"Não gostei do final de jogo com o Estoril. Aqueles últimos 20 minutos deixara,-me perto de um enfarte. Bem sei que, ao contrário do
coro da choradeira, o Benfica precisa de ter quatro penalties por jogo para ver assinalado um, mas não havia necessidade de sofrer tanto. Já contra o Rio Ave a história foi diferente. Primeiro, os de Vila de Conde são das equipas que melhor jogam em Portugal; depois, o jogo pareceu bem mais controlado. Mais uma vez, penalty por assinalar. Faz bem o Benfica em não entrar no ridículo coro dos infelizes, mesmo sendo a equipa mais prejudicada do campeonato. Temos que jogar sempre mais e melhor, até porque vamos continuar a ter sucessivos erros a penalizar-nos.
Com a derrota frente ao SC Braga, ainda há muitos analistas que pensam que o Sporting tem uma palavra a dizer na luta pelo título nacional. O pior é que a maioria dos sportinguistas acha que a palavra é «adeus». Não sei se é assim, mas sei que a grandeza do Sporting, neste momento, é apenas os seus adeptos (e a sua história), que sofrem e apoiam sem limites e recebem de troca uma comédia circense de gosto duvidoso. Era importante para o Benfica que a luta no campeonato fosse a três ou quatro, caso contrário fica o Benfica a lutar apenas contra o ódio ao Benfica, que agrega várias sensibilidades e torna mais difícil a nossa vida.
Chegamos ao Natal em todas as frentes, e na frente em todas elas. Até na Taça de Portugal, ao receber o Leixões, temos o único jogo grande da prova, pois mais nenhum coloca dois vencedores da prova frente a frente. Porque queremos ganhar títulos em campo, porque não buscamos títulos de secretaria para dar títulos de jornais, venha o Paços de Ferreira na Taça da Liga, prova que ainda só ganhámos sete em nove edições.
Este ano o Natal é vermelho e é muito bonito. Um Santo Natal a todos os leitores da A Bola!"
Sílvio Cervan, in A Bola
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