quinta-feira, 14 de abril de 2016

Mais uma noite de Champions (E, na Luz... cumpriu-se o destino, que terá, um dia, de mudar!)

"Duas equipas de grande nível e alguns dos melhores na Luz; e um resultado negativo, mas com respostas para vários destinatários.

Noite sem sorte
Ontem, ... enorme Benfica!!! Num grande jogo de futebol, entre duas das oito melhores equipas da Europa, o Benfica deu um enorme exemplo de crença e de humildade. Mas mais que isso: da enorme alma benfiquista que existe em todos e em cada um de nós!!!
E, talvez, mesmo, mais que isso: um jogo de emoções fortes, onde voltamos a reescrever parte de uma história, apenas ligeiramente abalado com o facto de não termos seguido para as meias finais da Liga dos Campeões, perante o todo poderoso e temível Bayern de Munique.
Duas equipas de grande nível, com personalidade e grande qualidade futebolística, num palco de sonho. No relvado da Luz, alguns dos melhores jogadores da Europa. Um resultado negativo, mas com respostas para vários destinatários.
Em primeiro lugar, uma resposta para os adeptos! A fantástica massa associativa que não me canso de elogiar... Mais uma vez os adeptos, foram gigantes no apoio à equipa, embalando-a, com toda a fé, para aquele que era o desejo de todos nós... o da vitória. Adeptos esses que demonstraram que as meias poderiam ser o próximo desafio... Assim não quis o destino... cabendo a cada um de nós definir o que entendemos por... destino!
A cada um dos mais de sessenta mil espectadores da noite de ontem - e aos milhares que também lá queriam estar - só posso dar a garantia de que... vamos continuar juntos!!! Por muito que isso custe aos nossos adversários, aos que, nos outros lados... invejam a nossa grandeza. Numa união e sintonia perfeitas com dirigentes, equipa técnica e jogadores.
Resposta, também, para o próprio plantel e equipa técnica, que acreditaram, lutaram e nunca esmoreceram, fazendo dessa união um dos seus pontos fortes, uma arma permanente.
Embora não seja um fator totalmente decisivo, a união e entreajuda que se vive no clube é fundamental para que, perante tantas adversidades - lesões prolongadas e castigos disciplinares de alguns titulares da equipa - noites de gala, ou jogos de luxo, como o de ontem, possam acontecer.
Não nos sorriu o resultado, nesta edição da Liga dos Campeões, mas, um dia, estou certo, acabará por sorrir.
Acima, talvez, dessa união só um outro grande factor decisivo: o facto dos jogadores perceberem imediatamente e sentirem verdadeiramente os valores do clube, ainda que não sejam, como é evidente - para alguns - do Benfica desde pequeninos.
É essencial perceber logo o que é e o que representa jogar no Benfica e sentir o peso da camisola. E isso não depende, apesar de tudo, deles, mas da estrutura que transmite a mística benfiquista e que há muito percebeu que esse é o caminho...
Depende, ainda, dos adeptos - sempre fundamentais - que com as suas manifestações de apoio, quer no Estádio da Luz, quer nas deslocações fora, demonstram (e ensinam!) aos recém-chegados o que é ser do Benfica.
Uma resposta, por fim, para todos aqueles, sem exceção, que sempre acharam que seriamos goleados nesta eliminatória, talvez por ter sido esse o desfecho recente deles com o Bayern. Não o fomos... mas isso não nos desobriga de assumirmos, com a tristeza com que essa realidade se vive num clube com a dimensão do Benfica... a derrota!

Possibilidade de ganhar a champions... Parte II
Mas, ainda a propósito de ontem... da nossa participação deste ano na Liga dos Campeões podemos retirar uma só certeza. Não será loucura tão grande, assim, alimentar o sonho de ganhar, novamente, a Liga dos Campeões. Como tenho vindo há muito a referir. Apesar de, este ano, termos tido um plantel bem inferior ao de outros anos, num passado recente... Anos de luxo e de grande investimento em que não ganhámos, sequer, uma das duas finais em que estivemos, na Liga Europa, numa evidente demonstração das reais capacidades de comando de quem as tinha, na altura... ou da falta delas! 
Também por isso, deixem-nos sonhar!
Bem sei do cepticismo de alguns, que encaram essa visão como uma impossibilidade para o espírito humano... ou, no caso, para o espírito benfiquista.
E não me venham com histórias! Hoje, no Benfica, não se pode defender, quanto a este assunto, duas teses opostas, embora igualmente válidas. Terão, por isso, os cépticos - felizmente, cada vez em menor número - de abandonar as suas dúvidas metódicas.
Indo ao encontro da minha tese, recentemente José Mourinho afirmou que o Benfica «pode sonhar na Champions», uma vez que chegou aos quartos de final. E como tem razão... Se não acreditarmos (muito) que é possível vencer a Liga dos Campeões e se não fizermos também da ambição dessa conquista um objectivo permanente de época - ou até de vida - nunca a iremos vencer!
Até porque - como sempre digo, em relação a tudo na minha vida - 'nem sempre consigo o que quero, mas nunca consegui o que nunca quis'!
Percebido?

