fracturantes) entre culturas... tudo isto ocorre, em simultâneo, com uma necessidade cada vez mais manifesta de "validação" e desejo de não deixar escapar uma única oportunidade.
Trata-se, por assim dizer, de um gigante desafio de adaptação (para alguns, vivido como se da própria ‘sobrevivência’ se tratasse) que, muito frequentemente se transforma num ‘pequeno cocktail Molotov’... o qual, uma minoria (porque de quem desiste não se fala..) consegue superar.
A expatriação, enquanto fenómeno social e desportivo tem sido, já há alguns anos, bastante discutida e, sem surpresa, tem-se revelado um fenómeno complexo, influenciado por muitos eventos, expectativas, condições e pressões que afectam a rede de suporte e capacidade do individuo em se ajustar à nova realidade.
Manter níveis de performance óptima, em contexto de expatriação, principalmente quando se trata de jogadores jovens (rever http://tribunaexpresso.pt/opiniao/2017-04-12-Quando-os-golden-boys-se-transformam-em-shadow-boys) torna-se, por isso, uma tarefa desafiante.
A questão subjacente não está, de fato, associada aos "créditos desportivos" dos atletas que, invariavelmente, foram sobejamente reconhecidos no passado mas sim, às suas competências de adaptação e de vida que, não tendo sido "testadas" e/ou treinadas em contexto "interno", acabam por se revelar uma espécie de "jogo de roleta russa", cuja taxa de êxito resulta da confluência aleatória de um conjunto de características de personalidade do atleta e da capacidade de recepcionar o atleta, por parte do clube, reconhecendo a sua condição de expatriado.
A capacidade de manter a confiança, ligar com ansiedade ou raiva e manter seu foco, quando tudo muda à sua volta e a capacidade de prever o que quer que seja (o comportamento de outros, do clube, a reacção do corpo ao treino, ao frio, ao calor... entre tantas outras) é francamente diminuta, revelam-se fundamentais para que a qualidade desportiva do atleta se possa manifestar.
Precisa-se, por isso, que clubes e treinadores apostem fortemente na criação de programas de apoio e optimização de atletas expatriados, garantindo-lhes o máximo equilíbrio e estabilidade possíveis para que, de forma muito rápida, o atleta se possa concentrar apenas no aspecto desportivo e, ainda, que os atletas evoluam na sua ambição e compreendam que o fenómeno do (seu) sucesso resulta, para além dos aspectos desportivos, de um conjunto de competências de adaptação e de vida, não menos importante.
Atletas, Clubes e Treinadores devem, por isso, considerar esta condição, por forma a fazer o devido planeamento da mesma, garantido com isso, maiores condições de sucesso."

A defesa do Benfica

"1. Da defesa titular no tetra sobra apenas um jogador, o capitão Luisão. O facto é conhecido. Não se pense, contudo, que as saídas de Ederson, Nélson Semedo e Lindelof e, ainda, de novo, as lesões de Grimaldo (e também de Jardel), preocupam essencialmente pelo impacto que têm na forma como o Benfica defende. Na verdade, num clube que joga 90% dos seus jogos em ataque organizado, estas alterações profundas na defesa têm mais efeito sobre a forma como a defesa participa no ataque do que, propriamente, sobre o desempenho defensivo da equipa. Até porque, a este respeito, o Benfica tem em Fejsa um jogador com uma inteligência rara na reacção à perda da bola e na forma como se reposiciona em transição defensiva.
Há um ano, a disputa pela baliza era entre Ederson e Júlio César. Dois guarda-redes com um óptimo jogo de pés e que permitiam a construção desde trás, de facto, com onze jogadores. Com a titularidade de Ederson – que tem uma amplitude de movimentos única e irrepetível –, a defesa passou, além do mais, a poder jogar mais subida, queimando espaço no meio-campo, enquanto o guarda-redes controlava de forma magistral a profundidade. Ederson era (ainda) mais importante a atacar do que a defender. Hoje, com Júlio César intermitentemente no estaleiro, a baliza será disputada por Varela (que tem um jogo de pés sofrível) e um jovem belga acabado de atingir a maioridade?
Se Jardel a sair com a bola não tem a qualidade de Lindelof, nas laterais o problema é mais agudo. Sem Grimaldo e sem Nélson, a equipa não fica comprometida defensivamente, mas a participação dos laterais no jogo ofensivo é muito diferente. A Eliseu já falta fôlego para pisar terrenos interiores e André Almeida nunca será um lateral ofensivo. Mas se, na temporada transacta, Jardel, Eliseu e Almeida eram, eles próprios, planos b muito competentes, o mesmo não se pode dizer das alternativas a estes jogadores.
Surpreende por isso que, quatro jornadas passadas do campeonato e com o primeiro jogo da Champions a avizinhar-se, não tenha havido nenhuma contratação para resolver os problemas atacantes da defesa do Benfica, enquanto se vai especulando sobre mais alas e avançados (posições para as quais há uma manifesta crise de abundância). Até quinta-feira à meia-noite, ainda podem surgir novidades, mas teria sido sempre preferível resolver o problema atempadamente.

