quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Acaba hoje...

"Acaba hoje o frenesim transferidor. Mas, como de costume, muita água (que dizer, dinheiro) ainda vai passar por debaixo da ponte até à meia-noite.
As notícias e os programas televisivos sobre estes negócios vão despedir-se até que venha o impostor, mercado de Inverno. Por alguns meses, deixaremos de ter factos (alguns), teorias (abundantes) e especulações (até fartar) sobre negócios, intenções e comissões.
Há dias, num dos canais do cabo informativos, vi vastas dissertações televisivas sobre o caso Rafa à volta de mísera intermediação de 1,6 milhões de euros. Com os comentadores (aliás, bem preparados) em janelinhas de lado no ecrã, como agora é estúpida moda, com imagens repetidas até à exaustão do Benfica - SC Braga da Supertaça e, como se não chegasse, com uma música de fundo entre palavras ditas e um oráculo abundantemente preenchido.
Um mercado a funcionar com as competições a decorrer é um logro, com a tirania do dinheiro todo-poderoso (de alguns clubes, poucos e sempre os mesmos), trocas e baldrocas, empréstimos simulados, fair-play driblado, despedidas lacrimosas e proclamações de amor eterno.
O expoente desta batota atinge-se no sorteio das competições da UEFA, que se realiza antes do fim do mercado. No intervalo entre estas datas, um jogador de uma equipa pode já não defrontar, mais tarde, um seu oponente no sorteio, porque para este vai ser transferido ou emprestado (é o caso de Talisca). Ou um jogador do Porto (Aboubakar) vai para um adversário do Benfica (Besiktas) e Slimani do Sporting parece estar de malas aviadas para um concorrente do Porto. Etc."

Bagão Félix, in A Bola

terça-feira, 30 de agosto de 2016

Lembrando o homem de ferro forjado

"No dia 20 de Maio de 1973, frente à CUF, no Estádio da Luz, Augusto Matine despedia-se sem saber da equipa do Benfica. Eusébio marcava dois golos que lhe dariam a sua segunda Bota de Ouro. Os encarnados eram campeões sem derrotas.

Nelson Rodrigues, o grande mestre brasileiro da crónica chamar-lhe-ia «Príncipe Etíope de Rancho». Era assim que ele definia, dentro do campo, aqueles negros grandes imperiais, rochosos.
Matine, era um deles: Augusto Matine.
Jogou cinco épocas no Benfica. No dia 20 de Maio de 1973, estava no seu posto: no Estádio da Luz, defrontando a CUF.
Cumpria-se a 28.º Jornada. O Benfica somava 27 vitórias e um empate. Nada a dizer de tamanha superioridade. O Belenenses vinha e segundo lugar,a dezanove pontos.
Superioridades destas não se explicam. Recordam-se e nada mais.
Matine jogava no meio-campo, como outro granítico Toni. E dois homens de arte nos pés: Vítor Martins e Jaime Graça. Não tarda e falarei aqui de Vítor Martins: poucos como ele o merecem tanto.
Na frente,havia Nené e Eusébio. Eusébio disputava com Muller, do Bayern de Munique, a sua segunda Bota de Ouro.
Viria a ganhá-la. Nesse jogo, frente à CUF, marcou dois golos: vitória encarnada por 2-0.
Augusto Matine era tranquilo, calmo. Uma força em vaga, como no mar. Arrastava à sua frente os adversários, cansado-os, tirando-lhes a bola, entregando-a aos companheiros. Dir-se-ia silencioso, por vezes. Impressionava a sua figura, luzidia de suor, erguendo-se em altura por entre todos os outros.
Nesse Benfica do dia 20 de Maio de 1973, havia outro «Príncipe Etíope de Rancho»: Messias Júlio Timula, Vinham ambos de Moçambique: Lourenço Marques dizia-se então.
Moçambique foi sempre um dos grandes alfobres do futebol benfiquista.
Membro de uma equipa invencível
Matine não o sabia; naturalmente, mas fazia frente à CUF, nessa tarde de Maio, com o campeonato pintado de vermelho em flor, o seu último jogo oficial pelo Benfica. Pela segunda vez sagrava-se campeão nacional, fazia parte de uma equipa invencível que nunca mais nenhuma conseguiu imitar em Portugal. Na época que se seguiu, mandou no meio-campo do Vitória de Setúbal, clube ao qual já tinha sido emprestado.
Recordo-me de Matine. Nesse tempo e no de agora seleccionador que é de Moçambique, alvo de homenagens mais do justas no país que o viu nascer.
Tinha uma passada larga e uma presença impressionante. Um rochedo inquebrável de força e vontade. Era um tempo em que jogar no Benfica requeria uma exigência única. Campeões sem derrotas, plantéis de imensa qualidade, jogadores para todos os palmos de terreno. E Eusébio, também de Moçambique, Mafalala, melhor goleador da Europa aos 31 anos, quase a partir para a sua aventura definitiva nos Estados Unidos da América.
A despeito de toda a sua qualidade, não era a CUF que podia fazer frente ao Benfica. Nem sequer o Sporting a vinte pontos de distância, o o FC Porto a vinte e um.
Era campeonato de um Benfica só.
Nessa tarde de Maio, estiveram na Luz José Henrique e Humberto Coelho, Malta da Silva e Adolfo, jogando nas costas de Matine e Toni. Havia uma mecânica de poder físico e de arte ao mesmo tempo. Matine dava-se bem com essa regra imposta por Jimmy Hagan, o inglês que dizia: «Vão lá para dentro e joguem».
Jogavam como sempre, como nunca.
O Benfica conquistava o campeonato apenas com dois empates, e Matine dizia adeus. Sem mágoas. Cumprira o seu dever, fora ele próprio. Faltavam duas jornadas para o final, não voltaria a estar em campo com a camisola da águia ao peito. Mas a imagem ficou: homem de ferro forjado, príncipe negro, etíope de rancho, diria Nelson Rodrigues, o rei de todas as imagens.
Campeão único, como foram todos os Benfiquistas nessa época sem igual. Augusto Matine dizia adeus sem o saber. São sempre as despedidas que mais marcam: as que se fazem em silêncio.

Erguia-se no meio-campo em todo o seu tamanho. Era grande e silencioso: como uma rocha."


Afonso de Melo, in O Benfica

Modernistas e jazz-band

"Bristol Club, um cabaret dos 'loucos anos vinte' na secretaria do Sport Lisboa e Benfica.

No início do século XX começaram a surgir em Lisboa os primeiros night clubs. Predicados dos grandes núcleos cosmopolitas, rompiam com a boémia popular 'vivida nas casa de fado e tabernas'. No topo sul da actual Rua das Portas de Santo Antão, juntamente com outros equipamentos de fazer - restaurantes, teatros e cinemas -, foram instalados alguns dos principais clubs. Entre eles, o Bristol Club.
Inaugurado em Março de 1918 com uma decoração tradicional fin-de-siécle, o Bristol viria a conquistar um lugar na história, anos depois, como 'o clube dos modernos'. Após ter sido remodelado pela arquitecto Carlos Ramos, em 1926, 'uma equipa de jovens artistas que pretendiam romper com a estética tradicional e académica' foi desafiada a criar obras de arte para a decoração interior, entre eles: Almada Negreiros, Eduardo Viana, Lino António, António Soares, Canto da Maya e Leopoldo de Almeida. Como, à época, o Museu de Arte Contemporânea era impermeável aos modernistas, espaços como o Bristol Club assumiam-se como museus alternativos, cujas salas eram tidas como 'verdadeiras exposições'. Actualmente, parte dessas obras pertence a instituições museológicas de renome como o Museu Nacional de Arte Contemporânea e a Fundação Calouste Gulbenkian/Colecção Moderna.
Mas 'o Bristol, a casa dos artistas, dos modernos, era também como todos os outros, um clube de jogo, de prostituição cara e de cocaína', um cabaret aberto até altas horas, onde se podia beber, comer, fumar e dançar ao som do jazz-band. Entre os seus habitués, encontravam-se artistas plásticos, escritores, jornalistas, artistas de teatro e 'gente influente política e financeiramente, aristocratas, novos-ricos, (...) papilons e prostitutas elegantes'.
Devido ao novo contexto político-social do país o Bristol encerrou em 1928. Pouco tempo depois, em Dezembro de 1933, o Sport Lisboa e Benfica instalou a sua secretaria nesse mesmo edifício.
Até 15 de Outubro, pode visitar o edifício e ficar a saber mais sobre o Bristol Club na exposição Um Sítio com História. No local ainda se encontram alguns vestígios do Bristol Clube. Para além da porta do n.º 9 da Rua do Jardim do Regedor, no interior pode ver, entre outros, o cimo da 'porta de entrada giratória', uma das portas que 'lembram pequenas portas interiores de navio', da autoria do arquitecto Carlos Ramos, e duas figuras femininas em baixo-relevo do escultor Leopoldo de Almeida."

