domingo, 30 de abril de 2017

Vitória...

Benfica 5 - 1 Modicus

Boa vitória, num jogo tranquilo... onde jogámos bem, mas voltámos a demonstrar muita ineficácia na finalização!

Quase trezentos minutos

"O Benfica sabe que não conquistou nada e não pode haver qualquer euforia. Serão quase trezentos minutos. Onde não importa muita arte.


1. Faltam mesmo três finais para terminar a nossa Liga de futebol. E vão ser mesmo três finais. Serão quase trezentos minutos. Onde não importa muita arte. Importa total eficácia. E acrescida garra. E forte dedicação. O Benfica sabe que não conquistou nada e que não pode haver qualquer euforia. Os dois próximos jogos do Benfica serão contra duas equipas que estão a fazer um extraordinário final de prova e com jogadores que, acredito, serão bem cobiçados por grandes emblemas do futebol europeu, como o extraordinário Krovinovic do Rio Ave!
Ontem, num Estádio da Luz repleto, e com momentos de intenso fervor clubístico, o Benfica venceu um Estoril aguerrido e bem organizado. E em muitos minutos alguns recordámos a recente meia-final da Taça de Portugal. A primeira parte do encontro de ontem mostrou grandes momentos do Benfica. Com interessantes oportunidades de golo. Mas no primeiro quarto de hora da segunda parte a Luz tremeu - trememos, assumamos - com o bom jogo e as grandes oportunidades de golo da equipa de Pedro Emanuel. Aqui, neste período, o Estoril jogou bem, com uma elevada nota artística. O inferno da Luz foi, de verdade, quase invertido. Depois surgiu, num ápice, uma obra de arte - mais uma... - de Jonas. A forma como comemorou esse extraordinário golo, a sua aproximação aos adeptos evidência o sentimento que, de imediato, interiorizou e, de forma expressa, assumiu. Poderia ser um golo determinante para a manutenção não só da liderança da Liga como igualmente para a determinante conquista de mais três pontos. Foi uma vitória bem suada. E guardada. Uma vitória sofrida. E, como escreveu François Fénelon, «aqueles que nunca sofreram não sabem nada; não conhecem nem os bens nem os males; ignoram os homens; ignoram-se a si próprios!» Serão muitos minutos para sofrer. Com a consciência e a fé que vale a pena, nesta sede, sofrer!


2. Já sabemos quem sobe à Liga principal e que, assim, multiplica por dez - acredito - as suas receitas televisivas. Portimão e Aves passam a ter futebol de primeira. E o Nacional a ter cada vez mais dificuldades em manter-se na primeira o que pode levar a Madeira a perder, em duas épocas consecutivas, dois clubes na primeira divisão. Ficará só o Marítimo o que pode fazer ressuscitar, após as eleições autárquicas deste Outubro, a questão dos apoios ao futebol profissional naquela Região Autónoma. Mas Vítor Oliveira - cada vez mais o treinador das subidas de divisão o que deve implicar, e muita justamente, um prémio bem especial... - e José Mota são os dois treinadores vencedores e indiscutíveis duas velhas raposas do nosso futebol. O que é interessante é que são duas sociedades desportivas lideradas por não portugueses o que é um dado relevante na economia do futebol português. Se o Feirense é assumidamente nigeriano e se há sinais que em Vila do Conde haverá capital chinês a demandar o Rio Ave, é interessante constatar que na segunda liga há muitas sociedades desportivas que são dominadas por capital estrangeiro e, em especial por capital chinês ou brasileiro. Aqui é natural em razão da singularidade da regulamentação portuguesa que, concretizando a igualdade de direitos entre portugueses e brasileiros, é aquela que possibilita a maior - e diria melhor... - exposição do jogador brasileiro ou, em consequência daquela igualdade, de outras nacionalidades numa liga de futebol do espaço europeu. Mas, neste tempo em que a violência associada ao futebol prende a atenção mediática, é muito importante que a nossa Liga identifique situações singulares como aquelas que resultam de susceptibilidade de titulares dominantes de sociedades desportivas serem, ao mesmo tempo, empresários legítimos de jogadores que integram outras sociedades participantes nas mesmas competições profissionais. O futebol português, muito preocupado com mais disciplina ou com vídeoárbitro para tudo, tem de identificar as especificidades que possibilitam realidades únicas nas suas competições. Como mais transparência societária. E nestes momentos em que, de repente, a formação arrepia algumas colunas e fomenta múltiplos colóquios, seminários e acções, talvez seja útil que alguns passem os olhos por um interessante livro de um Prémio Nobel da Economia, Daniel Kahnemann - 'Pensar, Depressa e Devagar' - que nos adverte, por exemplo, que «na condução das nossas vidas, permitimo-nos normalmente ser guiados por impressões e sentimentos, e a confiança que temos nas nossas crenças e preferências intuitivas é, em geral, justificada. Mas nem sempre. Muitas vezes estamos confiantes, mesmo quando estamos errados, e um observador objectivo é mais capaz de detectar os nossos erros que nós próprios»! Bem verdade, acreditemos!

3. Sabemos que o clima de disputa verbal no exterior dos relvados tem atingido patamares nunca atingidos. Digo com a consciência que já vivi, até enquanto titular de órgão de justiça federativo ou como Presidente do então Conselho Superior do Desporto, momentos de elevada tensão verbal e de disputas intensas com diferentes entidades da sociedade. Disputas com o Estado, com autarquias, com adversários, com inimigos ditos desconhecidos. Mas, agora, e em razão de necessidades de comunicação - de significantes perdas de vendas de jornais a necessárias disputas de audiências televisivas - o patamar da disputa atinge níveis impressionantes. Até em razão da dimensão crescente das redes sociais e da concorrência que os seus conteúdos suscitam em termos de... notícias e comentários! Escutamos repetições consecutivas das mesmas declarações. Depois as reacções às declarações. Depois a réplica. Depois a tréplica. Quase que repercutindo as novas regras do Processo Penal. E depois, de forma singular, até escutamos, em profundidade, a análise de uma grande penalidade na área errada... Perante este ambiente permitam-me um cumprimento especial a este jornal - e à sua televisão -pelas opções feitas.
A promoção do futebol jogado e dos seus protagonistas. Sabemos com Alfred de Musset que «há dois poderosos destruidores: o tempo e a adversidade». E com Benjamim Franklin aprendemos que «a discórdia almoça com a abundância; janta com a pobreza, ceia com a miséria e dorme com a morte»! E este grande político norte-americano viveu, recordo, no século dezoito. Na terra onde nasce há bem pouco tempo o Facebook!"

Fernando Seara, in A Bola

Sinais da bola

" 'Pistoleiro'
Desde que chegou ao Benfica, o avançado brasileiro já fez 7 aos canarinhos em apenas 6 jogos: 2 no 6-0 do Fevereiro de 2015, 2 no 4-0 em Agosto de 2015 e outro no recente 3-3 da meia-final da Taça. Os dois de ontem foram particularmente decisivos.

Soninho
A ganhar 1-0 ao intervalo o Benfica voltou para o jogo a dormir. O Estoril fez remates com perigo aos 51', aos 56', aos 57' e aos 58' e marcou golo aos 60'. E mesmo a atacar, as águias não estiveram nos melhores dias: só três remates acertaram na baliza. Dois foram golo.

Kléber
Kléber já não é jogador do Porto. Representou os dragões em 2011/12 e depois andou pelo FC Porto B e emprestado ao Palmeiras e... ao Estoril, antes de se desvincular dos dragões e rumar à China. Agora, voltou ao Estoril. A questão é: não é do FC Porto porquê, se joga tanto?