2. Em Vila do Conde, o Benfica empatou e empatou bem. Uma vez mais, ficou demonstrado que contra equipas que procuram jogar futebol no campo todo e que actuam subidas, o Benfica tem dificuldades para afirmar o seu jogo. Um problema que não é novo e que se repete desde que – vai para oito temporadas – jogamos com um meio-campo a dois e, frequentemente, em inferioridade numérica na zona central. Menos mal que, ao contrário dos nossos rivais, perante um insucesso, o clube não ganhou o hábito de se escudar nas arbitragens ou noutros factores que não o futebol jogado."

O mercado fecha à meia-noite de quinta

"A Portugal vão chegar apenas as réplicas do massivo terramoto que é este mercado de 2017. Mas a filosofia das compras é complexa...

Fechou a primeira fase da I Liga portuguesa. O campeonato para agora, por compromissos da equipa de todos nós, e à meia-noite da próxima quinta-feira encerra o mercado. na sexta-feira, prometo, será possível avaliar, com uma clareza cristalina, o que podem valer os candidatos ao título; até lá, haja calma, refreemos as conclusões absolutas com meios de análise relativos, e partamos apenas a seguir para a formulação de uma ideia sobre a época de 2017/18. Faço votos para que, na próxima temporada, o mercado encerre a 31 de Julho, conferindo alguma sanidade à formulação dos plantéis. Haverá, estou certo, muitos interesses associados à manutenção do mercado em aberto até às calendas, mas o futebol, através dos treinadores, deve marcar posição, em nome da  coerência e da construção da equipa. Se houver dúvidas em relação ao que aqui estou a plasmar, preto no branco, basta esperar até à próxima hora zero de sexta-feira para constatar as diferenças exponenciais que vão verificar-se. Mbappé vai para o PSG e a partir daí vamos assistir a uma efeito-dominó que também chegará à periferia (a Portugal...).
Se as equipas portuguesas que jogam para o título mantivessem, tal e qual, os plantéis com que afrontaram a quarta jornada da I Liga, o FC Porto estaria servido em qualidade que não em quantidade; o Sporting estaria muito confortável; e o Benfica estaria carente em três posições, há muito referenciadas, mas ainda por preencher: guarda-redes, defesa-central e médio-defensivo. Porém, nos próximos quatro dias muito água correrá debaixo das pontes e os derradeiros cartuxos serão queimados, num contexto susceptível de alterar profundamente a fisionomia da competição. Para quem tiver a memória curta bastará lembrar que Jonas - o mais decisivo jogador da última épocas - apenas chegou ao Benfica lá no decorrer no mês de Setembro...
Portugal é um player menor no contexto europeu, mas mesmo assim, valerá a pena reflectir sobre a filosofia das contratações. Qual deve ser a principal prioridade? Contratar para negócio, ou contratar para fazer equipa? Muitas vezes, a tentação do investimento no jogador que pode significar mais-valias no futuro próximo, mas sem utilidade imediata, acaba por prejudicar o trabalho do treinador (o silêncio dos inocentes?).

(...)

A grandeza de Jardim depois da goleada...
«O Marselha é um grande clube, quando era jovem era dele que ouviamos falar em Portugal. É preciso respeito, isto foi só um jogo».
Leonardo Jardim, treinador do Mónaco
vinte anos que o Marselha não sofria uma derrota tão expressiva na Liga francesa (6-1). E logo frente a um rival mediterrânico, o Mónaco, que tem vivido o sobressalto de perder as estrelas mais cintilantes! Na hora do triunfo, Leonardo Jardim foi magnânimo com o adversário, o que só engrandeceu o seu sucesso. Um orgulho para o futebol português.

Pimenta de Ouro
Em Agosto de 2016, nos Jogos do Rio de Janeiro, Fernando Pimenta queixou-se das folhas da lagoa Rodrigo de Freitas que se prenderam à canoa e o terão impedido de chegar às medalhas no K1 1000m. Um ano volvido o português ficou com a prata nos Mundiais de K1 1000m e sagrou-se campeão do mundo em K1 5000m. Numa das raras modalidades bem pensadas e executadas em Portugal, Pimenta vê finalmente compensada a aposta de risco que fez depois de Londres e que o levou a desfazer a parceria com Emanuel Silva, no K2 1000m...

'Money makes the world go round'
Um combate entre o campeão de MMA e o campeoníssimo de boxe poderia dar a sensação de uma americanice tipo Alien-Predator, sem sentido desportivo. Porém, Mayweather e McGregor lutaram com total seriedade durante dez assaltos de grande espectáculo, que fizeram girar mil milhões de dólares. Chapeau!"

José Manuel Delgado, in A Bola

Os novos desafios da videotecnologia

"Importa não esquecer que o videoárbitro é um projecto embrionário e, por isso, falível.

