domingo, 1 de maio de 2016

Contra o ruído

"Na transição entre o ciclo de dez anos de gestão de Vítor Pereira e da sua equipa mais próxima (especialmente marcante no seio da LPFP) e o próximo ciclo de José Fontelas Gomes à frente do Conselho de Arbitragem da FPF, há uma matéria que se anuncia como decisiva para a pacificação da classe dos árbitros: a avaliação dos seus desempenhos em jogo pelos observadores e as suas classificações. O conhecimento público de que esta época desportiva vai terminar com um recurso maciço dos árbitros de primeira categoria das classificações finais para o Conselho de Justiça apenas confirma essa percepção, sendo certo que assistem razões válidas à contestação da classe.
De facto, o edifício resultante da adequação ao Regime Jurídico das Federações Desportivas merece uma volta de cima para baixo e de baixo para cima, tendo por cerne uma outra disciplina para as competências da Secção de Classificações:
1) reformular os critérios de nomeação dos observadores;
2) rever os critérios dos "relatórios de avaliação técnica" dos árbitros, tendo em conta a primordial acentuação da complexidade dos lances e o grau de dificuldades dos jogos;
3) adequar as "normas de classificação" a um peso claramente determinante da actuação em campo nos elementos classificativos;
4) mexer no sistema de reclamações dos relatórios junto da comissão respectiva, de modo a obter a conformidade irrefutável com os critérios novos dos 'relatórios' dos observadores e os critérios de apreciação das denúncias apresentadas pelos clubes.
Ao invés do que se generalizou pensar, é nesse hemisfério de questões - e não na matéria das nomeações - que está a tensão principal do sistema. Se os novos dirigentes federativos da arbitragem perceberem o essencial e se se atravessarem, o novo ciclo terá com certeza menos conflitualidade e mais harmonia para quem decide a aplicação das Leis do Jogo.
De todo o modo, há todo um trabalho pedagógico a fazer, com o fim de tirar o palco aos dirigentes e aos treinadores interessados na desestabilização e na suspeição. Uma vez que os árbitros estão impedidos, por regra, de se pronunciarem sobre os jogos e sobre a competição, cabe ao presidente do CA e membros escolhidos do seu órgão explicarem, elucidarem, defenderem e combaterem. A começar pela identificação dos critérios de nomeação para cada uma das jornadas e pelo balanço periódico das prestações das equipas de arbitragem. Deve falar quem pode e quem sabe. Pelo menos valia a pena testar e desafiar o 'ruído'..."

1 comentário:

  1. Desafiar o RUÍDO?É para rir de certeza!
    QUANDO O MESMO É Elogiado e CLASSIFICADO DE "DISCURSO INOVADOR" por parte do presidente da liga Pedro "Emproado" Proença!? PARA RIR!!! E no Pasquim RECORD já se apregoa a luta ao ruído ahahahaha!!!

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