5 finais
Regressando ao que se vai passando por cá... O tricampeonato está cada vez... menos longe. Mas não os enganemos: irão fazer tudo, tudo mesmo, para que não sejamos nós a ganhar!
Em Coimbra, o Benfica fez um bom jogo, não obstante as compreensíveis limitações físicas - não jogamos apenas uma vez por semana - com a natural superioridade e coerência que nos vem habituando, contra uma equipa fechada, com um bloco baixo, bem posicionada e disposta, apenas, a explorar o contra-ataque. Tivessem jogado assim a época toda e a segunda liga não estaria, por certo, mesmo ali... ao virar da esquina (pese embora e enorme simpatia que tenho pela Académica... e por tudo o que ela significa). Grande vitória da persistência, da competência, da capacidade de sacrifício, da crença e da raça imposta em cada lance... Enorme atitude em Coimbra, à Benfica, à semelhança do que tem acontecido regularmente. Uma vitória, por isso, merecida, que prova que vale sempre a pena lutar e acreditar até ao fim.
Um jogo, onde uma vez mais, o estádio do clube adversário foi transformado num pequeno Estádio da Luz!
Fantástico o apoio dos nossos adeptos, que vão atrás da equipa, faça frio ou calor, chuva ou sol... e que mereceram aquela vitória arrancada a ferros. É também dessas vitórias que se fazem os campeões!!! Do jogo em Coimbra, ficam, também, as evidências do bicampeão português. 
Continuamos a ter o melhor ataque, com 78 golos... e a melhor defesa, com 20 golos sofridos!!! 
Continuamos, entre outras tantas coisas, a ser a melhor equipa em casa e... a melhor fora.
À Benfica!
Depois de mais uma vitória, já só faltam cinco finais!!!
Mais ainda faltam cinco finais... até porque não há jogos fáceis, nem equipas pequenas.
Cinco finais dos doze jogos consecutivos, até ao final do campeonato, que o Benfica teve e terá que ganhar... para ser tricampeão!
Ainda que a luta deste campeonato tenha ficado oficialmente após esta jornada, reduzida a duas equipas...
Quanto a nós, apenas temos de continuar com a mesma atitude e garra até aqui demonstradas. Rumo ao TRI!!!

A classe e experiência de uns, à... perda de tempo de 'outros'
Do jogo de Coimbra, retivemos, por fim, o regresso do capitão Luisão aos convocados, quase cinco meses depois!!!
O retorno do patrão da defesa à competição, que, não obstante a sua prolongada ausência, nunca deixou de ser um líder e uma voz de comando no balneário.
E como precisam, as equipas, de vozes experimentadas quer na alta roda do futebol, quer com história no Benfica... como a de Luisão.
Ou, noutra perspectiva, como Júlio César e do conforto que dá aos mais jovens, com toda a sua experiência e toda a sua classe. Contamos com eles, claro, como com todos os outros, para atacarmos o... 35!
Mas - à guisa de exemplo do que não queremos ver nos estádios portugueses - retenhamos o antijogo que vamos vendo em todos os jogos em que um clube grande não está a ganhar com um clube pequeno.
É um caso único no futebol europeu. E nem me digam que não referiria o mesmo se se tratasse de uma situação em que os papeis estivessem invertidos. Porque toda esta sem vergonha só acabará quando os árbitros - todos, sem excepção - tiverem a coragem de conceder, como tempo extra, os 12 ou 15 minutos de paragens que as equipas que não estão a perder... perdem. Porque, como se viu no jogo de Coimbra, todas aquelas perdas de tempo não passaram disso mesmo!
Então não é que, quem passou o jogo todo a inventar lesões em todas as zonas do corpo, nos últimos 11 minutos (os 5 que faltavam para os 90, depois do golo de Raúl, e os 6 dados de compensação), não teve qualquer recidiva dessas lesões nem outra qualquer nova que nos pudesse surpreender a todos? 
Enquanto não acabarem com isto, a vergonha do crime que compensa nunca mais acabará. Até porque... vamos ter disto até ao fim. Em cada e por cada uma das... 5 finais que nos faltam.
Vamos à próxima, BENFICA!!!"

