"Os argumentos esgrimidos pelas duas equipas só permitiram o empate
O polvo e a pressão
1. Jogo a iniciar-se com entrada de leão do Sporting, com o duplo pivot constituído pelo polvo William Carvalho e o pressionante Adrien Silva a ganharem sucessivas bolas, os leões criavam grandes dificuldades a um assustado Benfica que pareceu surpreendido pela postura anfitriã. Os forasteiros colocaram Rafa na posição de Jonas e mantinham três unidades na frente, mas William não permitia o ex-bracarense ligasse o jogo encarnado e o despertar benfiquista tardava. Para agravar este cenário difícil, a habitual frieza de Ederson roçava a displicência e uma péssima avaliação por este protagonizada permitia ao Sporting adiantar-se no marcador e a pôr à prova a capacidade encarnada de sair do choque emocional.
Cervi traz critério
2. Sem culpas do adormecimento inicial das águias, o Sporting mantinha uma forte agressividade nas disputas de bola e em posse da mesma fazia uma circulação intensa e variada e complicava imenso as intenções da equipa do Benfica. Mas a partir do minuto 20 e após a troca posicional promovida por Rui Vitória retirando Rafa do corredor central e apostando em Cervi nesta posição, o Benfica passou a ter critério no momento defensivo, a recuperar mais bolas e a mostrar outros argumentos para disputar o jogo (aparecia Pizzi, sempre no apoio ao portador da bola). A equipa da casa sentiu o crescimento alheio e passou a viver dos esticões do seu jogador mais desequilibrador (Gelson) e a sofrer colectivamente da pouca participação no momento defensivo dos seus dois avançados. O Benfica passava a dominar o jogo, apesar deste domínio ser feito em espaços que não criavam real perigo à superior organização defensiva dos leões, mas o jogo mudava de perfil e prometia. O que restou da primeira parte mostrava um jogo repartido apesar do melhor acerto dos visitantes mas este equilíbrio e a intensidade colocada em campo pelos dois oponentes não se traduzia num jogo de grande recorte técnico em função das múltiplas perdas de bola.
Alan Ruiz e Rafa 'fora'
3. O início da segunda parte trouxe de novo o Sporting mais intencional e a colocar uma maior agressividade nas suas acções - Gelson a pôr a cabeça em água a Grimaldo - e durante dez minutos o jogo voltou a vestir-se de verde e branco, mas Bas Dost não quis fazer de carrasco e acabar com as veleidades alheias e o resultado manteve o Benfica vivo e a acreditar que podia levar pontos de Alvalade. Se no lado dos pupilos de Jesus Alan Ruiz teimava em não fazer parte do filme, nos da Luz, Rafa pintava de cinzenta a sua actuação e Jiménez entra em jogo e empurra Cervi para perto de Grimaldo para o ajudar a travar as investidas do estonteante Gelson. O Benfica incrementou o seu poder ofensivo e Lindelof mostrou que a sua arte não se resume ao momento defensivo e traz justiça à partida. Jesus ainda tenta relançar a sua equipa com as entradas de Podence e Bryan Ruiz mas o jogo estava definido e Rui Vitória fecha o mesmo com a entrada de Filipe Augusto e sente que o título justifica prudência. O resto do jogo nada trouxe de novo, apesar das intenções leoninas de ganhar ao seu arqui-rival e aproximar-se do segundo lugar, mas a realidade mostrava que os argumentos esgrimidos pelos dois conjuntos não permitiam outro resultado que não o empate."
Daúto Faquirá, in A Bola
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