Pedro Emanuel
O Estril perdeu, mas Pedro Emanuel merece aplausos pela foram como a equipa tem jogado. Fabiano Soares e do espanhol Gómez Carmona, a equipa melhorou revolucionariamente. Parece magia, mas não é.

Tremedeira
Mesmo ao tricampeão nacional, mesmo ao líder da Liga, mesmo à equipa que tem tudo na mão para vencer a competição, a verdade é que a tremedeira não dá descanso. A pressão dos últimos jogos toca a todos. Ontem, na Luz, estiveram 60 mil a tremer até ao último minuto."

Miguel Cardoso Pereira, in A Bola

Jonas deixou tetra mais perto

"Grande Estoril na segundo parte; grande golo do melhor da Liga dos últimos anos.

A estratégia de Pedro Emanuel
1. Antes de mais, destaco o grande ambiente no Estádio da Luz, de grande apoio ao Benfica. Esse apoio fez-se notar na primeira parte, quando numa fase inicial a equipa não esteve bem, e também na fase após o golo do Estoril, sempre incentivando e ajudando à recuperação. Depois, quero elogiar a estratégia de Pedro Emanuel, utilizando um 4x4x2 que deu origem a dificuldades na primeira fase de construção do Benfica. O Estoril variou a pressão alta e muitas vezes apresentando um bloco baixo que complicava a vida aos atacantes do Benfica. Durante a primeira parte em duas saídas rápidas poderia ter causado problemas à defensiva do Benfica, não fosse a boa coordenação de todo o sector recuado dos encarnados, deixando os avançados do Estoril em situação de fora de jogo.

Jonas preço em bloco baixo
2. A partir dos 15 minutos só deu Benfica, dominado por completo os 30 minutos seguintes. Mesmo não criando muitas oportunidades de golo, foi encostando o adversário cada vez mais para perto da área, acabando numa dessas situações por aparecer o penalty numa recuperação de bola de Nélson Semedo, tendo sido castigado por Licá. E o 1-0. De realçar que durante a primeira parte, face ao bloco baixo que o Estoril apresentava, Jonas não conseguiu ter a influência que habitualmente costuma ter na equipa; e mais: deve sublinhar-se o trabalho defensivo, e não só, de Licá nos duelos que manteve com Nélson Semedo e também com Salvio.

Empate e grande golo
3. No início da segunda parte, Pedro Emanuel fez subir as linhas e apresentou Estoril personalizado e de grande qualidade, criando várias oportunidades de golo e obtendo o empate. Foi, sem dúvida uma reacção extraordinária aquela que o Estoril apresentou no início da segunda parte. Mas ao minuto 66 apareceu aquele que é considerado o melhor jogador da Liga dos últimos anos. Ele que até esteve durante a primeira parte longe do melhor, fez um grande golo deixando o Benfica mais perto do tetra.

Alteração táctica no Benfica
4. Depois do segundo golo e face à subida de linhas que o Estoril apresentou, Rui Vitória fez uma alteração táctica colocando Filipe Augusto em campo e passando a jogar em 4x3x3, com o brasileiro no apoio a Fejsa. Face a isso, o Benfica voltou a controlar as iniciativas conseguindo estabilizar e anular um Estoril que estava a fazer uma exibição boa e personalizada."

Litos, in A Bola

PS: Não houve nenhuma alteração táctica no Benfica, após a entrada do Filipe Augusto. O Benfica manteve o 4x4x2, a diferença foi que o Pizzi ocupou o lugar do Jonas... e o Filipe, jogou em 'paralelo' em relação ao Fejsa, quando o Pizzi normalmente joga 'à frente' do Sérvio...!!!!

Bomba !!!

Benfica B 1 - 0 Académica


Grande golo do Ferro, num remate de muito longe... no meio de um jogo bastante morno!!!
Mas o grande foco de atenção esta tarde foi o Hermes... e para quem estava sem jogar à vários meses, creio que passou no 'exame' com distinção! Excelentes apontamentos... vamos ver!

O boletim clínco desta equipa B, merece destaque: Yuri, Romário, Amaral, Guga, Buta, Digui, R. Dias, Duarte... e agora parece que se juntou o Ramirez! Um total de 9 jogadores!!!

Juvenis - 3.ª jornada - Fase Final

Académica 2 - 6 Benfica


Nova goleada, numa Fase Final até agora perfeita...

PS: Parabéns aos Juvenis B, por mais um título distrital... mesmo com vários dos melhores jogadores desta geração a jogarem nos Juvenis A.

Cadomblé do Vata

"1. Foi um bom resultado para o futuro do SLB e de Jonas... para o Glorioso porque garante a continuidade do sonho do tetra; para o Pistolas porque quando terminar a carreira, pode utilizar a exibição de ontem para se candidatar ao papel principal do próximo Caça Fantasmas.
2. Não sei se repararam o que Lindelof disse a Jonas no festejo do segundo golo... "muito giro o golo... queria era ver-te fazer isso com uma barreira de 5 gajos à frente"
3. Nelson Semedo revelou coragem no lance do penalty, ao colocar-se no sítio onde já toda a gente tinha visto que Licá ia dar um biqueiro... o puto é uma espécie de nosso Humberto Delgado, "o Lateral Sem Medo".
4. Este ano estamos mesmo apostados em alterar a história do Clube... não só queremos o primeiro Tetra de sempre, como nas entradas de segunda parte parecemos pretender alterar completamente o sentido dos famosos "15 minutos à Benfica".
5. Salvio está numa fase em que consegue fazer tudo ao contrário de como devia ser feito... está de tal forma que se porventura ler isto, vai pensar que é um elogio."

Benfiquismo (CDLIV)

Levantar o Caneco... um dos meus desportos preferidos!!!

Jonas é o único tipo encharcado em suor que os adeptos querem abraçar. E isso,(...), é amor

"Ederson
Começou bem o jogo, na medida em que não cometeu nenhum erro parvo que colocasse o adversário em vantagem. Pensou ingenuamente que a tarde estava bem encaminhada, mas o pior estava para vir. Passou os primeiros quinze minutos da segunda parte a participar, juntamente com os seus colegas, no novo jogo da baleia azul, com múltiplos desafios inexplicáveis que quase conduziram ao suicídio da equipa. Felizmente ficou só com uns arranhões.

Nélson Semedo
As incursões do Estoril pelo seu flanco revelaram um jogo longe de estar ganho, mas o futebol é um jogo que vive tanto do colectivo como das individualidades. Nesse sentido, Nélson Semedo chegou quase sempre para meia equipa do Estoril. Aos 27’ apareceu lançado na área e, no mais absoluto desrespeito pelo único membro da nobreza em campo, passou por Lord Licá, que pontapeou o súbdito e assim provocou o penálti que colocaria o Benfica em vantagem. Fora isso, é uma das pessoas que passa mais tempo com Salvio, e só por isso já lhe devemos muito.

Luisão
É o jogador do Benfica que mais vezes utiliza o hashtag #DeusNoComando e foi muito isso que se viu no início da segunda parte, uma espécie de versão pervertida dos 15 minutos à Benfica, hoje e sempre liderados pelo nosso capitão. A equipa arrancou com Deus no Comando, logo depois corrigiu posições para um tudo ao molho e fé em Deus, e chegaria ao fim em modo Deus nos ajude. Logo após o golo do empate, Luisão olhou para o céu e perguntou “Deus, estás aí?”, ao que Eusébio respondeu “Malta, é uma força de expressão! Joguem à bola, caraças”.

Lindelöf
Teve a seu cargo a marcação de Kléber, tarefa que desempenhou quase sempre ao nível do impecável ou certinho, exceptuando cinco ou seis lances em que isso não aconteceu. Não obstante, foram 75 minutos a bom nível. Não marca há 114 minutos. Grimaldo Sabemos que a exibição de Grimaldo foi fraquinha quando a meio da segunda parte uma parte do nosso cérebro começa a pedir o regresso de Eliseu.

