quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Claro leitor, qual destes treinadores escolheria para a sua equipa?

"O que torna diferentes Rui Vitória, Nuno Espírito Santo e Jorge Jesus? Qual é o melhor para liderar uma grande equipa?

E se estivesse à procura de um (ou de dois) treinadores para a sua equipa, quem destes três, Rui Vitória, Nuno Espírito Santo e Jorge Jesus, escolheria?
Ao fim de 5 jornadas - e já com uma chicotada psicológica (tão previsível...) - desafio-vos, assim, leitores, para um pequeno exercício: quem de entre os treinadores dos três grandes, escolheria para liderar a sua equipa, construir um projecto equilibrado, se tivesse essa responsabilidade... e claro - não vos movessem sentimentos de inveja, nem nenhum complexo de inferioridade por algum dos outros clubes rivais que condicionassem a opção? E, já agora, que não dependesse de um treinador para sobreviver (o que também é importante)...
E também, se cada um dos leitores fosse presidente - independentemente da paixão clubista - dos três treinadores dos grandes (mesmo sendo um deles o melhor do mundo) - quem não escolheria para o seu clube? Qual deixaria de fora? De acordo, com os seus objectivos, mas, também, com os seus princípios, o seu carácter e a sua razão. Como diria Bocage, bem sei que «no mundo há muitos enganos», mas, atendendo à possibilidade de fazer duas escolhas, e meditando no que mais desejariam, o que fariam?

Mas vamos por partes, ou melhor, por treinadores!


Rui Vitória
1. Começo por aquela que é a hipótese mais lógica: a do tricampeão. Bem sei que sou suspeito... E que, quanto a este assunto, me repito várias vezes. Mas, de facto, Rui Vitória é uma ludada de ar fresco, além de ser detentor de uma grande alma benfiquista.
Como afirmou antes de ganhar ao Braga, para o campeonato, «no Benfica somos um todo». Não é Rui Vitória, não é o jogador A ou o jogador B, somos todos um. Porque, correndo o risco de me repetir e de repetir um velho cliché, a união faz a força.
A união do plantel e da equipa técnica, em primeira instância, e a dos adeptos - que na passada segunda-feira, depois de um dia de trabalho, compareceram no Estádio da Luz: mais de 51 mil!
O treinador que, sendo de todos, percebe que só ganha porque todos os seus jogadores se identificam com ele.
O treinador que dá - como é a sua obrigação - oportunidades aos mais novos e que sabe que o azar de uns é a oportunidade de outros, como costuma dizer.
O treinador, ainda, que, apesar de ter sempre presente a sua humildade, desde logo por afirmar que não muda o discurso e que não há campeões à 5.ª jornada, não obstante ser líder, dará, novamente, da concentração e da união de cada um deles, e de cada um de nós, a força de um colectivo.
Porque, no Benfica, o treinador nunca ganha sozinho!
Um treinador que tem o cuidado de apostar, não só nos jovens jogadores da formação, como ainda não tem qualquer tipo de receio (ou de pudor) de escolher jogadores portugueses.
No último jogo, frente ao Braga, o Benfica acabou com seis portugueses em campo: Nélson Semedo, André Horta, André Almeida, Pizzi, Gonçalo Guedes e Zé Gomes.
Escolhê-lo-ia?

Nuno Espírito Santo
2. É um treinador de um clube que fez um grande investimento no plantel para esta nova época! Está a treinar, pela primeira vez, o clube onde jogou muitos anos, o que não impede algum período de adaptação.
Tem uma equipa nova, que se encontra em fase de construção. Mas, apesar disso, é um treinador que não se inibe de dar um murro no banco - como o fez, no último jogo do Campeonato, frente ao Tondela, quando, por circunstâncias óbvias, estava obrigado a ganhar - quando o jogo não lhe corre bem, ou, até, quando os seus jogadores não respondem ao mínimo exigido.
No fim desse mesmo jogo, na flash interview e na conferência de imprensa, assumiu a total responsabilidade pelo resultado obtido.
Um treinador que, depois de perder pontos na última jornada frente à equipa de Petit, não teve qualquer problema em afirmar, publicamente, que, a sua equipa, a continuar assim, não será campeã.
Quem tem uma atitude assim, dando a cara, como responsável máximo, tem, no mínimo, um grande carácter!
Escolhê-lo-ia?