Ponto prévio: sou totalmente favorável à implementação da tecnologia no futebol. Reconheço que teria sido melhor se ela fosse implementada com mais tempo, tal como reconheço que o ambiente que se viveu na época passada justificou a opção de a introduzir no imediato. Sou igualmente da opinião que a videotecnologia repõe maior verdade desportiva, porque diminuirá muitos dos erros grosseiros. Importa não esquecer que este é um projecto embrionário e por isso, falível. Importa ainda não esquecer que os árbitros - agora também VAR - são estagiários nesta matéria e apesar de frequentarem um curso intensivo nos últimos meses, só agora concluíram a licenciatura e puseram mãos à obra.
Dito isto, permitam-me alguns conselhos generalizados e bem intencionados.
Caros árbitros, este é um projecto em constante evolução. O passado atesta-o (a versão original do IFAB já foi actualizada oito vezes) e o futuro o confirmará. Penso que há um passo importante para dar em breve: o de apertarem a malha. Sabemos que faz sentido a directriz para a mínima interferência e que a estão cumprir na íntegra. Mas a prática tem-nos mostrado, aqui e ali, que há algum excesso de zelo na altura de intervir. Vejam isto com outra distância: o que videotecnologia pressupõe é que se sirva o futebol, dando-lhe mais verdade. Isso significa que quando uma imagem mostra que há penálti, é porque há penálti. Quando mostra que uma entrada é violenta, é porque ela é violenta. Quando mostra que é grosseira, é porque ela é grosseira. Não pensem demasiado no tamanho da prova. Não é preciso que um erro seja visto da Lua para que possa ser corrigido: basta que exista. Essa mudança de chip vai beneficiar o futebol e libertar-vos dessas algemas apertadas.
Caros árbitros assistentes, a recomendação de não punir o fora de jogo (em caso de dúvida e/ou perigo potencial) faz sentido: mais vale anular, tardiamente, um golo ilegal do que interromper, precipitadamente, um que deveria acontecer. Mas, em vossa defesa e para bem do jogo, procurem calibrar essa bitola. É que a vossa principal missão continua a ser a análise do fora de jogo. Se ele existe, punam-no. Se ele acontece, assinalem-no. Depositar demasiadas certezas na videoverdade pode não ser sempre boa opção: pensem que poderá haver o dia em que um offside não assinalado dará lugar a uma falta ou canto e que daí nascerá um golo. É um dissabor a evitar.
Caros treinadores/jogadores: não se aproveitem da videovantagem. O encosto ao adversário na busca de um empurrão, a intromissão nas pernas do defensor para justificar a infracção ou o aparato da queda após um contacto provocado pode até iludir a videoanálise mas não vos prestigia nem vos define. Não é esse o espírito desta tecnologia. Ela pode até obrigar-vos a mudanças tácticas mas não deve descaracterizar a vossa essência e a vontade de vencerem com mérito.
Caro Duarte Gomes, caros comentadores, não se esqueçam de que já foram árbitros, jogadores, dirigentes. Sabem o que se sente e o que se vê em campo. Conhecem a dinâmica do jogo, a natureza dos contactos e a normalidade dos choques. Não se tornem em árbitros de laboratório. Não permitam que a vossa análise seja escrava absoluta de imagens repetidas até à exaustão. Mantenham, com sensatez e equilíbrio, a ponte entre a experiência vivida e a função que hoje desempenham.
Se cada um ajudar, todas conseguem."

Duarte Gomes, in A Bola

SL Benfica recorre para o TAD

"O Sport Lisboa e Benfica considera totalmente inadequado, desajustado e injusto o castigo hoje aplicado pelo Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) ao presidente do Sport Lisboa e Benfica SAD, Luís Filipe Vieira, pelo que de imediato adoptará os procedimentos adequados no sentido de recorrer desta decisão para o Tribunal Arbitral do Desporto (TAD).
O presidente do Sport Lisboa e Benfica, no exercício das suas legítimas funções e do seu livre direito de expressão, entendeu dar resposta a um conjunto de permanentes e reiteradas declarações ora demagógicas, ora falsas, e na maioria dos casos eivadas de intoleráveis insinuações.
E não é admissível qualquer tipo de interpretação que não tenha em conta o contexto e a necessidade de legitima defesa onde essas declarações se inseriram.
Destacamos nomeadamente as falsas declarações de um presidente de uma instituição que inventou publicamente uma conversa que nunca existiu e que, posteriormente desmentido, veio afirmar que afinal estava a ironizar, facto que omitiu quando fez tais declarações.
Não se deixa de estranhar a existência desta sanção sustentada num Acórdão cujos argumentos estão em flagrante oposição à mais recente jurisprudência do Conselho de Disciplina.
Esta iniciativa sancionatória é tanto mais surpreendente quando se tem assistido a campanhas difamatórias do bom nome do SL Benfica e dos seus agentes, e a discursos cujo nível de linguagem é baixo e desprestigiante para as competições desportivas, em que não são conhecidas quaisquer sanções.
O SL Benfica saberá interpretar esta sanção e agirá em conformidade sem descer ao nível daqueles que vêm desafiando e desrespeitando as decisões da justiça desportiva."