Fejsa
Não foi tão ubíquo como é habitual, um tipo de crítica reservado para indivíduos que vivem habitualmente acima das críticas. Às vezes aborda um ou outro lance com a serenidade de quem confia demasiado na estatística, ou em Pizzi. É verdade que as coisas parecem encaminhadas para o décimo título nacional consecutivo da carreira de Fejsa, mas bora lá só dar tudo nestes 3 joguinhos que faltam.

Pizzi
A precisar rapidamente de uma noite de festa no Marquês e as respectivas férias. O seu cérebro pede mais linhas de passe, as pernas pedem o tal quinto amarelo. Chiça que nunca mais vem.

Salvio
Tem o dom de estar quase sempre no sítio certo à hora errada, isto é, aparece muitas vezes no relvado em condições de receber a bola, mas quase sempre quando o Benfica está a jogar para o campeonato. 

Mitroglou
As suas exibições recentes têm suscitado a típica reacção que temos sentados no sofá quando a câmara filma um jogador lesionado ou suspenso a ver o jogo na tribuna: “Olha o Mitroglou… quando é que ele volta a jogar? Porque é que estão a filmar este gajo? Filmem mas é a mulher do Lindelöf.” Hoje, mais uma vez, vimos pouco Mitroglou e nenhuma Maja. Lamentável.

Jonas
Certo. Marcou dois golos, um deles magnífico. Mas Jonas é muito mais do que isso. Quando está bem, como hoje, Jonas é a linha de passe que teima em aparecer levando alguém a passar a bola ao Salvio, é o calmante de que o meio-campo precisa quando lhe dá aquela travadinha, é o talento desbloqueador que seria capaz de abrir a porta de nossa casa com um cartão multibanco, e é o único brasileiro encharcado em suor que os adeptos na bancada alguma vez quererão abraçar. Numa palavra, é amor.

Cervi
Faz lembrar um daqueles cães pequeninos que deviam estar quietinhos mas andam sempre à procura de zaragata. Sei lá, uma tia nossa teve um pinscher que era exactamente como o Cervi. Não parava quieto um segundo, mordia muito mais do que era mordido, tinha um tufo de pêlo inexplicável na cabeça, de vez em quando irritava as pessoas à sua volta que ainda se se riam por ser tão pequenino e amoroso, e uma vez chegou a fazer xixi nas pernas de alguém, o que demonstra os limites desta comparação.

Carrillo
Logo após o golo do Estoril, quando já se preparava para entrar, olhou para o tablet de Arnaldo Teixeira e viu o ecrã completamente branco. Carrillo não percebeu se se tratava de um problema técnico ou da célebre “ideia de jogo” do Benfica, mas a verdade é que não esteve mal. Tentou três ou quatro lances individuais que fizeram os adeptos e a defesa do Estoril sorrir.

Jimenez
Disse há uns dias que esperava jogar até ao final do campeonato. Já os adeptos esperam que ele marque, coisa que não aconteceu na única oportunidade que teve aos 76 minutos.

Filipe Augusto
Parece-nos que há aqui jogador, apesar de não nos permitirem estudar melhor o assunto. Mais 15 minutinhos a bom nível. Falha poucos passes e poucas pernas. Se um dia o Pizzi levar aquele quinto amarelo, o futuro do Benfica está assegurado."

Vermelhão: ...e agora sem Mãos!!!!

Benfica 2 - 1 Estoril


Vitória muito sofrida, num jogo muito estanho, onde a ansiedade da recta final do Tetra, explica muito do nervosismo dentro do campo e nas bancadas! Houve momentos da partida de hoje, onde o jogo parecia uma daquelas brincadeiras 'parvas' que fazíamos em miúdos com as bicicletas: agora, só com um perna; agora sem penas; agora só com uma mão: agora sem mãos... E às vezes a brincadeira acabava mal!!!!!!

Tem sido recorrente as más entradas na 2.ª parte do Benfica, mas hoje exagerámos!!! Além do nosso 'adormecimento' o Estoril alterou a forma de atacar, e o nosso meio-campo ficou à nora!!! Eu, sinceramente não posso 'culpar' exclusivamente o treinador por esta 'branca' os jogadores também não têm que perceber o que se está a passar... e estas 'entradas' suicidas no 2.º tempo, repito, têm sido recorrentes!!!
O mais curioso é que a 1.ª parte, até foi 'calma': com um ritmo baixo, com o Benfica a atacar, com o Benfica em vantagem, e com um Estoril sem aquela 'raiva' que todos nós esperamos dos nossos adversários nesta altura do campeonato, e sem um 'autocarro'...
Mas nós acabámos por deixar o adversário 'acreditar' e isso foi quase fatal...

Na 1.ª parte os avançados caíram muitas vezes em fora-de-jogo, porque o Estoril estava a tentar meter a bola directamente nos avançados... a mudança que confundiu a nossa equipa, foi o 'recuo' de um dos avançados para as costas do Fejsa, e o 'aparecimento' dos outros avançados nas 'costas' da nossa linha defensiva... só com a entrada do Filipe Augusto, o nosso meio-campo estabilizou, porque nessa altura o Fejsa ficou pela meia-direita e o Augusto na meia-esquerda, em paralelo!
Depois do 2-1, e mesmo com todos os receios, as melhores oportunidades foram todas nossas... devíamos ter 'matado' o jogo com o 3-1, mas o nosso sentido de 'masoquismo' não o permitiu!!!
Num jogo com uma 'branca' colectiva deste tamanho, é óbvio que as avaliações individuais não podem ser boas: o Fejsa e o Grimaldo fizeram um dos piores jogos que eu me lembro... o Salvio voltou a 'enervar' as bancadas, o Mitro andou 'escondido'... e o Cervi compensou tudo, com uma entrada fenomenal... confirma-se o bom entendimento com o Grimaldo. O Nelsinho sofreu o penalty e foi um dos mais próximos do seu habitual... O Pizzi mesmo tentando fazer jogar a equipa, acabou por 'fundamental' no golo do Estoril, porque não quis fazer falta, para não levar Amarelo... e foi um dos que andou 'perdido' naqueles minutos piores...!!! Com a bola a chegar 'sem filtros' à nossa defesa, os Centrais sofreram muito... e o Ederson voltou a cometer um erro 'fatal', desta vez uma escorregadela!!!
E depois tivemos o Jonas: continua a demonstrar alguns problemas na fase de construção, onde o ano passado fazia a diferença... mas depois marca golos destes!!!!
O Carrillo entrou com vontade, mas com pouca objectividade, o Jiménez entrou bem, segurou a bola, levou o jogo para a frente... só faltou mesmo o golinho, que esteve quase!!! Como já referi, o Augusto foi fundamental no equilibro do meio-campo, devia entrado mais cedo...
Elogiar uma actuação do Hugo Miguel é algo que nunca julguei ser possível!!! Mas realmente, hoje, teve quase sempre bem... e os auxiliares também!!! O penalty é claro, mas não duvidem: marcar um penalty a favor do Benfica, com 0-0, nesta altura do Campeonato, é um acto de coragem!!!
Nos últimos minutos não resistiu, e foi empurrando o Benfica para trás... marcando algumas faltas inexistentes no nosso meio-campo, e não marcando algumas faltas ao Estoril, como uma descarada sobre o Fejsa, que deu um contra-ataque perigoso, que acabou numa falta 'perigosa' contra o Benfica, junto da nossa área!
Com a vitória 'fácil' dos Corruptos em Chaves (curioso como os Corruptos ultimamente nos jogos fora-de-casa, nunca defrontam o guarda-redes titular dos adversários...!!! São opções...!!!), provou-se que nada está decidido... continuamos com uma margem de manobra baixa, e contra nós não existem facilidades!!!
Normalmente, jogar contra equipas com a classificação 'estabilizada' nas rectas finais do Campeonato, é sinal de jogo 'fácil', muito mais complicado é jogar contra as equipas que têm a 'corda no pescoço', mas o Benfica desafia todas as 'normas' estabilizadas!!! Contra o Benfica, estão todos motivados... Vamos ter 3 Finais de exigência máxima...
Em Vila do Conde, vamos encontrar uma equipa que joga bonito, que não joga com 'autocarros', mas que vai ter uma 'mala' gigante prometida... são vários os jogadores e técnicos com ligações aos Corruptos... e até parece que houve almoço, para celebrar o 'acordo'!!!
Portanto, muito concentração, sem 'festas' antecipadas, e sem tremedeiras!!!
E se for preciso, meter mais um homem no meio-campo, que se meta...!!!