Mafalda Esturrenho, in O Benfica

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Lixívia 3

Tabela Anti-Lixívia:
Benfica.......... 7 (-2) = 9
Corruptos...... 6 (-3) = 9
Sporting........ 9 (+3) = 6


As evidências vão-se acumulando. Ou muito me engano, ou esta época, vamos novamente bater o recorde pontos acrescentados com erros de arbitragem... E o recordista, vai ser o mesmo do ano passado: os Lagartos!!!
A forma como estes escândalos nas primeiras jornadas têm-se sido varridos para baixo do tapete, a forma como o Benfica leva com 3 'Super-Dragays' nas 3 primeiras jornadas, a forma como os Lagartos levam com 3 adeptos confessos do Sporting nas 3 primeiras jornadas... o silêncio de todos, inclusive do Benfica... a forma como diariamente temos os advogados de defesa desta gentalha, nos pasquins e nas televisões a defender os apitadeiros que vão fabricando resultados... Tudo isto junto deixa-me muito preocupado...!!!

Na Choupana não houve lances graves, mas a tendência natural do Soares Dias foi visível... Neste primeiros 3 jogos, o Benfica ataca mais, tem mais bola, joga conta equipas muito mais agressivas, mas no final das partidas, é o Benfica que faz mais faltas, e é  Benfica que leva com mais cartões... Inacreditável, como se vai perdoando cartões em catadupa aos nos adversários, e depois na primeira infracção os nossos jogadores são amarelados...
Isto não é um acontecimento esporádico, isto é a 'filosofia' actual dos apitadeiros. Quem quiser ter boa nota nos jogos do Benfica, sabe o que tem que fazer...!!!

O clássico mais amigável do planeta, terminou com o resultado completamente invertido pelo árbitro. Aparentemente isso não foi suficiente, para haver indignação generalizada na 'estrutura' Corrupta... Se fosse contra o Benfica, imagino o discurso...
Os dois golos do Sporting são ilegais... Bruno César devia ter sido expulso no início da partida... Coates e Slimani andaram a distribuir 'cotovelos'.... e ainda houve tempo para um fora-de-jogo muito mal tirado ao atraque dos Corruptos!
No 1.º golo dos Lagartos, existem 2 erros claros e uma dúvida: Coates dá uma cotovelada no André Silva, até pode ter sido sem intenção, mas era sempre falta... Logo a seguir Slimani atira-se descaradamente para a piscina, sem qualquer contacto. O mergulho até é mal dado... Da falta que não devia ter sido marcada, a bola bate na barra, e Gelson controla a bola aparentemente com a barriga... muito sinceramente, depois de ver as repetições, não tenho a certeza absoluta, se existiu ou não Mão na bola...
No 2.º golo, Bryan Ruiz controla a bola com o braço... a única dúvida é se foi ou não deliberado. Como logo a seguir, a meio-campo, numa jogada parecida, o árbitro marcou falta de Adrien numa situação 'à queima', sou obrigado a pensar que com o mesmo critério, o lance do 2.º golo devia ter sido anulado!!!
Recordo que antes disto tudo o Bruno César devia estar na Rua!!! A falta é exactamente igual àquelas faltas que em Roma, deixaram os Corruptos a jogar contra 9!!! Recordo que ninguém em Portugal (nem em Itália) pôs em questão a justiça das expulsões de Roma... portanto, esta também deveria ter sido Vermelho directo...
Pelo meio, houve outras faltas e bolas nas Mãos... principalmente do Adrien e do William (3 entradas de 'sola' alta, e nada...!!!) que foram passando em claro... com muitos protestos, sempre dos mesmos, e muita intimidação, sempre dos mesmos!!!
A única coisa que me agradou, foi a forma passiva como os Corruptos foram enrabados e calaram...!!! Já não assustam ninguém...

Surreal, a forma como o Judas é expulso, e fica 3 minutos no banco a dar instruções, e só depois vai para a bancada... a consciência da impunidade, dá nisto!!!

Ao fim de 3 jornadas, temos a classificação totalmente invertida, imaginem ao fim de 34...!!!

Anexos:

Benfica
1.ª-Tondela(f), V(0-2), Pinheiro, Nada a assinalar
2.ª-Setúbal(c), E(1-1), Oliveira, Prejudicados, (1-0), (-2 pontos)
3.ª-Nacional(f), V(1-3), Soares Dias, Nada a assinalar

Sporting
1.ª-Sporting(c), V(2-0), Nuno Pereira, Nada a assinalar
2.ª-Paços de Ferreira(f), V(0-1), Hugo Miguel, Beneficiados, Impossível contabilizar
3.ª-Corruptos(c), V(2-1), Martins, Beneficiados, (0-1), (+3 pontos)

Corruptos
1.ª-Rio Ave(f), V(1-3), Veríssimo, Nada a assinalar
2.ª-Estoril(c), V(1-0), Luís Ferreira, Prejudicados, Sem influência no resultado
3.ª-Sporting(f), D(2-1), Martins, Prejudicados, (0-1), (-3 pontos)

Jornadas anteriores:
1.ª jornada
2.ª jornada

Épocas anteriores:
2015-2016

domingo, 28 de agosto de 2016

7.ª Supertaça

ABC 24 - 25 Benfica
(15-13)

O ano das modalidades não podia ter começado melhor! Com uma vitória, mais um troféu... e uma remontada épica!!!
O Figueira foi mais uma vez o herói, defendendo tudo nos últimos minutos, permitindo a reviravolta... o marcador chegou aos 24-20 (!!!), mas depois só deu Benfica... e até o golo do Figueira de baliza a baliza, no último segundo, devia ter sido validado...!!!
Vencer um jogo destes com os Brothers Martins a apitar, também, vai ficar para a História!!!

Estivemos muito perto de fazer História o ano passado, a derrota da Europa deveu-se a um jogo desastrado na Luz, e no Campeonato aqueles últimos segundos do tempo regulamentar do último jogo, foram suicidas!!! O plantel não sofreu grandes alterações, o Terzic ainda parece 'fora' do ritmo (mas o Vidrago está completamente integrado), mas com este espírito, apesar do super-investimento dos outros, vamos lutar até ao fim seguramente...

ADENDA: Após o aviso deixado na caixa de comentários, foi verificar ao Blog do Miguéns, e de facto esta foi a 7.ª Supertaça do Andebol do Benfica, e não a 5.ª como o Benfica anunciou!!!!

A subir...!!!

