domingo, 10 de julho de 2016

Campeões Europeus !!!

E o improvável aconteceu mesmo!!!
A vingança de 2004 caiu em cima dos Franceses... o Éder transformou-se em Charisteas... e Portugal finalmente, vence uma grande competição de Selecções seniores: Portugal é Campeão da Europa!!!

Independentemente das outras variáveis, a grande diferença neste Campeonato, para todas as outras desilusões anteriores, foi o Fernando Santos!!!
Ousou optar por uma estratégia de jogar 'feio'... e foi este pragmatismo, que levou Portugal ao título, as individualidades apagaram-se, e a consistência defensiva, deu-nos a oportunidade de vencer os jogos...!!! Em 7 jogos, vencemos 1, nos 90 minutos... extraordinário!!!

Somos actualmente Campeões da Europa absolutos, somos Campeões Europeus de sub-17, amanhã vai começar o Europeu de sub-19 onde temos reais chances de vencer... chegámos à Final da Europeu de sub-21 o ano passado... e se os Clubes permitirem podemos lutar pelo título Olímpico no próximo mês... num País onde o campo de recrutamento é cada vez menor, temos sabido aproveitar bem o filão Luso-Africano e os jogadores filhos de emigrantes... É um trabalho, da FPF mas principalmente dos Clubes...!

Viva a Portugal... para ser mais correcto: Viva a Lusofonia, porque a festa não tem fronteiras... aliás, estes 23 são bem o espelho da Lusofonia!

Histórico !!!

Dia histórico para o Atletismo Português! Independentemente de todos os condicionalismos deste Campeonato da Europa (nas vésperas dos Jogos Olímpicos... ausência dos Russos!), não podemos desvalorizar estes resultados: 4 medalhas de Ouro e 2 de Bronze... além de outros resultados brilhantes nas Finais..

Começo por dar os Parabéns à Sara Moreira e à Patrícia Mamona pelas Medalhas de Ouro e à Jéssica Augusto pelo Bronze!

Pela primeira vez na nossa História, temos uma medalha nos lançamentos! Tsanko Arnaudov que com uma evolução tremenda no último ano, chegou ao Bronze com 20,42m logo no primeiro ensaio!
Outra evolução espectacular no último ano, foi a da Marta Pen. O 5.º lugar na Final dos 1500m deve saber a Ouro! Numa corrida muito táctica a Martinha 'alterou' a estratégia na última volta, arriscou... e 'sacou' um excelente 5.º...


5.º lugar com recorde pessoal, não se podia pedir mais a Susana Costa no Triplo, 14,34m...Temos 3 dos melhores Triplistas do Mundo, quem diria...!!!

Logo pela manhã, na Meia-Maratona feminina, além do Ouro e do Bronze individual, Portugal conseguiu o título individual, com as nossas Dulce Félix (12.ª) e Vanessa Fernandes (60.ª)... além da nossa ex Marisa Barros (46.ª).
Na Meia-Maratona masculina, as coisas correram muito mal... um espelho do actual valor do nosso Meio-fundo/Fundo masculino...! Rui Pinto (35.º), Samuel Barata (63.º) e Rui Pedro Silva (76.º).

Ontem, não me referi às estafetas por esquecimento, mas os resultados foram medianos/maus: Diogo Antunes e Arnaldo Abrantes nos 4x100m; e a  Dorothe Évora e a Rivinilda Mentai nos 4x400m com a melhor marca do ano, mas mesmo assim soube a pouco...

Nestes Campeonatos da Europa 'diferentes' por diversas razões, tenho que mais uma vez, destacar negativamente a realização televisiva!!! Como tem sido hábito, mais uma vez não tivemos os Concursos em directo!!! Esta nova filosofia de transmissões começou num Mundial na Coreia, Daegu creio, desde então tem sido uma desgraça... dão prioridade a super-slow-motion e a entrevistas cheias de banalidades em vez de mostrar as provas em directo... Hoje, o Tsanko com o Bronze, e não mostraram um único lançamento... e os saltos da Susana e da Patrícia só em diferido!!! Ridículo...


PS: E já não é novidade, mas tenho a felicidade de anunciar que o Benfica sagrou-se hoje, Campeão Nacional de Juniores, em Masculinos e em Femininos!!! Parabéns a todos os envolvidos...

