"Por razões bem diferentes, José Sócrates e Luís Miguel Afonso Fernandes foram os portugueses mais badalados na semana passada, E se aqui não virá a propósito falar do primeiro, teço algumas considerações sobre o segundo. O Luís Miguel joga à bola. É um magnífico profissional. Competente, sabedor, inteligente. Não o conheço pessoalmente, mas, como bragantino, deve ser um bom rapaz, correto e respeitador dos colegas e adversários.
O Luís Miguel é o Pizzi do Benfica. Creio que assim é conhecido por causa de um argentino-espanhol, que jogou no Barcelona,: Juan Antonio Pizzi, também conhecido por Lagarto. Esta alcunha sugeria-me derivar para as queixinhas dos queixosos, mas era dar importância ao vácuo. Prefiro antes escrever sobre as pressõezinhas sobre o árbitro em Paços de Ferreira para que mostrasse o 5.º cartão amarelo ao Pizzi, mal ele entrasse em campo. Não há dúvidas que, ao menos, se tem inovado bastante na forma de exercer pressão antes dos jogos. Neste caso, houve vídeos com fartura, houve contabilidade com duas casas para impressionar os pacóvios (até disseram que Pizzi deveria ter já apanhado cartão amarelo em 12 jogos, depois do último atribuído no Dragão, assim batendo todos os recordes!), houve até um jornalista que, num dos canais ora concentrados no quase-futebol totalitário, garantiu que o árbitro era portista e, por isso, Pizzi dificilmente escaparia ao 5.º cartão.
Vitória e Pizzi não cederam ao pânico da coação maliciosa. É certo que o Benfica não venceu, mas apreciei esta atitude, nesta reles atmosfera do nosso futebol, em que quase todos são especialistas em chico-espertices."
Bagão Félix, in A Bola
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