O inimigo comum

"O projecto anti-matchfixing, "Deixa-te de Joguinhos", entrou na fase de sensibilização dos agentes desportivos, através de sessões informativas que serão levadas a cabo em todos os clubes das competições profissionais. Desportivo de Chaves e Moreirense deram o pontapé de saída.
O Sindicato, a Federação e a Liga estão unidos em torno deste projecto e reconhecem a responsabilidade comum que o tema da integridade no futebol acarreta.
Apesar da dimensão do problema, estou convicto de que em Portugal cumpriremos o dever de sensibilizar jogadores, treinadores, dirigentes e demais agentes que contactam com o fenómeno para a importância do combate a este inimigo comum.
Neste sentido, importa recordar que a manipulação de resultados não é exclusiva de divisões inferiores, nem envolve apenas os agentes desportivos em dificuldades financeiras. Qualquer competição objecto de aposta desportiva, independentemente do contexto, é um potencial alvo daquelas práticas criminosas.
O novo enquadramento penal e disciplinar para a corrupção desportiva, em geral, e para a manipulação de resultados, em especial, é um importante elemento dissuasor. Queremos que jogadores e árbitros, enquanto elementos chave no contexto desta forma de criminalidade, saibam reconhecer os comportamentos ilícitos e tenham consciência das sanções aplicáveis.
Além disso, ficarão a conhecer a plataforma de denúncia criada no âmbito deste projecto. Não haverá desculpas para o desconhecimento da lei ou da regulamentação aplicáveis e todos poderão, em segurança, denunciar.
O futebol não é manipulação, é paixão, dedicação e talento. Quero, por isso, enviar os meus parabéns ao Cristiano Ronaldo pela revalidação do título de melhor jogador a actuar na europa. Em Portugal e pelo mundo fora, não poderíamos ter melhor exemplo."

terça-feira, 29 de agosto de 2017

Em Agosto, Caracas e o Benfica trota-mundos

"A Venezuela está na ordem do dia. O Benfica foi lá. Por mais do que uma vez. Em Agosto de 1965, chegou a estar planeado um rapto de Eusébio.

Caracas está a ferro e fogo. E eu lembrei-me do Benfica em Caracas. Benfica trota-mundos; Eusébio trota-mundos. Por todos os lugares do Planeta onde houvesse um pobre diabo que gostasse de futebol, sabiam soletrar a palavra Eusébio. Fosse lá com que sotaque fosse.
É evidente, tão evidente, que nem precisaria de o dizer, que não garanto quantos destes jogos fez Eusébio. Muitos, é certo, a grande maioria, porque os cachets com Eusébio eram uns e sem Eusébio eram outros. E aqueles célebres jogos em Buenos Aires, contra o Boca Juniors e contra o River Plate, foram um verdadeiro assassínio friamente planeado contra um jogador que acabara de sair, mais uma vez, da mesa de operações.
Da Indonésia à Colômbia, de Hong Kong ao Equador, do Japão ao Peru...
E os Estados Unidos e África e o Brasil continuamente repetidos nos seus roteiros.
Eusébio viu o mundo, e o mundo pôde ver Eusébio.
Não esteve na Austrália por muito pouco, porque o Benfica partiu para uma digressão à Oceânia no preciso momento em que Eusébio negociava a sua partida para o futebol americano...
Como aconteceu com o Santos, as digressões infinitas do Benfica, muitas delas a prolongarem-se por todo o mês de Agosto - e os encarnados chegaram ao cúmulo de ter uma equipa a disputar torneios em Itália e em Espanha e outra nas Américas -, provocaram uma erosão física incontrolável, destruíram as bases atléticas da equipa, e isso teve custos altíssimos nas suas participações nas provas europeias. Enquanto ia servindo para ganhar campeonatos às pazadas em Portugal, o Benfica já não tinha fulgor para vencer Taças da Europa. E Eusébio, obrigado a jogar tantas e tantas vezes na equipa da Novacaína, condenava-se a um final de carreira bem mais precoce do que merecia o seu talento.
Mas esta é a verdade: o mundo viu Eusébio...
Uma vez, em Caracas, os treinos do Benfica no Estádio Universitário tiveram de ser interrompidos por duas vezes. Cercados por forças de segurança, os jogadores encarnados ouviram os tiros à distância e souberam que havia ameaças concretas de que se preparava o rapto de Eusébio.
Em 1965, Caracas e a Venezuela viviam os tempos do terror... 'A Lei da Imigração' provoca um súbito crescimento populacional nas cidades e a eclosão de focos de violência urbana.
Em Caracas, em 1965, Eusébio marca golos perante a ameaça das espingardas.
Eusébio faz uma posse de artista de cinema; tem as mãos nos bolsos das calças, usa um fato claro, uma camisa branca, uma gravata escura, fininha; na cabeça, um chapéu branco, de aba larga, meio à banda. Data: 21 de Julho de 1965. Local: Aeroporto Internacional da Portela, em Lisboa. «Eusébio 'Cowboy' - À sua chegada a Lisboa, após digressão por terras da América do Sul, os jogadores do Benfica fizeram sensação com os seus chapéus de vaqueiros. Nessa imagem vemos Eusébio, num estilo descontraído a que o espectacular chapéu empresta sugestões de 'cowboy' de Hollywood. Faltam-lhe as pistolas... mas 'tiro' tem ele!»
Em Caracas, em 1965, os venezuelanos voltavam a teimar nas comparações entre Eusébio e Pelé.
- Mas porquê?, perguntava Eusébio.
 - Porque insistem em querer compara-nos? Eusébio é Eusébio; Pelé é Pelé. Somos duas pessoas  diferentes, distintas. Porque hei-de ser eu o Pelé da Europa e não há-de ser ele o Eusébio das Américas?
E ia por aí fora, como se tivesse a bola colada aos pés e adversários para ir tirando da frente da baliza."

