"Positivo:
5 pontos: Konstantinos Mitroglou
O avançado grego do Benfica não tem a classe de Jonas, a fantasia de Rafa, a explosão com bola de Gonçalo Guedes, entretanto vendido ao Paris Saint-Germain. Tem aquela pose curvada, como se carregasse um peso nos ombros, afaga a barbicha como se tivesse todo o tempo do mundo, por vezes parece jogador de finalização à boca da baliza mas em Braga demonstrou o contrário: assumiu o risco e entrou pelo buraco da agulha. Com apenas dois remates enquadrados com a baliza em dois jogos, Mitroglou garantiu igual número de vitórias importantíssimas para o Benfica, frente a Borussia Dortmund e Sp. Braga. Cinco golos em quatro jogos consecutivos a marcar, 45 em 76 aparições de águia ao peito. Números gordos para um avançado de eleição, a constante num sector que se tem debatido com as ausências de Jonas, a saída de Guedes, a inconstância de Rafa. Mitroglou, esse, tem estado sempre por lá.
4 pontos: Bernardo Silva
Por vezes não conseguimos acompanhar devidamente a evolução de Bernardo Silva com a camisola do AS Monaco. Elemento fundamental na manobra de Leonardo Jardim, leva já 127 jogos pelo clube do Principado, 26 golos, incontáveis assistências e ainda mais pormenores de classe refinada. Aos 22 anos, Bernardo não é uma promessa. É uma certeza. Podia ser encarado na reta final da formação como um criativo sem agressividade em campo, mas o jovem português tem demonstrado o contrário: assume o jogo, procura, cria e não se deslumbra. Pensa o jogo como individualidade mas sempre com o colectivo como prioridade. A exibição no reduto do Manchester City, em duelo épico na Liga dos Campeões (5-3), apenas surpreenderá quem não o conhece. Delicioso.
3 pontos: Miguel Leal
Tem desenvolvido um trabalho muito interessante no Boavista, nem sempre valorizado. Arrumou a equipa, projectou o seu preferencial equilíbrio, sem abdicar de uma noção de futebol positivo que completa bem a postura tradicionalmente intensa da equipa axadrezada. Com cinco pontos nos últimos três jogos, o Boavista chegou aos 29, está na 8.ª posição e lançado para uma época tranquila. Tudo sem excesso de protagonismo, como alguns colegas de classe, apenas com trabalho sério e discreto. Um bom treinador, a justificar o aplauso.
Negativo
2 pontos: Alex Telles
A Juventus já tinha assumido ascendente sobre o FC Porto mas a expulsão de Alex Telles comprometeu definitivamente as aspirações da formação portista nesta Liga dos Campeões. Não há desculpa para a falta de prudência do lateral. Tem 24 anos, jogou na Champions pelo Galatasaray, na Serie A pelo Inter de Milão, não pode ser acusado de inexperiência. Demonstrou uma inexplicável agressividade, pouco habitual no seu jogo, e a equipa pagou a factura. Pediu desculpa, o que lhe fica bem, e tem outro argumento de peso: um bom desempenho até ao momento, para além de entrega à causa, visível na forma como festeja triunfos com os adeptos. Foi, enfim, um dia mau.
1 ponto: Leicester
Um impronunciável Aiyawatt Srivaddhanaprabha procurou justificar uma das decisões mais chocantes de 2017: o despedimento de Claudio Ranieri, a 23 de Fevereiro, um mês e meio depois de o treinador italiano ter sido eleito o melhor do mundo na Gala The Best da FIFA. Há nove meses, levou o Leicester a um incrível – e irrepetível? – título na Premier League de Inglaterra. Está a um ponto da zona de descida, é certo, mas o que ganhará o clube com esta medida, nesta altura do campeonato? Ranieri tinha crédito e conhecimento de causa. Se o sucessor não evitar a despromoção, ninguém perdoará este gesto. Fica para a história do futebol mundial.
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