"Há várias formas de olhar para o fim-de-semana futebolístico passado e, como é meu hábito, prefiro a optimista. O desaire da nossa equipa foi surpreendente. Mas ainda por terem sido raras as oportunidades de golo criadas em Paços de Ferreira, apesar do domínio exercido ao longo da partida. Pairou o espectro da perda da liderança, algo a que já não estamos habituados há algum tempo.
Se é verdade que, antes de a jornada se realizar, considerei exagerada a certeza com que se atribuía antecipadamente a vitória ao FC Porto frente ao Vitória de Setúbal, evocando, em última análise, Bruno Varela, Fábio Cardoso, Frederico Venâncio, Nuno Santos e João Carvalho, enquanto garante da necessária competitividade da turma sadina, não menos o é que, após o nosso empate, convenci-me de que os três pontos ficariam no Dragão.
Esqueci-me, no entanto, do que pensei no final da temporada passada sobre o que se disse do percurso leonino que, tivera ocorrido um desaire benfiquista, resultaria em título nacional. Ora, correr atrás, para quem não vence há muito ou mesmo algum tempo, desresponsabiliza quem o faz. Ganhar nessas circunstâncias, não obstante merecedor de aplauso, pouco diz da capacidade de resposta à possibilidade real de ter sucesso. Aí, sim, há pressão, e os portistas, como há três anos na Madeira após a nossa derrota horas antes, sentiram-na.
Bem andou o Nuno Espírito Santo a apregoar pressão no nosso lado durante jornadas a fio, para a sua equipa sucumbir ao primeiro teste. Passa também por este dado a minha confiança para o clássico que se avizinha."
João Tomaz, in O Benfica
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