domingo, 13 de março de 2016

A plica sinovial posterolateral

"Há diferentes dores de cotovelo: a do povo e a da realeza. Jorge Jesus sofreu da primeira, André Villas Boas da segunda.

diferentes dores de cotovelo. Há a do povo e as outras. E ninguém expressou melhor a dor de cotovelo do povo do que Jorge Jesus, após a derrota com o Benfica em Alvalade. Disse ele que o Sporting foi derrotado por um Benfica que jogou como equipa pequena, ganhando sem saber como. Rui Vitória não jogou, nem de perto nem de longe, como José Mourinho no célebre Barcelona-Inter (1-0 após 1-3 na primeira mão) de 28 de Abril de 2010, derrota que o levaria à final da Champions ganha ao Bayern. E venceu. Jogou feio? Jogou a pensar numa só baliza? Talvez. Mas adoptou, sobretudo, a estratégia que considerou ideal para ganhar em Alvalade. O Sporting jogou como equipa pequena com o Skenderbeu. E levou 3-0. O Sporting jogou como equipa pequena com o Leverkusen. E perdeu por 0-1. O Benfica jogou em Alvalade como equipa pequena. E ganhou por 1-0. O Benfica jogou como equipa grande nas duas finais da Liga Europa. E perdeu ambas. Mérito para Rui Vitória, Rafa Benítez e Antonio Conte. E dor de cotovelo para Jorge Jesus.
depois a dor de cotovelo nobre. De realeza. Dos reis, príncipes, infantes e arquiduques. E ninguém expressou melhor a dor de cotovelo da realeza do que André Villas Boas, após a derrota com o Benfica. Quando lhe perguntaram o que poderia ser a carreira dos encarnados na Champions, respondeu dordecotovelamente: «Não me preocupa muito, como devem calcular. Não sou benfiquista. Apesar de ser português, não me interessa muito até onde o Benfica pode chegar na Liga dos Campeões.» E depois, com o toque de realeza conferido por ter um apelido com duas consoantes seguidas, finalizou: «Peço desculpa, mas é a minha sinceridade.» E a dor de cotovelo da realeza. André Villlllas Boas (assim mesmo, com cinco consoantes de rajada) podia não ter respondido à pergunta. Podia ter fugido, dizendo que gostava, sobretudo, que o único treinador português ainda em prova fosse o mais longe possível. Mas preferiu ostentar a dor de cotovelo da realeza.
Talvez André Villllllllllas Boas não tenha, no fundo, dor de cotovelo. Talvez tenha, sim, epicondilite lateral. Ou síndrome de sobrecarga radiocapitelar. Ou plica sinovial posterolateral. Que é a mesma coisa, mas em versão sangue azul. André Villllllllllllllllas Boas é o homem que, depois de jurar amor ao clube do coração, preferiu amar os cifrões do Chelsea. E do Tottenham. E do Zenit. Prefiro a síndrome de sobrecarga radiocapitelar de Jorge Jesus. Até porque, quando falou, JJ não piscou o olho a alguém. Já o piscar de olho de AVL,durante a epicondilite lateral após o jogo com o Benfica, parece ter destinatário.
(...)"

Rogério Azevedo, in A Bola

7 comentários:

  1. Alguém me consegue explicar o que é que o Rafa Benitez tem a ver com isto?

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  2. Treinava o Chelsea que nos derrotou na final da Europa League.

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  3. O Conte é que não tem nada a ver com esta história pois foi eliminado. Acho que o jornalista se queria referir ao Emre, treinador do Sevilha.

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  4. Tens razão Aquila. Estava a pensar no Emre mas esse troca com o Conte. Circuitos trocados. :D

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  5. Mas pese embora o meu Benfiquismo, este não é jornalista. É avençado do Benfica a querer agradar de qualquer maneira ao patrão. Esta coisa dos Villllllas não tem por onde se lhe pegue.

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  6. Pois é Abidos, mas tem que aparecer sempre um "artista", sem saber do que fala, a querer dar uma ferroada no Presidente do SL Benfica. O problema é que ficou apeado mais uma vez!!!!

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