segunda-feira, 11 de abril de 2016

A inapresentável justiça do futebol

"O amadorismo que grassa na justiça do futebol português é incompatível com as boas práticas duma competição profissional.

Quase cinco meses depois das ocorrências que marcaram o Sporting-Benfica da Taça de Portugal, o Conselho de Disciplina da FPF chegou a uma sentença, ainda passível de recurso, sobre o encontro imediato de quarto grau entre Slimani e Samaris. Decidiu o douto CD, em acórdão que está destinado a fazer história, que o jogador argelino não teve nenhuma acção merecedora de sanção. Não irei, aqui e agora, pronunciar-me sobre a fundamentação dos conselheiros da primeira instância federativa, apenas porque não quero ver inquinada pela clubite de terceiros a conclusão que para mim é mais relevante de todo este processo.
O futebol português tem sabido crescer em muitos aspectos e a organização e rigor implementados pela FPF têm sido justamente louvados, mais recentemente pela inauguração da Cidade do Futebol mas, acima de tudo, pelo profissionalismo que tem estado na base de óptima gestão. Ora, quando se chega à justiça da FPF, o que se encontra é o oposto. Grassa um amadorismo penoso, os processos arrastam-se até às calendas, abrindo portas a todas as especulações maquiavélicas que fazem parte do portefólio dos dirigentes dos clubes. É uma situação terceiro-mundista, que penaliza o futebol em Portugal - um retrocesso face ao pequeno período, ainda na vigência da disciplina na Liga, em que houve um entendimento mais célere e destemido da justiça - e que carece de urgente rectificação.
A justiça no futebol quer-se célere e não pode estar dependente das agendas de pessoas bem intencionadas que passam pelos órgãos jurisdicionais da FPF ao fim do dia para cumprirem um part-time amador. Basta pôr os olhos no que se faz nos países em que a indústria do futebol é levada a sério para se perceber o atraso em que vivemos e que urge alterar.
Esta é um preocupação que deverá estar plasmada no plano de acção da FPF, criando condições para um funcionamento eficaz e em dedicação exclusiva, se necessário. Curiosamente, os clubes, que clamam contra esta ou aquela decisão, fazem questão de passar ao lado daquela que é a questão de fundo, a celeridade. É nestes momentos, mais do que quando as equipas portuguesas medem forças com as inglesas, que percebemos como estamos longe do profissionalismo da Premier League.

E o que dirá Lopetegui na resposta a PC?
«Deixei-o [Lopetegui] contratar jogadores que ele me garantia serem para jogar (...) A culpa foi minha porque confiei em quem não devia.»
Pinto da Costa, Presidente do FC Porto
O presidente do FC Porto não foi nada meigo, na entrevista ao Porto Canal, com o ex-treinador do clube Julen Lopetegui, por quem meteu as mãos no fogo durante ano e meio. É, pois, com redobrada expectativa que se aguarda o contra-ataque do técnico basco, provavelmente a um jornal espanhol. Zangam-se as comadres, conhecem-se as verdades, em versão portista...

ÁS
Claudio Ranieri
Mais uma vitória, desta feita em Sunderland, e o título inglês ainda mais perto do Leicester, a Cinderela que está a um pequeno passo de fazer história na Premier League. Quem diria que há ano e meio Ranieri digeria a vergonha do Grécia, 0 - Ilhas Faroé, 1 e hoje está a um passo de entrar na lenda do futebol inglês...

ÁS
Raul Jiménez
Tanta gente se questionou sobre sobre o acerto do investimento do Benfica, quando foi buscar Raul Jiménez ao Atlético de Madrid e, afinal, o goleador mexicano poderá já ter pago o que custou. Depois do remate em São Petersburgo que valeu ao Benfica a passagem aos quartos da Champions, um golo, em Coimbra, com vista para o título.

DUQUE
Cassiano Neves
Consumada a descida de Portugal, no râguebi de XV, ao terceiro escalão europeu, torna-se cada vez mais nítida a caminhada dos sevens rumo à despromoção nas World Series (últimos em Hong Kong, no fim de semana). 2016 annus horribilis, sem que haja uma ideia clara de como se pretende dar a volta à situação.

México festejou o golo de Jiménez
A imprensa mexicana deu grande destaque à vitória do Benfica em Coimbra, puxando, de forma absolutamente justificada, diga-se, pelo excelente golo de Raúl Jiménez, à beira do fim, que deu os três pontos à equipa de Rui Vitória. A saga dos encarnados, vista do México, eis uma nova abordagem ao futebol nacional.

Barcelona
É pouco provável que o Barcelona venha a perder o título espanhol, a qualidade da equipa de Luís Enrique é indiscutível e o calendário até ao fim da La Liga não tem nenhuma contagem de categoria especial. Mas não deixa de ser interessante, do ponto de vista da análise, verificar como a derrota caseira com o Real Madrid abriu uma crise apenas mal mascarada pela arbitragem do alemão Byrch no jogo da Champions com o Atl. Madrid e posta a nu na derrota do Anoeta. Grande expectativa, reservada para o Cálderon, sobre o futuro culé da Liga dos Campeões..."

José Manuel Delgado, in A Bola

3 comentários:

  1. Gostaria que o Benfica apresentasse recurso do perdão à agressão do Slimani. Nem que demorassem um ano a resolver.

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  2. Ora nem mais, há que manter a coerência.

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  3. Ñan...é melhor deixar ficar assim sob o risco de ainda suspenderem o SAMARIS pela bárbara agressão ao cotovelo do "sulemani" para não falar que devido a ir mordendo a língua correr o risco, de com o impacto, esta ficar aos saltos no relvado.
    Haja paciência para esta cambada de medrosos e merdosos que poluem o futebol Português.

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