Jorge Jesus
3. Por último, um treinador que puxa dos galões, para se enaltecer, mesmo que isso implique rebaixar os seus jogadores (mesmo os de sua escolha pessoal). Aqueles que deveria defender de tudo e perante todos.
O treinador que se auto-intitulou de cérebro, mas que, recentemente, perdeu (mais uma vez) nos últimos instantes. Nesse jogo, a sua equipa estava a pouquíssimos minutos de conseguir um grande (e histórico) resultado em pleno Santiago Bernabéu.
Mas, ainda assim, e não satisfeito - ninguém sabe com o quê ou quem... - conseguir ser expulso (inevitável será concluir que, lá fora, não há qualquer receio em fazê-lo), quando a sua equipa, mais do que nunca, naquela fase do jogo, precisava da sua ajuda.
Se não tivesse sido expulso talvez não tivesse perdido o jogo da maneira que perdeu!
Ele, fiel a ele próprio - e embeiçado pelos poucos minutos que o separaram da vitória (sempre os poucos minutos finais...) - foi ainda mais longe na conferência de imprensa de antevisão do jogo frente ao Rio Ave, na véspera de uma deslocação difícil. Pois surpreendendo apenas os que se esqueceram, em 48 horas, do que tinha dito em Madrid (eu sei que em espanhol, mas bastante perceptível para um português médio...), veio afirmar que, independentemente dos jogadores que tivesse, o facto de treinar uma equipa faz imediatamente a diferença. Citando-o: «o treinador faz a diferença!»
Ora, sendo ele o factor diferencial - embora não tenha sido isso o que o seu presidente veio dizer posteriormente, reiterando que todos juntos, sem excepção, fazem um plantel de qualidade - fiquei surpreendido como, no dia seguinte, perderam por 3-1, frente ao Rio Ave.
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, mas neste caso, mantêm-se a arrogância e a altivez desmedida, com um ego do tamanho do mundo, como se este não chegasse para ele...
Pois, apesar das suas limitações, não deixará nunca de ser o «rei da selva»...
E como cada um tem a selva que merece...
Escolhê-lo-ia?

Pois, caro Leitor, qual seria a sua escolha?
E, já agora, sem pagar 3 milhões e 850 mil euros líquidos por ano ao treinador que pudesse escolher. Um pequeno detalhe que faz toda a diferença!

PS - Eu sei que ninguém é campeão em Setembro, mas, na verdade, à 5.ª jornada, o Benfica é líder isolado. Vale o que vale, embora se outros lá estivessem, valesse muito mais!
O Benfica, de facto, é muito grande!"

Rui Gomes da Silva, in A Bola

Benfica, Braga, Rafa

"Benfica-Braga foi um belíssimo momento de futebol. Um jogo que superou a maioria dos clássicos entre os chamados grandes, que, salvo raras excepções, têm sido jogos de retracção, medo, tacticismo, onde ninguém quer perder, antes mesmo de querer ganhar.
Venceu o Benfica merecidamente, mas o Sporting de Braga evidenciou porque se aproxima passo a passo dos melhores. Joga com personalidade, um futebol esclarecido, aberto, inteligente. Não foi por acaso que dois dos jogadores que, na segunda-feira, mais brilharam na Luz foram precisamente os guarda-redes.
Foi um jogo com poucas faltas e sem árbitros incendiários, bem arbitrado e melhor jogado, numa partida em que, embora à 5.ª jornada, estava em jogo a liderança.
No últimos jogo, o Benfica pôde, finalmente, apresentar um ponta-de-lança não improvisado - Mitrolgou - e isso fez toda a diferença. Nestes jogos, tem-se visto a importância de, perante uma vaga inusitada e concentrada de lesões, se poder contar com um plantel com muitas e diversificadas soluções.
A propósito de um jogador que transitou de um para o outro dos contendores - Rafa Silva - e que não jogou, por lesão, registo aqui a classe que evidenciou no seu primeiro jogos no SLB, tal qual como se já lá estivesse há muito tempo. Personalizado, tecnicamente evoluído, desequilibrador por vocação, lutador constante. Vai ser um caso sério e muito bem fez a direcção do Benfica em o ter contratado pelo valor mais alto alguma vez realizado entre clubes portugueses. O caro, às vezes, sai barato (acredito que será o caso de Rafa) e, não raro, o barato sai bem caro (Taarabt, é um recente exemplo)."