Afonso de Melo, in O Benfica

Procura-se árbitro para prolongamento

"No jogo em que o Benfica orquestrou uma remontada fantástica, o público, ao contrário do árbitro, ficou até ao final.

A cada início de época, os adeptos são tomados pelos mesmos sentimentos: o entusiasmo por voltar a ver a sua equipa e a expectativa dos feitos que ela poderá realizar. Assim, a 25 de Setembro de 1932, no Campo Grande, o público compareceu em massa para assistir ao jogo entre o Benfica e o Belenenses, a contar para a Taça Preparação. Esta competição era o chamariz perfeito, por se tratar da primeira prova oficial a ser disputada e juntar os quatro primeiros classificados do Campeonato de Lisboa da última temporada.
Apesar dos 'encarnados' terem entrado bem na partida, foi o Belenenses que dominou a primeira parte, indo para o intervalo com o marcador em 3-0 a seu favor. Contudo, nem o mais fantasioso dos espectadores conseguiria imaginar tudo o que ainda viria a acontecer. O Benfica foi mais assertivo na segunda parte e apenas precisou de pouco mais de 30 minutos para empatar o encontro. A crença na vitória crescia, porém os adeptos benfiquistas 'receberam, a seguir ao 3-3, um balde de águia fria, com a marcação do quarto «goal» dos seus adversários'. Ainda assim, quem tinha presenciado a magnífica recuperação não esmoreceu nem arredou pé por esta nova contrariedade. E, a um minuto do fim, foram brindados com novo empate, por intermédio de Rogério de Sousa, que fixou o resultado final do tempo regulamentar.
Por ser um jogo a eliminar, as equipas e o público preparavam-se para o prolongamento. Preparava-se toda a gente, excepto o árbitro da partida. 'Os organizadores esqueceram-se de «esclarecer» o Colégio de Árbitros' e o como tal o 'sr. Américo Lopes deu o encontro como terminado'. Os dirigentes dos dois clubes por algumas dezenas de minutos, ainda tentaram demovê-lo, mas sem sucesso. Recorreram então a Jorge Vieira, jogador de futebol que assistia à partida.
Começava a jogar-se o prolongamento. A assistência permaneceu. 'Não via a bola a partir de certa altura, mas ouvia. Bastava-lhe isso. (...) Aqui e alo começaram a aparecer archotes, improvisados com jornais que se amarrotavam para o efeito'. As equipas correspondiam com golos, primeiro o Benfica e depois o Belenenses, um cada. A dois minutos do final, Manuel Oliveira fez o golo da vitória 'encarnada' e fixou o resultado em 6-5.
Pode ficar a conhecer outras histórias caricatas entre o Benfica e os clubes lisboetas na exposição Lisboa e Benfica - 20 Clubes, 20 Histórias, na Rua do Jardim do Regedor."

António Pinto, in O Benfica

Medina

Jovem de origem Mexicana que cresceu em Espanha, que o ano passado foi nomeado para o Golden Boy... Normalmente, não dou destaque a contratações de jogadores que não entram directamente no plantel principal, mas faço um excepção neste caso do Paolo Medina, porque parece-me claramente que este jovem tem muito potencial... E numa altura onde andamos 'desesperados' à procura de Defesa-Direitos, até Juniores, parecem valer 'ouro'!!!

Época... Casos



PS: Em primeiro lugar, concordo que a BTV faça a 'desmontagem' dos Casos da jornada, principalmente os Casos dos jogos dos 'outros', já que a 'lavagem' nos pasquins e televisões é evidente!
Em segundo lugar, não é preciso levantar 'falsos' Casos. Os argumentos válidos que temos são tantos, que não vale a pena 'inventar'!!!
- O jogo Braga-Corruptos foi no Domingo porque se tivesse sido adiado para Segunda os jogadores Internacionais não podiam jogar. O Portimonense-Marítimo foi à Segunda, porque ambas as equipas não têm Internacionais no plantel e assim aceitaram o adiamento...
- Não existe penalty no lance do Mathieu... existe um corte, e depois um contacto provocado pelo Kléber...