Rui Gomes da Silva, in A Bola

'You'll never walk alone' à portuguesa

"Depois de ter perdido por 0-1 na primeira mão em Munique (e o Bayern há 33 anos que não é eliminado depois de arrecadar, em casa, essa vantagem) o Benfica enfrentou o jogo de volta, na Luz, penalizado pela ausência de três titulares de referência, Gaitán, o melhor jogador encarnado e a dupla atacante maravilha, formada por Jonas e Mitroglou (48 golos na Liga portuguesa). Defrontando uma equipa que se deu ao luxo de fazer entrar, ao longo da partida, Lewandowski e Gotze, a sorte do Benfica parecia semelhante à da pescada, que antes de o ser já o era. Porém, apesar de não ter conseguido aceder às meias-finais da Champions (que diabo, o Bayern é superior!), o Benfica saiu de cabeça bem erguida da prova e teve a satisfação de ter sido embalado pelo canto dos adeptos na ponta final da partida, um «Tu és o meu amor, Benfica» que soou ao mítico «You'll never walk alone», inscrito em ferro forjado nos portões de Anfield, que os adeptos do Liverpool dedicam aos reds nos bons e maus momentos.
Creio, com a mesma veemência com que assumi, depois de Munique, que o Bayern tinha goleado o Benfica por 1-0 (vantagem da equipa mais apetrechada sem ter sofrido golos), que desta feita, na Luz, o Benfica ganhou por 2-2. Os jogadores em risco (Gaitán e Mitroglou) foram salvaguardados, os que foram chamados ao palco bateram-se como gigantes e o elo entre jogadores e adeptos, fundamental para a reta final do campeonato, saiu muito reforçado.
E será que o Benfica podia ter eliminado o Bayern? Tinha algumas hipóteses, poucas. Precisava, e não teve, que a estrelinha da sorte tivesse brilhado com outra intensidade, por exemplo quando, logo aos dois minutos, o livre de Eliseu foi desviado para fora da baliza e não para dentro; ou, aos 30 minutos, quando Jiménez teve o 2-0 nos pés e o remate saiu com pouca força, fácil para Neuer. Feitas as contas, o Bayern passou com mérito. E ao Benfica descobriram-se méritos desconhecidos."

José Manuel Delgado, in A Bola

Benfica europeu

"O Benfica sai da Champions pela porta grande e de pé. O temível Bayern passa por um golo e com a proverbial ajuda dos árbitros, lá num penalty igual ao que favoreceu o mesmo Bayern contra a Roma e cá com a habitual inclinação na dúvida e uma expulsão por assinalar.
Reconheçamos que os bávaros são melhores. O que não quer dizer que o Benfica não os pudesse ter eliminado. E a tese - tão querida por certos patriotas - de que o SLB iria ser eliminado com humilhantes cabazadas não aconteceu, ainda que pela frente não estivesse nenhum clube famoso com nome de fármaco como Skenderbeu.
Estive no Estádio e participei, com emoção, num empolgamento tão saído da alma e entranhas dos adeptos e no reconhecmento pelo labor, seriedade, categoria, diante do gigante alemão.
Vi um Bayern a queimar tempo, vi os seus jogadores receosos (e se Jiménez tivesse feito o 2-0?) e observei a sua enorme descompressão no fim, conscientes de que haviam ultrapassado um sério obstáculo. Quem diria que, sem Jonas, Mitroglou, Gaitán, J. César, Luisão, e com um onze que, em épocas anteriores, teria sido, em parte, olhado, com desconfiança, como uma espécie de dispensável Benfica B (Renato, Lindelof, Ederson, Gonçalo, Jovic, etc.), o Benfica se faria respeitar, com classe, na Europa dos tubarões? Ontem, até deu para dar tempo de jogo a Salvio, Jovic, Talisca, Gonçalo... 
Muito mérito para Rui Vitória. Homem sensato, não espalhafatoso, de linha contínua e não de fogachos. Agora, 5 jogos para atacar o tri. Com jogadores psicologicamente ainda mais fortes. Há desaires que reforçam mais a confiança do que certas vitórias domésticas..."