De Paris a Dili

"1. Hoje, de Paris a Dili a língua que, com os seus diferentes cantares, nos aproxima vencerá a enorme distância que nunca nos afasta. E que sempre, mas sempre, nos aproxima. Em momentos tão inesperados quanto singulares. Hoje, seremos milhões de portugueses a partilhar vontade e crença. Sabendo que não há nunca vencedores antecipados! Todos acreditamos na nossa vitória. Que será bem difícil. Todos. De Lisboa ao Porto, da Meda à Ericeira, de Viseu ao Funchal, de Ponta Delgada a Sintra. Hoje, outros milhões de amantes da nossa Selecção e falantes da nossa língua estarão connosco. Na crença e também na vontade de conquista. De Luanda à Praia, de Maputo ao Príncipe, do Rio de Janeiro a Bissau, de Malaca a Macau, de Goa a Boston. Todos, todos mesmo, iremos partilhar, ao vivo, pela televisão, pelos novos meios e novas formas de comunicação ou pelas velhas mas renovadas ondas da rádio, o jogo da nossa Selecção. Se na semana passada, com convicção, aqui escrevi «até Paris» hoje aqui digo que acredito que em Paris viveremos, hoje, uma alegria imensa. E bem intensa! A nossa Selecção, com mérito, conquistou o direito de estar na final deste Europeu. Com um golo fantástico de Cristiano frente a Gales. Um golo à Air Jordan. Tal a impulsão, a força e o gesto! E hoje numa final que será vista por mais de trezentos milhões de telespectadores toda a nossa Selecção mostrará a sua personalidade e a sua maturidade, a sua inteligência e a sua experiência, a sua irreverência e também a sua criatividade. E, se for o caso, e de novo, a sua originalidade! E qualquer que seja o resultado final do jogo de hoje esta Selecção merece o nosso profundo reconhecimento e o nosso sentido agradecimento. Merecem, todos - de Fernando Gomes a Fernando Santos, de Cristiano Ronaldo a Renato Sanches, de Rui Patrício a Nani, de Eduardo a Ricardo Quaresma, de José Carlos Noronha a António Gaspar, de Tiago Craveiro a Humberto Coelho, entre todos os outros, também importantes, que integram a comitiva da Selecção - ser recebidos, amanhã em Lisboa, com intenso calor humano e com um contagiante entusiasmo. Pelo que fizeram, pelo que nos proporcionaram e pelos momentos de identidade e de felicidade que suscitaram. E que levaram tantos e tantos a tentar perceber, por uma vez, a força agregadora do futebol. E o espírito de união que saltou, numa vertigem única, da equipa para as ruas e praças do Mundo mostrou e demonstrou a força singular do futebol. Mas se, como ambicionamos e legitimamente sonhamos, vencermos, no seu estádio de referência - o Estádio de França! - a selecção anfitriã, acreditem que um enorme e apertado abraço - e verdadeiras lágrimas - juntará todos aqueles que em Paris aplaudirão os vencedores e que em Dili, já na alvorada de segunda-feira, motivará milhares de timorenses a sair para as suas ruas livres com aquela emoção que este Europeu e o percurso da nossa Selecção desencadeou e multiplicou. E ajuda a explicar um feito que também eles, de forma singular, igualmente sentem como deles. E que na minha modesta opinião deveria levar a nossa Selecção, em tempos próximos, a Timor Leste! Mas também aquele cantar liderante da jovem portuguesa ou aquelas palavras, roucas de emoção, do jovem de origem portuguesa nas proximidades do centro de estágio da nossa Seleção, são momentos únicos e irrepetíveis deste Europeu. Como o senti e partilhei, de forma evidente, na cidade de Marselha no jogo contra a Polónia. Onde também éramos bem minoritários...

2. Por mim, estarei hoje ao final da tarde a cantar, com força e verdadeira emoção, o nosso Hino naquele emblemático estádio. No meio de milhares que comigo partilham o gosto pelo futebol e o sentimento de orgulho pela proeza desta selecção. E vibrarei, acreditem, com a cautela da nossa Selecção. Sentirei o seu cuidado e a sua serenidade perante a equipa e o ambiente franceses. Perceberei se não jogarem bonito. Digo mesmo: joguem, se for preciso, feio. Joguem mesmo! Aplaudirei, com fervor, os nossos golos e, se necessário outra defesa impossível de Rui Patrício em nova decisiva grande penalidade. Como o fiz abraçando o Bruno e o Nuno em Marselha! E no final, no final mesmo, perante os medíocres da palavra, escrita ou oral, proclamarei, com elegância, que o sonho, o sacrifício, a determinação e a fé - sim também a fé! - venceram a arrogância e a superioridade. Que é sempre bem transitória... Como a história, sempre fria, objectivamente regista!

