sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Parar e reflectir. Reflectir a sério

"O Governo não pode demitir-se da sua responsabilidade nesta matéria

Não posso dizer que esteja surpreendido. Há muito que se percebeu que o ambiente criado em torno das arbitragens conduziria, inevitavelmente, ao aumento de ameaças feitas a quem dirige jogos de futebol.
Não é de hoje, nem de ontem. Foi, ciclicamente, assim em muitos outros momentos.
O que mudou foram os meios de acesso que os tempos modernos facultam. Hoje está exponenciado, até ao limite do inimaginável, o acesso fácil e rápido a qualquer árbitro do país. A informação circula instantaneamente. Abundantemente. Excessivamente.
Toda a gente sabe quem são, onde vivem, onde trabalham, onde treinam e até mesmo, em que escolas estudam os seus filhos.
Emails, redes sociais, whatsapps, vibers, sms e afins são meros instrumentos ao dispor de quem tem por hobbie a difusão gratuita do pânico. São facilitadores de quem se entretém a ameaçar, amedrontar, fragilizar, perseguir, assustar.
A verdade é que, de há uns anos a esta parte, tem valido quase tudo: carros vandalizados, paredes pintadas, montras partidas, telefonemas a horas impróprias, dados pessoais divulgados na internet e até visitas de cortesia ao local de trabalho.
A culpa não pode morrer solteira e, quanto a mim, todos sem excepção têm a sua quota-parte de responsabilidade:
1 - Algumas arbitragens não têm sido felizes em momentos importantes das competições e isso é uma evidência que não pode nem deve ser branqueada. É algo que deve, inclusivamente, merecer reflexão profunda do sector. Há por ali pessoas muito sérias, competentes e capazes. Venham as medidas claras que mudem o rumo das coisas;
2 - O comportamento de alguns dirigentes tem ultrapassado os limites máximos da razoabilidade. Tem, sobretudo, contribuído para algumas reacções de ódio manifestadas por franja significativa de adeptos insatisfeitos;
3 - Parte da imprensa continua a ver nessa nuvem cinzenta uma excelente oportunidade de negócio, extravasando não raras vezes o seu dever de informar. Por muito que venda, fomentar o discurso de guerrilha e dar voz/protagonismo a quem quer poluir a opinião pública é prestar um mau serviço à classe e ao futebol.
4 - O Governo não pode demitir-se da sua responsabilidade nesta matéria, sobretudo quando em causa está, uma vez mais, a vida privada de cidadãos. Dos seus cidadãos. Já não se trata apenas de futebol.
5 - Os adeptos - em especial os que insultam  e ameaçam - são os menos culpados. Estão intoxicados, deixam-se manipular por algumas estratégias que, não raras vezes, só pretendem desviar atenções do essencial para o acessório.
Não tenho dúvidas. Este é, sem dúvida, o momento certo para reflexão profunda.
Depois do ruído que começou ligeiro e atingiu esta semana decibéis históricos, depois das incidências desportivas resvalarem, com tanta facilidade, para a segurança e integridade física de pessoas, não há que esperar mais.
Árbitros e a sua estrutura dirigente, responsáveis máximos do futebol, dirigentes desportivos, imprensa, Associações de Adeptos, Treinadores, Jogadores e a tutela deviam sentar-se, de imediato, à mesma mesa para discutir, de forma séria e definitiva, que cancro é este que parece metastizar-se ao segundo, rumo a uma morte anunciada.
E isso nós não queremos. Certo?"

Duarte Gomes, in A Bola

4 comentários:

  1. Os atores e autores deste CIRCO , são bastante conhecidos ; ...pudera não : são sempre os mesmos . Mesmo sabendo que seria arriscar demais , Duarte Gomes deveria ter MENCIONADO OS NOMES desses dirigentes que distilam ôdio..."...numa estratégia para desviar atenções do essencial , ( a falta de resultados...), para o acessôrio..." !!!

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    1. nesses dirigentes também estão os do benfica....

      nomeadamente rui costa que foi castigado por ter insultado dirigentes da liga de clubes,

      e vieira por ser insultado dirigentes da liga de clubes.

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    2. Mentira.
      Rui Costa foi castigado, na base de ter discutido com um dirigente do Arouca.
      Luís Filipe Vieira, foi castigado por um desabafo, no final de um jogo, na zona dos camarotes do Estádio, em privado, onde um dirigente do CA, aparentemente com os ouvidos atentos, acabou por ouvir!!!

      Comparar as declarações públicas de dirigentes, treinadores e jogadores dos Corruptos e do Sporting, com as do Benfica sobre as arbitragens, é um exercício complicado!!!

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  2. Nada é complicado para este zé de fare (escrito com letra pequena...): um provocadorzeco , "desbloqueador de portas abertas". Fala sem discernimento . Falar mal do BENFICA ( com letra grande...) parece-me ser o que o mantém de pé . Se hà adeptos do sporting que não mereciam a presidência de b. de carvalho...outros hà , que não mereciam outra coisa . Manifestamente , é o caso deste zé de fare ( sempre com letra pequena.)Jà agora , deverias procurar espaço para te exprimires nos 'sites' dos bruno-carvalhistas : o MOMENTO DELICADO (com letra grande...)que o sporting està a atravessar , requer uma ATENçÃO PARTICULAR ( também com letra grande...)! Aqui no INDEFECTÎVEL , sempre que apareces , destoas .

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