segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Elementar, meu Caro Jesus

"Custe o que custar, o que tem acontecido nas últimas semanas a Jorge Jesus e à sua equipa é mais elementar do que possa parecer, não desprezando outros factores.
Desde que o treinador português assumiu após o jogo em Madrid e antes do jogo em Vila do Conde a sua 'importância' para a equipa que o desempenho da sua equipa caiu a pique. Até pode não ser esta a única razão. Adrien também contribuiu para isso, mas mesmo com o médio português em campo o Sporting teve derrotas. E após as palavras do treinador português sucederam-se as exibições menos conseguidas e o tempo foi passando, contrariando as palavras de Jorge Jesus de que os jogadores ainda tinham pouco tempo no clube. Mas certamente Markovic ou Elias têm mais dias de clube verde e branco do que antes do jogo de Madrid. Ou não?
Observar Jorge Jesus e tentar aferir a sua competência em dois campos distintos de ser treinador (parte comportamental e parte tática e organizacional do jogo) é como observar dois treinadores quase distintos. E o problema para o treinador português é que uma das áreas – mesmo que a domine tanto como Jesus a domina – não é suficiente para se ter sucesso a este nível. Jorge Jesus teve nos seis anos de Benfica várias afirmações que o prejudicaram. E o treinador não é uma bolha. Prejudicaram-no, à equipa e também aos jogadores.
Isto não faz de Jorge Jesus um mau comunicador. Não considero. Do ano que o Benfica perdeu tudo para a época em que vence tudo, para lá da super equipa que a estrutura benfiquista lhe deu, Jesus teve comportamentos exemplares na área comunicacional. Jesus, para conseguir o que consegue das suas equipas em termos táticos, é porque tem capacidades comunicacionais – sejam elas quais forem – para transmitir as suas mensagens.
O problema de Jorge Jesus é, já o era e a sua teimosia para alterar fará com que continue a ser, a má gestão emocional. E para isso contribuem e muito as suas mensagens descontextualizadas. Goste-se ou não, e no desporto as coisas mudam rapidamente (com os dois clássicos os três grandes – porque não o Braga também? – podem chegar-se à frente ou destacarem-se), os resultados podem colocar o Sporting com maior compromisso coletivo e a equipa novamente na senda das vitórias. Mas o problema continuará lá. E apesar de não ser fácil alterar o modo como gerimos as nossas e as emoções dos outros, há algo que me parece simples de perceber: Jorge Jesus teria tanto, mas tanto a ganhar se mudasse o modo como gere as emoções dos outros."

1 comentário:

  1. Por mais argumentação que apareça, isto é e será sempre um problema comunicacional. Podem travesti-lo do que quiserem, mas é sempre uma questão dessa área.
    Adicionem-se-lhe uns pózinhos de fraca inteligência emocional, mais uma cultura "labregóide" e está conseguida aquela poção explosiva que o há-de colocar em seu devido lugar e rebentar com o caldeirão fervente do fôsso do lagartêdo.

    Saudações Gloriosas.
    GRÃO VASCO

    Saudações.

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