sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

2016: A História... constrói-se

"Portugal tem História.
Portugal tem História porque, desde o inicio da nação, o seu arrojo e coragem fez com que os seus habitantes ultrapassassem as barreiras de um pequeno país para influenciar todo um mundo, também ele em expansão, marcando presença nos diferentes continentes do globo.
Portugal tem História porque "faz" história todos os dias e o ano de 2016 não foi excepção.
Portugal "faz" História todos os dias porque, apesar de todas as adversidades e faltas de apoio, há sempre um conjunto de "inquestionavelmente determinados" que acreditam... acreditam que é possível... ainda assim é possível.
Estas pessoas espelham uma máxima muito interessante: "Crer e Querer", ou seja, a sua força e determinação, a sua motivação e resistência à frustração (por outras palavras, a capacidade de querer algo...) nasce, invariavelmente, de um só sítio: acreditarem que vão ser capazes e que, na realidade, não há sequer outra opção.
2016 traduziu-se, por esta razão, num ano de enormíssimas concretizações, em diferentes planos na nossa sociedade e, curiosamente, até em áreas onde não estamos (pelo menos, do ponto de vista do público em geral) "habituados" a obter reconhecimento.
De facto, em 2016 tornou-se do conhecimento de todos nós (falo de uma forma mais abrangente), o excelente trabalho que os portugueses têm vindo a realizar na área da investigação científica, em território nacional e internacional, e a forma como "ditam" o caminho da evolução da ciência em termos globais. Exemplo disso, tem sido a carreira científica de Lillian Barros e Isabel Ferreira (Instituto Politécnico de Bragança), Mário Figueiredo e José Bioucas-Dias (Instituto de Telecomunicações, do Instituto Superior Técnico), Nuno Peres (Universidade do Minho), Miguel Araújo (CSIC – Conselho Superior de Investigações Científicas de Espanha e Universidade de Évora) ou Delfim Torres (Universidade de Aveiro), entre tantos outros (impossíveis de nomear no espaço deste artigo).
Também no presente ano, foram infindáveis as concretizações alcançadas no contexto desportivo, seja por atletas com uma carreira consolidada ou por atletas que começam agora a afirmar o seu espaço nos grandes palcos mundiais. Nomes como Filipa Martins, Sara Moreira, Patrícia Mamona, Jéssica Augusto, Fernando Pimenta, Telma Monteiro, Tiago Ferreira, a selecção nacional de futebol sénior masculina, a selecção nacional sénior de futebol feminina, entre tantos, tantos outros... Posicionaram Portugal nos grandes palcos do desporto mundial. Também na dança, bailarinos como Diogo de Oliveira e Frederico Loureiro (Escola Domus Dança, Porto) ou António Casalinho (Anarella Academia de Ballet e Dança (Leiria), consolidaram o reconhecimento internacional que têm vindo a obter, aquando da sua participação em concursos internacionais.
É, por tudo isto, uma tarefa impossível (e desde já deixo a minhas desculpas pela impossibilidade de os nomear a todos), enunciar todos os portugueses que, de uma forma ou de outra... fizeram História, em cada dia de 2016.
Estas pessoas, antes de mais, inspiram-nos através do seu exemplo pelos resultados e notoriedade que alcançam e, curiosamente, este é, por certo, o aspeto "menos interessante" a termos em atenção...
Na realidade, a "outra História"... aquela que não vemos, que não presenciamos e à qual muito dificilmente temos acesso, revelar-nos-ia um vida de escolhas diferentes, difíceis... uma vida a escolher estar menos tempo com a família, com os amigos... com uma menor rede social e/ou menos momentos de lazer... mas, de mais dor... de um corpo que dói por uma repetição infindável de pequenos e precisos movimentos que promovem a evolução... de uma dor que acompanha a cada lesão e a cada sonho frustrado, de uma dor que faz questionar a forma abnegada com que se persegue uma meta em prol de tudo o resto...
Porém, uma "dor" que desafia, que alavanca, que direciona, e que os faz querer...mais.
A "história" destas pessoas conflui, muitas vezes, com a própria "história" de Portugal e, muito frequentemente, o seu foco é:
- "É no meu Presente que vou construir a "história" que vou querer contar no futuro!"
Confuso? Nem por isso.
Todos eles começaram no mesmo ponto de todos nós: anónimos com um sonho. Todos eles quiseram "mudar a história"... a "sua história"... e colocaram aí toda a sua energia, todas as suas escolhas. Na realidade, é apenas aqui que se diferenciam sobejamente dos demais:
Na sua capacidade de, de forma determinada, perseguirem os seus objectivos e orientarem todas as suas escolhas num sentido único, o do seu sonho.
E aqui sim, podem ser claramente inspiradores, mostrando-nos que, mesmo na adversidade, podemos mudar a nossa "história" e que, a única forma de o fazermos é traduzirmos o "sonho" em acções e começarmos a agir.
Ou, citando Walt Disney: "The way to get started is to quit talking and begin doing".
E, que melhor altura para o começar a fazer? Agora mesmo."

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