Andebol 2017/18

Vai começar na Sexta-feira a temporada oficial da nossa secção de Andebol, logo com um jogo Europeu: Benfica - Dínamo Pancebo... e no dia seguinte, temos o jogo da 2.ª mão, novamente na Luz.

A grande novidade no Andebol do Benfica, foi a contratação do Carlos Resende, para treinador... O melhor jogador português de todos os tempos, que tem tido uma boa carreira como treinador, vencendo troféus, com plantéis relativamente 'baratos'!!!

Afirmou em entrevista, que ambiciona o título máximo, e que vai manter a aposta em jovens! Pessoalmente, tenho muitas dúvidas sobre a possibilidade disto dar resultado...!!! Se o Campeonato tivesse um Play-off talvez... agora com duas fases regulares, é quase impossível... Ainda por cima com o Benfica a manter um orçamento baixo... Muito baixo se compararmos com os números pornográficos dos Lagartos...

Guarda-redes:
Figueira
Espinha
Valério

Central:
Seabra
João Silva
Francisco Pereira

Pivot:
Ales
Moreno
Pesqueira

Lateral Esquerdo:
Cavalcanti
Pedro Santana

Lateral Direito:
Belone
Terzic
Gonçalo Nogueira

Ponta Esquerda:
Vidrago
Pais

Ponta Direita
Davide
André Alves

As entradas do Pedro Seabra, do Pesqueira e do internacional Brasileiro João Silva foram as grandes contratações... Mas não foram suficientes. Falou-se num regresso do Nuno Grilo (que está num Clube Francês) mas até agora 'nada'!!! E mesmo na Lateral Direita, a condição física do Terzic é muito discutível, acabou por jogar alguns minutos no último jogo da pré-época, mas...!!!

A pré-época ficou marcada pela vitória contra o Sporting, mas nos outros jogos, com equipas de nível mais baixo, perdemos quase todos os jogos. É verdade que houve 'demasiada' rotação, é verdade que alguns jogadores foram poupados... mas os sinais deixam-me preocupado!

Com todos disponíveis, defensivamente temos uma dupla de Centrais muito forte: Ales, Pesqueira, além do Cavalcanti... Temos mais opções para Pivot com o Pesqueira. Seabra e João Silva como Centrais dão garantias... Mas nas Laterais temos o Belone, o Cavalcanti... e um João Silva adaptado!
A outra dúvida é na Ponta Direita, gostei das indicações do André Alves o ano passado, mas é um jovem... Aliás os vários jovens no plantel têm potencial, mas não sei se vão ter muitos minutos...

Ainda temos um internacional Brasileiro, Patrinova (LE), a tentar recuperar de uma série de lesões na Luz, mas não podemos fazer 'conta' com um jogador que nos últimos 3 anos, teve quase sempre lesionado!

Com o Resende, vamos seguramente ser mais 'criativos' tacticamente, tanto a atacar como a defender, ao contrário de alguma previsibilidade nas últimas épocas, mas sem o Terzic (em forma) temos pouco poder de fogo nos remates de longe...

Alguns Benfiquistas, com os poucos títulos desta secção pedem o fim do Andebol no Benfica. Não concordo. Tal como não concordo, com o aumento despropositado do orçamento, para competir com os Lagartos e Corruptos... Temos feito um excelente trabalho na Formação, temos que ser competitivos, mas temos que ter paciência... Não será fácil, mas temos mesmo que ter paciência!

Impunidade...

"(...)
Sobre o Benfica e sobre o Sporting, o treinador campeão europeu revelou que "O Benfica gostei, é uma equipa muito dinâmica, com muitas variáveis de jogo. O Sporting é muito mais previsível, com muito bons jogadores, mas tem um jogo muito previsível e faz sempre o mesmo, mas com muita qualidade. Então creio que o jogo do Benfica é mais imaginativo e o do Sporting é mais disciplinado, muito mais duro, porque conta com a benevolência dos árbitros, porque não apitam as quatrocentas faltas que fazem por partida, porque não se atrevem a apitar e as equipas aproveitam-se disso."


Nada de novo, mas é bom que alguém 'independente' tenha a coragem de dizer publicamente isto! Ainda o César Paulo era jogador do Benfica, já esta impunidade reinava...; ainda Ricardinho era jogador do Benfica, e este impunidade reinava...; o ano passado com o Elisandro foi um festival...!!! E vai continuar...

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Svilar

Pode não ser titular amanhã, mas acredito, que quando esta época terminar, será muito provavelmente titular da equipa principal do Benfica!
Mile Svilar, é um jovem Belga, com enorme potencial... filho de um ex-internacional Jugoslavo (também guarda-redes), e com muitas semelhanças, inegavelmente, ao 'nosso' Preud'Homme!!!

Vi-o pela primeira vez na Youth League e fiquei surpreendido, chamou-me logo a atenção... antevi imediatamente um grande futuro, muito antes de saber que o Benfica estaria interessado...!!!

Tem aquela aparente 'loucura' que muitos grandes guarda-redes tiveram... muito rápido, bons reflexos, e grande presença...