Uma última nota para os assobios de hoje: eu sou daqueles que nunca assobiei e nunca irei assobiar os jogadores do Benfica, durante um jogo... Hoje, houve alguns, abafados rapidamente por aplausos,.. mas hoje até foi 'compreensível': porque os assobios, tinham uma palavra perceptível por trás: 'Acordem'!!!

Final empatada !

Benfica 3 - 0 Sp. Espinho
25-23, 25-22, 25-16


Vitória importantíssima, e totalmente justa... num jogo onde o Benfica dominou sempre nos momentos decisivos!
Mas muito cuidado, amanhã, a 'motivação' será outra... Depois do 'roubo' de Espinho, foi importante o Benfica entrar concentrado e unido... para ganhar esta Final, não podemos 'tremer' em casa, porque os jogos em Espinho serão 1000 vezes mais complicados!!! Grande jogo do Gaspar...
Ainda sem o Honoré (que aparentemente já pode jogar... agora é uma questão de ritmo) e sem o André...

Inacreditáveis algumas das 'bocas' racistas vindas das bancadas dos adeptos do Espinho!

Sofrimento deu vitória...!!!

Benfica 5 - 4 Candelária

Mais um jogo decidido nos últimos segundos... Um jogo que tinha tudo para dar em goleada, mas mais uma vez, permitimos que o adversário acreditasse!!!

sábado, 29 de abril de 2017

Vitória na Pérola !!!

Madeira SAD 28 - 31 Benfica
(13-18)

Esta jornada foi 'trocada', era para ser jogada na Luz... e como o jogo decorreu, pareceu mesmo que foi na Luz!!!
Recordo que a meio da semana os Madeirenses derrotaram os Corruptos, dando esperança aos Lagartos... e assim, o Benfica 'aproveitou' os 'festejos', para fazer um bom jogo!

Nas centenas...!!!

Benfica 106 - 68 Illiabum
24-11, 30-19, 26-20, 26-18

Uma das pontuações mais altas da temporada, com o regresso do Hollis a 100%... e do Mário Fernandes, mas ainda sem o Barroso e sem o Andrade... O mais importante neste momento, com a classificação definida, é preparar a entrada no play-off... onde vamos encontrar o CAB Madeira, equipa complicada, como já provou várias vezes durante a época...

Juniores - 9.ª jornada - Fase Final

Benfica 0 - 0 Académica

Azevedo; Cabral, Silva, Nuca, Mangas; Pereira, Mendes; Tavares, Vinicius (Zidane, 57'), Dju; Kenedy (Dias, 65')

Nulo no regresso da Suíça...

Caminho de civismo

"O campeonato está ao rubro, mas ainda não é encarnado. Não porque se jogue um futebol encantador, mas porque fora das quatro linhas a indigência moral tomou contou do espaço mediático. O lixo é tanto que dar-lhe muito espaço só aumentava o mau cheiro que provoca.
Numa semana de Sporting-Benfica, onde os encarnados foram prejudicados em três penalties em quatro minutos, facto absolutamente inédito no futebol mundial, foi também o único emblema que optou por não protestar, reclamar e vociferar contra o homem de preto, simpatizante, aliás, de clube rival com quem discutimos o título. Este caminho de civismo é muitas vezes (frequentemente também tenho culpas) criticando pelos próprios adeptos, que não percebem porquê tanto dano sem nenhuma contestação. Acresce que à hora do desfecho de Alvalade ainda o mundo das notícias não havia sido bafejado com a informação do cintilante resultado dos azuis e brancos frente ao poderoso Feirense, e, por isso, os dois pontos que deixámos em Alvalade podiam, como podem, custar o título nacional. Anotem, porque vão todos morrer sem ver outra vez, três penalties em quatro minutos sem um protesto ou lamento.
Faltam quatro jogos para disputar e o Benfica tem que se centrar nas quatro linhas, no jogo e na baliza adversária. Nos truques, nas fintas e nos ardis externos já sabemos ser piores que a concorrência. Temos mesmo que ser muito melhores dentro de campo para vencer um Campeonato, que já estava ganho sem erros de arbitragens. Boa notícia ter terminado o calvário de lesões, excelente notícia ter de volta Jonas e ter recuperado Fejsa em razoável condição. Encher a Luz contra o Estoril, porque sábado é mesmo uma final. Aqueles que acreditavam em Jorge Jesus acreditam agora em Pedro Emanuel, só nunca os vi acreditar neles mesmos. Têm razão porque o Estoril é boa equipa e Pedro Emanuel bom treinador."

Sílvio Cervan, in A Bola

Ainda faltam quatro finais

"Artur Soares Dias até poderá ser o melhor árbitro português da actualidade - o que, por si só, pouco significa, em tempos também Pedro Proença o foi - mas esteve francamente mal no dérbi. As três grandes penalidades sonegadas ao Benfica mancharam a sua actuação, que creio ter sido, no entanto, bem intencionada. O problema é que, na dúvida, preferiu não arriscar uma eventual má decisão a nosso favor, prejudicando-nos claramente, talvez condicionado pela campanha vil que tem sido empreendida pelos nossos adversários. E também, quem sabe, por se treinar à porta aberta no Centro de Alto Rendimento da Maia, sujeito a joelhadas e caneladas de adeptos que depois se vangloriam, nas redes sociais, de prestarem visitas a árbitros.
Por isso soa ainda mais a ridículo, sem que me surpreenda, que tenha havido uma queixa leonina relativamente à arbitragem. Parece que Lindelof marcou o livre que resultou no nosso golo a uns extraordinários dez centímetros de onde supostamente deveria tê-lo feito. É pena que tanto rigor não se aplique nas suas acções de propaganda. Bem poderão apresentar em letras garrafais que são a maior potência desportiva nacional que ninguém precisaria de uma lupa para ler, nessa patetice, apenas e só uma tentativa frustrada de iludir a realidade. Continuem a iludir-se, que nós continuaremos a tentar ganhar.
E os outros... Enfim, que bem que lhes deverá saber terem uns aliados em Lisboa... Felizmente não os têm em Braga e na Feira... Quanto à liga Salazar, ou são profundamente ignorantes, ou julgam que os seus adeptos são todos mentecaptos. O que vale é que a arte da desinformação não marca golos e os apitos já não são dourados."

