terça-feira, 25 de outubro de 2016

Em torno do desperdício, no futebol...

"A alta percentagem de concretização de Jonas faz falta ao Benfica; Bas Dost não pode ser usado como se fosse Slimani; André Silva? Gomes...

Qual é o gesto técnico mais importante num jogo futebol? Sem dúvida, é o derradeiro toque, aquele que faz a bola entrar na baliza do adversário. E é o mais difícil, também, porque transporta com ele toda a pressão do mundo, aquela que o próprio jogador sente, mas ainda a que colegas, técnicos, dirigentes e adeptos lhe transmitem. Tenho para mim que não há golos fáceis, por mais que se diga que às vezes é só empurrar a bola para o fundo das redes, o coração tem sempre mais um sobressalto e a pulsação invariavelmente aumenta. Não consigo levar por diante esta crónica sem lembrar a mítica frase de um dirigente de um grande clube português que um dia, inspirado, disse sobre um determinado jogador: «Não o contratei porque a única coisa que sabe fazer é marcar golos!»
Quanto mais alto é o nível a que se joga, maior é a necessidade de aprimorar a finalização. E mesmo as equipas mais fortes têm dificuldade em resistir ao abaixamento de forma dos seus goleadores. Veja-se, por exemplo, o Real Madrid que apesar de ter nas suas fileiras Gareth Bale, Karim Benzema e Álvaro Morata, anda com o credo da boca pela simples razão de Cristiano Ronaldo andar de candeias às avessas com os golos...
Em Portugal, ainda ontem se viu, no Restelo, um Benfica perdulário, a fazer quase tudo bem até ao momento da verdade e depois a não ter o instinto matador necessário. Jonas, que estará em doca seca ainda mais algum tempo (talvez esteja operacional por alturas do jogo com o Sporting), vale de facto o seu peso em ouro e representa uma mais valia tremenda para os encarnados. Estou convencido que com Jonas em forma e com a produção de jogo dos encarnados (organização, personalidade e excelente circulação da bola), a equipa de Rui Vitória poderá ser um caso ainda mais sério.
Quanto ao Sporting, apesar de Bas Dost ser um muito razoável finalizador, não é Islam Slimani e a verdade é que os leões continuam a jogar como se o ponta de lança holandês fosse o argelino ou alguém com características semelhantes (e até quanto ao trabalho defensivo esta reflexão é certa!).
Finalmente, o FC Porto, que tem nas suas fileiras André Silva, a jóia da coroa do dragão: tenho a certeza de que, se continuar a progredir assim, na época de 2017/18 não estará na Liga portuguesa.

ÁS
Petit
O pitbull especializou-se em caçar leões e deve povoar os pesadelos de Jorge Jesus, que ainda não deu com a fórmula certa para derrotar as equipas de Petit (nem para combater o vírus da Champions). É curioso ver como o Tondela se apresentou em Alvalade à imagem do seu treinador, lutador, persistente e disciplinado.

ÁS
Rui Vitória
O jogo de ontem no Restelo fica na história do Benfica por razões que transcendem os três pontos conquistados. Rui Vitória obteve a 16.ª vitória consecutiva fora de casa para o campeonato, batendo o registo do Benfica no início da década de setenta (o dream team de Jimmy Hagan), o que representa um marco muito significativo.
(...)

Mourinho, está difícil dar a volta aos 'red devils'!
«Não podemos sofrer um golo daqueles, deu cabo da estratégia que tinha montado. Não fizemos nada para evitar o golo no minuto um»
José Mourinho, treinador do Manchester United
Sabia-se que a tarefa era difícil, a herança de Alex Ferguson já se tinha mostrado demasiado pesada para Moyes e Van Gaal. Mourinho quis assumir o desafio e, embora ainda esteja a dar os primeiros passos, a verdade é que não deu com a tecla certa. Ontem, em Stamford Bridge, a equipa de José foi uma caricatura e o estádio, cruel, cantou 'You're not special any more'.

Arbitragem medíocre trama Liga espanhola
A Liga espanhola conta com grandes equipas, jogadores de eleição e uma afición tremenda. Porém, La Liga tem nos árbitros o elo mais fraco. Aliás, o nível de arbitragem é muito inferior ao que se pratica em Portugal. No último sábado, o trabalho de Undiano Mallenco no Valência-Barça foi uma tragédia vestida em tons... blaugrana.
(...)"

José Manuel Delgado, in A Bola

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