Bagão Félix, in A Bola

As mágicas noites europeias da Luz

"Rui Vitória prometeu um Benfica a jogar nos limites e só ele saberá, em rigor, se assim aconteceu. O que se viu foi um Benfica que empatou com dignidade diante de um dos mais sérios candidatos à vitória na Liga dos Campeões.
O Estádio da Luz reencontrou-se com as mágicas noites europeias e o golo de Jiménez, ao colocar a eliminatória a zero, muito contribuiu, por alguns minutos, para agigantar a força de acreditar. Mas fez mais falta Jonas ao Benfica do que Robben ao Bayern, por exemplo. Dois excluídos das convocatórias por lesão, mais Gaitán, mais Mitroglou...
O treinador benfiquista não é pessoa de se lamentar. Prefere valorizar as presenças em vez de chorar as ausências. Ter trazido a decisão dos quartos para Lisboa foi proeza que merece ser destacada, quando, depois de a Juventus ter sofrido quatro golos na viagem a Munique, nos oitavos de final, se temia que o Benfica fosse sujeito a semelhante castigo. Mas não foi e ontem, mesmo apresentando uma equipa adaptada, voltou a exigir um adversário também ele nos limites. Marcar dois golos ao Bayern na Champions, além do Benfica, só o Arsenal e a Juventus assinaram idêntico feito. Lutar pelo prestígio perdido na UEFA é um dos objectivos traçados por Luís Filipe Vieira e os dois jogos com o colosso alemão constituem sinal inequívoco de que a águia voa no rumo certo e começou já a recuperar a sua dimensão europeia e mundial.
O futebol português marca também a sua influência na Liga Europa e hoje, na Ucrânia, em missão igualmente muito complicada, o Sporting de Braga vai tentar derrubar o impossível termo recusado pelo treinador Paulo Fonseca e não admitido pelo presidente António Salvador. «Acreditamos sempre que é possível. Se não fosse assim mais valia ficar em Braga», afirmou."

Fernando Guerra, in A Bola

Uma certeza entre tantos ses...

"No final do (grande) jogo da Luz, foi legítimo questionar se o Benfica não poderia ter continuado na Liga dos Campeões se alguns lances tivessem tido um destino diferente. A começar, claro, pelo penálti que não foi assinalado em Munique e pela oportunidade perdida por Jonas nesse jogo. A prosseguir, já no duelo de Lisboa, na soberana ocasião que Jiménez teve logo depois do 1-0 para terminar na expulsão que se impunha de Javi Martínez, momentos antes de Talisca fazer o empate, e que colocaria o Benfica em superioridade numérica no último quarto de hora de jogo.
Os ses são pródigos no futebol e com a facilidade que se colocam num duelo desta dimensão têm, naturalmente, um peso maior na análise que se pode fazer dos factos. A realidade é que o Benfica conseguiu construir - com paciência, trabalho, organização e qualidade - a oportunidade para discutir o apuramento. Essa foi a conquista do Benfica neste duplo confronto com o Bayern que, no início, estava destinado a ser um pesadelo. Não foi. Pelo contrário. Se houve quem sentisse alguma perturbação, acabou por ser o Bayern, uma vez que a sua eliminação da Liga dos Campeões seria um escândalo internacional.
Ficou, assim, a certeza de que o Benfica voltou a assumir-se como um grande da Europa. Ser grande não significa, no entanto, , ser gigante. Esses são os Bayerns e os Reais, ainda que outros, como o Barcelona, também fiquem pelo caminho. Os registos, porém, são esclarecedores: na última década, os clubes espanhóis, ingleses e alemães preencheram 36 das 40 vagas das meias-finais disputadas na Champions. As quatro participações sobrantes foram conquistadas pela Juventus, Inter, Milan e Lyon. O que o Benfica fez ontem alimentar-nos a esperança de que um dia um clube português lá voltará."

Coragem filha de convicção!

"Numa época especialmente difícil, regressou Benfica ao nível da Champions! Palavra de ordem: nunca descaracterizar a equipa, com medos. Mesmo sem Jonas, Gaitán, Mitroglou...

Quando o sorteio impôs Bayern de Munique na rota para as meias-finais, decerto muito poucos pensaram que o Benfica não seria cilindrado, tamanha a diferença de cotação nos últimos largos anos e também de atual cotação dos planteis, filha de enorme abismo entre os orçamentos. Afinal... o Benfica conseguiu o quase impensável: discutir os dois jogos taco a taco em alto nível de competitividade à tangente perdendo em Munique e empatando em Lisboa.
Não é para pequena equipa perder 2-3 eliminatória com este colosso mundial, agora ainda mais candidato a próximo campeão da Europa (Barcelona eliminado pelo Atlético de Madrid! - a quem, na fase de grupos, o Benfica venceu no Vicente Calderón, pelo mesmo resultado perdendo na Luz). 
Numa época muito especialmente difícil - saída do treinador bicampeão, péssimo arranque, lançamento de mão cheia de miúdos ditos imberbes -, regressou Benfica ao nível da Champions! Há que tirar o chapéu perante Rui Vitória e os seus jovens jogadores! Fosse perante Atlético de Madrid, o Zenit e mesmo o poderosíssimo Bayern de Pep Guardiola, palavra de ordem sempre cumprida: nunca descaracterizar a equipa com desvirtuamentos vindos de medo, absoluta fidelidade à habitual linha de jogo. E ontem sem Jonas, Gaitán, Mitroglou... Isso implica grande coragem e firme convicção! Rasgado elogio merecem.