João Tomaz, in O Benfica

Borda d'Água 2017

"Um dos meus avós vivia numa quinta, depois de Coruche, encostada ao Couço, tida como a freguesia mais 'vermelha' de Portugal, graças aos resultados em quase todas as eleições. E sei que também tinha muitos Benfiquistas. Um verão passei lá umas férias. Eu devia ter uns 15 ou 16 anos e ouvíamos o relato da Volta a Portugal em bicicleta pela Antena 1. O campeonato estava parado, mas havia sempre ciclismo para nos entreter. Nas poucas conversas que tínhamos, o velho Cancela ensinou-me uma das lições que a vida feita de trabalho na terra nos dá: 'Para quê invejares o que o vizinho tem, se não fazes nada com o teu quinhão de terreno'. Todos os dias, às seis da manhã, ele levantava-se, ia dar de comer aos animais, abrir regos para a água passar para a horta e para o pomar, tratava de arranjar lenha, inventava enxertos para as laranjeiras e sacava os ovos às galinhas. Tinha as melhores laranjas da região e um orgulho imenso nelas.
Olho para o nosso campeonato e para a realidade das duas equipas que lutam para ser o primeiro dos últimos e revejo-me nesse verão, quando começou a primeira Guerra do Golfo. FC Porto como Sporting CP só se preocupam com aquilo que brota da nossa terra. Invejam as nossas laranjas, o nosso departamento de comunicação, as nossas vitórias, o nosso marketing, os ovos de ouro das nossas galinhas. Socorrendo-me do pouco de agricultura que aprendi, parece-me que, tanto os vizinhos próximos como os mais afastados, só têm uma solução: manter-se no pousio por mais uns anos e trabalhar de forma mais árdua. Ou então, fazer uma queimada no terreno e rezar para que chova."

Ricardo Santos, in O Benfica

Unidos!

"Estávamos em Maio de 2013. Ao Benfica bastava ganhar, na Luz, ao Estoril e ao Moreirense - precisamente as duas equipas recém-promovidas ao escalão principal - para festejar aquele que teria sido o seu 33.º título. Todos nos lembramos do resto da história.
Pois se então tudo parecia fácil, agora parece bem mais difícil. Precisamos, não de duas, mas de quatro vitórias (ou, pelo menos, três vitórias e um empate). Temos deslocações muito duras, onde arrancámos triunfos suadíssimos na temporada passada. E começamos por receber o…Estoril.
Pese embora a última jornada nos tenha corrido de feição, o caminho ainda é longo e sinuoso. O céu pode esperar.
Em Alvalade fomos a melhor equipa (como, de resto, já havíamos sido no jogo com o FC Porto). Um conjunto de infelicidades - que começou com a ausência do nosso melhor jogador, continuou com um erro nada habitual do grande Ederson, que nos custou um golo na alvorada da partida quando ninguém o justificava, e terminou com uma sucessão de três lances de óbvia grande penalidade que Soares Dias não viu - não nos permitiram ir além de um empate. Do mal, o menos, para uma equipa que mostrou tamanha força mental na resistência a todas essas adversidades, salvando um ponto que, tendo em conta as circunstâncias, acabou por ser saboroso.

PS: Passaram-se muitas coisas em redor do “Dérbi” (uma tragédia, e algumas comédias de mau gosto) que nada têm a ver com futebol. Sobre elas o nosso Presidente falou, e bem. Tudo o que possamos dizer agora será redundante, ou mesmo perigoso. Vamos continuar unidos, e focados naquilo de que verdadeiramente gostamos."

Luís Fialho, in O Benfica

Uma pequena história

"Quando eu era pequeno, adorava ler as histórias do Tintim, do Michel Valillant, do Mickey dos Irmãos Metralha, mas especialmente apreciava muito a personagem do Pateta.
Em 1932, Michey já era uma personagem muito famosa no mundo inteiro, quando os cinemas lançaram um novo desenho animado com o pequeno astro:
'Mickey's Revue' (A Revista Teatral de Mickey). Nesse filme havia um novo personagem, muito 'desligado' e bastante simpático.
Essa personagem era o Pateta, que aprecia pela primeira vez. Logo agradou em cheio! Seu nome em inglês é Goofy, um termo de gíria que quer dizer tonto, enlevado, pateta.
Paul Murry, um desenhista dos estúdios Disney, inspirou-se num cão nativo da Austrália para criar o Pateta. Mas do espertíssimo cão australiano ficou apenas a figura. Porque a graça do Pateta consiste justamente nisto: ele não é nada esperto.
Em compensação, é um grande trapalhão, arrumador de encrencas e o maior despreocupado do mundo: nada, absolutamente nada, parece perturbar o Pateta. Por mais confusões que ele crie, vai sempre em frente, sem perder seu eterno bom humor. Mas são justamente essas qualidades que tornam o Pateta um dos mais queridos personagens de Walt Disney e o grande amigo do Mickey, de todas as horas e todas as aventuras.
Mas o Pateta tem um segredo! Ele possui em seu jardim uma plantação de super-amendoins e, quando come alguns deles, transforma-se no Super-Pateta. É quando ele vira um super-herói, super-forte, super-etc, e tal, mas também uma super-trapalhão, metendo-se nas mais incríveis super-confusões enquanto argumenta que está a defender os mais necessitados.
O único que conhece esse segredo é o seu sobrinho Gilberto que, às vezes, ajuda seu tio nas sua super-aventuras, transformado-se no Super-Gilberto.
Quando não está fazendo de super-herói, Pateta vê emocionantes aventuras policiais ao lado do seu velho amigo Mickey, ou então está com o próprio Gilberto que, de vez em quando, fica muito irritado com as patetices do seu tio Pateta...
(...)"


Pragal Colaço, in O Benfica

Milhões de vitórias

"Os resultados do novo empréstimo obrigacionista provam que o Sport Lisboa e Benfica é uma instituição confiável. Com um valor de 60 milhões de euros, a procura chegou aos 92 milhões. Esta é, provavelmente, uma das grandes vitórias do maior clube português. No curto espaço de uma década o presidente Luís Filipe Vieira resgatou e recuperou a credibilidade e a idoneidade do SL Benfica. A reputação do Glorioso tem permitido que estas operações se transformem em verdadeiros casos de sucesso. O objectivo dos dirigentes da SAD merece ser aplaudido - substituição da dívida bancária. No passado dia 4 de Abril, em entrevista ao Record, Domingos Soares de Oliveira deu-nos uma boa notícia, anunciando que a facturação do Grupo SL Benfica está entre os 230 e os 250 milhões. Em 2004, quando chegou ao clube, o total da receita era de 40 milhões de euros. Hoje a receita atinge os 240 milhões. Estes resultados provocam inveja nos nossos rivais. Na entrevista à CMTV, o Presidente anunciou que a redução do passivo será prioritária. Para atingirmos esse objectivo vamos ter que trabalhar todos juntos e ainda mais. Uma das provas mais evidentes da pujança da nossa instituição é o Football Money League, estudo anual da prestigiada Deloitte. Em relação à época 2015/16, as receitas combinadas dos 20 maiores clubes aumentaram 12%, chegando a um valor recorde de 7,4 mil milhões de euros. O Manchester United lidera com uma receita de 689 milhões. O Benfica é o único clube português no Top 30, ocupando a 27.ª posição, com uma receita de 152 milhões. O nosso Clube figura nesta lista desde 2009/10. Em relação ao Matchday, figuramos em 14.º lugar, com 36,5 milhões. Quanto à Media TV, encaixámos 64 milhões, permitindo uma honrosa 20.ª posição. Já quanto ao Comercial atingimos os 51,5."

Pedro Guerra, in O Benfica

Chega!

"Os clubes têm o futebol que merecem. porque são eles, em última análise, que querem o futebol que têm.