Aves 1 - 2 Benfica B


Duas vitórias consecutivas, e logo a jogar fora!!! Nestes dois jogos, houve uma mudança de 'atitude': em vez de ser o Benfica a ter a bola, e levar golos em contra-ataque... aconteceu o oposto! Os nossos adversários com bola, e o Benfica B a jogar no erro... E deu resultado!

Destaque óbvio para o Heri, que tem demonstrado ter sido uma excelente contratação... Continuamos a dar espaços junto da nossa área, mas com muito suor e muito 'coração' temos resolvido os problemas... Hoje, saímos quase sempre bem para o contra-ataque, mas falhámos demasiados golos... e alguns porque não passámos a bola ao companheiro solto...!!!

O anti-jogo que o Benfica B, fez hoje (e já tinha feito em Vizela) não é bonito, mas andar nas últimas jornadas com a corda ao pescoço para não descer, também não é bonito...!!! Também não é 'bonito' ter um árbitro constantemente a empurrar o Benfica para trás... perdi a conta aos lances perigosos do Aves consequência de claras faltas ofensivas não assinaladas!!!

Os sinais da Europa e a nossa Liga

"Importa fazer tudo para que o futebol português na Liga dos Campeões não fique representado apenas pelo campeão nacional.

1. Hoje, Lisboa vive o primeiro confronto entre grandes desta época desportiva. E com sinais que alguns jogadores estarão a despedir-se e outros a serem apresentados no arranque ou no intervalo de um jogo entre clubes que marcam legitimamente presença na fase de grupos da Liga dos Campeões.

Nesta terceira jornada não há jogos amanhã, ou seja, não há jogos à segunda-feira. Em razão do arranque do primeiro período da época para os jogos oficiais e particulares das selecções nacionais. E, aqui, com as novidades de João Cancelo e André Silva na convocatória do convicto seleccionador Fernando Santos, a par da recuperação dos nomes de Luís Neto e Bernardo Silva. E com a sugestiva e atractiva cidade do Porto a merecer um jogo da Selecção e o momento efectivo da condecoração dos campeões europeus pelo Presidente da República. E com a nota, bem pessoal, que, aqui, nesta prova, estiveram todas - repito todas! - as selecções europeias qualificadas para o Europeu de França e todas elas com os seus melhores atletas! É um gesto de reconhecimento ao Porto, às suas gentes, ao seu amor ao desporto e, em particular, ao futebol. E merece um sincero aplauso o professor Marcelo Rebelo de Sousa - que hoje inicia uma nova visita à martirizada ilha da Madeira e, em especial, à sempre hospitaleira cidade do Funchal! - e também o doutor Fernando Gomes!
E a partir do Porto, mas em concreto da Suíça, arranca o novo sonho do futebol português: marcar presença no Mundial da Rússia. Com a consciência assumida que somos os campeões da Europa! E com Ronaldo a ser reconhecido, com toda a justiça e mais uma vez, o melhor jogador da Europa para a UEFA! E com números esmagadores face a Bale e a Griezmann. E como disse Charles de Gaulle: «a glória só chega àqueles que com ela sonharam!»


2. Na quinta e na sexta-feira passadas ficámos a saber os grandes confrontos da Liga dos Campeões e da Liga Europa. E Lisboa e Porto vão receber de Setembro a Dezembro milhares de adeptos - que são, aqui, velhos turistas! - de grandes marcas da Europa do futebol. O Porto, e o Estádio do Dragão, receberão um dos estreantes absolutos - a par do russo Rostov - desta edição da Liga dos Campeões: o campeão inglês em título o Leicester! E a 22 de Novembro Lisboa recebe, decerto com a devida pompa e a certa circunstância, o campeão europeu em título, o Real de Madrid. E Cristiano Ronaldo regressa, com aplauso geral, a Alvalade. Mas Lisboa acolherá, com a hospitalidade de sempre, alemães e turcos, ucranianos e polacos, italianos e espanhóis. E o Porto, para além dos ingleses que globalizaram o seu néctar, receberá, com a sua fidalguia, belgas e dinamarqueses e, com eles, a paixão singular do futebol! E Braga, e seu dinâmico município, e o seu Sporting bem liderado por António Salvador, acolherá o seu antigo treinador, Paulo Fonseca, e o seu ucraniano Sakhtar, mais os belgas do Gent e os turcos do Konyaspor. O futebol é, também, um meio de diferentes fluxos turísticos. Como a Madeira, e o seu Estádio da Choupana, ontem perceberam com milhares de benfiquistas a subirem, com fervor, e no meio de perturbantes cinzas, ao topo da cidade do Funchal! E muitos dos adeptos fiéis regressam depois com a Família. Com a Querida Família! E Portugal - Lisboa e Porto, Douro e Algarve, Minho e Alentejo, Madeira e Açores - é, cada vez mais, um destino que está na onda. Alguns andam preocupados com esta onda. Mas basta perguntar a um surfista se não aproveita uma boa onda. Como na praia de Ribeira de Ilhas, ali bem colada à singular e vetusta Ericeira. Tão bem retratada já em 1876 por Ramalho Ortigão no bonito livro As Praias de Portugal. Que vale a pena ler nestes dias finais de Agosto. Vale mesmo! Para regressarmos, nós mesmos, à Granja e a Espinho, à Costa Nova e à Figueira da Foz! Agora com a água bem menos fria!

3. As grandes potências do futebol exigem mudanças nas principais competições europeias de clubes. As quatro grandes ligas querem ficar com cinquenta por cento dos trinta e dois clubes que marcam presença na fase de grupos da Liga dos Campeões. Espanha, Inglaterra, Alemanha e Itália querem que os seus quatro primeiros tenham lugar certo na fase de grupos. Ou seja que o Roma esteja na Liga dos Campeões e não na Liga Europa e que não seja sujeito como aconteceu nesta semana a uma justa eliminação pelo Futebol Clube do Porto.
Importa que o futebol português não ignore os sinais que chegam da Europa do futebol. Os grandes querem ser maiores. Parece um Euro de primeira e um outro de segunda! E os quatro clubes portugueses que resistem na Europa do futebol são fundamentais para o futuro próximo do nosso futebol. Importa lutar pelo quinto lugar no ranking da UEFA. E os nossos adversários são França e a Rússia. Que têm melhores resultados nas duas últimas épocas! É que se olharmos para o quadro que apresentamos o futebol português está em grande na Europa nos últimos três anos. Benfica, Porto e, também, Sporting, lá estão. A par dos nomes habituais da Alemanha e de Espanha, da Juventus, do Arsenal, do PSG, do Lyon, do CSKA de Moscovo e do Manchester City. E se olharmos para Estados relevantes da Europa, apenas encontramos, em regra, um representante. Da Turquia, à Bulgária, da Polónia à Escócia, da Bélgica à Holanda, da Ucrânia à Grécia, da Suíça à Croácia. Sem esquecermos a Dinamarca! Importa fazer tudo para que o nosso futebol não fique reduzido ao nosso campeão. Tudo mesmo! Já que como escreveu Jean Giraudoux, «a bola não admite truques, só efeitos sublimes!».
(...)"

Fernando Seara, in A Bola

sábado, 27 de agosto de 2016

Vermelhão: Muito importante...

