"Nesta jornada do campeonato houve de tudo. Desde logo, um líder à condição à frente do líder sem condição, numa espécie de boletim meteorológico que rapidamente passa do provisório para o definitivo (mas isso é assunto para amanhã).
Houve um Benfica tranquilo e competente, apesar da pressionante frase de Espírito Santo, «o Benfica está atrás, veremos como reage». No Benfica-Nacional estiveram mais pessoas (48.632) do que no clássico do Dragão (48-329)!
Houve um Porto-Sporting que, por um tiquinho, os azuis-e-brancos venceram, apesar de terem parecido o Salgueiros (salvo seja) na segunda parte a defender o resultado e com números impensáveis (Sporting com 60% de posse de bola, 8 cantos contra 2, 12 remates contra 7!). Houve também um tiquinho do árbitro em lances duvidosos e um Tiquinho que,com categoria, marcou os dois golos do Porto. E houve um ticão de Jorge Jesus na incencionice de Matheus e no puxão de orelhas a Palhinha. No fim, abraços e beijos depois de um jogo bem disputado, com um tom de amizade indisfarçada perante o inimigo Benfica. O que já teriam dito os dirigentes do SCP se a mãozinha marota na área do FCP e o segundo golo precedido de falta (?) sobre Palhinha tivessem acontecido contra o Benfica? Agora, silêncio ensurdecedor. Do lado do Sporting, dir-se-á do mal o menos. Perderam, mas o Porto ganhou e está à beira do Benfica. Sim, porque o Porto é adversário, o Benfica é inimigo, tal o ódio que alguns leões evidenciam.
O campeonato ficou definitivamente fraccionado: Benfica e Porto na luta para campeão, Sporting, Braga e V. Guimarães na luta pelo lugar de apuramento para a Champions."
Bagão Félix, in A Bola
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