Duríssimo trabalho vai hoje ter o SC Braga na Ucrânia. Travo amargo no 1-2 do 1.º jogo, não resultante de fraca exibição, sim de quase nula eficácia (corrente, e muito grave, défice nas equipas portuguesas, Selecção incluída). Só extraordinário rendimento - 2 ou 3 golos marcados, nenhum ou apenas 1 sofrido - concretizará sonho bracarense de entrada nas meias-finais da Liga Europa. Tão difícil!, sabendo-se que o Shakhtar possui firme experiência nestas andanças e tem ao leme conceituado treinador, Mircea Lucescu, que faz da matreirice estratégica muito forte trunfo. Outros potenciais senões do SC Braga: nos últimos 5 jogos em casa alheia, só 1 golo marcou (o penalty no derradeiro minuto na Luz); possui o 4.º poder ofensivo na nossa Liga, mas a 30 golos do Benfica... e com apenas 13 obtidos fora de casa (só Académica e União pior!); e o seu goleador nº 1 limita-se ao 11.º lugar na lista nacional: Hassan, 10 golos em 29 jornadas.
Nula esperança para hoje? Não. Esta equipa de Paulo Fonseca já fez excelente percurso europeu (bem importante para o ranking europeu que garante a Portugal, suplantando França, 3 equipas na Champions e outras 3 na Liga Europa) e a sua inspiração pode regressar, vide grande poder de aceleração existente em Rafa. O Shakhtar bem poderia esquecer-se disso...

Segue-se a primeira das 5 passadas finais no empolgante sprint para a meta do campeonato. Despique ao rubro em todas as três frentes fundamentais: título, próxima Liga Europa, fuga a despromoção. 
Título: Benfica recebe V. Setúbal, Sporting em Moreira de Cónegos. Surpresa seria um dos gigantes tropeçar nesta jornada!... Súbita fragilidade do V. Setúbal tem sido gritante: há 10 jogos que não ganha (apenas 4 pontos neles fez) e, como A BOLA ontem frisou, é a pior equipa de 2016 (em 15 jornadas só 8 pontos; 4 pontos pior que o União, penúltimo neste já largo período; no qual o Tondela, lanterna vermelha, somou mais 7 pontos que os sadinos...). Vale ao V. Setúbal, actual 13.º, 6 pontos à frente da linha de despromoção, o pecúlio da sua 1.ª volta, onde chegou a ser 5.º! As perdas de Suk, para o FC Porto, e de Rúben Semedo, para o Sporting, foram brutais...
Não muito maior grau de dificuldade para o Sporting. O Moreirense, no seu campo, tem mais derrotas (8) do que a soma de empates (4) e vitórias. (só 2). Muito melhor em casa alheia: mais 9 pontos do que na sua! E está razoavelmente tranquilo: 6 pontos e 3 adversários o separam do trágico penúltimo lugar. Acesso à Liga Europa: Igualados na 5.ª posição, Arouca-Rio Ave vai ser de gritos
Despromoção: União, recebendo nada fácil P. Ferreira (FC Porto que o diga...), conseguirá aproveitar saídas do Boavista, ao Estoril, da Académica, ao Restelo, e do Tondela, a Braga? Este campeonato está a ferver!"

Santos Neves, in A Bola

Grande noite

"Mais do que terem alcançado um empate, os comandados de Rui Vitória demonstraram ao longo dos noventa minutos a sua renúncia ao conformismo e aceitação antecipada da superioridade de um adversário que se apresentou na eliminatória com o justificado rótulo de sério candidato à vitória final.

A exuberância com que todos os elementos da estrutura do Bayern de Munique festejaram ontem à noite no estádio da Luz a passagem às meias-finais da Liga dos Campeões foi, de longe, o melhor tributo que poderia ter sido prestado ao comportamento do Benfica nesta dificílima jornada frente a uma das melhores equipas do mundo.
É verdade que o Benfica não venceu o jogo de retribuição frente ao conjunto vindo a Baviera, mas a exibição com que presenteou os seus adeptos e as garantias deixadas sobre a consolidação do seu grupo terão ficado como as notas mais importantes da noite.
Mais do que terem alcançado um empate, os comandados de Rui Vitória demonstraram ao longo dos noventa minutos a sua renúncia ao conformismo e aceitação antecipada da superioridade de um adversário que se apresentou na eliminatória com o justificado rótulo de sério candidato à vitória final na mais importante competição de clubes da Uefa.
Mesmo tendo sido obrigado a lançar mão de alguns jogadores que habitualmente não são chamados à titularidade, Rui Vitória recebeu de todos eles uma resposta inequívoca a dar-lhe a certeza de que vai poder contar com um grupo muito unido e disponível para todos os sacrifícios que o que falta cumprir da temporada ainda vai exigir.
Agora, na Champions, restam Real Madrid, Atlético de Madrid, Manchester City e Bayern de Munique. 
Um quadro de altíssima qualidade no qual, mais uma vez, se destacam os dois representantes espanhóis a que se juntam os três sobreviventes na Liga Europa, a reafirmar a força e a vitalidade do futebol que permanecem no país aqui ao nosso lado."