Com toda a franqueza, não me apetece perder tempo nem esgotar a paciência do estimado leitor com o péssimo ambiente que por aí se instalou no futebol, por responsabilidade exclusiva de algumas personagens ligadas aos três grandes clubes portugueses. Quanto mais se falar delas mais importância se lhes dá. E o objectivo deve ser exactamente o contrário.
Claro que não é possível ignorá-los. Infelizmente. Se fosse, ou mudavam de atitude ou mudava de esquina.
Não podemos ignorá-los mas podemos dar-lhes a pouca importância que realmente merecem. Já basta temos de lhes aturar a insuportável ironia, a hipocrisia, a insinuação, a ofensa, a provocação, a rasteira, o jogo baixo, a piadinha e a torradinha. Chega. Mas cabe a cada um fazer a selecção e a escolha. Eu já escolhi. Gosto de futebol, gosto de jogadores e de treinadores.
Quanto ao resto, cumpram os regulamentos ou façam novas regras e chamem a polícia se for caso disso.
Os clubes têm o futebol que merecem porque são eles, em última análise, que querem o futebol que têm. Deixem, por isso, de fingir que são todos, apenas e só, pobres vítimas da conspiração alheia, sem qualquer responsabilidade no cartório.
Como insistem em fintar a ética, devia o Estado corrigi-los e obigá-los a ter maneiras. Castigos realmente mais duros, multas muito mais pesadas, regulamentos mais claros, justiça mais rápida, enfim, um quadro que regulasse toda esta desregulação e tornasse respirável este ar tão poluído.
Exemplos de como se deve fazer não faltam. Chegam do Reino Unido (que foi capaz de acabar com o hooliganismo), dos Estados Unidos (que têm a melhor indústria de desporto profissional), da Alemanha (onde quase não se sabe que são os dirigentes), até de Itália, onde as entidades que gerem o futebol tiveram a coragem de promover fortes investigações ao que precisaram de ver limpo, mesmo quando isso implicou atirar para a segunda divisão clubes com a dimensão da Juventus ou do AC Milan.
Que futebol querem os dirigentes dos clubes portugueses? Que futebol quer o Estado português? Este futebolzinho de guerrinhas permanentes e chico-espertices? De abuso de poder e falta de ética? Repito o que aqui deixei escrito antes do derby: com ou sem cartilha, ninguém pode atirar a primeira pedra porque em todos há telhados de vidro. E muitos!

Apesar dos empates da última jornada, Benfica e FC Porto prometem dar a este campeonato emoção até ao fim. E competição. E ainda bem! Ou alguém pode ter saudades daqueles campeonatos ganhos com mais de 15 pontos de vantagem?
No último fim de semana, derby em Alvalade muito intenso e tacticamente muito discutido. Sporting e Benfica meteram o jogo numa caixa de fósforos e por isso se tornou tão difícil de jogar bem.
Não foi, por isso, um derby bem jogado mas foi um derby muito disputado e talvez por ter sido tão metido numa caixa de fósforos é que o jogo só podia mesmo esperar golos de bola parada. Como aconteceu.
No fim, e desta vez, destacou e bem Jorge Jesus a superioridade dos processos defensivos das duas equipas, travando qualquer criatividade ofensiva, e poderia Rui Vitória ter lamentado (e talvez o tivesse feito se tivesse perdido...) dois lances de grandes penalidades não assinaladas pelo árbitro a seu favor. Em vez disso, preferiu afirmar que o Benfica «merecia» ter ganho porque «foi a melhor equipa».
Não foi, com toda a franqueza, esse o jogo que eu vi. Mas o treinador do Benfica é que sabe as linhas com que se cose!...

'Penalty'
Como seria bom que os adeptos fossem capazes de reconhecer o quanto são injustos para alguns jogadores tão mal-amados. No Benfica, o caso gritante é o de Pizzi, que no último derby voltou a mostrar a importância que tem na equipa.

Livre Directo
Mais distante, agora, dos portugueses, outro caso gritante é o do nosso André Gomes, alvo de tão fortes críticas em Barcelona. Pois o jovem campeão da Europa com Portugal mostrou o que vale no clássico em Madrid. E só precisou de um segundo!

Livre Indirecto
O italo-argentino do Sporting, Schelotto, inaugurou um restaurante e recebeu companheiros de equipa e... do Benfica. A Bola TV mostrou tudo, em directo e em exclusivo. Foi uma festa. E viu-se como sabem os jogadores dar bons exemplos!
(...)"

João Bonzinho, in A Bola

PS: Mais um cobarde, que não consegue despir a camisola, e 'mete tudo no mesmo saco'!!!

Morte anuciada

"O clima de excessiva agressividade, até de violência, que se vive no futebol em Portugal, principalmente entre os clubes de maior dimensão, teve no último fim de semana um dos dias mais negros. Nada que não fosse previsível ou sem aviso, infelizmente nunca levado suficientemente a sério. Não se trata de falta de fair-play. Trata-se ter ou não coragem para tomar medidas preventivas e punitivas, que acabem com esta violência gratuita. A começar pela verbal.
Os regulamentos desportivos são por vezes pouco precisos, ou melhor, têm aberturas para diversos recursos. Tal como todo o enquadramento jurídico português. Quando todos os recursos se esgotam levanta-se a constitucionalidade das normas. Temos estado a aumentar a complexidade para a aplicação de regras simples. Tornou-se hábito o recurso do recurso. Vivemos num Estado de direito, princípios fundamentais têm que se assegurados, o que não significa que a Lei e a sua aplicação tenham tantos alçapões. O bom sendo deve imperar para que se criem e apliquem regras eficazes. Como é possível em determinados estádios considerar-se normal a agressividade manifestada para com os elementos da equipa visitante? Até alguns agentes desportivos permitem essa agressividade por não serem castigados ou castigados tão tardiamente.
Mas não são só os agentes do futebol que devem ser responsabilizados. A batalha pelas audiências estabelecida entre os diversos órgãos de comunicação, com destaque para alguns canais por cabo, com um grande número de programas sobre um campeonato limitado a Benfica, Porto e Sporting, também tem ajudado a aumentar esta animosidade entre adeptos. Não se trata de analisar e comentar um jogo de futebol, trata-se de insultar quem não está de acordo. Claro que há quem não tenha esta postura, felizmente. Como em tudo, a maioria é silenciosa. Está na hora dessa maioria exigir mudanças, de se manifestar contra este estado de coisas. É um dever de cidadania que todos deveríamos assumir."

José Couceiro, in A Bola

A estupidez

"Todos temos uma ideia aproximada - uns mais, outros menos - sobre o conceito de estupidez, não sendo necessários grandes conhecimentos ou sabedoria para extrair conclusões acertadas sobre tal matéria. Há que reconhecer, no entanto, que expressões existem, nem sempre condizentes com a realidade das coisas, como, por exemplo, aquele aforismo muito popular de que «É estúpido que nem uma porta». Por muito grande que seja o nosso esforço e a nossa imaginação, tornar-se impossível conceber uma porta imbuída de um tão horrível defeito que é um exclusivo da espécie humana. Seja como for - e basta, para este efeito, consultar qualquer dicionário - a noção de estupidez acha-se intimamente ligada a falta de discernimento, de inteligência, de compreensão e até de imbecilidade. O Povo, com aquele ancestral sabedoria de experiência feita que lhe é tão peculiar, acaba por lançar mão de outros vocábulos que, no meu entender, são bem reveladores, de um conhecimento sólido de estrutura/base de conceito de estupidez. Burro, obtuso e tapado são algumas dessas expressões a que, por vezes, são associadas outras como grosseiro, bruto e indelicado. Alvo de reprovação generalizada dos homens, de boa vontade, até hoje não foi possível descobrir vacina ou antídoto para uma tal maleita, justificando-se a afirmação de Camus de que «A estupidez insiste sempre». Mas temos de reconhecer e enaltecer a luta travada pela inteligência e pela dignidade contra a doença estúpida, bastando atentar no exemplo dado em campo (e fora dele) pelos jogadores do Sporting e do Benfica, no derby do passado Sábado. Para todos os outros agentes desportivos que, antes e depois no jogo, não souberam sequer respeitar a dimensão de tragédia acontecida, direi apenas: «Aprendam a estar!»."