Nacional 1 - 3 Benfica


Ganhámos, é verdade, mas os problemas não desapareceram...
Hoje, voltámos a falhar muitos golos, principalmente no início da 2.ª parte, mas continuamos a demonstrar muitas dificuldades no processo defensivo... e nem é a 'fechar' os contra-ataques adversários, porque normalmente estamos bem na pressão imediata após perda de bola, o problema é mesmo quando estamos a defender o ataque organizado adversário: estamos a jogar com as 'linhas' muito afastadas...!!!
Do 5 defensivo, em relação à equipa titular na recta final da época anterior, incluindo o guarda-redes, neste momento, só o Lindelof está a jogar... e fora da sua posição habitual: Ederson, Almeida e Jardel lesionados e Eliseu por opção... Curiosamente não vendemos nenhum destes jogadores, mas têm estado todos de fora...! 
Além disso, estamos claramente com um problema no meio-campo. O Rui Vitória, afirmou que não se deve procurar 'cópias' para o lugar do Renato. Parece-me uma afirmação sensata. O André Horta tem qualidades, mas não é a mesma coisa... Até porque a estratégia no Tugão, contra o Benfica, é sempre igual: povoar o meio-campo! Se o ano passado, o Pizzi como falso Ala, ajudou a dupla do Centro, em muitos momentos da época, este ano sem o Renato, a equipa precisa de jogadores que consigam 'queimar linhas', e no nosso plantel os jogadores que tem essas características são os Alas (e temos muitos...), por isso, se calhar, a solução, passa por reforçar a zona Central com um jogador mais defensivo e com capacidade física (Danilo por exemplo...) e colocar dois Alas bastante ofensivos (para mim, o Zivkovic vai ser o melhor jogador do Campeonato...)!
A 1.ª parte foi repartida, com poucas jogadas de perigo. Marcámos com alguma sorte num auto-golo. Mas ao intervalo a vantagem era justa.
Curiosamente a 2.ª parte começou com uma jogada perigosa junto da nossa área, mas logo a seguir, em poucos minutos, falhámos 3 ou 4 golos feitos... Estávamos no melhor momento!!! Logo a seguir, canto contra o Benfica, e golo do Nacional!!!
Dois golos sofridos pelo Benfica no Campeonato, dois golos de bola parada!!!
Reagimos rapidamente, e numa grande jogada do Jiménez/Salvio, Carrillo estreou-se a marcar pelo Glorioso... Até ao fim, o Benfica foi sempre o mais perigoso Jiménez/Salvio... nos últimos minutos, com a lesão do Ali Ghazal o Nacional ficou a jogar com 10! Apesar da superioridade, com 1-2 no marcador, ficou sempre no ar, o perigo do empate... mas o Jiménez na raça, acabou com o jogo!!!
O Salvio está claramente a regressar ao normal... o Fejsa precisa de ajuda na cobertura, ainda por cima com as subidas constantes dos nossos laterais defensivos... curiosamente tem melhorado muito no passe... o Semedo está 'quase' a regressar ao banco!!! O Jonas regressou ainda a uma velocidade baixa, mas mesmo assim podia ter marcado... além disso, as nossas movimentações ofensivas, são logo outras...!
Mais uma arbitragem asquerosa! Não vai ser criticado por ninguém, mas voltou a fazer tudo para dificultar a vida ao Benfica. Por exemplo, na falta do 1.º golo do Benfica, é claramente para Amarelo! É uma falta cínica, sem qualquer intenção de jogar a bola, com a única preocupação de parar o contra-ataque do Benfica! Se nesta ocasião, 'avisou' o Nacionalista, e não lhe deu Amarelo, em situações inversas, o cartão saiu rapidamente... Perdemos 4-1 em Amarelos, como costume, a equipa que mais defendeu, foi a menos penalizada!!!
A paragem no Campeonato, vem no momento ideal!
Primeiro, quando o Campeonato regressar já a janela de transferências fechou...
Segundo, temos a oportunidade de recuperar os lesionados: Jardel e Zivkovic os mais urgentes. Além de Jonas e Ederson ganharem ritmo... e ainda o Almeida! E o Danilo (não aparece no boletim clínico, mas é estranho não ser opção...).
Terceiro, a nossa equipa técnica tem que definir opções... Não podemos continuar a dar tanto espaço no nosso meio-campo defensivo. E temos que ter mais capacidade de posse bola ofensiva...
Pode parecer estranho (só estamos na 3.ª jornada), mas era fundamental não perder pontos na Choupana. Com o confronto directo de amanhã no Alvalixo, não podíamos dar avanço...

Aproveitar a escola

"De quatro em quatro anos, Portugal, desconhecedor da realidade desportiva, fica chocado pela falta de medalhas e descontente com os resultados dos portugueses naquela que é, praticamente, a única competição desportiva que lhes entra pelos olhos em canal aberto no horário nobre. Primeiro há que perceber que o nosso desporto em todas as vertentes, à excepção do futebol e alguns focos individualizados, quando comparado com a maioria dos seus oponentes é demasiado amador para dar andamento às legítimas pretensões dos atletas, na obtenção de resultados prestigiantes, ou do povo português em aumentar a sua auto-estima ao vê-los em acção. Temos de ter humildade para reconhecer a nossa pequena dimensão e o real subdesenvolvimento desta área.
A grande verdade, que nos custa encarar, é que o alto rendimento tme importância reduzida (ou nenhuma) na nossa sociedade! Ao contrário daquilo que é fácil pensar, nem tudo cabe na justificação da falta de apoio financeiro aos atletas ou federações, começa na falta de bases desportivas e escassa importância que é dada à disciplina de educação física (EF) no ensino básico e o secundário. A escola tem de servir para a aquisição de conhecimento diferenciados ao nível da EF, incrementado a tão falada cultura desportiva e física. Aumentar a carga horária do desporto escolar (DE) é urgente, ligá-la com eficácia ao desporto associativo e acabar com a desvalorização dos professores enquanto educadores e pedagogos de excelência no desenvolvimento integral dos jovens são algumas medidas que poderiam resultar...
O DE, se fomentar uma prática multidisciplinar rotativa, motivando a inscrição em diferentes modalidades no mesmo ano lectivo, potenciaria o surgimento de talentos, muitas vezes escondidos na falta de oportunidade. Para isto é imprescindível um projecto de base transversal, da escola aos clubes, pensado no longo prazo. No fundo o que queremos é mais e melhor desporto, da escola ao desporto associativo..."

Tomaz Morais, in A Bola

Até o miúdo corou

"A 2.ª jornada da Liga terminou com tais sucessos que o presidente do Sporting não se aguentou. Veio na melhor altura este deslize caseiro do Benfica. Chegou muito a tempo para pôr termo ao sentimento generalizado entre os benfiquistas de que quem ganha três campeonatos de seguida, inevitavelmente ganharão o quarto. serve o remoque não só não só para os adeptos como também para os jogadores, treinadores, dirigentes e até para a própria águia "Vitória" que, no voo inaugural da temporada, descendo em círculos lá das alturas até quase à relva, parecia sorrir de tão confiante na linha da trajectória. É verdade que pousou no sítio certo, ao contrário da equipa de futebol.
A segunda jornada da Liga terminou com tais sucessos que o actual presidente do Sporting não se aguentou. Correu a elogiar "o esforço e empenho dos árbitros da 1.ª categoria para fazerem boas exibições", correndo, no fundo, para se elogiar a si próprio (subliminarmente) por ser tão esperto, ainda que sem suporte para tal. Com o respeito devido, de esperto não tem nada. Terá siso, aliás, francamente embaraçante para a classe do apito. E ainda mais para os seus dirigentes. Também para o prometedor filho do novo presidente do Conselho de Arbitragem era mais do que dispensável esta celebração. O miúdo até corou.
O Benfica joga hoje na ilha da Madeira contra o Nacional. Como estamos no verão, é provável que não caia nevoeiro e haja jogo. Na temporada passada, o Nacional-Benfica foi interrompido por causa do nevoeiro, reatado na manhã seguinte e o Benfica, apesar de não se ver bem, ganhou com clareza. Mas não foi por causa do nevoeiro que o Benfica ganhou. Foi porque correu muito mais que o adversário. Foi isso. A maior desconsideração ao nosso Luisão anda por aí a ser cometida pelos nossos adversários, que de tanto clamarem pela sua presença em campo estando ele magoado-, mais não sugerem que o nosso Luisão em campo já não é o que era, o que muito lhes apraz pelos vistos. pior seria, no entanto, se desatassem todos a gritar que o Luisão mente na idade - como fizeram com o Renato Sanches - mas por excesso, não por defeito, porque tem 10 anos a menos do que diz a sua certidão de nascimento. Ainda havemos de chegar a esta maravilha.
A Liga dos Campeões promete. Cabe ao Porto provar que o Leicester não passa de um fenómeno efémero, cabe ao Sporting perdoar a Cristiano Ronaldo qualquer coisinha e cabe ao Benfica continuar a fazer boa figura na prova. E já é um pau."

