"O envolvente futebol dos encarnados era apoteótico e inebriava o público
Festival ofensivo
1. Grande entrada do Benfica, a confundir completamente um atordoado Vitória. Forte intensidade na circulação da bola, agressivo primeiro tempo de defesa (transição defensiva), mobilidade ofensiva avassaladora (a que não era alheia a presença de Jiménez)... e aos 16 minutos o resultado em 2-0. Mas o festival de futebol ofensivo parecia não ter fim... Oportunidades atrás de oportunidades, cilindravam um assustado e irreconhecível Vitória. Depois de vários desperdícios, o terceiro golo chegou e logo a seguir Jonas pinta a sua obra de arte - tal como em outras ocasiões, o brasileiro revelou ser o gatilho para o êxtase do jogo do Benfica.
Mal o Vitória, com dois médios de cobertura a jogarem lado a lado, deixando Hurtado no apoio ao tridente ofensivo... mas havia enorme espaço entre os sectores, superiormente aproveitado pela dinâmica do jogo encarnado. Para além dos equívocos tácticos na abordagem ao jogo, os visitantes pareciam ter chumbo nas botas e o ambiente à volta tornava-se castrador para o desenvolvimento do futebol vimaranense.
Desinspiração vimaranense
2. As sucessivas recuperações de bola do Benfica no meio-campo contrário - grande Fejsa - traduziam a agressividade defensiva dos campeões e a enorme desinspiração colectiva dos homens de Pedro Martins. As dificuldades que a priori se esperavam que o Vitória impusesse - habitualmente adversário complicado fora - muito cedo se desvaneceram perante o avolumar do resultado e a incompetência do seu futebol na tarde de glória das cores encarnadas.
Eléctrico e empolgante
3. Após o intervalo, o V. Guimarães pareceu querer sair da imensa letargia em que tinha mergulhado - Marega, Hernâni e Teixeira despertavam - mas foi sol de pouca dura. O Benfica tranquilo, seguro e empurrado por um fantástico público, rapidamente reassumiu o controlo do jogo e foi derramado no tapete verde do estádio da luz, um jogo ligado, eléctrico, empolgante, voltado para a baliza dum excelente Douglas. Assente na voz de comando de Luisão, empurrado pela geometria magistral de Pizzi, e abraçado pelo virtuosismo de Jonas, o envolvente futebol dos encarnados era apoteótico e inebriava o público que enchia como um ovo o estádio da Luz.
História a letras de ouro
4. A história do tetra escrevia-se a letras de ouro e a estabilidade da estrutura encarnada, vingava num ano difícil, nem sempre empolgante, mas quase sempre tranquila (papel preponderante da personalidade de Rui Vitória) convicta e confiante. Os campeões são sempre merecedores dos títulos que conquistam e o Benfica soube contornar os obstáculos que foram surgindo ao longo da época, manter a serenidade nas adversidades e criar fortes laços de coesão no grupo, o que lhe permitiu ser mais forte e ganhar o campeonato."
Daúto Daquirá, in A Bola
Sem comentários:
Enviar um comentário
A opinião de um glorioso indefectível é sempre muito bem vinda.
Junte a sua voz à nossa. Pelo Benfica! Sempre!