3. O que igualmente todos sabemos é que cada membro da nossa Selecção, e cada um na sua específica e competente missão, tudo fez - e fizeram! - para dignificar Portugal. O que assumimos, e recordaremos, é que cada um soube conjugar sofrimento com humildade, talento com vontade, confiança com esperança, coração com determinação. E cada gesto de partilha, de generosidade e de agradecimento da nossa Selecção foi um gesto de conquista e de entusiasmo. E houve, reciprocamente, motivação e retribuição. De dentro para fora. E também de fora para dentro! Principalmente em Marcoussis, ponto de encontro de afirmação, de ambição e da saudade! Agora que chegámos à final permitam-nos, a nós que desde o arranque não duvidámos, que o sonho nos leve hoje de Lisboa a Paris. E que regresse concretizado, em euforia controlada, de Paris a Lisboa. De manhã, na ida, ali bem perto do céu, rezarei por Portugal. Com a minha íntima fé. Com a certeza que todos na Selecção acreditam que é possível conquistar este Europeu. E acreditando nesta Selecção, estamos certos que cada jogador, mais ou menos jovem, terá mesmo naquele Estádio de França, uma «alma para além de Almeida». E, no final, as nossas lágrimas de alegria serão, também e justamente as lágrimas de Ronaldo. E de toda a Selecção! E como nos ensinou, também num momento delicado da nossa vida nacional, o nosso Padre António Vieira «o maior mérito das ações heroicas é fazê-las»! É o que importa fazer. Eu acredito! Como todos aqueles milhões que num abraço interno se juntarão em fusos horários diferentes, de Paris a Dili. E com uma intensidade impressionante neste pátrio retângulo que é a nossa âncora, a nossa lareira e o sempre o nosso aconchego!"

Fernando Seara, in A Bola

Final feliz

"Portugal está a noventa minutos de escrever uma história perfeita, com vilões, heróis e uma reviravolta inesperada no fim

Como quaisquer vizinhos que se prezem, os ingleses conhecem os franceses de trás para a frente e, sempre que não estão ocupados a invadi-los ou a ajudá-los a expulsar os alemães, costumam brincar com eles dizendo que a única forma de matar um francês é disparar cinco centímetros acima da cabeça e acertar-lhe em cheio no complexo de superioridade. Quis começar por aqui porque achei que seria reconfortante confirmarmos as suspeitas de que não somos os únicos a achar que eles têm a mania. Ora, é impossível ignorar que há qualquer coisa de literário, no sentido épico da palavra, nesta oportunidade que Portugal conquistou para si próprio de fazer os franceses engolir todos os narizes torcidos e todos os olhos revirados e todos os "dégueulasses" que passaram o último mês a despejar nas críticas sobre o futebol praticado pela Selecção. De tal maneira que o único final feliz para uma história tão bem escrita era Ronaldo pegar nessas críticas todas e usá-las como trampolim para chegar outra vez ao terceiro andar, como aconteceu no golo que marcou ao País de Gales, e ali, mais ou menos cinco centímetros acima da cabeça dos franceses, acertar-lhes em cheio onde lhes dói mais."

Jorge Maia, in O Jogo

Invasões de campo

"Durante este EURO 2016 tivemos oportunidade de visualizar, durante, antes ou depois de alguns jogos, entradas em campo por parte de adeptos para estarem perto dos seus ídolos. Seguia-se uma comunicação da UEFA advertindo da instauração de processos disciplinares às federações a que respeitam as equipas visadas pelos adeptos.
Esta situação causa alguma estranheza. Pelo simples facto de um adepto ter, por exemplo, uma camisola de determinada selecção e decidir entrar no campo, a federação é automaticamente punida? 
O Regulamento Disciplinar da UEFA é claro. No artigo 16, relativo à ordem e segurança nos jogos das competições europeias, é definido que os clubes anfitriões e associações nacionais são responsáveis pela ordem e segurança tanto dentro como em redor do estádio antes, durante e depois dos jogos. Estas entidades são responsáveis pelos incidentes que ocorram e sujeitos a medidas disciplinares, a menos que consigam provar que não foram negligentes na respectiva organização.
No entanto, existe uma espécie de responsabilidade objetiva, independente de culpa, no que toca a alguns comportamentos inadequados dos adeptos. O mesmo artigo estipula que todas as associações e clubes são responsáveis por alguns desses comportamentos e podem estar sujeitos a medidas disciplinares, mesmo que provem a ausência de qualquer negligência na organização do jogo. É o caso da invasão ou tentativa de invasão do campo de jogo, mas também do arremesso de objetos, iluminação de fogos de artifício ou quaisquer outros objetos, perturbação durante hinos nacionais, entre outros comportamentos."

Marta Vieira da Cruz, in A Bola

Benfiquismo (CLVII)

Este golo além da vitória neste jogo,
provou,
que mesmo quando tudo parece estar contra...
... é possível triunfar !!!