Não é o 'tipo' de guarda-redes que os Benfiquistas 'pediam': titular indiscutível, experiente, para substituir Ederson... Mas, esta é a actual realidade do Benfica!

A 'novela' da saída do Anderlecht, não me 'agradou' mas no final o Benfica acabou mesmo por 'pagar'... e para um jovem guarda-redes, que nunca fez um jogo pela equipa principal o Anderlecht não se pode queixar, mas não gosto deste tipo de conflitos!

Lixívia 4

Tabela Anti-Lixívia
Corruptos...... 12 (0) = 12
Benfica.......... 10 (0) = 10
Sporting........ 12 (+2) = 10

Mais uma semana de Tugão... mais um semana de pouca-vergonha...!!!
O anuncio que os Lagartos resolveram apresentar mais 3 queixas contra o Eliseu, é só mais um episódio da tragédia que se tornou o Tugão... 'liderada' por atrasados mentais, inimputáveis!!!

Como referi na crónica do jogo, fiquei agradavelmente surpreso com a decisão do Hugo Macron Miguel, em marcar um penalty a favor do Benfica!!! Também disse, que o penalty é claro, mas nestes lances de 'bola parada' muitas vezes os agarrões passam sem 'marcação'! Creio que o VAR teve influência na decisão do árbitro, já que eles agora sabem, se o VAR 'mudar' uma decisão errada, a 'nota' baixa significativamente...
Infelizmente, no resto do jogo, pouco mudou...!!! Critério disciplinar e técnico do mais anti-Benfica possível... O Rio Ave fez um jogo baseado na pressão e na recuperação de bola, e o jogo acabou com 16/26 em faltas...
Logo nos primeiros minutos um Amarelo 'alanrajado' perdoado ao Marcão... foi o sinal necessário para os Vilacondenses sentirem a impunidade!!! Mesmo que este lance não fosse Vermelho, o Marcão deveria ter sido expulso no início da 2.ª parte por acumulação... e ainda foi ele que fez o penalty!!!
Por volta dos 26 minutos, lance duvidoso dentro da área do Rio Ave, com o André Almeida, mas não houve uma única repetição... Perto do final da partida, lance com o Jiménez, a bola bateu no braço do defesa do Rio Ave, mas sem falta, porque não houve um acto deliberado... no mesmo lance, fiquei com dúvidas se o Jiménez é atingido no pé pelos adversários, mas as repetições não são esclarecedoras!!!
Uma nota sobre as crónicas a este empate:
O Benfica de facto não fez uma boa 1.ª parte. As ausências por lesão de jogadores fundamentais, notaram-se... O Rio Ave montou uma eficaz estratégia para 'parar' o meio-campo do Benfica, principalmente o Pizzi. A partir da entrada do Zivkovic o Benfica subiu de produção. Quando o golo às três tabelas do Rio Ave surgiu (auto-golo), o Benfica já estava melhor... Depois dos golos, o Benfica foi claramente superior, com várias oportunidades flagrantes para chegar à vitória...! Independentemente, do mérito da estratégia Vilacondense para travar o Benfica, o facto é que o Rio Ave praticamente não teve oportunidades... o Bruno Varela fez um defesa, numa tentativa de chapéu após um mau alívio numa 'bola parada'... e já na parte final do jogo, no ataque mais bem construído pelo Rio Ave, o Nuno Santos rematou ao lado com perigo... Portanto, os elogios superlativos ao Rio Ave; e as criticas catastróficas ao Benfica, são ridículos...
Eu, critiquei as lacunas no plantel do Benfica, quando ganhámos a Supertaça; quando ganhámos ao Braga; quando ganhámos em Chaves; e quando ganhámos ao Guimarães...!!! Tal como venho a criticar a onda de lesões que tem assolado o Benfica, nestas duas últimas épocas...
Concluindo: os Tetracampeões não deixaram de saber jogar por causa de um empate... a competência do treinador e dos jogadores não pode ser colocada em causa por causa de um empate... Agora, temos que reconhecer as limitações, e rectificar o que for preciso...
E já agora, se o Rio Ave, jogar com a mesma atitude e com a mesma eficácia estratégica, contra os Corruptos e os Lagartos, garanto os Cartões vão começar a 'saltar' nos primeiros minutos...!!