Ganhar é crucial

"O empate com o V. Setúbal foi um aviso. FC Porto e Sporting não jogaram melhor que Benfica e SC Braga mas ganharam os seus jogos. Nesta fase inicial do Campeonato ganhar é crucial.
A arbitragem de Manuel Oliveira só justifica uma parte do empate frente aos sadinos. O Benfica pode e vai jogar melhor e árbitros piores é muito difícil haver (mas nunca arriscar). Resta a fraca consolação que no último, ano por esta altura, estávamos pior, e fomos campeões. Mas não me resta nenhuma dúvida: o campeão não vai perder muitos pontos este ano (ao contrário do que afirmam a generalidade dos treinadores).
Esta semana na Madeira a única solução é vencer, porque só assim o Sporting - FC Porto poderá ter algo de positivo para o Benfica.
Até dia 31 de Agosto ver os jogos, e não ouvir noticias de saídas e entradas, é a única dica para manter alguma sanidade. Os adeptos de Benfica, FC Porto e Sporting têm 20 novidades por dia, 19 das quais não se verificam.
O sorteio da Liga dos Campeões ditou uma agenda exigente para o Benfica. Como cabeça-de-série podia-se esperar sorteio mais amável. Não gostei do sorteio, nem dos adversários, nem dos destinos. Teremos um grupo muito aberto em que não há equipas excluídas de nenhum objectivo. O FC Porto teve um sorteio muito amigo, nem escolhido à mão podia ser mais fácil. Foi o prémio da passagem por Roma. O Sporting teve um grupo difícil, mas também pode ser considerado um prémio, pois normalmente a Europa não é uma aposta leonina, e vir embora mais cedo costuma reconfortar os seus responsáveis. Veremos como será esta época, com tantos reforços a chegarem a Alvalade e com as principais figuras a não serem vendidas. Nunca se sabe se a história de querer menos cadeiras para ficar em segundo no campeonato ainda vigora.
Por agora basta-me uma boa exibição do Benfica e uma vitória na Madeira para me tranquilizar."

Sílvio Cervan, in A Bola

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Rumo ao tetra

"Não vi falta de empenho ou sequer de qualidade. Penso, no entanto, que a abordagem ao jogo frente ao Vitória de Setúbal foi errada por me parecer demasiado cautelosa (além de Pizzi, cuja capacidade futebolística é, do meu ponto de vista, indiscutível, estar talhado para outras funções que não aquela que tentou, sem sucesso, desempenhar na última jornada). Diz-se, na gíria, que demos uma hora de avanço. A falta de sorte e a permissividade quanto ao anti-jogo do nosso adversário completaram o ramalhete.
É fácil encontrar soluções para problemas que já ocorreram enquanto, sentado na secretária em frente ao computador ou mesmo na bancada, constato as consequências das decisões tomadas por quem, em tempo útil, as teve de tomar. Ademais, por ter a oportunidade de conviver, desde muito novo, com vários treinadores de basquetebol do Benfica, sei que são inúteis as variáveis que contribuem para a tomada de decisão, sem que a maior parte delas seja, até por necessidade, do conhecimento público.
Por isso, mas também, e principalmente, pelo percurso que Rui Vitória tem feito ao comando da nossa equipa de futebol, sou incapaz de encontrar na sua pessoa o único culpado deste empate. Até porque, se nenhuma outra razão existisse, o nosso treinador é sempre o primeiro a partilhar os louros do sucesso, pelo que seria injusto torná-lo no epicentro dos insucessos ocasionais.
Rui Vitória, a quem reitero todos os elogios que lhe tenho feito desde que chegou ao Benfica, merece, portanto uma palavra de apoio e a evocação de que, contrariamente ao que alguns pessimistas militantes logo se prestaram a agoirar, confio que saberá, como na temporada passada, trilhar o seu caminho."

João Tomaz, in O Benfica

Vergonha alheia

"Depois de, à segunda jornada, o SL Benfica ter encostado em casa, rapidamente começaram a sair das tocas os críticos com receitas infalíveis de sucesso e sentenças soberanas sobre o futuro. Já foi assim na época passada e continuamos aqui de escudo de campeão bem vincado nas camisola. Claro que já percebemos que a guerrilha veio para ficar e tudo ficou mais nítido durante os últimos dias. Houve logo quem se prontificasse a elogiar o trabalho e a selecção dos árbitros de futebol, impulsionado por uma inesperada vantagem de dois pontos na classificação.. O Glorioso é, de facto, e o ar que falta a muita gente com dificuldade de oxigenação do cérebro.
E enquanto se finge ser o que não se é, eis que mais um ataque ao SL Benfica já começa noutra modalidade: futsal. Depois do insulto que foi, no fim da época passada, a suspensão do jogador do SL Benfica Bruno Coelho durante o jogo decisivo do play-off de atribuição do título nacional, a mentira continua nos pavilhões portugueses. Mais uma vez, a poucos dias de uma partida decisiva (Supertaça) a Federação Portuguesa de Futebol anuncia que, afinal, o atleta poderia ter jogado no fim da época passada e que o castigo deve ser cumprido agora. A sério? A pouca-vergonha já chegou a este ponto? O desespero para nos ganhar é assim tão grande?
Se já não soubéssemos, ficamos agora avistados: há gente disposta a tudo para prejudicar o SL Benfica. Não nos podemos calar. Não nos podemos calar. Nem deixar de apoiar. Vai ser uma longa época e não vão olhar a meios."

Ricardo Santos, in O Benfica

Jogos Olímpicos, a avaliação

"Terminados os Jogos Olímpicos Rio 2016 são publicadas as mais variadas opiniões da nossa participação. Temos os que classificam os resultados como negativos, outros que avaliam os resultados como brilhantes e há quem se fique pelo meio-termo. Da grande maioria dos autores, desconhecemos no seu passado uma linha de pensamento, uma reflexão sobre o desporto. Boa parte das críticas - negativas ou elogiosas - traduzem apenas o pensamento do cidadão comum que acorda para o desporto na semana antes de se iniciarem os Jogos Olímpicos e decorridos 15 dias entre a hibernação por mais quatro anos.
Terminado o ciclo 2012-2016, é o momento de fazer o balanço e de avaliar os vários projectos desenvolvidos, compromissos eleitorais e a sua execução. Em breve, o COP e as federações vão a eleições, pelo que este é o momento para este exercício.
Um dos projectos que urge ser profundamente avaliado é o da Preparação Olímpica. Foi executado pela Comissão Executiva do COP em parceira com as Federações, com um financiamento público direito de 13,5 milhões de Euros.
Sem rodeios, o presidente do COP fez o balanço da participação e avaliação daquilo que eram os objectivos contratualizados e a sua execução. Naturalmente, achou que o desempenhou ficou «aquém do esperado». Numa conduta que é de louvar, foi objectivo dentro daquilo que análise desportiva permite, considerando a especificidade da competição, e a incerteza do resultado, COP, IPDJ, federações, atletas e treinadores, nenhum se deve coibir do mesmo exercício.
A capacidade para avaliar de forma objectiva e construtiva os resultados de um projecto é fundamental para projectar o futuro. Urge que os projectos se tornem mais objectivos, mensuráveis, com avaliação desportiva continua. Eles podem ajudar os nossos atletas a transformar os diplomas em medalhas."

