quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Com o apoio dos melhores adeptos do mundo

"Nunca me preocupei com as tentativas de isolamento mediático, porque as convicções e os princípios acabam, sempre, por vencer.

1. Porque será que andam tão preocupados comigo, com aquilo que eu digo, onde falo ou escrevo e nos cargos que ocupo? Tantos ataques - da mais diversa natureza, através dos mais diversos meios e a propósito de tudo e de nada - com um único objectivo: calarem-me.
Sabemos - todos - quem são e porque andam por aqui, mas não me peçam para dizer os nomes, por razões decência intelectual e de higiene mental.
Só te esse objectivo, recorrendo, mesmo, ao ataque pessoal, o que não deixa de corresponder ao carácter da maioria esmagadora deles. Ate porque, se não for isto, não sabem fazer mais nada. Têm entre mãos uma missão impossível! Pela razão que sabem que me assiste e porque a esmagadora (esmagadora, mesmo) maioria de seis milhões de portugueses só não lhes diz o que eu lhe digo (ou pior) porque não tem acesso a órgãos de comunicação social.
Nunca me preocupei com as tentativas de isolamento mediáticas, até porque as convicções e os princípios acabam, sempre, por ganhar. Tive, por isso, momentos em que senti que poderia estar sozinho, apesar de ter toda a razão do mundo. O que não é o caso, desta vez! Tenho toda a razão do mundo e estou com a melhor companhia do mundo.
Passando a publicidade, não se trata, provavelmente, dos melhores adeptos. Eles, os do Benfica, são - mesmo - os melhores do mundo! E estar com eles, sentir o seu apoio diário, é a única coisa que me preocupa.

Reconheço que aos que fazem de mim um alvo, também. E, por isso, me querem calar. Eles lá sabem porquê! Eu também!
Mas, sabendo bem porque me querem calar, não tenho medo, nem deles, nem do que dizem. Para bom entendedor...


Benfica, Rui Vitória e a Liga dos Campeões
2. O Benfica deu as boas vindas ao Besiktas neste seu regresso à Liga dos Campeões, seis anos depois, com um empate com que nunca sonharam, a avaliar pelas suas reacções. Ou, melhor, achavam um sonho - a julgar pela maneira efusiva como festejaram o golo do empate. Uma equipa forte, com bons jogadores, com a vantagem de alguns conhecerem a o futebol português.
O Benfica entrou muito bem, com uma boa primeira parte, mas ressentiu-se na segunda metade. Não sendo desculpa para o resultado, ou até para alguma falta de lucidez após a saída de Fejsa, o boletim clínico anterior ao jogo era crítico: Jardel, Jonas, Jovic, Raúl Jiménez e Mitroglou. E Rafa, que, depois da Selecção, chegou, treinou, viajou para Aroua, jogou, sofreu um penalty não assinalado e se lesionou!
Rui Vitória, tal como na sexta-feira inventou uma solução eficaz, com boas exibições.
Ederson (um gigante entre os postes), Grimaldo e Nélson Semedo (com uma disponibilidade para estar em todo o lado), Lindelof e Lisandro (sempre seguros), Fejsa (que grande jogador), André Horta (do Benfica desde pequenino - literalmente - com outra exibição consistente, dando indicações de que a continuar a trabalhar e a crescer a este ritmo, teremos um grande médio), Gonçalo Guedes (grande jogo, apenas manchado pelo falhanço que podia ter resolvido o jogo), num grupo bastante equilibrado. Ainda faltam muitos jogos e isto só agora começou. Uma nova época, um novo desafio, mas, ainda assim, a mesma determinação.
Mas a história de um campeonato ou de uma competição não é feita de um resultado só. Não obstante o empate bem amargo - pelo que as duas equipas fizeram em campo, mas sobretudo por ter sido cedido no último minuto - não posso deixar de voltar a fazer referência a Rui Vitória, que além do grande carácter me contagia com o seu discurso e atitude, de grande ambição, ao encontro daquilo que penso e defendo.
Recentemente, veio dizer publicamente ser possível conquistar a Liga dos Campeões (o que eu já disse, vezes sem conta). Mas o que hoje quero realçar é a extraordinária facilidade com que suepra eficazmente as adversidades.
Sabe qual é o caminho, que não passa pela ambição (desmedida) em querer resultados imediatos, que poderiam implicar não apostar na juventude da formação. Antes pelo contrário, Rui Vitória não exige jogadores já formados, jogadores que basta serem geridos, porque, como ele gosta de afirmar, repetidamente, «às vezes, de um problema sai uma oportunidade». E esse problema tem sido para já, a oportunidade de Gonçalo Guedes e de outros, como aconteceu no ano passado para Ederson, Nélson, Lindelof ou Renato.
Mas independentemente das oportunidades concretas que são dadas a cada um dos nossos jovens jogadores - que, inevitavelmente, me deixam muito satisfeito enquanto vice-presidente, mas sobretudo enquanto sócio e adepto - retenho as palavras de Rui Vitória a propósito de José Gomes, quando afirmou: «É o exemplo daquilo que é hoje a qualidade dos jogadores do Benfica».
Um treinador que não só tem o cuidado de dar alento aos mais novos que são utilizados, como também tem a preocupação de amparar e dar conforto aos mais novos que, fruto das circunstâncias, ainda não foram utilizados. De facto, só com um treinador assim será possível criar uma equipa jovem, bastante irreverente, na qual os mais novos têm a devida oportunidade de quem tem a obrigação de lhes dar todas. Porque, e citando sempre o professor Manuel Sérgio (um doa destes tenho que escrever só sobre ele), «o fundamento do futebol é o ser humano, a táctica vem muito depois». E, no Benfica, hoje, antes de cada jogador, está um homem!

A nova paixão dos invejosos?
3. Talisca é, desde terça à noite, a nova paixão futebolística de quem nos inveja! Mas isso não nos deve fazer esquecer - sem exageros positivos ou negativos - a história do tempo que passou connosco.
Sabemos como Talisca chegou ao Benfica. Ninguém se esquece do início da grande temporada que fez, depois de um período em que não gozou férias, pela sucessão de calendários desportivos, tendo tido grande influência nas primeiras vitórias dessa época e na conquista desse campeonato. Mesmo que isso significasse - como veio a acontecer - abdicar de Bernardo Silva (é bom que o recordemos). Depois dessa euforia inicial, continuou sem a utilidade do início da sua primeira época no Benfica, apesar do o treinador ser o mesmo.
Com a mudança de treinador, nada se alternou e Talisca teve o seu último momento de glória com a camisola encarnada no golo de livre directo que fez oa Bayern.
Mas, num exercício de memória e de humildade, recordamos, sempre, as saudades que tínhamos do jogador que chegou a Portugal. Isso resolverá as nossas dúvidas em relação à decisão da sua saída. Sem palavras, como sem palavras deixarei a maneira com festejou o golo, que motivou a interpelação de vários ex-colegas seus. Como diriam os chineses «ninguém foge à sua sombra»."

Rui Gomes da Silva, in A Bola

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