"Jurgen Klopp, o alemão de 49 anos que treina o mítico Liverpool, teve recentemente uma intervenção, a propósito de uma noite de copos que envolveu Wayne Rooney, que merece atenção. Numa conferência de imprensa (e assim se prova que estas sessões não são sempre enfadonhas), o técnico germânico desvalorizou o pifo do capitão dos Três Leões, lembrando uma coisa que a maior parte das pessoas desvaloriza: «Esta geração é a mais profissional que alguma vez tivemos». Na verdade, antigamente as coisas fluíam de forma diferente - daí Klopp ter referido que «as lendas bebiam como diabos e fumavam como loucos» - por questões que têm a ver com uma censurabilidade social relativamente ao álcool e ao tabaco que nada tem a ver com os dias de hoje.
E não só. Embora correndo o risco próprio das generalizações, creio que os profissionais de futebol da actualidade levam de forma mais empenhada o seu trabalho, cuidam-se mais e possuem uma mentalidade mais compatível com as exigências. Antigamente (e joguei com muitos profissionais irrepreensíveis!) em muitas situações era a lógica do «ganha-se pouco mas é divertido» a estar presente.
Tenha-se em conta, porém, uma coisa: nas décadas de cinquenta a oitenta do século passado, quase toda a gente fumava (até durante debates em directos televisivos...) e não era atribuído ao consumo de álcool a carga negativa de hoje. E os jogadores alinhavam por este padrão. Era a esse facto, incontornável e indesmentível, mas que deve ser lido à luz da época, que Klopp se referia. Porque, com as condições naturais que Deus lhe deu, se Eusébio fosse profissional nos dia de hoje..."
José Manuel Delgado, in A Bola
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