"Sempre defendi que não se deve apostar na formação por decreto, muito menos por necessidade, no sentido em que as dificuldades financeiras se constituam enquanto força motriz. No entanto, são várias as suas vantagens e, agora que temos um treinador que encontra nela oportunidades ao invés de eventuais ameaças, estas tornam-se evidentes.
Na vertente financeira, pela diminuição da massa salarial, redução dos custos de aquisição de atletas, incluindo amortizações, e incremento das mais-valias, decido aos baixos valores líquidos contabilísticos dos passes, nas vendas. Consequentemente, também na vertente económica:
O decréscimo dos custos operacionais e a desaceleração das necessidades de tesouraria permitem canalizar os meios disponíveis para outros tipos de investimento, o que potencia a melhoria de qualidade do trabalho desenvolvido no clube. Há ainda uma questão de 'marketing':
A aposta na formação eleva a capacidade de recrutamento de novos talentos, uma vez que estes percebem que terão mais oportunidades para singrarem a nível profissional. Ademais, há a questão identitária, em que se pressupõe, com elevado grau de acerto, que os atletas formados no clube o sentem e têm bem assimilados os valores clubísticos. E a emocional, esta reservada aos adeptos, que acompanhavam a evolução dos atletas desde cedo e sentem por isso, maior proximidade com quem os representa no relvado. Mas ganhar é fundamental. Como tal, Luisão, Jonas, Júlio César, Jardel e outros jogadores experientes e indiscutivelmente competentes são imprescindíveis pois garantem qualidade imediata e sustentam o crescimento dos jovens valores. O Benfica está no caminho certo!"
João Tomaz, in O Benfica
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