Mário Santos, in A Bola

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Grupo totalmente imprevisível... 'aberto' a todas as equipas!!!

Benfica
Nápoles
Dínamo Kiev
Besiktas

Não gostei do sorteio. Grupo equilibrado, onde todas as equipas têm potencial para passar aos Oitavos. No 'papel' o Benfica e o Nápoles podem ser ligeiramente favoritos, mas todas as equipas a jogar em casa, podem vencer os seus jogos, sem grande surpresa!
Mais uma vez, o facto do Benfica estar no Pote 1, não ajudou...
Além disso, temos duas viagens longas (Kiev e Istambul), e não 'acertámos' em nenhuma grande comunidade de emigrantes!!!
Nápoles tem: Reina, Maggio, Koulibaly, Albiol, Strinic, Chririches, Allan, Jorginho, Giaccherini, Hamisk, Mertens, Milik, Callejón, Insigne e ainda falta o substituto do Higuain!!!!
Dínamo Kiev tem: Shovkovskiy, Antunes, Vida, Rybalka, Garmash, Lukman, Gusev, Fedorchuk, Yarmolenko e Derlis...
O Besiktas tem os nossos conhecidos: Quaresma, Aboubakar... e o Talisca!!!! 
O único ponto positivo deste Sorteio, foi mesmo o calendário!!! A 1.ª jornada é antes do Benfica-Braga; a 4.ª jornada é antes do Corruptos-Benfica; e a 6.ª jornada é antes do Benfica-Sporting!!! Portanto era importante jogar em casa, antes destes confrontos, e assim vai ser: vamos jogar na Luz, nas vésperas destes 3 jogos!!!
A deslocação a Kiev também 'calhou' bem: o início de Outubro é melhor que em Dezembro!!!

Benfica - Besiktas (13 de Setembro) - Terça-feira
Nápoles - Benfica (28 de Setembro - Quarta-feira
Dínamo Kiev - Benfica (19 de Outubro) - Quarta-feira
Benfica - Dínamo Kiev (1 de Novembro) - Terça-feira
Besiktas - Benfica (23 de Novembro) - Quarta-feira
Benfica - Nápoles (6 de Dezembro) - Terça-feira


Como ontem já tinha previsto, a 'vaca' descomunal voltou a aparecer no Sorteio!!! Os Corruptos depois de um apuramento quase 'inédito' (não me recordo de uma eliminatória com 3 vermelhos directos, para o mesmo lado, em dois jogos...!!!): Leicester, Brugge e Copenhaga!!! Até na Liga Europa seria um grupo fraquinho!!!
Os Lagartos em teoria não tiveram 'sorte', mas o Judas deve estar todo o contente!!! É que assim, com o Real Madrid e o Borussia Dortmund, tem o alibi perfeito para ser eliminado (ou despromovido)!!! Tenho a certeza que o discurso oficial, vai passar por retirar toda a pressão...

Grupo A: PSG, Arsenal, Basileia, Ludogorets
Grupo B: Benfica, Nápoles, Dínamo Kiev, Beşiktaş
Grupo C: Barcelona, Manchester City, Mönchengladbach, Celtic
Grupo D: Bayern Munique, Atlético de Madrid, PSV, Rostov
Grupo E: CSKA Moscovo, Bayer Leverkusen, Tottenham, Mónaco
Grupo F: Real Madrid, Dortmund, Sporting, Légia Varsóvia
Grupo G: Leicester, Porto, Club Brugge, Copenhaga
Grupo H: Juventus, Sevilha, Lyon, Dínamo Zagreb

Começar menos bem, para acabar em grande

"Confesso que estou algo curioso, e expectável, com o comportamento da 'velha aliança' contra o Benfica. A ver vamos o que vai acontecer...

1. Depois do jogo de domingo, ... nem triste, nem revoltado. Bem pelo contrário! Eu sei que, por eles, iam já para o Marquês, em Agosto, ou para os Aliados, que já não tem qualquer festa (nenhuma mesma) há mais de 3 anos. Por mim, continuo a acreditar num campeonato para ganhar. Lembram-se como começou no ano passado? Como em tantos anos em que fomos campeões. Como em 1961/62, em 1993/94, em 2004/05 ou em 2013/14. Em todas elas começámos mal.
Numa dessas épocas começamos por empatar alguns jogos e por perder outros tantos, fora, com Béla Guttmann como treinador. Acabámos como bicampeões europeus, coisa que uns não sabem o que é e com a qual outros nem sonham... Noutra, tínhamos acabado de resistir a um dos mais ignóbeis ataques (a época dos 6 a 3, lembram-se?) e ganhámos. Já noutra dessas épocas, vínhamos de 11 anos de travessia no deserto, por culpa própria... Noutra, ainda, vínhamos de um ano em que perdemos tudo o que havia para perder!

Este ano, mais uma vez, sabemos o que queremos! E sei que só quero ser campeão, outra vez. Pela quarta vez... consecutiva! Não será, por isso, uma pequena tempestade que nos abalará. Bem pelo contrário! Porque, mesmo na adversidade, cá estaremos, enquanto adeptos, acima de tudo, para apoiar o... Maior que Portugal!


Uns sorriem em Agosto...
2. No domingo, o jogo serviu para colocar alguma lucidez na forma como todos encaramos este campeonato que, naturalmente, queremos vencer. Com a consciência de que não nos basta ser tricampeões, nem afirmar que rumamos ao tetra, para voltarmos a ganhar. Que o resultado sirva para combater algum excesso de confiança de todos nós. Só ganharemos com a mesma humildade, a sempre invocada união, o repetido apoio, uma vontade de todos de voltar a vencer. É um facto que o Benfica fez mais do que o suficiente para ganhar - sendo disso exemplo as duas oportunidades que teve nos últimos dois minutos. Como sei, como disse Rui Vitória, no final do jogo, que o Benfica não foi eficaz.
Mas o árbitro, esse é que não foi mesmo nada eficaz (ou terá sido?).
O golo do Setúbal é precedido de um claro fora-de-jogo (que, hoje, já ninguém contesta). O defesa-esquerdo do Setúbal deveria ter sido expulso devido a uma agressão tão violenta e tão desnecessária, quanto tão perto do árbitro assistente. Terá sido porque o Benfica tinha acabado de empatar e faltavam, apenas, quatro minutos para o fim do tempo regulamentar, que isso não aconteceu? E que dizer das constantes perdas de tempo por parte dos jogadores sadinos, que resultaram das frequentes lesões de que rapidamente recuperavam mal saiam das quatro linhas? Ou das repetidas e escandalosas demoras a repor a bola em jogo nos lançamentos de linha lateral, nos pontapés de baliza e na cobrança das faltas? Tudo isso e apenas quatro minutos de compensação no final da segunda parte, em vez dos oito que, no mínimo, deveriam ter sido dados.
Não podemos pactuar com esta atitude, escandalosa e abusivamente adoptada desde os primeiros minutos de jogo, através da qual tudo é permitido, sem se compensar devidamente a equipa prejudicada por essas constantes perdas de tempo. Não se trata de queixa circunstancial, mas de um reiterado alerta contra a conivência com o queimar tempo.
Além disso, uma total falta de bom sendo numa nomeação tão aplaudida a posteriori. Percebemos porquê. Se não fosse ele, Jonas seria ou andaria perto da Bota de Ouro, dadas as cinco grandes penalidades que ficaram por marcar, a favor do Benfica, em apenas dois jogos, na época passada. Também por isso, é evidente que essa não seria a nomeação ideal. Como também não era aconselhável que nos últimos três jogos do Sporting - o último da época passada e os dois primeiros desta temporada - as nomeações tenham sido, respectivamente, Hugo Miguel, Carlos Xistra e Hugo Miguel. Como não era aconselhável enviar Hugo Miguel para ensinar as novas regras aos jogadores do Benfica.
Por isso, será inevitável concluir que, ultimamente, faltará bom sendo (para ser simpático) por aquelas bandas. Falta agravada, aliás, estes dias, pelo elogio da comissão de arbitragem e aos árbitros pelo presidente de um clube, que ficou bastante contente pelo facto de termos empatado um jogo. Tanto elogio até dá para desconfiar...
Confesso que estou algo curioso e expectável com o comportamento da velha aliança. Mas como, por vezes, quando se zangam as comadres... A ver vamos! Que venha o diabo e escolha. E se o diabo não escolher, também não virá mal ao mundo por isso. Antes pelo contrário! Apesar de, uma das partes dessa velha aliança contra nós, domingo à noite, se ir queixar muito da arbitragem que tanto elogiaram nos últimos dois jogos.