Sérgio Abrantes Mendes, in A Bola

Na NBA é assim. Também queremos!

"Durante o jogo entre os Houston Rockets e os Oklahoma Thunders, a contar para os play-offs da NBA, disputado na madrugada de ontem, o presidente dos texanos, Leslie Alexander, interpelou um dos árbitros, Bill Kennedy, de forma incorrecta. A sanção surgiu pouco tempo depois do final da partida em forma de multa, nada meiga: cem mil dólares (92 mil euros), foi quando a brincadeira custou a Alexander. Quando, por cá, tanto de fala em agilizar e endurecer as penas no futebol, a lição a tirar é que, nessa matéria, já está tudo inventado por quem leva a indústria do desporto muito a sério. Basta querer. Neste particular, até acredito, sem reticências, na boa-fé da FPF e na sua vontade de estabelecer um sistema semelhante àquele que os clubes aceitam sem pestanejar quando estão envolvidos nas provas da UEFA. Porém, e oxalá esteja enganado, tenho as maiores reservas quando à vontade dos clubes. Creio que não pretendem que a coisa não vá mais longe do que uma operação de cosmética, para que no fundo fique tudo na mesma e cada um tenha a presunção de poder influenciar nos bastidores. Há mentalidades que não evoluem e não veem que os jogos se ganham dentro das quatro linhas. Dramatizar erros de arbitragem - e já todos o fizeram! - não serve para outra coisa que não seja procurar esconder os enganos próprios que estiveram na origem dos insucessos desportivos.
Este ano, no que concerne à conflitualidade entre os exércitos dos clubes que não jogam à bola, está a ser pior que mau. Temo que o próximo, quando houver apenas uma vaga directa para a Champions e outra para a terceira pré-eliminatória, possa ser bem pior."

José Manuel Delgado, in A Bola

E se você, leitor, for parte da solução?

"O futebol português chegou a um ponto crítico e não há inocentes: todos somos culpados de levar o espectáculo fora das quatro linhas para o canto perverso em que se encontra.
Jogadores, treinadores, dirigentes, adeptos, jornalistas, ninguém pode ser absolvido.
Mas por partes.
Os jogadores, por exemplo, são culpados por cederem o palco a figuras de interesse duvidoso. Basicamente vendem o direito constitucionalmente declarado de liberdade de expressão: um direito defendido até pela declaração universal dos direitos do homem.
Por que o fazem? Naturalmente por dinheiro.
São demasiado bem pagos para não aceitarem as cláusulas que lhes impõem a obrigação de não fazer declarações públicas sem autorização prévia. Entre um bom contrato e a liberdade básica de expressão, preferem o primeiro.
E mesmo quando falam, não dizem o que pensam nem sequer o que querem dizer: dizem o menos possível, para não perturbar a entidade empregadora. É um direito deles.
Enquanto isso, lá está, cedem o espaço mediático a figuras de interesse duvidoso, e com isso acaba por não se falar de futebol: fala-se de suspeição, ódio e conspiração. É pena.
Nesta altura entram nesta equação os dirigentes.
São, em boa parte, pessoas sem formação e que se deslumbram com a faculdade de manipulação das massas que o posto lhes confere. Deixam-se embriagar pelo poder e sentem uma necessidade vertiginosa de estar sempre nas manchetes.
O delírio do poder é tão grande que acabam até por subverter o próprio princípio básico da democracia: para eles o importante não é serem sufragados pelo trabalho que fizeram, o importante é eternizarem-se no poder enquanto for vontade própria.
Para isso enchem os sócios de teorias absurdas, desculpabilizam fracassos atacando rivais, criam teorias da conspiração, enchem o futebol de ódio, rancor e suspeição.
Manipulam as massas de forma a manter a popularidade e garantir uma reeleição. Como? Criando uma barreira entre nós os bons e eles os maus, nós os leais e eles os corruptos, nós os íntegros e eles os violentos. Raramente, portanto, falam com honestidade.
Podemos contar com eles para tornar o futebol um local mais respirável? Claro que não.
Seguem-se os jornalistas, talvez os maiores culpados do ar irrespirável que se sente à volta do futebol português: felizmente dentro do relvado não é assim.
Os maiores culpados por uma razão simples, porque ser jornalista é fazer escolhas. É recusar ser pé de microfone e decidir não publicar o que lhe parece não ser notícia.
Felizmente trabalho num jornal que não tem antigos árbitros a analisar lances, que raramente fala de arbitragens e que não dá voz a dirigentes: não escreveu, por exemplo, uma linha das declarações dos últimos dias de Bruno de Carvalho ou Pinto da Costa, e apenas divulgou uma pequena passagem em que Luís Filipe Vieira falava do dérbi.
A linha editorial é só escrever o que os dirigentes dizem da gestão interna dos próprios clubes. Mas infelizmente não somos a regra, somos a excepção.
 Porquê? Quero acreditar que tem muito a ver com a crise na imprensa.
Ainda há dias a Cofina - do Correio da Manhã e Record - despediu 55 pessoas. Há dois anos foi a Controlinveste, de O Jogo, JN e DN. Para o próximo ano pode ser o Público, A Bola ou o Maisfutebol. Sejamos claro: os jornalistas vivem com a corda no pescoço.
O caso da Cofina é paradigmático. Não despediu 55 pessoas porque teve prejuízo, despediu-as porque caiu 14 por cento nos lucros. Teve um lucro de dois milhões de euros, mas para os administradores isso é pouco, significa que não estão a gerir bem a empresa e por isso a solução é despedir pessoas, cortando nos custos com o pessoal.
O que exigem é que os jornais aumentem os lucros, tendo menos gente para trabalhar. Como isso é possível? Não é seguramente fazendo um melhor jornalismo, até porque têm menos meios para isso. A solução é plastificar: dar mais polémicas e sensacionalismos. 
Vamos culpar os jornalistas por isso?
Vamos pedir ao jornalista que viu o colega ao lado ser despedido - e que sente que da próxima vez pode ser ele -, que discuta com o chefe de redacção ou com o director que o jornal não deve publicar um presidente a lançar suspeições sobre outro?
A pirâmide de Maslow explica tudo isto muito bem: ninguém pensa em roupas bonitas quando não tem comida na mesa. Chama-se instinto de sobrevivência.
O que sobra, afinal?
Sobram os adeptos: não aqueles adeptos que vão a todos os jogos , que têm bilhetes mais baratos, transporte pago pelo clube e espaço na bancada para desenvolver actividades de legalidade duvidosa. Sobra o outro adepto, aquele que não ganha nada com o jogo: a não ser uma alma cheia e um sorriso nos lábios.
Sobra você, leitor, que se me está a ler é porque gosta de futebol, caso contrário estaria a discutir a liga da verdade num fórum qualquer. Sobra no fundo você que recusa ser carne para canhão, recusa ser mais um número para as audiências, recusa ser parte da manipulação de massas.
Você que é pai, ou vai ser pai, e não quer que o seu filho seja educado num ambiente de guerrilha como este: um ambiente pesado, cinzento, depressivo. Não quer, enfim, que o seu filho um dia só saiba discutir futebol pelo prisma da arbitragem, sem perceber a beleza do jogo, porque foi a isso que foi habituado durante anos.
Por isso, da próxima vez que alguém quiser comentar a última provocação de Rui Gomes da Silva, diga que não vê esses programas.
Da próxima vez que alguém quiser discutir uma boca de um dirigente, diga que gosta demasiado de futebol para estar a comentar política: mas que está disponível para falar da surpresa que foi aquele livre de Lindelof.
Que está disponível para dividir um garrafa de vinho em torno das memórias que o levaram a apaixonar-se por um clube, que está disponível para jantar enquanto veem o próximo jogo, que está disponível para celebrar o futebol como a amizade: de espírito livre e alma cheia.
Porque só assim é que o futebol faz sentido: no pedestal de jogo mais bonito do mundo."