Bagão Félix, in A Bola

Solidez mental no jovem Benfica

"Ultrapassou limites o narcisismo de Jesus! FC Porto: inesperado decalque de Lopetegui! E não ajustem o menino André da grande área...

Caixote de surpresas. Tondela arranca empate com o FC Porto (na ponta final da época anterior, a sua fantástica recuperação fugindo à queda na II Liga incluiu vitória no Dragão!). Rio Ave derrota o então líder Sporting, estando este supostamente ainda mais empolgado pela estupenda jogatana que acabara de realizar em casa do Real Madrid. E eis o Benfica, numa só jornada conquistando nada menos de 8 pontos!, a saltar para a frente do campeonato.
Tratando-se do tricampeão, deveria ser normalíssima esta liderança. Mas não é... Face ao maremoto de lesões que, no último mês, arrasou quase meio plantel, com impressionante máxima tónica em 4 avançados goleadores!, admirável, pura proeza, é, sim, a resistência benfiquista - sofrimento tão invulgarmente sem queixumes,,, -, premiada com regresso ao topo!
Frente ao SC Braga, regresso de Mitroglou aconteceu em dia D. Porque, não esquecendo as cruciais defesas de Júlio César, sem o avançado grego o Benfica não teria ganho (minha convicção). Ou a decisiva importância de um puro ponta de lança.
O Benfica tem equipa jovem, muito jovem; perante o Besiktas, média de 23 anos, com 7 jogadores abaixo dessa fasquia... Daí tanto impressionar a sua robustez mental. Que lhe permite travessia, com tranquilidade digamos insólita, deste calvário de baixas clínicas em inédita dimensão. A robustez mental que, frise-se, foi alicerce do antetior título, depois de catastrófica pré-temporada e penoso arranque de campeonato.
Rui Vitória tem mesmo de ser excelente condutor de homens; neste caso, muito especialmente de tantos jovens. Aliás, valha a verdade, demonstrara-o em Guimarães, num trabalho de fundo que lhe valeu entrada na Luz - bem difícil responsabilidade de pegar no bicampeão... e em tempo de tempestade pela efervescente saída do treinador. No V. Guimarães, Rui Vitória chegara em simultâneo com o caos financeiro que afastou os melhores/mais caros futebolistas. Teve de ir buscar 9 miúdos à equipa B (!), fez surpreendente bom campeonato e conquistou Taça de Portugal... frente ao Benfica.
O tricampeão está resistindo tão bem ao tal maremoto de lesões que tem agora mais 4 pontos do que tinha há um ano (5 jornadas). Bom indício é. Só que escorregadelas espreitam a cada semana (Chaves, recém-promovido e ainda invicto!, já a seguir), disso o V. Setúbal fez prova na Luz... e Tondela e Rio Ave decidiram não lhe ficar atrás.
Este campeonato promete ser reedição do anterior, tão escaldante! Quicá ainda mais, tão provável o renhidíssimo despique pelo título crescer para 3... Com SC Braga e vários dos pequenos firmemente dispostos a fazerem mossas nos protagonistas de topo.

Jorge Jesus teve fulgurante castigo. Violento trambolhão no seu narcisismo, habitual, mas que, desta vez, no espaço de apenas 3 dias, ultrapassou os mais amplos limites. Primeiro, aquela tirada em Madrid: se estivesse no banco nos últimos minutos, o Sporting não teria perdido. Inaceitável! Porque se fez expulsar (não lhe acontece só em Portugal...; e já declarou não corrigir comportamento!) e porque tal afirmação é nunca antes ouvida desconsideração de técnico principal ao seu adjunto! De seguida, de mal a pior: o Sporting tem melhor plantel? Não. A diferença está no melhor treinador. O balneário deve ter gostado imenso! Veio de lá o Rio Ave... Súbito eclipse do melhor treinador. Perdão, ressalta o óbvio: culpa da derrota só dos jogadores pode ter sido...
Levo anos tecendo rasgadíssimos elogios ao excelente treinador Jorge Jesus. Outra coisa é o seu execerbadíssimo egocentrismo, congénito, mas agora acelerando para níveis de insuportável! Digo eu... tentando pôr-me no lugar da sua equipa (?) téncica e dos seus jogadores. Mas se gostarem assim...

