sexta-feira, 28 de abril de 2017

Chega!

"Os clubes têm o futebol que merecem. porque são eles, em última análise, que querem o futebol que têm.

Com toda a franqueza, não me apetece perder tempo nem esgotar a paciência do estimado leitor com o péssimo ambiente que por aí se instalou no futebol, por responsabilidade exclusiva de algumas personagens ligadas aos três grandes clubes portugueses. Quanto mais se falar delas mais importância se lhes dá. E o objectivo deve ser exactamente o contrário.
Claro que não é possível ignorá-los. Infelizmente. Se fosse, ou mudavam de atitude ou mudava de esquina.
Não podemos ignorá-los mas podemos dar-lhes a pouca importância que realmente merecem. Já basta temos de lhes aturar a insuportável ironia, a hipocrisia, a insinuação, a ofensa, a provocação, a rasteira, o jogo baixo, a piadinha e a torradinha. Chega. Mas cabe a cada um fazer a selecção e a escolha. Eu já escolhi. Gosto de futebol, gosto de jogadores e de treinadores.
Quanto ao resto, cumpram os regulamentos ou façam novas regras e chamem a polícia se for caso disso.
Os clubes têm o futebol que merecem porque são eles, em última análise, que querem o futebol que têm. Deixem, por isso, de fingir que são todos, apenas e só, pobres vítimas da conspiração alheia, sem qualquer responsabilidade no cartório.
Como insistem em fintar a ética, devia o Estado corrigi-los e obigá-los a ter maneiras. Castigos realmente mais duros, multas muito mais pesadas, regulamentos mais claros, justiça mais rápida, enfim, um quadro que regulasse toda esta desregulação e tornasse respirável este ar tão poluído.
Exemplos de como se deve fazer não faltam. Chegam do Reino Unido (que foi capaz de acabar com o hooliganismo), dos Estados Unidos (que têm a melhor indústria de desporto profissional), da Alemanha (onde quase não se sabe que são os dirigentes), até de Itália, onde as entidades que gerem o futebol tiveram a coragem de promover fortes investigações ao que precisaram de ver limpo, mesmo quando isso implicou atirar para a segunda divisão clubes com a dimensão da Juventus ou do AC Milan.
Que futebol querem os dirigentes dos clubes portugueses? Que futebol quer o Estado português? Este futebolzinho de guerrinhas permanentes e chico-espertices? De abuso de poder e falta de ética? Repito o que aqui deixei escrito antes do derby: com ou sem cartilha, ninguém pode atirar a primeira pedra porque em todos há telhados de vidro. E muitos!

Apesar dos empates da última jornada, Benfica e FC Porto prometem dar a este campeonato emoção até ao fim. E competição. E ainda bem! Ou alguém pode ter saudades daqueles campeonatos ganhos com mais de 15 pontos de vantagem?
No último fim de semana, derby em Alvalade muito intenso e tacticamente muito discutido. Sporting e Benfica meteram o jogo numa caixa de fósforos e por isso se tornou tão difícil de jogar bem.
Não foi, por isso, um derby bem jogado mas foi um derby muito disputado e talvez por ter sido tão metido numa caixa de fósforos é que o jogo só podia mesmo esperar golos de bola parada. Como aconteceu.
No fim, e desta vez, destacou e bem Jorge Jesus a superioridade dos processos defensivos das duas equipas, travando qualquer criatividade ofensiva, e poderia Rui Vitória ter lamentado (e talvez o tivesse feito se tivesse perdido...) dois lances de grandes penalidades não assinaladas pelo árbitro a seu favor. Em vez disso, preferiu afirmar que o Benfica «merecia» ter ganho porque «foi a melhor equipa».
Não foi, com toda a franqueza, esse o jogo que eu vi. Mas o treinador do Benfica é que sabe as linhas com que se cose!...

'Penalty'
Como seria bom que os adeptos fossem capazes de reconhecer o quanto são injustos para alguns jogadores tão mal-amados. No Benfica, o caso gritante é o de Pizzi, que no último derby voltou a mostrar a importância que tem na equipa.

Livre Directo
Mais distante, agora, dos portugueses, outro caso gritante é o do nosso André Gomes, alvo de tão fortes críticas em Barcelona. Pois o jovem campeão da Europa com Portugal mostrou o que vale no clássico em Madrid. E só precisou de um segundo!

Livre Indirecto
O italo-argentino do Sporting, Schelotto, inaugurou um restaurante e recebeu companheiros de equipa e... do Benfica. A Bola TV mostrou tudo, em directo e em exclusivo. Foi uma festa. E viu-se como sabem os jogadores dar bons exemplos!
(...)"

João Bonzinho, in A Bola

PS: Mais um cobarde, que não consegue despir a camisola, e 'mete tudo no mesmo saco'!!!

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