"Os acidentes de aviação acontecem, equipas das mais variadas modalidades deslocam-se em grande número e com inusitada frequência pelos ares e o resto explica-se através da estatística e da lei das probabilidades.
Da tragédia que vitimou a equipa brasileira da Chapecoense - um exemplo de que ainda é possível subir a pulso a corda do sucesso - resultaram algumas atitudes que, pela dignidade que encerram, merecem aplauso.
Do ponto de vista formal, será expectável que a Conmebol que superintende o futebol sul-americano, decrete que em 2016 não se atribua o título de campeão da Taça Sul-Americana, a segunda competição continental de clubes. Porém, o Atlético Nacional, o outro finalista, já veio solicitar oficialmente que a Chapecoense seja declarada vencedora. Trata-se de um atitude nobre, que nos reconcilia com o princípio do desportivismo, tão maltratado nos dias que correm.
Depois, e seguindo a filosofia do Marquês de Pombal aplicável ao day after das tragédias, há que «tratar dos vivos e enterrar os mortos». Quer isto dizer que a vida continua e há que criar condições para que, neste caso, o emblema enlutado possa prosseguir a sua actividade. Os clubes brasileiros (e alguns estrangeiros, entre os quais o Benfica) já propuseram ceder jogadores à Chapecoense, custeando os salários. E ainda propõem, à imagem do que foi feito em Itália com o Torino, após a tragédia de Superga, a criação de um tempo de carência de três anos e que a equipa de Chapecó não desceria de divisão, independentemente da classificação que obtivesse.
Afinal, o fair play não é uma treta."
José Manuel Delgado, in A Bola
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