Hipocrisia? Não, obrigado!
3. O assunto e os hipócritas do outro lado, não merecem mais do que esta nota. Sou do Benfica e – com excepção dos idiotas úteis – quero tanto que os outros ganhem como eles desejam que o Benfica vença. Exactamente o mesmo. Ou eu – por ser do Benfica (também reconheço que se fosse de outra equipa portuguesa, qualquer que ela fosse, uma declaração dessas seria normal) – não posso dizer o que dizem os adeptos dos outros clubes?
Se um treinador português, ao perder uma eliminatória, com o Benfica, diz que não quer saber da carreira do Benfica porque é do Porto, isso é normal. Eu é que não posso dizer o que penso, … porque sou do Benfica!
Se um comentador televisivo, que passou uma época inteira a elogiar um treinador que perdeu tudo (excepto um troféu no primeiro jogo da época), lhe atribui o título de melhor treinador do ano, isso é natural Eu é que não posso dizer o que penso, … porque sou do Benfica!
Se a ex-mulher do Presidente de um clube afirma que ele desejou a vitória da Grécia contra Portugal, no Euro 2004, sem nunca ter sido desmentida, até hoje, isso é curial. Eu é que não posso dizer o que penso, … porque sou do Benfica!
Se um presidente de um clube afirma que basta retirar o vermelho da bandeira portuguesa e «é tudo nosso», isso é banal. Eu é que não posso dizer o que penso, … porque sou do Benfica! …
É verdade que falhei uma previsão tão normal de acontecer quanto as casas de apostas a achavam muito mais possível que a oposta. É verdade que vencer contra 9 foi tão fácil como era ganhar contra 11 nos tempos do … Apito Dourado. Já mais difícil, vai ser ganhar, no próximo jogo, a atestar pelos recentes elogios às nomeações vindos daquele lado. Roma já não é o que era. E em Alvalade, vencerá o elogio recente e desesperado da dupla que, para sobreviver, tem mesmo que ganhar este ano ou quem recorreu aos métodos do Apito Dourado para invocar uma matriz de vitórias repetidas?
Como benfiquistas, sabemos qual é o verdadeiro conceito de Verdade Desportiva! Como sabemos respeitar nomeações, como a de Tiago Martins, um jovem internacional de elevada qualidade. O que não seria se esta nomeação tivesse sido feita por Vítor Pereira (então, se enviasse Artur Soares Dias para a Madeira, seria o bom e o bonito)?
Por mim, só me pronuncio sobre actuações, não sobre nomeações. Mas estou cada vez mais de acordo com o que disse Pedro Proença na sua recente entrevista ao fazer um grande elogio ao excelente trabalho feito pelo o ex-Presidente do CA. De facto, aquilo que os une (a inveja ao Benfica) é mais forte que aquilo que os separa.
Por isso, somos mesmo MAIORES QUE PORTUGAL. VIVA O BENFICA!!!"

Rui Gomes da Silva, in A Bola

4 potes 4

"Hoje à tarde vamos ter potes. Quer dizer, sorteios das taças europeias. Com bolas e bolinhas, termicamente similares. Nelas se jogam títulos e dinheiro que chove a potes para alguns, embora agora quase sempre os mesmos.
Na Champions, temos potes para todos os gostos. Só que, como diz o povo, nem com tanta fome ao prato, nem com tanta sede ao pote.
O pote 1 é dos campeões dos principais campeonatos e, em tese, o mais difícil. Acontece que em nada se distingue do pote 2, onde há equipas que sabem da poda a potes. Só um exemplo no pote 1 estará o surpreendente Leicester (99.º do ranking da UEFA) que, sem nunca ter provado de qualquer pote, vai logo para o mais considerado de todos. Ao invés, o Arsenal e o Manchester City estarão no pote 2. E no pote 3 pode ficar o outro clube inglês, Tottenham.
Mas atenção: ser cabeça-de-pote não significa necessariamente ser cabeça-de-série. Até pode acontecer que acabe com o pote na cabeça.
Portugal, que faz o pleno, estará nos potes 1, 2 e 3. Mas o pote mais decisivo para as equipas portuguesas é o pote 4. É neste que ainda se podem encontrar umas equipazinhas que quase garantem 6 pontos, dinheiro e, na pior das hipóteses, o 3.º lugar na fase de grupos, que implica despromoção europeia, mas não eliminação.

P.S. Vi o Roma-Porto um árbitro corajoso, assertivo, sabendo aplicar as regras do futebol e expulsando 2 atletas da poderosa equipa italiana. Por cá, inventou-se o «cartão alaranjado» que é uma forma de se dizer que deveria ser vermelho, mas que só houve coragem para amarelo. Uma lição para o tacticismo da generalidade da nossa arbitragem."

Bagão Félix, in A Bola

PS: Concordo como de costume com a generalidade da opinião do consócio Félix. Mas desta vez acrescento um desejo 'atrasado'!!!
Gostaria de ter visto, este árbitro Polaco, corajoso como provou ser, na época anterior, em Munique, no Bayern-Benfica, nos Quartos-de-final da Champions, a marcar um penalty descarado a favor do Benfica na 1.ª parte... e já agora, gostaria de ter visto, o Vidal a levar um amarelinho, numa das 3 ou 4 quatro faltas que fez, que mereciam o amarelo, e não levou rigorosamente nada (já nos descontos a entrada do Vidal sobre o Salvio foi parecida com os 'vermelhos' de Roma)!!!
Bastaria ter levado 1 amarelo, e o Vidal, teria ficado fora da 2.ª mão na Luz!!!! Onde por acaso, voltou a ser decisivo...
Esta coisa da coragem é lixada, só aparece às vezes!!!!! Em Abril a coragem andava fugidia... 4 meses e meio depois, apareceu...!!!

Benfiquismo (CCIV)

Hoje vamos saber quais são os
nossos adversários na fase de grupos
da Liga dos Campeões desta época...
... o ano passado fomos longe,
saíamos com honra e dignidade
e com um enorme ambiente nas bancadas...!!!

Europa...