A hora da Liga portuguesa

"Escrevo há muito tempo que o Benfica precisava de uma grande campanha europeia para sedimentar o trabalho de recuperação e relançamento que o clube tem feito na última década e meia e que tem expressão em vários planos, desde logo o desportivo, com a conquista de três títulos nos últimos seis anos. O Benfica chegou duas vezes à final da Liga Europa e, não sendo de menosprezar, é uma montra menor. Por isso sempre critiquei a forma como Jorge Jesus, com o beneplácito de Luís Filipe Vieira, olhava para a Liga dos Campeões e elogiei a maneira como Rui Vitória geriu a participação este ano. O Benfica fez uma boa campanha. projectou o seu nome, ganhou muito dinheiro e não é líquido que ontem com Jonas, Mitroglou e Gaitán a história tivesse o mesmo fim.
Mas, aqui chegados, o Benfica está confrontado com o momento da verdade, ou seja, o tudo ou nada na Liga portuguesa. O percurso da equipa após um começo aos trambolhões deve ser sublinhado porque, com lesões e castigos, Rui Vitória ergueu um grupo compacto e pronto para tudo dentro e fora do campo. A esse facto, que resulta em grande medida do esforço e dedicação dos jogadores e da inteligência do treinador, soma-se a famosa mudança de paradigma que Vieira queria fazer há pelo menos dois ou três anos e que esbarrou sempre na personalidade forte de Jorge Jesus. Este ano alguma coisa mudou na folha de salários e esse dado foi muito importante para a sustentabilidade do clube.
Estamos na recta final, o Benfica é o líder, está a jogar bem e tem um calendário favorável. É o favorito. Ou parece. A eliminação frente ao Bayern não deve, ou não deveria, deixar marca porque não é exactamente inesperada. Sabia-se que o Benfica tinha do outro lado um colosso europeu. E, no entanto, apesar de tudo isto considero que as possibilidades de o Sporting chegar ao título aumentaram exponencialmente. É que a saída da Europa pode causar um ligeiro descarrilamento na Luz. É que, na sua visão paroquial, Jorge Jesus lá terá as suas razões. Nas próximas semanas se verá o que irá acontecer e como é que a Liga terminará."

Um bigode

"O Record pedia ontem em primeira página: dar-lhes um bigode. Por uns minutos, o impossível chegou a parecer possível. Seria um sonho. Era um sonho. Porque a qualidade do Bayern Munique é incomparável com a do Benfica. A equipa. E cada jogador. Os que estavam no campo, os que estavam no banco.
Não interessa neste texto analisar o jogo em si mesmo. Nem sequer constatar a diferença incomparável entre equipas, orçamentos e objectivos. Há duas ligas na Europa, no que diz respeito aos meios de que os clubes dispõem, e nenhuma equipa portuguesa consegue sequer ficar próxima da porta de entrada da primeira. Mas interessa concordar que o Benfica esteve bem nos dois jogos, na Alemanha e em Portugal. E esse estar bem tem um nome: Rui Vitória. O treinador português, que chegou a ter guia de marcha dada pelos adeptos mais impacientes, tem conseguido construir uma equipa com muitos jovens, exactamente como Luís Filipe Vieira tinha pedido.
O campeonato português caminha para o fim e só um deslize pode dar ao Sporting o que hoje está nas mãos do Benfica. Foi uma inversão no campeonato, depois de um arranque horrível da equipa da Luz. E mesmo com muita sorte marcando golos no fim dos jogos, Rui Vitória pode bem sair disto como o treinador do ano. Quem diria?
O empate de ontem à noite, mais que honrado, foi honroso. Quase dez minutos depois do fim do jogo, nas bancadas da Luz continuava a gritar-se pelo clube, sinal de respeito e até de gratidão. Rui Vitória é que está a dar um bigode a quem o criticava."