Nuno Espírito Santo está, muito insolitamente!, a resvalar para decalque de Julen Lopetegui. Experiências e mais experiências, mudando de esquema táctico e de onze jogo após jogo. Equipa às aranhas num rol de confusões. Acredito na capacidade deste jovem líder técnico, deve é dar muito jeito definição... rápida.
Pormaior: André Silva possui evidentíssimo talento, é crucial projecto de senhor ponta de lança, essa inexistência no fuebol português; apetece pedir ao treinador que não o disperse, e desgaste, com demasiado afastamento da grande área..."

Santos Neves, in A Bola

A causa Tarantini, contracrónica da vida de Totti

"A contracrónica da vida de Totti não tem paixão, busca lucro, quer dinheiro. Amor? Na cama. Dedicação? Ao próprio. E à família, quando há. Francesco é um homem unânime. Os outros são oposto. Se Totti é um tirambaço, os outros são cafofa.
A bola tem os seus amantes. E estes amam Totti. Não pela piada que tem, pelos golos, ou pelas feições. Amam-no por significado. O deuz da Roma, sem gralha, é a arte do sonho e fantasia, é imaginação de se viver para sempre num só clube. Totti é romantismo. O dele e o nosso, amantes.
Os outros, como disse, são uma história contrária. Realismo por oposição ao racionalismo. Na literatura, no futebol. A razão por base.
É aqui que entra Tarantini.
A causa do médio do Rio Ave preferência o raciocínio.
«Acredito que a esmagadora maioria dos jogadores que fazem uma carreira ao mais alto nível por cá não consigam ter um pé-de-meia vitalício. E isso levanta um grande problema que tem que ver com a preparação dos profissionais de futebol para um pós-carreira com estabilidade e independência financeira. Além disso, há que sensibilizar esta nova geração desde cedo para as dificuldades desta profissão
Todos nós, amantes, queremos Totti. Queremos que o nosso capitão dure para sempre no nosso clube. Que um formando do Seixal, Alcochete ou Olival seja ele próprio uma jura de amor eterno. Quando o contrário sucede, a conta é paga em raiva. Insulto, fúria. Ódio. As traições clubísticas encerram todas as fatalidades do mundo da boca para fora.
Voltemos à razão. Essa coisa cruel. Um jogador que atraiçoe o clube – e aqui seja por um rival, seja por um clube de menor dimensão histórica, mas com mais dinheiro - merece um desdém eterno? Merece que o digam insensível, frio, e outras coisas piores?
A brutalidade da história de Paulo Morais sempre me fez pensar. E o que o Vítor Hugo Alvarenga escreveu depois também. «O futebol usa e deita fora.» É por isso que a opção racional tem de imperar.
E essa opção até pode ser como Totti. Ficar. Ficar para sempre. Desde que se tenham pesado os prós e os contras. Mesmo que seja um ato de egoísmo para com o romântico adepto.
A carreira é curta. Em Portugal, sobretudo, os salários dos futebolistas são baixos e a oferta de outro emprego uma raridade para qualquer profissão. Por isso, Tottis por cá é coisa difícil.
Cada caso é um caso, mas, no fundo, quando essas traições acontecem, os futebolistas podem estar apenas e só a fazer aquilo que Tarantini e Vítor Hugo Alvarenga lhes dizem: «Pensem na vida enquanto sonham com o futebol.»
E isso, perante a histórias dos Paulos Morais, nunca poderá ser criticável, por muito que amemos Totti."

Vitória... com muitos golos !!!

Benfica 34 - 29 Belenenses
(18-13)

Jogo menos conseguido, mas o mais importante era o regresso às vitórias! Agora, sofrer 29 golos do Belenenses, é mau sinal...!!!
Começamos a perder por 0-4 (!!!) mas depois marcámos 9 de seguida!!!!!
Continuamos a demonstrar fragilidades nos 9 metros, e continuamos a ter 'problemas' quando estamos em superioridade numérica...!!!!!!

PS: Uma nota, para a boa pré-época da nossa secção de Basket. Mesmo com vários jogadores nas Selecções (só agora temos todos disponíveis...).
Ganhámos os dois jogos do Torneio Internacional realizado na Luz, contra duas boas equipas, que provavelmente ganhariam a qualquer outra equipa portuguesa!
Hoje, contra uma das melhores equipas Angolanas, num jogo muito intenso, contra uma equipa muita agressiva, forte fisicamente, ganhámos bem... e ainda falta o Raivio que tem estado lesionado!