No Alvalixo,  tivemos mais um espectáculo de impunidade... Battaglia fartou-se de distribuir porrada: só na primeira parte, 'mandou' uma cotovelada que em muitos jogos daria um Vermelho directo... Depois levou um Amarelo, numa entrada de pitons e logo a seguir nova pisadela 'grave' e tudo ficou por um Amarelo... No meio destas 'entradas', Alan Ruiz, 'ferrou' igualmente os pitons num adversário, numa pisadela grave...
No início da 2.ª parte, dois lances consecutivos na área dos Lagartos bem decididos: no primeiro o Mathieu 'cortou'a bola e logo a seguir André Claro 'atirou-se' para a piscina! O erro aqui, foi o VAR ter 'interrompido' o jogo somente após o 2.ª lance, quando pelo meio houve uma lançamento lateral, e portanto caso o lance com o Mathieu tivesse sido mesmo penalty, já não poderia 'recuar'!!!
Nos últimos minutos, dois golos anulados, pelo VAR, às duas equipas, ambos pro fora-de-jogo...
Uma nota ainda para o primeiro ataque do Estoril: praticamente no mesmo 'local', o Coates 'encosta' o Kléber... seguindo o 'critério' do Paixão - critério, que a crítica especializada concordou unanimemente - ficou um penalty por marcar contra o Sporting!!! É óbvio que não é penalty... mas como é que é possível, aqueles que defenderam o penalty do Bas Dost, dizer que neste lance não existiu nada?!!!!

Em Braga, agressão de Brahimi passou em claro... totalmente em claro, já que o Xistra nem sequer marcou falta!!! E mais uma vez, 'ferrou' os pitons, quando a bola já não estava lá...
Este sim, é um daqueles lances passíveis de 'recurso' ao CD, já que o árbitro não tomou nenhuma decisão... Inacreditável, como  o VAR não chamou a atenção... O lance é claro... O VAR foi o Bruno Esteves!
Inacreditável, como este lance, praticamente não foi analisado por ninguém nos pasquins e televisões!!!
Houve um lance com o Aboubakar e o Rosic na área, mas não me parece penalty...
Noutro lance, onde o guarda-redes se lesiona, o Marega está em claro fora-de-jogo, falha o golo por pouco... e o fiscal não levantou a bandeirinha! O VAR teria anulado o golo (acho eu...), mas mesmo assim...!!!
Num jogo onde o Braga foi obrigado a 'rodar' o plantel, pois jogou na Quinta-feira para Liga Europa, e com os jogos das Selecções, este jogo não foi adiado para Segunda... Tanto o Braga como o Marítimo, com duas pré-eliminatórias Europeias não beneficiaram das 'condicionantes' no sorteio da Liga... foi muito conveniente para os Corruptos!!!


Uma nota final sobre novos incidentes com as 'claques':
Enquanto alguns confrontos, após o Rio Ave - Benfica (actos condenáveis) foram destacados pelos sites online... Em Braga, os 'legais' andaram novamente à porrada, antes e depois do jogo, e ainda fizeram uma 'fogueira' nas bancadas... Tudo tão normal, que quase ninguém destacou esta notícia!!!

ADENDA: Acabei de cruzar alguma informação sobre o que se passou entre adeptos no final do Rio Ave-Benfica:
Nos últimos tempos, os actos violentos anti-Benfiquistas têm-se alastrado em todos os Estádios deste País... Ainda esta semana no Paços de Ferreira - Guimarães, um 'avô' vestido com uma camisola do Benfica vestida, foi ameaçado, intimidado, ofendido... e acabou por sair da bancada, com o neto ao lado dele, temendo pela sua integridade física... tendo os criminosos, ficado na bancada, impunemente!!!
Em Vila do Conde, numa das bancadas laterais havia adeptos misturados, aparentemente durante o jogo, houve a tentativa de expulsar alguns adeptos do Benfica - em minoria - da bancada (adeptos que pagaram o bilhete), no final da partida parece que os adeptos do Benfica que tinham sido ofendidos (com algumas tentativas de agressão pelo meio) fizeram uma 'espera' aos 'corajosos' que na bancada, em maioria, os tinham tentado expulsar...!!!

Anexos:
Benfica
1.ª-Braga(c), V(3-1), Xistra (Verissímo), Prejudicados, (4-1), Sem influência no resultado
2.ª-Chaves(f), V(0-1), Sousa (Tiago Martins), Prejudicados, (0-3), Sem influência no resultado
3.ª-Belenenses(c), V(5-0), Rui Costa (Vasco Santos), Beneficiados, Sem influência no resultado
4.ª-Rio Ave(f), E(1-1), Hugo Miguel (Veríssimo), Prejudicados, Impossível contabilizar

Sporting
1.ª-Aves(f), V(0-2), Tiago Martins (Pinheiro), Nada a assinalar
2.ª-Setúbal(c), V(1-0), Paixão (Hugo Miguel), Beneficiados, (0-0), (+2 pontos)
3.ª-Guimarães(f), V(0-5), Hugo Miguel (Sousa), Nada a assinalar
4.ª-Estoril(c), V(2-1), Godinho (Tiago Martins), Beneficiados, Impossível contabilizar

Corruptos
1.ª-Estoril(c), V(4-0), Hugo Miguel (Luís Ferreira), Nada a assinalar
2.ª-Tondela(f), V(0-1), Veríssimo (Malheiro), Beneficiados, Impossível contabilizar
3.ª-Moreirense(c), V(3-0), Oliveira (Tiago Martins), Prejudicados, Beneficiados, Sem influência no resultado
4.ª-Braga(c), V(0-1), Xistra (Esteves), Beneficiados, Impossível contabilizar

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