Pedro S. Guerreiro, in Record

Benfiquismo (LXXIV)

Após mais uma noite, onde os Benfiquistas,
souberam representar os valores do Benfiquismo,
é importante recordar:
Nada nem ninguém é maior que o Benfica.

Vermelhão: foi bonito enquanto durou... mas a época ainda não acabou !!!

Benfica 2 - 2 UEFA


Orgulho, é a palavra que se ouve e que se sente... muito orgulho, na forma como o Benfica se apresentou nestes dois jogos. Se recordarmos a pré-época do Benfica, é incrível estar a jogar a este nível neste momento... Eu diria mesmo, que fizemos o suficiente para seguir em frente... Mesmo sem o Nico, sem o Jonas, sem o Mitro... sem o Júlio, sem o Lisandro... com o Salvio e o Luisão fora de forma... mesmo com todas estas condicionantes, fomos muito competentes.
É óbvio que o Bayern teve muita posse de bola (é o estilo deles), mas muita da posse de bola do Bayern, se fosse noutra modalidade, seria considerado 'jogo passivo'!!! Agora, com um pouquinho mais de eficácia (lá e cá...) e estaríamos nas Meias-finais... Independentemente da posse de bola!
E em cima de todos os obstáculos, ainda levámos com o 'apito' Uefeiro em cima!!! Proponho mesmo, que na próxima vez que o Benfica se qualifique para os Quartos-de-final da Champions, o Benfica deve abdicar dos jogos, dar a eliminatória como perdida, e poupar os jogadores para o Campeonato!!! Explico:
- em 2006, com o Barça, tivemos a famosa Mão de Thiago Motta na Luz, na 1.ª mão. Curiosamente, no segundo jogo em Nou Camp, logo no início do jogo, jogada exactamente igual, penalty contra o Benfica... que o Moretto defendeu!!! Mas com 1-0 na Luz, o jogo da 2.ª mão teria sido completamente diferente...
- em 2012, duas roubalheiras, na Luz com a famosa Mão do John Terry (estilo Cristo-Rei!!!) e na 2.ª mão em Londres, o Skomina fez o resto... com um dos maiores roubos que me lembro de assistir...
- em 2016: 1.ª mão, penalty a favor do Benfica... e Amarelo ao Vidal (que ficaria fora do segundo jogo); 2.ª mão na Luz: o 1.º golo do Bayern é marcado por um jogador que não devia estar em campo (Vidal); no 2.º golo o Canto do Bayern nasce de uma falta sobre o Sanches na meia-lua do Bayern; e finalmente a inacreditável expulsão perdoada ao Javi Martinez!!!
Como 'bónus', ainda tivemos 3 minutos de compensação, depois do muito tempo queimado pelos Alemães... além de ter interrompido vários ataques rápidos do Benfica, com pormenores de merda...
(Recordo que nos Oitavos-de-final, o Bayern, marcou dois golos ilegais em Turim, e beneficiou de um golo mal anulado à Juventus em Munique)
São demasiadas coincidências!!! Sou homem para apostar, que não vamos ter um Real Madrid-Bayern nas Meias-finais...
O jogo foi aquilo que eu esperava, um Benfica coeso a defender, com as linhas subidas e muito juntas, com os Laterais a jogarem 'por dentro', e a darem de 'graça' o extremo do flanco contrário! A diferença foi mesmo a forma intencional como o Benfica tentou o jogo directo para o Jiménez, sistematicamente. Sem o Jonas e sem o Mitro, faz todo o sentido aproveitar uma das melhores características do Raul... E esteve quase a dar resultado!!!
Era muito importante marcar primeiro... e conseguimos. O 2-0 esteve muito próximo, o Jiménez dominou mal a bola... e logo a seguir, numa bola perdida, golo do Bayern (por um jogador de não devia estar em campo, não me canso de repetir). Teria sido importante chegar ao intervalo em vantagem... Talvez obrigasse o Bayern a mudar alguma coisa...
Entrada no 2.º tempo, com o 'erro' no Canto, e 2.º golo... Eliminatória praticamente perdida, e as bancadas a reagir, levando a equipa ao colo...
Substituições a dar mais velocidade ao Benfica... e quando a eliminatória podia ter ficado em aberto nos últimos 15 minutos, o apitador, 'segurou' o Bayern... com  a expulsão perdoada ao Javi Martinez.
O Benfica empata... o jogo fica totalmente aberto... podiamos mesmo ter marcado o 3.º... mas o Bayern, com muita experiência, e com a total cumplicidade do árbitro, tudo fez para 'congelar' o jogo.
