domingo, 12 de março de 2017

E em 2018?

"O futebol português está a cair face a outras ligas, como a francesa ou a russa. O que determina a constatação que 'eles são melhores'.

1. Sim eu sei. Estamos, apenas, em Março de 2017. Mas é neste mês, em rigor na próxima semana, que se decide o futuro europeu do futebol português em 2018. Nas vésperas, esperamos firmemente, do anúncio final da lista de convocados de Portugal para o Mundial da Rússia. Na verdade pode ser em Março de 2017, em razão do resultado do jogo do Futebol Clube do Porto face à Juventus, que ficaremos a saber - ou, então, em caso da eliminação da equipa italiana a aguardar... - o número de clubes portugueses participantes nas competições europeias na época de 2018-2019. Se o Futebol Clube do Porto for eliminado pela Juventus - o que não se deseja, de verdade! - teremos apenas uma vaga directa na Liga dos Campeões e uma outra na Liga Europa. O segundo lugar na nossa Liga deixará de ter presença garantida na fase de grupos e terá acesso, sim, e tão só, à terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões. E, depois, e se a ultrapassar, chegará ao play-off de acesso. E, por outro lado, o terceiro e quarto classificados na Liga - já que o vencedor da Taça de Portugal tem lugar directo garantido! - entrarão na terceira e segunda pré-eliminatórias da Liga Europa. Neste Março, em rigor na próxima semana, saberemos se a porta de entrada na Liga dos Campeões se fecha, ou não, para os clubes portugueses nas competições europeias de clubes. E com a acrescida consciência que na época de 2019/20 a situação se pode agravar no ranking da UEFA. Éramos quintos. Passámos agora para sétimos. E poderemos continuar a descer! É que no final da próxima época desportiva deixará de contar a excelente pontuação obtida em 2012/2013, a época em que o Benfica marcou presença na final da Liga Europa e o Futebol Clube do Porto chegou aos oitavos de final dos Campeões. O futebol português está a cair face a outras ligas, como a francesa ou a russa. Mais do que a Europa a duas ou mais velocidades o que se pressente é a redução significativa da presença de clubes portugueses nos palcos europeus. O que determina a constatação que eles são melhores. Como percebemos em Dortmund. Mas que implica uma acrescida concorrência interna e impõe uma correcta avaliação estratégica de médio prazo para as grandes marcas do futebol lusitano. Em que importa não ignorar o fair play financeiro. Em que é fundamental não empurrar com a barriga questões jurídico-patrimoniais relevantes. Em que é determinante ter consciência das opções da banca portuguesa ou a operar em Portugal e concretizar a substituição da dívida de curto prazo por dívida de médio/longo prazo. Em que, enfim, importa não ignorar que os contratos televisivos recentemente celebrados podem ser objecto de uma invocação de alteração fundamental de circunstâncias para serem modificados. Não digo, por ora, anulados... Nem digo, por ora, que não serão objecto de ponderação circunstanciada, mesmo que de forma indirecta, por parte de cometente entidade reguladora...

2. Esta Europa a diferentes velocidades fez-me retroceder a 1943 e a reler o Decreto 32.946. Aí se distinguiam os desportos. Uns eram de classe A (entre outros o atletismo, o andebol, o basquetebol, o ciclismo ou o futebol) e outros eram de classe B (como a esgrima, o hipismo, o tiro, o ténis de mesa, o golfe ou a pesca desportiva). E esta distinção, como decore de um interessante estudo acerca do Direito e os Desportos, decorria de os desportos de classe A possuírem orgânica hierárquica semelhante, ou seja, na ordem crescente - clube, associação e federação, embora tendo em conta a frequência do esforço e o grau de dificuldade da preparação física - e os desportos de classe B serem aqueles que não tinham mesmo qualquer ordenamento hierárquico ou autoridade centralizada. No futebol europeu, neste futebol europeu, já começa a haver sedimentada uma classe A e uma classe B. e também classes C e D. Como a sociologia identifica para outros estudos, incluindo para a medição de audiências televisivas. O futebol português nesta Europa vive um risco sério. Que exigiria uma reflexão urgente por parte das autoridades competentes e responsáveis do nosso futebol. Resta-nos em termos da Europa do futebol, permitam-me, a alegria de vermos a 21 de Abril próximo o Benfica defrontar o Real Madrid nas meias-finais da já bem conhecida - e reconhecida - UEFA Youth League. E sabendo que a outra meia final oporá o Barcelona ao Salzburgo. O Benfica está, assim, e pela segunda vez, na final four desta jovem competição da UEFA. Um abraço a todos os que concretizaram este importante resultado na pessoa do Professor João Tralhão, o treinador desta equipa vitoriosa!

3. O Benfica amanhã sabe que inicia a face decisiva para a ambicionada conquista do tetra. Depois de Dortmund, e após a vitória no Estoril na primeira mão da meia final da Taça de Portugal, cada jogo nesta Liga NOS determina concentração e superação, empenho e compromisso, unidade e humildade. Agora é determinante, em cada jogo, uma perfeita combinação - simbiose... - entre as bancadas e o relvado. Amanhã com uma Luz cheia e cheia de fervor. No próximo sábado enchendo Paços de Ferreira. Com a consciência que é no arranque de Abril que defrontamos o Futebol Clube do Porto e no final do mesmo mês nos deslocamos a Alvalade. Como escreveu Lao-Tse «conhecer os outros é a sabedoria. Conhecer-se a si mesmo é o sabedoria superior». Estou convicto que este Benfica, todo este Benfica, não deixará de ter presente, em cada momento, as sábias palavras de Lao-Tsé!

4. Ontem, o Feirense de Nuno Manta ganhou, no Bonfim, ao Vitória de Setúbal. Como diria o saudoso meu Pai, 'temos Homem'. Em Março de 2017!"

Fernando Seara, in A Bola

1 comentário:

  1. Fernando Seara devia evitar falar do q não sabe ou não vê - O "Feirense de Nuno Manta" ganhou em Setúbal graças a 1 autogolo do Venâncio, conseguido s/ qq correspondência c/ o "jogo jogado" e beneficiando de uma escandalosa arbitragem q permitiu q o Feirense desse porrada impunemente (s/ mostrar 1 único amarelo!) no meio-campo...

    O Nuno até parece 1 bom rapaz e poderá vir a revelar-se 1 excelente treinador, mas em Setúbal não mereceu ganhar, nem sequer empatar...
    FranciscoB

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