PS: Como não podia deixar de ser o 'escolhido' para representar os 'maus-paineleiros', foi o Rui Gomes da Silva... senão fosse ele, seria o Pedro Guerra, e se não fosse ele seria o André Ventura...!!! Estes 'tiques' são difíceis de disfarçar...

quinta-feira, 27 de abril de 2017

De boas intenções está o inferno cheio

"Por isso, o melhor mesmo seria saber o que pensa - mesmo - Pedro Proença sobre o presidente do Sporting!

Tendo sido um dos mais ferozes críticos de Pedro Proença, enquanto árbitro, impus-me, a mim mesmo, ultrapassar o que entendi com uma crispação já desnecessária, após o seu abandono.
Depois de uma intermediação (do meu... hoje já famoso... cunhado) acabei por falar, algumas vezes, com Pedro Proença a constatar que a sua preparação e formação poderiam fazer dele uma figura relevante no futebol português.
Esta é a minha declaração de interesses, ... para chegar a este artigo com autoridade moral para escrever o que se segue...
Apesar de empenho que Pedro Proença pôs na aprovação de uma norma só para mim (o art.º 140.º A, do Regulamento de Disciplina), e da mais que previsível campanha (que aí vem) de proibir os programas tipo O Dia Seguinte de terem acesso a imagens dos jogos.
Como se eu fosse o responsável máximo pelo 35 e, agora, pelo possível 36 e tetra (mas fazendo o favor a quem lhe pede isso)!

A declaração do presidente da Liga...
Talvez inspirado pelo espírito de Abril, o presidente da Liga, invocando o prestígio internacional do futebol português, veio, em artigo publicado em A Bola, no dia 26, fazer um apelo ao fair-play, ao respeito, ao bom sendo e... à contenção verbal.
Ora - do que vejo, do que leio, do que sei e do que me contam - o artigo em causa não tem qualquer correspondência com a postura, os actos e os comportamentos do seu autor, no cargo em causa.
Porque estas palavras, agora escritas e publicadas, não coincidem nem condizem - do que vejo, do que leio, do que sei e do que me contam - com o que Pedro Proença afirma em conversas, por certo reservadas, mas com muita gente.
O Presidente da Liga não pode apelar, como o fez, e ser conivente com a instigação da divisão e do conflito gratuito.
O Presidente da Liga não pode ter uma opinião em público sobre o presidente do Sporting que - do que vejo, do que leio, do que sei e do que me contam - é exactamente a oposta da que transmitirá, nesses encontros, a outros dirigentes.

... E a reunião com um presidente castigado
Como compreenderá, o Pedro Proença que acho ser uma pessoa de bem («d'um só rosto, ... de antes quebrar que torcer», para usar a expressão de Sá de Miranda), não pode, enquanto Presidente da Liga, receber, formalmente, o presidente de um clube que acaba de ser castigado pelo Conselho de Disciplina com 113 dias de suspensão!!!
Ao fazê-lo, está a pactuar com alguém que infringiu, de forma grave, a lei, segundo os órgãos disciplinares do futebol português.
113 dias para um infractor, um prevaricador castigado, mas que, ao mesmo tempo despreza a decisão do órgão que tutela a disciplina do futebol em Portugal.
O que não diríamos se, por exemplo, víssemos, nas primeiras páginas dos jornais que usam e abusam desse tipo de notícias, um qualquer chefe de uma qualquer repartição de Finanças aplicar uma sanção pesada a um qualquer cidadão por incumprimento fiscal e, dias mais tarde, assistirmos, numa qualquer televisão, a uma reunião formal do Ministro das Finanças com esse mesmo cidadão, para discutir a situação fiscal do país e ouvir as suas sugestões para o combate à evasão fiscal e ao branqueamento de capitais?
O que diríamos todos nós, especialmente os mais afoitos na crítica de quem anda na vida política, se, no final desse encontro, o cidadão em causa ainda tivesse o atrevimento de prestar declarações publicas a dar lições de moral e ética a todos os restantes cidadãos do país?
Ou se um incendiário reconhecido como tal fosse chamado para dar conselhos aos bombeiros, no combate a um fogo qualquer?
Não, não podemos aceitar, calar e ser coniventes, para não dar a ideia de que, no futebol português... o crime compensa.
Ou, melhor ainda, ... há crime, há punição, mas tudo continua como se não houvesse infractores...

E os outros encontros?
Poderia Pedro Proença ter ficado por aqui... Poder, podia... mas não seria a mesma coisa! O que levará o Presidente da Liga apelar à paz, ao entendimento e ao fair-play, quando, nas vésperas de um jogo que se seria sempre determinante na luta pelo título de campeão nacional (a 5 jornadas do fim), janta com agentes desportivos que fizeram juras de uma santa aliança (que tem de tudo menos de santa) contra o Benfica?
Ou não perceberá Pedro Proença que tais sinais são provas de uma saga divisionista e pouco merecedora de algum crédito para quem deveria ser... e parecer... imparcial?
Eu não quero dar razão a quem, no Benfica, me dizia, de cada vez que o defendia internamente, que terá uma agenda marcada por velhos laços, impossíveis de romper...
Mas como diria António Oliveira Salazar (para citar, pelo que vi nos últimos dias, um dos autores preferidos do presidente do Porto), ... «o que parece, é».

O fim da Liga ou de Pedro Proença?
Ou será que teremos que concordar com aqueles que defendem que a paz no futebol português se fará pelo fim da Liga, ou pelo seu afastamento do cargo que exerce? Para que os defensores desta tese não possam ter razão, há que fazer corresponder as palavras dos actos! As palavras, ditas e publicadas, aos actos e aos comportamentos respectivos!
Porque o castigar com uma mão e perdoar com uma reunião é um caminho que não leva a lado algum!
Esses senhores da guerra do futebol, generais de claques legalizadas que deveriam ser ilegalizadas (mas sempre preocupados com as claques que não precisam dessas normas para seguirem a lei), saem de cada reunião dessas com o ar de quem domina o mundo, como se essa conivência com quem os recebe tenha feito deles verdadeiros... detentores do segredo do Santo Graal... do futebol português!
Ora, que sai assim de um encontro com o Presidente da Liga não pode ter ouvido de Pedro Proença o que Pedro Proença pensa deles (do que vejo, do que leio, do que sei e do me contam). Ou, pelo menos, o que Pedro Proença diz - a outros - o que pensa deles! Por isso, o melhor mesmo seria saber o que pensa - mesmo - Pedro Proença sobre o presidente do Sporting! Já agora, ... num artigo no dia 1.º de Maio (para seguir a saga das datas comemorativas)!
Acabando com a intriga, porque - se assim não for - teremos que dar razão a quem acha que a liga deve acabar!

Benfica e Feirense
agora, para o registo, dois empates marcaram a última jornada. Excelente o do Feirense, fora. Menos bom, o do Benfica. Porque, se o Feirense mereceu empatar, já o Benfica com três penalties - roubadinhos... - merecia ter ganho! Agora, contra o Estoril, vem aí a primeira das 4 finais que faltam.
Rumo ao 36!!!"


Rui Gomes da Silva, in A Bola