Raul Jiménez, gigante. Gigante, mesmo. Um golo marcado, um golo incrivelmente falhado, mas um esforço descomunal... Terá sido a única alteração forçada, onde o Benfica ficou a ganhar. Acho mesmo que contra este Bayern, em Munique, o Jiménez deveria ter sido titular... Depois da polémica contratação (valores), muito sinceramente acho que o Raul já 'pagou' ao Benfica, os milhões que demos por ele...
Ederson, novamente em grande... desta vez, até teve uma falha (mas a bola caprichosamente saiu ao lado), não tem culpa no 1.º golo, muito rápido a sair aos pés dos avançados... Temos guarda-redes. Eu até diria que temos guarda-redes para muitos anos, mas a jogar assim, dificilmente ficará no Benfica muito tempo...
O 2.º golo do Bayern foi um jogada estudada, preparada propositadamente para contrariar a forma do Benfica defender os Cantos, mas mesmo assim o Lindelof (ou o Eliseu), não podem deixar o Javi Martinez saltar à vontade... Terá sido, a única falha grave da nossa Defesa. Logo, num Canto, onde temos demonstrado muita competência defensiva...
Jardel e Lindelof estiveram imperiais nos duelos, e muito rápidos nas coberturas...
O André fez uma marcação impecável ao Ribery (nos últimos minutos perdeu a cabeça...), as falhas na marcação naquele flanco foram do Salvio...
O Eliseu, na minha opinião fez um bom jogo. O espaço dado ao Douglas Costa é intencional, a maioria do adeptos não compreende isso, e assim a crítica tornar-se fácil... E ainda fez a espectacular assistência para o Raul...
Tal como em Munique o Fejsa, acabou por passar um pouco 'ao lado' do jogo! O estilo de jogo do Bayern torna o trabalho do Fejsa muito complicado, porque raramente os jogadores do Bayern se expõem ao 'contacto'!!! O Renato, lutou muito, tentou jogar simples... mas acaba por ser o jogador mais afectado, pela pouca 'bola' do Benfica...
Carcela, defendeu muito bem. Foi essencial na protecção ao Eliseu... faltaram, os dribles com sucesso em situação ofensiva...
O Salvio, está claramente fora de ritmo, com pouca velocidade... esforçou-se defensivamente (com algumas falhas) e mesmo com todas as dificuldades, acabou por fazer uma grande assistência, para aquele que seria o 2-0 !!!
O Pizzi voltou ao meio, foi importante na pressão alta, e nas compensações nas alas (principalmente ao Salvio), mas no apoio ao Jiménez, faltou a velocidade que o Pizzi tinha no inicio da carreira!!!
Guedes e Talisca entraram muito bem... aquele segundo livre directo do Talisca, vai ficar mesmo na memoria Benfiquistas, como um daqueles: 'se ela tivesse entrado'!!! O Jovic, mesmo com poucos minutos, teve uma remate perigoso...
O Inferno da Luz não foi surpresa. Apesar da ilusão Europeia, os Benfiquistas querem mesmo é o 35 ! Era expectável os adeptos não ficarem 'traumatizados' com uma eliminação. Ainda por cima, por números dignos, após duas grandes exibições, cheias de competência, garra e honra.
Agora é preciso recuperar as pernas, e principalmente não 'desligar' a cabeça! Temos cinco Finais da 'Champions' até ao fim do Campeonato. Na Luz, e nas duas deslocações... Nenhuma será fácil. A rábula dos Amarelos ao Rio Ave, aparentemente limpando cartões no jogo com seu adversário directo (Arouca), para estarem 'aptos' no jogo contra o Benfica, é um excelente indicador, para perceber as dificuldades que vamos ter que ultrapassar na caminhada do 35 !
Será importante recuperar o Mitro e o Nico para os próximos jogos. Tenho a certeza que os jogadores queriam ter jogado hoje, mas o treinador fez bem deixá-los de fora...

Desperdício...

Benfica B 0 - 2 Leixões


Falta de 'cabeça', num jogo totalmente dominado, a jogar contra uma equipa, que só pensou em defender... e depois em vantagem, ainda conseguiram fazer mais anti-jogo do que a Académica!!!

As 'brancas' na defesa, continuam a ser fatais, hoje na primeira falha o Miguel Santos, ainda safou, mas logo a seguir ficámos em desvantagem... A seguir, tivemos um jogo de um só sentido... com alguns momentos de massacre, mas com um Benfica, com pouca paciência para contornar o adversário... Como bónus, ainda falhámos um penalty... e quando já nos descontos o Sapo falha um golo de baliza aberta... no contra-ataque, em mais um ressalto, o Leixões marca o segundo...!!!

Depois das últimas duas vitórias, voltamos a desperdiçar pontos, contra um adversário directo...