POTE 1
- Real Madrid
- Barcelona
- Leicester
- Bayern Munique
- Juventus
- BENFICA
- Paris SG
- CSKA Moscovo

POTE 2
- Atlético Madrid
- Borussia Dortmund
- Arsenal
- Manchester City
- Sevillha
- Corruptos
- Nápoles
- Bayer Leverkusen

POTE 3
- Basileia
- Tottenham
- Dínamo Kiev
- Lyon
- PSV Eindhoven
- Sporting
- Club Brugge
- B. Mönchengladbach

POTE 4
- Celtic
- Mónaco
- Besiktas
- Légia Varsóvia
- Copenhaga
- Dínamo Zagreb
- Ludogorets
- Rostov

Estas são as equipas, como de costume todos temos as nossas preferências, mas pessoalmente, acho que todas as analises são muito subjectivas... A única coisa que peço, são viagens curtas!!! Depois do recorde da deslocação mais longa de sempre nas competições europeias, com a viagem a Astana, espero que este ano o conta-quilómetros seja mais amigo!!!
Já agora, seria interessante ter as bancadas cheias na Luz na fase de grupos... algo que tem sido raro!!!

No Pote 2, não existe muita escolha, todos os adversários são complicados... no Pote 3, Tottenham, PSV, Lyon e o Monchengladbach são os mais complicados... no Pote 4, o Mónaco é claramente a fava (além da viagem a Rostov)!!!
Benfica, Bayer, Brugge e Celtic deixava-me optimista!

Mas com a habitual falta de sorte nos sorteios, não me admirava nada que os Corruptos e os Lagartos, levem com o CSKA ou o Leicester do Pote 1...os mais fáceis dos restantes Potes, e o Benfica apesar de estar no Pote 1 fique com o grupo mais complicado!!!

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Uma lição e um relógio

"Para manter a tradição, o Benfica desperdiça pontos nas primeiras jornadas. Desta vez, ultrapassada a malapata de não vencer, há 12 anos, o 1.º jogo do campeonato (fora), não resistiu à 2.ª jornada.
O empate com o Vitória de Setúbal foi justo. Perante uma equipa bem organizada e não meramente defensiva, o Benfica respondeu com um futebol sem chama, desarticulado, órfão de Jonas e até de Jardel.
Vejo neste desaire parcial, um sério e bom aviso para o futuro. Paradoxalmente, é o que poderemos apelidar de um investimento num tropeção. Uma lição para reter até ao fim. Com suor e inteligência. Sem fantasias e deslumbramentos. Com forte sentido de união.
Falou-se muito da arbitragem. O habitual, quando um dos grandes perde pontos. Manuel Oliveira arbitrou com deficiências e alguma incompetência, mas o Benfica não ganhou por sua (dele) culpa. O golo do Vitória foi, provavelmente, irregular como aqui evidenciou Duarte Gomes, mas o erro não é facilmente detectável.
Num aspecto objectivo, porém, critico severamente o árbitro: o tempo de compensação dado, na 1.ª parte, mas sobretudo na etapa complementar. É que, neste ponto, é só uma questão de fazer um cálculo: 6 substituições (com as vitórias a zero à hora), 3 interrupções para assistência dariam pelo menos 6 minutos e não os 4 concedidos. Provavelmente tudo acabaria na mesma, mas é aqui que, não raro, se vê a face oculta de um arbitragem e a matreirice do seu relógio.
Com tantas regras a mudar, continuo a pensar que o tempo contado no futebol deveria ser apenas o jogado. Acabava-se com esta discricionariedade arbitral, as falsas lesões e outras habilidades."

Bagão Félix, in A Bola

Finalmente...

Vizela 1 - 2 Benfica B


Finalmente uma vitória, num jogo que começou muito mal, com um golo sofrido no minuto 3, mas tivemos a força para dar a volta... Apesar do habitual 'sufoco' nos últimos minutos (uma expulsão para cada lado) coneguimos aguentar o resultado!!!

Mais um expulsão, desta vez o Joãozinho... é tão fácil expulsar jogadores do Benfica!

Benfiquismo (CCIII)

Talvez o maior desfile de estrelas do Basquetebol,
e o mais emocionante ambiente,
no Pavilhão da Luz!!!
Além do Dream Team do Benfica,
do outro lado havia:
Niko Galis, Volkov, Vrankovic....!!!

51/52: 5 a 4

"A vitória do Benfica sobre o Sporting na final do Jamor pode muito bem ter sido o maior espectáculo de uma Taça de Portugal em todos os tempos. Por isso, nada como ouvir as testemunhas privilegiadas desse jogo que entrou na era moderna.

«Quando, ao faltar um minuto para acabar o maravilhoso conto do Jamor, uma história fantástica e emocionante do futebol português, Rogério marcou a 5.ª bola em remate feliz, roçando o poste, e depois desmaiava na alegria do feito e da vitória, o Benfica conquistara a Taça de Portugal na final mais rica de que há memória, mas o grande triunfador era, verdadeiramente, o futebol, tanto na expressão benfica como sportingue, que nos dera a melhor final de todos os tempos!»
Foi desta forma inflamada que o grande Tavares da Silva descreveu a final da Taça de Portugal da época de 1951/52, talvez a mais fortemente disputada de todas as finais daquela competição.
Para quem esteve nessa tarde inesquecível do Jamor, foi fantástico! Aos 9 minutos, de grande penalidade, Albano faz 1-0 para o Sporting; aos 23, também de «penalty», Rogério Pipi empata; Corona dá vantagem ao Benfica no início do segundo tempo (49m); Rola empata dois minutos depois; aos 55 minutos, é o Sporting a ganhar vantagem por Martins; Rogério volta a empatar aos 69 minutos; Rola faz 4-3 três minutos mais tarde; José Águas 4-4 aos 73 minutos; finalmente, Rogério decide o jogo no último minuto. Ufa! Cansa só de escrever.
Os elogios multiplicavam-se pelas páginas dos jornais: «A existência de nove golos indica, pelo menos, uma partida muito entretida, mas para além dos golos, alguns deles jóias de requintado labor, praticou-se futebol rasteiro, rápido e desconcertante de eprguntas e respostas, cientificamente organizado e não de acaso: futebol de conjunto onde cabia a iniciativa individual».

Rogério falhou «penalty»
Antes de desfiarmos mais palavras de admiração, vejamos como jogaram ambas as equipas dirigidas pelo árbitro santareno Reis Santos.
BENFICA - Bastos; Artur e Fernandes; Moreira, Félix e Francisco Ferreira; Corona, Arsénio, Águas, Rogério e Rosado.
O treinador era Cândido Tavares.
SPORTING - Carlos Gomes; Juvenal e Pacheco; Veríssimo, Passos e Juca; Pacheco Nobre, Travaços, Martins, Albano e Rola.
O treinador era o inglês Randolph Galloway.
No meio da saraiava de golos, Rogério ainda conseguiu falhar um «penalty» aos 43 minutos. É obra!
E da obra se falava assim: «A todos os títulos, a final da Taça de 1951-52 representou uma alta expressão do futebol moderno, de uma velocidade outrora desconhecida e de movimentação sintonizada com espaço suficiente para as manobras individuais, empenhando-se os jogadores exclusivamente nas boas normas do 'fair-play'. O desafio teve interesse, graça, animação e ansiedade! Viram-se na base da referida movimentação e velocidade golpes estupendos, de arte e harmonia, atitudes escultórias, figuras acrobáticas, todo um mundo de riqueza no campo desportivo! Foi bem a apoteose de toda uma época na beleza do cenário e no valor do seu conteúdo! Os dois mais famosos grupos portugueses contaram-nos, no Jamor, uma bela história que, de aqui a tempos, quando se falar ou relembrar as grandes manifestações do futebol português, 'será sempre recordada:
- Ali, no Vale do Jamor, uma vez, em fim de época de 1952, assistimos a uma final da Taça como nunca tínhamos visto e não mais, pelos tempos fora, haveríamos de ver...»
Às vezes é bom dar palavra às testemunhas privilegiadas de acontecimentos ímpares.
A final de 1952 pode muito bem ter sido a melhor de todos os tempos. Não seríamos nós capazes de o desmentir. Continuaremos pelos anos fora à espera de outra que a iguale."

Afonso de Melo, in O Benfica