"Quando Bruno de Carvalho empreendeu a sua demanda revisionista acerca dos títulos do futebol português, assisti perplexo à demissão da comunicação social do seu dever de informar e, também, da FPF em esclarecer o assunto. A contagem dos títulos do futebol português é clara e sem margem para interpretações. Disse-o a própria FPF, no seu relatório de actividade publicado no final da temporada em que procedeu à reformulação das competições: '(...) os Campeonatos das Ligas e de Portugal passaram a designar-se, respectivamente, Campeonatos Nacionais e Taça de Portugal'.
Já por diversas vezes referi este assunto e devo enaltecer o empenho de Alberto Miguéns e Manuel Arons de Carvalho, ambos benfiquistas atentos e dedicados, que há muito combatem incansavelmente o desleixo e, sobretudo, a má-fé, no tratamento da história do desporto português. Passo a passo, os seus contributos são inestimáveis e merecem o nosso imenso apreço. Este tema é só mais um exemplo.
Entretanto, a imprensa 'acordou'. Uma palavra para o DN, que tímida, mas acertadamente, o primeiro levantou questões importantes sobre a validade das tais pretensões revisionistas, através do testemunho de dois historiadores do futebol português: Francisco Pinheiro e João Nuno Coelho. E, finalmente, para o jornal A Bola, que, num excelente artigo da autoria de António Simões, desmontou e desmentiu cabalmente a tese de Bruno de Carvalho. Falta a FPF pronunciar-se, como já o deveria ter feito há muito tempo.
Não deixa, no entanto, de ser interessante que o presidente sportinguista tanto se dedique ao assunto dos títulos. É que, desde que foi eleito, somos tricampeões. Que continue a falar por muitos e bons anos..."
João Tomaz, in O Benfica
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